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sábado, 24 de agosto de 2013

Herbie Hancock - Credicard Hall - São Paulo/SP (22/08/2013)



Desde que eu soube que Herbie Hancock viria ao Brasil, fiquei com vontade de ver o show. Gosto tanto da fase Blue Note quando da Headhunters. Aí, vi um vídeo no YouTube do show de Montevidéu e o Gopala, o baterista Julio Falavigna, colocou suas impressões do espetáculo em Buenos Aires no Facebook. Posso dizer que em São Paulo, no Credicard Hall, as coisas não foram diferentes, mas acabei vendo um outro show.

Ao começar com "Actual Proof", do disco "Thrust", Herbie mostrou que teríamos uma espécie de viagem nostálgica aos seus "greatest hits". Digo isso porque não faltaram, entre outras, "Watermelon Man" - aqui na versão Headhunters e mesclada com "Seventeen", do guitarrista africano Lionel Loueke. Ao apresentar a música, HH destaca a qualidade dos três músicos que estiveram com ele no palco: o baixista James Genus - irreconhecível, portando um baixo elétrico, ele que sempre tocou acústico, especialmente com Michael Brecker; o cultuado baterista Vinnie Colauita, realmente um músico de exceção; e o percussionista indiano Zakir Hussain, armado de um arsenal de tablas, kalimba e outras milongas mais. Herbie se revezava entre o piano acústico e o teclado e as programações. E resgatou do limbo - para alguns, de onde nunca deveriam ter saído - o keytar, aquela mistura de teclado com guitarra, de muito sucesso nos anos 80, e o vocoder, o sintetizador de voz, também muito em moda naquela década maldita. Não sou um purista, mas tendo um piano de qualidade para tocar, foi decepcionante ver HH, aos 70 anos, desperdiçar seu tempo com estes jurássicos gadgets de antão.
foto: Manuela Scarpa
Photo Rio News

Pode-se dizer que as passagens em quarteto foram muito mais interessantes do que os solos. Concordo pela metade com o Gopala. Afinal de contas, o especialista em tabla é ele e não eu. Mas confesso que cortaria meio solo de Zakir, que parecia não saber onde terminar, apesar de possuir uma técnica exuberante. Dez minutos de tablas solo foram um pouquinho demais pra mim. Assim como Hancock, que começou sozinho uma digressão pianística muito interessante do conhecido tema "Maiden Voyage", mas logo trocou o piano Steinway pelo Korg e pelo vocoder. A partir daí, Hancock resolveu disputar o espaço destinado a chatos insuportáveis como Kitaro e Yanni, num clima da pior New Age. Felizmente, o grupo voltou ao palco e partiu para mais uma das viagens de Hancock sobre temas conhecidos. Agora em cima de "Cantaloupe Island", que deu espaço para Colaiuta mostrar porque é adorado pelos bateristas de todo mundo. Ele alia uma supertécnica a um approach muscular, surrando sem dó nem trégua aqueles couros e pratos. E no bis, Hancock, jogando pra torcida, entrou com "Rockit", seu hit dos anos 80 e, de repente, invadiu sua própria praia com "Chameleon" do disco "Headhunters", um clássico do funk-jazz dos 70's, que levantou a plateia do Credicard Hall.


Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Mas eu gostaria de um pouco mais de música acústica. A culpa é minha. Esqueci que Herbie Hancock sempre fez estas misturas a vida inteira. E não seria aos 70 que ele iria mudar.




sábado, 3 de novembro de 2012

Liniers: Hermano Macanudo




As cores de Liniers


Estive em agosto alguns dias na cidade maravilhosa e acreditem que pude ser espectadora de inúmeras mostras e exibições culturais que nos levam a universos distintos e distantes. 
O universo de Liniers (1973-) não é assim tão belo. Ele pinça do cotidiano através do seu traço imagens que retratam um pouco do que vivemos como seres humanos, e digo, humanos no sentido crítico de que construimos maravilhas e horrores todos os dias.
Liniers consegue realizar o que o artista mais genuíno tem como missão: ele amplia esse universo e coloca um zoom onde interessa convergir o olhar com mais calma, com mais cuidado. 
Maitena (1962-) escritora, cartunista, taurina nascida em Buenos Aires, comenta: "Liniers desenha um mundo duro com absoluta delicadeza. Uma alegria melancólica que contrasta com a felicidade boba. Seu trabalho é belo e divertido. Ele é um rapaz macanudo". Para quem não entende o significa do macanudo explico, quer dizer em espanhol extraordinário, excelente, estupendo, magnífico, bacana ou supimpa. Enfim, sua expressão é tudo isso, e um pouco disso pode-se ver na mostra Macanudismo, realizada na Caixa Cultural do Rio de 10 de julho a 09 de setembro deste ano. Personagens como os pinguins, a menina Enriquetta, seu urso Madariaga, os duendes, o gato Fellini entre outros misturam-se as influências musicais de Liniers seja no palco, tocando com o músico Kevin Johansen y The Nada ou nas capas dos LPs para André Calamaro e Cheba Massolo. Calamaro diz que: "Liniers é um flautista de Hamelin e atrás dele marcham seus personagens, seus leitores (nós) e ele mesmo! " A música aparece também nas tirinhas referindo-se aos dois músicos prediletos Tom Waits e Bob Dylan. De tudo o que vi gostei muito de dois pontos da mostra. Primeiro das crônicas em quadrinhos que ele publica semanalmente "Cosas que si pasan se estás vivo" e que também dá nome ao blog do cartunista, concentrando preciosidades do cotidiano, dessas que somente um Mestre observador pode capturar e disponibilizar a todos nós. E da relação que ele, Liniers tem com os cadernos e que me deixa sensibilizada, porque sempre tive essa mesma percepção do objeto, tão comum a todos nós, humanos iniciados nas letras: "Desde criança gosto de cadernos em branco, gosto de imaginar no que eles podem se transformar. Os cadernos servem pra tudo. Servem pra brincar, pra desenhar sem pensar, só pelo prazer de fazê-lo - para me desestruturar. Nos cadernos vale tudo". ;)


Dialética Liniersiana


Luz de Liniers

Compilação de "Cosas que te Pasan si Estás Vivo" ao fundo

Música no HQ

Tiras originais publicadas no jornal argentino La Nación
e nas compilações Macanudo de 2011 e 2012


 texto e fotos: Leocádia Costa



segunda-feira, 3 de maio de 2010

"O Pequeno Livro do Rock" de Hervé Bourhis


"Jamais tive uma overdose;
não vi os Sex Pistols no Chalet du Lac;
não estive no Bronx nos primórdios do hip-hop;
não vi os Beatles ao vivo no Ed Sullivan Show;
não fui aos shows do Elvis em 55;
não compartilhei groupies com o Led Zeppelin;
não sou um crítico de rock profissional;
não tenho vontade de ser completo, objetivo ou de boa-fé.
Em suma, não tenho nenhuma legitimidade para escrever este livro,
E foi por todas essas razões que mesmo assim o escrevi."
Hervé Bourhis




 
Se o "1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer" é minha bíblia, “O Pequeno Livro do Rock” de Hervé Bourhis será assim pra mim uma espécie de Tão Te Ching, Alcorão ou algo assim, sei lá!
Demais!
A começar pela capa que imita as antigas capas de compactos e cuja orelha sugere um vinil. Comprei para ler na viagem a Buenos Aires e achei bem legal!
Na publicação, através de desenhos, quadrinhos, cartoons, tiras, ilustrações do próprio autor, visitamos praticamente ano a ano a história do rock com o toque muito pessoal da vivência de quem acompanha o rock desde pequeno com a sensação vivida daqueles momentos, como o primeiro disco que comprou, a roupa que a galera da escola usava por causa de tal banda, as influências da adolescência, os movimentos, estilos e tudo mais. Tudo isso de uma maneira muito livre e descompromissada sem se preocupar em dar mais importância a isso do que aquilo, reverenciar este ou aquele. Isso sem falar nas críticas e opiniões contidas nas tirinhas, normalmente muito ácidas e venenosas. Não concordo com muitas mas gosto de quem tem opinião forte e definitiva. De um modo geral gostei muito do modo de pensar e das impressões do cara.
Como poréns, acho que em determinados momentos dá muito mais importância do que devia a bandas pouco relevantes, e excessivo destaque ao rock francês, também pouco expressivo no cenário mundial, mas o que justifica-se em parte pela nacionalidade do autor e sendo assim compreensível pelo quanto estes nomes e artistas locais ajudaram na sua formação musical, o que, de certa forma, é o que delineia a cronologia do livro. De todo modo a "francesice" de Hervé Bourhis não é o suficiente para desqualificar a obra e é até divertida na maior parte das vezes.
Um barato também as “Battle Stars” que o autor promove, tipo “Bowie vs. Lou Reed”, “Chuck Berry vs. Little Richard”, “Nirvana vs. Pixies” e em especial “Michael Jackson vs. Prince” na qual ele termina dizendo “e vocês ainda dão confiança pra um cara que se auto-intitula Rei do Pop”. Já dá pra imaginar quem venceu esta batalha, não?


Cly Reis

sexta-feira, 7 de março de 2014

"Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual", de Gustavo Taretto (2011)


Fazia tempo que não escrevia sobre filmes aqui porque, com criança pequena em casa, quase não saio mais para ir ao cinema, e mesmo as sessões caseiras de DVD ficam mais limitadas. A gente prefere muitas vezes a garantia de algumas horas de sono antes que a bebê acorde, do que esticar um filmaço até duas da madruga. Mas felizmente agora estou retomando meu bom hábito de assistir a filmes e por sorte tenho visto coisas boas. Uma delas, da qual tinha ouvido falar muito bem e que confirmou as recomendações foi o argentino "Medianeras", um interessantíssimo retrato das relações humanas em épocas de tecnologia.
Sem ser chato, repetitivo, cliché ou piegas, aborda o convívio social na era digital, exatamente quando tudo oferece possibilidades, alternativas, recursos para que tenhamos tudo mais fácil, contudo, esta mesma tecnologia, a própria automatização acabam por desumanizar as pessoas. Mas não apenas a  internet ou os aparelhos são colocados como os culpados por estes distanciamentos humanos: as cidades também são retratadas como responsáveis por isso. Sua arquitetura, sua frieza, sua opressão, sua conformação física, etc. Tudo. Coisas que fazem com que por vezes estejamos cercados de tantas pessoas e sem ninguém.
É como vivem, cada um em seu mundo dentro da mesma cidade (e mais perto do que imaginam) Martín, um montador de sites, hipocondríaco, quase recluso; e Mariana, uma jovem arquiteta que trabalha como vitrinista e que tenta reorganizar seu mundo sozinha depois de um rompimento amoroso. Ambos, à sua maneira buscam sua outra metade, mas esses elementos, tecnológicos e urbanos, dificultam para que seus caminhos se cruzem.
"Medianeras" é no fundo um filme sobre a solidão. Mas não um filme convencional. Trata do assunto com inteligência e bom-humor valendo-se uma narrativa envolvente e muito bem estruturada.
Pra quem não aguenta  mais comediazinhas românticas bestas e repetitivas americanas, eis aí, com "Medianeras", uma alternativa diferente e de muita qualidade.




C.R.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Toquinho & Maria Creuza – Teatro Bourbon Country – Porto Alegre/RS (20/08/2015)



A dupla homenageando Vinícius de Moraes
foto: Dulce Helfer
Como venho ressaltado aqui no blog, a temporada de show está ótima. Mais um destes belos espetáculos, que vi ao lado de Leocádia Costa e de minha querida Martha Becker, ocorreu no Teatro Bourbon Country, quando o cantor, compositor e violonista Toquinho e a cantora Maria Creuza se reuniram para homenagear Vinícius de Moraes. A ocasião – comemorativa aos 15 anos do escritório jurídico TozziniFreire de Porto Alegre, que patrocinou o show – foi especial. Isso porque a dupla havia se apresentado junto apenas em um espetáculo, justo no histórico show de 1970 que os reuniu com Vinicius e que deu origem a um dos mais celebrados discos ao vivo da MPB, “Vinicius de Moraes en La Fusa”, gravado em Buenos Aires. Depois, nunca mais pisaram num palco juntos.
Porém, felizmente, ambos estão ativos para poderem repetir o feito. O show, na verdade, não se restringia apenas ao repertório de Vinicius de Moraes, pois é mesmo comandado por Toquinho, este virtuose do seu instrumento que, como João Bosco e seu mestre Baden Powell, aprendeu não apenas a tocar mas também a cantar e, principalmente, compor (alinhando-se a uma seleta estirpe de compositores que vai de Liszt e Rachmaninoff a Jimi Hendrix e Louis Armstrong). Assim, “Toco” – como é carinhosamente chamado por Maria Creuza –, teve a “sorte”, segundo o próprio, de cocriar com outros grandes mestres da música brasileira, como Chico BuarquePaulo César PinheiroJorge Ben e o próprio Baden, autores que também aparecem no set-list.
 Maria Creuza, ainda com seu belo timbre mas de voz já um pouco cansada, faz boas participações no meio e no final. Foi ela quem comandou clássicos como “Você abusou”, “Se Todos no Mundo Fossem Iguais a Você” e “Eu Sei que Vou te Amar”, este, seu melhor momento. Juntos, cantaram outras pérolas: “A Felicidade”, “Tomara” e “Samba em Prelúdio”, de Baden (que promove na segunda parte um lindo contracanto com as vozes de ambos), autor este do qual Toquinho ainda tocou uma impressionante versão de “Berimbau”, do memorável "Os Afro-Sambas" (1966), em que o violão, de tão bem tocado, parecia realmente soar como o típico instrumento afro.
Toquinho, um mestre com seu violão
foto: Dulce Helfer
De resto, o show é todo de Toquinho. Simpático e conversador, ele contou histórias e comentou praticamente todos os números, fosse antes ou depois. Afinal, histórias dele, dos tempos de bossa nova e, principalmente, do “vivido” amigo Vinicius, não faltam. Uma destas foi a que deu origem a um de seus maiores sucessos, “Tarde em Itapuã”. Ele, na época adolescente, vira o poeta escrevê-la em sua casa em Salvador e se encantara com os versos. Só que a mesma estava prometida para outro gênio da música brasileira musicar: Dorival Caymmi. No entanto, Toquinho, ousado, roubou o papel e aproveito que voltava uns dias para São Paulo para criar a melodia. Na volta a Bahia, encontrou Vinicius desesperado atrás do seu escrito e, para aplacar sua fúria quando soube que tal havia sido surrupiado, Toquinho tocou-a ao violão para o mestre. Meia hora depois, mais calmo, Vinicius aceitou não repassá-la a Caymmi e assim nasceu um dos maiores clássicos da MPB.
 O show teve ainda momentos de bastante emoção, como nas interpretações de “A Casa” e “O Pum”, do infantil "A Arca de Noé", último projeto de Vinicius com Toquinho antes de morrer, em 1980, obra que permeia a infância de muita gente que estava ali – a começar pela minha e de Leocádia, que, inclusive, já escreveu sobre sua ligação com “A Arca...” aqui no blog. Na mesma linha, as tocantes “O Caderno” (preferida do próprio Toquinho, dele com Mutinho) e “Aquarela”, com sua letra lúdica e realista (“Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá/ O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar/ Vamos todos numa linda passarela/ De uma aquarela que um dia enfim/ Descolorirá.”), foram de levar às lágrimas. Como ele mesmo disse, o desafio de fazer música para os pequenos é se despir das complexidades harmônicas do adulto e se comunicar com as crianças sem subestimá-las.
 No seu tributo ao “poetínha” couberam ainda “Samba pra Vinicius” (“Poeta, poetinha vagabundo/ Quem dera todo mundo fosse assim feito você/ Que a vida não gosta de esperar/ A vida é pra valer/ A vida é pra levar/ Vinícius, velho, sarava”), dele e de Chico, “Chega de Saudade”, marco inicial da bossa nova em que deram vivas a João Gilberto, e, claro, as tão famosas parcerias com Vinicius: “Cotidianas n° 2”, "Como Dizia o Poeta” e a atualíssima “A Tonga da Mironga do Kabuletê”: “Você que lê e não sabe/ Você que reza e não crê/ Você que entra e não cabe/ Você vai ter que viver...”. Nem parece ter sido escrita nos anos 70... Pra terminar, “Regra três”, bis que fechou a noite.
 É muito bonito ver na ativa um verdadeiro representante de um período tão fértil da música brasileira, um cara que faz com propriedade a ligação entre os compositores dos anos 50 (Tom Jobim, Antonio Maria, Dolores Duran, Carlos Lyra, entre outros) com o período pós-bossa nova dos anos 60 e 70 (Chico, Baden, Elis Regina, festivais, tropicalistas) e, ainda assim, resgata a tradição dos violeiros e do choro, um dos estilos seminais do samba moderno. E mais digno ainda assistir eles homenageando Vinicius de Moraes, que revelou Maria Creuza e que, com Toquinho, principalmente, escreveu nada menos do que cerca de 130 canções, hoje eternizadas geração após geração. Toquinho teve sorte? Sim, mas, muita competência. Parafraseando o poeta: que nos desculpem os inaptos, mas talento é fundamental. E Toquinho tem de sobra.





segunda-feira, 2 de maio de 2016

"Borges e os Orangotangos Eternos", de Luís Fernando Veríssimo - Ed. Companhia das Letras (2000)




Um romance de Luís Fernando Veríssimo às voltas com Jorge Luis Borges e entremeado pela obra de Edgar Allan Poe. Ah, algo assim não teria como ser nada menos do que incrível! "Borges e os Orangotandgos Eternos" que ganhei no Natal e que só agora, pela fila, teve sua vez, é um saboroso e envolvente mistério repleto de homenagens e referências literárias sem, por isso, tornar-se chato nem pedante. Bem ao estilo do autor, bem humorado e inteligente, o romance tem o charme de ter um de seus ídolos literários Jorge Luis Borges como "personagem" numa espécie de ode e reconhecimento à sua genialidade, inventividade e capacidade de criar tramas labirínticas, fazendo do escritor argentino o parceiro de investigação do portoalegrense Vogelstein, um professor, tradutor, escritor amador e amante de livros, envolvido na cena de um misterioso assassinato em Buenos Aires, em meio a um congresso de especialistas da obra de Edgar Allan Poe. Ao melhor estilo do escritor norte-americano criador do estilo de literatura de mistério e cuja obra é praticamente centro do livro, um dos integrantes do congresso, um antipaticíssimo estudioso, Joachim Rotkopf, é assassinado dentro de seu quarto de hotel fechado por dentro sem sinais de arrombamento, a exemplo do célebre conto "Os Assassinatos da Rua Morgue", tendo tendo tentado deixar, possivelmente, algum tipo de mensagem secreta, uma pista, antes de morrer, pela posição de seu corpo junto a um espelho, elemento, por sua vez muito comum na obra de Borges. Suspeitos não faltam uma vez que Rotkopf não era nada querido e mais de uma vez havia sido jurado de morte por integrantes daquele congresso. Aí então que Vogelstein, por ter sido o primeiro a encontrar o corpo, o detetive Cuervo, outro apreciador da obra de Poe (e mais uma das referências à sua obra) e Jorge Luis Borges, amigo e conselheiro de investigações do policial por conta de sua elevadíssima capacidade dedutiva fruto da construção de mistérios improváveis, debruçam-se sobre os elementos do crime com todas seus recursos, desde pistas concretas, as investigações das autoridades, as informações de Vogelstein, o último a ver Rotkopf com vida, especulações baseadas em obras da literatura de mistério, elocubrações misticas e a tradicional e charmosa "falsa" erudição de Borges com a qual sempre alicerçou sua obra de maneira tão verossímil a ponto de nos perguntarmos se os livros, lugares ou civilizações que criava nunca existiram de verdade.
Um adorável mistério cheio de reviravoltas, surpresas e até mesmo clichês mas sendo estes colocados proposital e charmosamente por Veríssimo como uma reverência ao gênero literário que criou mitos como Conan Doyle e Agatha Christie e do qual seu "convidado", Jorge Luis Borges, fez uso de forma tão original e especial em sua obra. "Borges e os Orangotangos Eternos", além de uma homenagem ao herói Borges, da saudação à obra de Poe, de um exercício estilístico, é acima de tudo uma declaração de amor à literatura, ao gosto de escrever e ao gosto de ler e, nisso em especial, se justifica plenamente. Quem sai ganhando com toda essa séria brincadeira literária de Veríssimo é o leitor.


Cly Reis

quinta-feira, 11 de abril de 2024

"Hamlet", de Zeca Brito (2023)



Ser ou Não Ser Político? Eis a Questão


"A loucura às vezes atinge quando o julgamento e a sanidade não dão frutos."
Da Peça "Hamlet", ato 2

Levar Shakespeare para a tela sempre foi uma tarefa complexa. A tentação de se valer do texto clássico pela sua inequívoca qualidade, no entanto, nem sempre é garantia de um bom resultado. Justamente pela alta qualidade literária, a adaptação pode facilmente resvalar. Se há acertos esplêndidos, como “Othelo” de Orson Welles, há também pasteurizações enfadonhas, tipo “Romeu + Julieta” de Baz Luhrmann. Fato é que o cinema ainda explora formas de elaborar a dramaturgia do autor inglês. Entende-se, contudo, tamanha tentação. O teatro shakespeariano sintetiza tão bem a alma humana, que é capaz de refletir situações aparentemente distantes de si, rompendo épocas e renovando linguagens ao longo do tempo. O provocativo “Hamlet”, do cineasta gaúcho Zeca Brito, prova isto. Quando se poderia imaginar, afinal, que uma peça de 425 anos suportaria com a devida potência a ação do movimento Ocupa Escola do Brasil do século 21?

Ganhador de diversos prêmios em festivais, como Gramado e o FIDBA, em Buenos Aires, “Hamlet” é livremente inspirado na peça trágica. Encarnado por Fredericco Restori, o jovem protagonista se encontra em pleno ano de 2016 vivenciado a ocupação do movimento estudantil no Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre. Em meio ao traumático processo de impeachment de Dilma Rousseff, é o registro de um período de convulsão social, quando estudantes secundaristas amotinam-se e interrompem as aulas para protestar contra o desgastado sistema vigente. 

Restori no papel de "Hamlet" entre os alunos em protesto

Com a equipe de filmagem inserida no colégio, Brito capta ao mesmo tempo a realidade daqueles jovens e a participação ativa do ator, que divide-se entre a ficção e a vida real. O cineasta retoma o teor político de realizações anteriores, como “A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro” (2016) e “Legalidade” (2019), porém usando a tragédia renascentista como impulso a uma obra pulsante e singular.

A força do filme está no proveito de um dos recursos elementares do texto original: a duplicidade. A dureza da fotografia em p&b expõe constantemente a dicotomia “realidade versus ficção”. O “ser ou não ser” hamletiano se transfigura em embates simbólicos entre bem e mal, loucura e lucidez, democracia e totalitarismo, violência e doçura, espírito e matéria. Ao unir documentário e drama, “Hamlet” joga seu personagem principal num palco vivo, que o faz questionar a vida como um teatro de incertezas e angústias. A exposição na tela daquele Brasil rachado redimensiona, assim, o significado da palavra “cenário”. Não é mais apenas uma explicação para “conjuntura política”, mas para a cena, o plano de ação, aquilo que a câmera enquadra. 

É emblemática a cena em que Hamlet é abordado por uma equipe de televisão, que transmitia ao vivo o ato no colégio. A repórter (de abordagem parcial e sem saber que se tratava de um ator), questiona Hamlet sobre a ocupação. Porém, incomodada com uma pessoa que a filma just in time (o próprio Zeca Brito), grosseiramente a condena. A multiplicidade de camadas e espelhamentos que a sequência consegue revelar – o olhar do cineasta, do tevente, do espectador do filme, da repórter, do apresentador, do cinegrafista – atingem um nível de metalinguagem e de complexidade discursiva admiráveis.

Diálogo entre pai e filho: espelho
A atuação de Restori, igualmente, é alimentada por esta riqueza de intenções. A tênue fronteira entre sanidade e insanidade que conduz Hamlet durante toda a peça expõe-se no personagem do filme através do conflito existencial entre outros dois extremos: o rompimento com a infância e a assunção da vida adulta. Mais do que isso: a tomada de consciência do seu “ser político”. Os diálogos dele com o pai, o também ator Marcelo Restori, como que pondo-se diante de um fantasma no espelho, retrazem o elemento da figura paterna do livro, mas não pelo trauma da morte física como no caso do príncipe dinamarquês, mas a morte da inocência em detrimento da razão. 

Ao reelaborar elementos distintivos do clássico, o filme renova o olhar sobre o ser humano em suas relações sociopolíticas na atualidade. O jovem Hamlet, amálgama de incertezas e desafios, veste, agora, seu manto preto pelas ruas de Porto Alegre como um estudante em busca de respostas àquilo que lhe faça sentido. O filme, assim, faz suscitar profundos questionamentos a respeito da sociedade brasileira dos últimos anos, uma sociedade contraditória e marcada pela pior das dicotomias a qual pode condenar-se: a polarização política. No espelho, não é mais o fantasma do pai que Hamlet vê: é o seu país.

texto originalmente publicado no caderno Doc do jornal Zero Hora em 8 de março de 2024

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trailer de "Hamlet", de Zeca Brito



Daniel Rodrigues


sexta-feira, 1 de junho de 2018

Joan Armatrading - “To the Limit” (1978)



"O que distingue seu trabalho é a autenticidade 
única de cada uma de suas músicas. 
Percorrendo o jazz, o blues, o reggae e o rock, 
ela nunca parece repetir o material anterior." 
Stephen Demorestdec,
em matéria de dezembro de 1978 
do jornal The New York Times


Um disco que pouca gente conhece, mas que é um dos meus discos da vida: “To the Limit”, da cantora e compositora britânica Joan Armatrading. Este disco me foi apresentado pelo colega de faculdade e grande figura Cláudio Almeida. Eu já havia lido uma crítica de um show da Armatrading no Jornal de Música, escrita pelo Mauricio Valladares, e tinha ficado curioso.

Nas minhas madrugadas ouvindo a Rádio El Mundo de Buenos Aires, curti pela primeira vez "Love and Affection", a principal canção do terceiro disco da moça. Mas nada me preparou para o impacto ao ouvir o “To the Limit”. Já de cara, "Barefoot and Pregnant" te derruba com o groove maravilhoso do baterista Henry Spinetti e os teclados de Red Young. Na sequência, "Your Letter" é uma daquelas baladas que te deixa na lona com o sax tenor de Quitman Dennis. "Am I Blue for You" começa com o talk box do guitarrista Dave Palmer e "You Rope You Tie Me" tem três mudanças de tempo e clima.

"Baby I" é outra balada de cortar os pulsos. "Bottom to the Top", de onde foi tirado o título do disco, é um reggae com o órgão de Dick Sims mandando no pedaço. "Taking my Baby Up Town" é um roquinho onde Aramatrading conta a história de um passeio com sua namorada. "What Do You Want" tem Joan cantando num tom baixo e a flauta de Dennis pontuando a canção. "Wishing", segundo ela própria, é a primeira tentativa de fazer poesia com uma melodia poderosa. Pra fechar, "Let It Last" tem um clima gospel e o sax soprano de Quitman Dennis fazendo mais uma aparição.

Tremendo disco com letras fortes e cantadas com maestria pela compositora. O disco é tão bom que consegui arrebanhar mais uns fãs pra Armatrading: Mauro Magalhães, Marcelo Jardim e Mauro Drummond. Ah, tu não conheces? Ouve aqui, meu!
*************

FAIXAS:
1. "Barefoot and Pregnant" - 3:40
2. "Your Letter” - 3:40
3. "Am I Blue For You" - 4:24
4. "You Rope You Tie Me" - 4:08
5. "Baby I" - 4:52
6. "Bottom to the Top" - 3:34
7. "Taking My Baby Up Town" - 3:25
8. "What Do You Want" - 3:44
9. "Wishing"- 4:48
10. "Let it Last" - 4:57
Todas as composições de Joan Armatrading

**********************
OUÇA O DISCO:
Joan Armatrading - “To the Limit”


por Paulo Moreira

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Debate "O Espaço Encontrado pela Crítica nos Eventos de Cinema e Qual seu Papel no Fomento da Cinefilia" - 1º Encontro dos Festivais Ibero-americanos de Cinema (EFIC) - Cinemateca Capitólio - Porto Alegre/RS (26/03/23)


Faz um tempo que já que ocorreu, mas vale a pena registar o debate do qual fui mediador como crítico filiado a Accirs, no 1º Encontro dos Festivais Ibero-americanos de Cinema (EFIC), realizado na charmosa Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, em março, e promovido pela Fundação Cinema RS (Fundacine) em parceria com a Coordenação de Cinema e Audiovisual da Prefeitura de Porto Alegre. O evento teve como eixo central a criação de um espaço de intercâmbio entre alguns dos principais eventos da Ibero-América, com mesas e painéis temáticos, além de uma mostra de obras cinematográficas que tiveram relevância no cenário destes eventos. 

A salutar discussão da qual participei foi sobre a relação entre a crítica e os festivais e mostras de cinema e qual seu papel no fomento da cinefilia com a presença de três ilustres debatedores: David Manuel Obarrio, responsável pelo Bafici - Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, na Argentina; Victor Guimarães, cabeça da programação do Ficvaldivia - Festival Internacional de Cinema de Valdivia, no Chile, entre outros festivais e mostras; e minha colega de ACCIRS Ivonete Pinto, jornalista, professora de cinema e editora da Revista Teorema.

Coube a mim fazer uma breve abertura para, em seguida, passar a palavra para os convidados, que tinham muito a falar e de quem o público presente queria ouvir. Obarrio, simpático e sagaz, dentre diversos aspectos que abordou, falou sobre o atual momento do cinema independente na Argentina e do cuidado para não ser levado a padronizações no processo de curadoria de um festival em seu país. O êxito do cinema de realizadores como Pablo Trapero e Lucrécia Martel, conforme disse, acaba por influenciar o formato de novas produções, que perigosamente investem em reproduzir uma espécie de formato já estabelecido por estes estetas. Na sua opinião, para que se mantenha a independência e a proposição de coisas novas num cinema tão exitoso como o argentino é importante que festivais como o que ele representa estejam atentos a isso de forma a não chancelar tal movimento acriticamente para que, com o tempo, não haja uma natural "commoditização".

Já Ivonete, colega de Accirs a quem tenho apreço e admiração, trouxe em sua fala, dentre outros aspectos, o da importância da produção acadêmica para a crítica de cinema. Professora de cinema, ela sinalizou o quando há produções de grande qualidade que refletem com profundidade a arte cinematográfica em artigos de publicações muitas vezes restrita ao meio das universidades. Ivonete também falou sobre experiência na crítica mais corriqueira para imprensa, e com a qual buscava equilibrar o olhar acurado da crítica a uma comunicação mais ligeira e rasa que a notícia do dia a dia (e os leitores) exigem, não raro recorrendo a ironia para absorver aquilo que não considera cinema, como comédias da Globo Filmes ou enlatados hollywoodianos.

Por fim, Victor, com quem comungo de várias percepções, que trouxe uma série de observâncias suas dos festivais e mostras do qual participa no Brasil e no exterior. Com uma visão bastante subjetiva e desprendida de estereótipos, mas focada no aperfeiçoamento constante do fazer e da reflexão crítica do cinema enquanto arte, Victor entende, por exemplo, que não se deve ter pressa em se assistir todos os lançamentos, por mais que mereçam audiência, pois considera, antes de mais nada, fundamental certo distanciamento do espectador/crítico com a obra para uma absorção mais pessoal e íntegra - o que, geralmente, o dilatamento do tempo ajuda a oferecer. Libertador para um cinéfilo como eu ouvir de um profissional tão entrosado com o circuito de festivais e mostras de cinema que há muito a se descobrir de novo nas produções velhas cronologicamente, algo que desde muito me pauta para ver e entender cinema e seu decurso.

O público presente encheu os convidados de perguntas, algumas bem formuladas, outras, nem isso. Mas todas respondidas com generosidade e competência pelos debatedores. Tanto que a mim coube basicamente dar o pontapé inicial e distribuir os questionamentos da plateia antes de encerrar o encontro.

Por conta de limitações de sinal na sala em que foi realizado o debate, o mesmo não foi transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do evento. Fizeram a gravação integral, mas não se lançou ainda na rede. Uma pena. Foi um espaço bastante rico para discutir questões inerentes a está relação tão próxima e necessária entre festivais/mostras e a crítica em seus vários níveis, seja na curadoria/programação, seja na cobertura destes eventos, seja na produção resultante disso, além do próprio dialogo entre realizador e crítico. Mesmo sem o vídeo, ficam aí alguns registros de fotos de como foi aquela tarde de domingo na charmosa Cinemateca Capitólio.

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Telão antes de iniciar o debate


Fazendo as apresentações


Ainda sobre os convidados...

Obarrio, convidado de fora, teve a primeira palavra


Victor veio logo em seguida

Ivonete encerrou o primeiro ciclo de falas


Papo sobre cinema e crítica segue interessante


Público não arredou pé


Este que vos fala ao lado do cartaz do EFIC


Daniel Rodrigues



sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O Escobar do espanhol chiado



Wagner Moura no polêmico papel de Pablo Escobar.
A maioria dos críticos brasileiros tirou sarro do Wagner Moura há pouco tempo. Tudo por ele não ter sotaque espanhol para interpretar Pablo Escobar na série “Narcos”, sucesso do Netflix. Resultado: Wagner está concorrendo na categoria de Melhor Ator Drama ao Globo de Ouro, uma das premiações mais importantes da TV e cinema. Eu duvido que os mesmos críticos tenham capacidade de distinguir o sotaque ou o acento uruguaio de Montevidéu e o argentino de Buenos Aires por exemplo. Até mesmo o “portunhol”, que é falado nas fronteiras destes dois países. Ou o colombiano do venezuelano. Cito mais: o de Cartagena e o de Medellín para finalizar.

Vale lembrar que inúmeros atores, e digo dos grandes, como Anthony Quinn e Marlon Brando, dentre centenas, interpretaram personagens de diversas nacionalidades e em poucas vezes falaram um idioma diferente dos seus, o inglês. Recentemente, Tom Cruise viveu um alto oficial alemão que falava como um californiano, Ninguém reclamou. Viggo Mortersen, outro grande ator que morou anos na Argentina e fala até "boludo" e ainda toma mate, interpretou Alatriste, um militar espanhol de Madri com um sotaque que parecia alguém do meio oeste americano que morou tempos em Palermo Soho.

São poucos atores que podem se dar ao luxo de aventurar em outro idioma sem que os vestígios da língua materna não os denuncie. Atualmente são raros na profissão os que conseguem a façanha de se desdobrar em línguas distintas. Daniel Bruhl e Christoph Waltz são dois exemplos que atuam fluente em cinco idiomas. Curiosamente Bruhl foi o ator que viveu o oficial alemão em "Bastardos Inglórios" que desmascarou o espião inglês (Fassbender) disfarçado de alemão, exatamente por identificar um sotaque bávaro sem o acento correspondente. E sobre o baiano Waguinho, ele calou a boca de todos no seu espanhol com chiado carioca. Dimaisss!

trecho da série "Narcos"





quarta-feira, 22 de março de 2023

Debate "O trabalho dos profissionais da crítica nos festivais e mostras de cinema" - I Encontro dos Festivais Ibero-Americanos - Cinemateca Capitólio - Porto Alegre/RS (26/3)

 

No próximo domingo, através da ACCIRS, eu participo como mediador de um debate sobre a crítica e festivais de cinema dentro do I Encontro dos Festivais Ibero-Americanos, que ocorre na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, entre os dias 23 e 27 de março. No painel "O trabalho dos profissionais da crítica nos festivais e mostras de cinema", que acontece no dia 26/03, às 15h, será debatido sobre o espaço da crítica nos eventos de cinema e qual seu papel no fomento da cinefilia. 

Participam da mesa Ivonete Pinto, colega de ACCIRS e editora da revista Teorema, o argentino David Obarrio, programador da Buenos Aires Festival (Bafici), e o mineiro Victor Guimarães, curador do Festival Internacional de Cine de Valdivia (FICValdivia).

A iniciativa é da Coordenação de Cinema e Audiovisual e Fundacine e tem como eixo central a criação de um espaço de intercâmbio entre alguns dos principais eventos da Ibero-América, com mesas e painéis temáticos, além de uma Mostra de obras cinematográficas que tiveram relevância no cenário destes eventos. 

Alta expectativa. Após o evento, claro, a gente faz registros e conta aqui como foi. Mais informações sobre o evento, que contém uma série de outras atividades, basta conferir aqui: www.fundacine.org.br  


Daniel Rodrigues

sábado, 4 de novembro de 2023

A Glória Eterna

 





Ilustrações de gols de clubes brasileiros que já tiveram a honra de serem campeões da Libertadores da América, ou seja, de alcançarem A Glória Eterna.

ATLÉTICO MG - Gol de Leo Silva na final contra o Olímpia em 2013
no Mineirão, em Belo Horizonte
Atlético MG 2 x Olímpia 0 (4x3)

CORINTHIANS - Gol de Emerson Sheik na final contra o Boca Juniors,
no Pacaembu em São Paulo, em 2012
Corinthians 2 x Boca Juniors 0

CRUZEIRO - Gol de Joãozinho no jogo-extra da final, contra o River Plate,
em Santiago, no Chile, em 1976
River Plate 2 x Cruzeiro 3

FLAMENGO -P Gol de Gabriel Barbosa, o Gabigol, na final única contra o River Plate, 
em Lina, no Peru, em 2019
Flamengo 2 x River Plate 1

GRÊMIO - Gol de César na final contra o Peñarol,
em Porto Alegre em 1983
Grêmio 2 x Peñarol 1

INTERNACIONAL - Gol de Rafael Sóbis, no primeiro jogo da final, contra o São Paulo,
no Morumbie, em São Paulo, em 2006
São Paulo 1 x Internacional 2

PALMEIRAS- Gol de Brenno Lopes, na final em jogo único contra o Santos,
no Maracanã, no Rio de Janeiro, em 2020
Palmeiras 1 x Santos 0

SANTOS - Gol de Neymar na final contra o Peñarol, em 2011,
no estádio do Pacaembú em São Paulo
Santos 2 x Peñarol 1

SÃO PAULO - Gol de Raí, na final contra o Newell's Old Boys,
em 1992, em São Paulo
São Paulo 1 x Newell's Old Boys 0 (3x2)

VASCO DA GAMA - Gol de Juninho Pernambucano, na semifinal contra o River Plate,
em Buenos Aires, na Argentina, em 1999
River Plate 1 x Vasco da Gama 1 (Vasco classificado para a final)




artes: Cly Reis
ilustrações digitais utilizando o
software GIMP