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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Nick Cave and The Bad Seeds - "Murder Ballads" (1996)






" 'Murder Ballads'
é mais do que contar histórias. 
Em cada música, Mr. Cave, meticulosamente,
cria uma fábula macabra
e, em seguida, a destila
em uma única imagem da morte."
The New York Times





Os estilo sombrio, a sonoridade cabaré, as letras pesadas, os temas mórbidos sempre estiveram presentes na música do australiano Nick Cave, mas em “Murder Ballads” todos estes elementos são levados ao extremo. Com pequenos “contos” recheados de morte, sexo, atrocidades, violência, sangue, e personagens estranhos, distribuídos sobre sua eclética sonoridade variada, repleta de country, blues, jazz, gótico, punk, Nick Cave chegava ao um dos melhores trabalhos de sua carreira.
A vocação de Cave como grande contador de histórias cotidianas já se faz confirmar logo de cara com a dramática “Song for Joy”, que só tem alegria mesmo no nome e, mesmo assim, olhe que nem nisso. Cave encarna um homem que conta a história de sua mulher e três filhas assassinadas por um psicopata, numa interpretação praticamente narrada acompanhada por uma batida pesada e um piano angustiante.
Aí vem a sequência dos Lee, duas canções tradicionais rearranjadas por Cave: “Stagger Lee” sobre um cara fodão, um maldito filha-da-puta, é intensa, forte e traz um final ruidoso de guitarras; já “Henry Lee”, que a segue, é uma balada linda e melancólica, na qual é acompanhado nos vocais pela, então namorada, PJ Harvey. Em outra balada, “Where the Wild Roses Grow” é a vez de ter a companhia da conterrânea Kylie Minogue que, com sua voz delicada e doce, contrapõe o vocal assustador e ameaçador de Mr. Cave.
Num alucinado country-polca-punk-rock, Cave nos apresenta mais uma de suas impressionantes histórias, desta vez a da jovem Loretta, uma matadora fria e cruel, na frenética “The Curse of Millhaven, que faz uma variação acelerada da melodia do refrão de “Henry Lee”, criando uma interessante amarração dentro do álbum.
Outros momentos do disco: “Lovely Creature” é outra que remete ao country; “Crow Jane” é uma espécie de jazz lento; e “Kindness of Stranger' é o típica balda de cabaré característica do cantor.
O grande momento do disco chega quase no final com a monumental "O'Malley's Bar", um “curta-metragem” de quase 15 minutos, com um toque de rumba, meio bolero, onde Nick Cave com vocal rasgado, um piano agresivo, rimas irregulares e uma letra quilométrica, relata um massacre brutal dentro de um restaurante e todos seus desdobramentos.
Depois de cantar e descrever a morte em suas diversas variações e possibilidades, Nick Cave ameniza o inevitável de cada um de nós e canta a bela “The Death is Not the End” de Bob Dylan, na companhia de seus ilustres convidados, P.J. Harvey, Kylie Minogue e do doidão Shane MacGowan com sua característica voz de pinguço. E é o fim do disco. Um final com a devida grandiosidade que o álbum merece. Mas felizmente é apenas o fim deste disco. Certamente, com a criatividade, talento e inquietude de Nick Cave, ele os Bad Seeds voltarão a nos apresentar coisas como este ótimo “Murder Ballads”.
****************

FAIXAS:
  1. "Song of Joy" – 6:47
  2. "Stagger Lee" – 5:15 (tradicional americana, adapt. Nick Cave and Bad Seeds)
  3. "Henry Lee" – 3:58 (tradicional escocesa, adapt. Nick Cave)
  4. "Lovely Creature" – 4:13 (Blixa Bargeld/Martyn P. Casey/Nick Cave/Mick Harvey/Thomas Wydler)
  5. "Where the Wild Roses Grow" – 3:57
  6. "The Curse of Millhaven" – 6:55
  7. "The Kindness of Strangers" – 4:39
  8. "Crow Jane" – 4:14 (Casey/Cave)
  9. "O'Malley's Bar" – 14:28
  10. "Death Is Not the End" – 4:26 (Bob Dylan)

******************
Ouça:

Cly Reis

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Adeus ao Bispo

“Quando olho para trás na minha vida, eu vejo todos os meus amigos que já partiram para outra jornada, então é hora de fazer tudo que posso.”
Solomon Burke (1940-2010)


Nesta última semana morreu, aos 70 anos, um dos principais cantores da música americana e um dos criadores da soul music, difundida aos quatro cantos do planeta a partir dos anos 50. Trata-se de Solomon Burke, o ex-pastor que saiu do altar das igrejas para demarcar seu lugar no showbizz, considerado pelo produtor musical Jerry Wexler como o "o melhor cantor de soul de todos os tempos". Vitimado por causas naturais, o Bispo, como era conhecido, partiu desta para melhor depois de chegar ao aeroporto Schipol, em Amsterdã. Além de músicas, deixou na Terra 21 filhos, 90 netos e 19 bisnetos. Poxa!...
Burke morreu menos conhecido que outras lendas do rythm’ n’ blues, como Otis Reding, James Brown, Ray Charles e Sam Cooke, todos de grande sucesso e até idolatria. Com seu barítono romântico cheio de groove e carregado de tradição gospel, embora de importância inegável para a música pop, não foi um campeão de hits como seus contemporâneos. Seu maior sucesso nas paradas foi “Just Out of Reach”, de 1961. Depois disso, teve outras de impacto ora bom ora mediano, como “The Price”, inspirada em um sermão, e “Cry to Me”, uma das duas músicas de seu repertório gravada pelos já antenados Rolling Stones no primeiro disco da banda, de 1964. A outra, “Everybody Needs Somebody to Love”, além da versão dos ingleses, também aparece cantada por John Belushi e Dan Akroyd no divertido filme-homenagem à soul music "Irmãos Cara-de-Pau" , de 1980.
Há muito Burke vinha produzindo bastante, porém sem vendagens significativas. Até que Deus interveio. O Todo-Poderoso não poderia deixar de dar, em vida, uma graça a um filho tão talentoso – ainda mais a um que O propagandeou tão bem como líder religioso fora e dentro dos palcos. Em 2002, já aos 62 anos, a independente Fat Possum Records, aproveitando de sua boa saúde – principalmente vocal –, resolveu prestar-lhe uma grata homenagem. Resgatando-o do ostracismo e oferecendo-lhe um aparato técnico de qualidade, a gravadora produziu um CD onde o Bispo interpreta canções de outros compositores, todas inéditas e feitas especialmente para aquela ocasião. O disco chama-se “Don’t Give Up to Me” (“Não desista de mim”, título bem apropriado).
Olhem só o time de feras chamado para este serviço: Bob Dylan, Van Morrison, Tom Waits, Elvis Costello, Brian Wilson, entre outros. O resultado não poderia ser diferente: um discaço! Não tenho muita noção de outros discos de carreira de Burke, mas provavelmente este é seu melhor trabalho. De produção cuidadosa, valoriza sua voz ao mesmo tempo em que imprime uma sonoridade entre o retrô e o moderno, transpassando a ideia não só de resgate da cultura negra americana mas, também, do quanto aquele Solomon Burke ainda era potente, vivo, às novas gerações. “Don’t Give...” deu-lhe, enfim, o primeiro grande reconhecimento: o prêmio Grammy, em 2003.
Deste disco, destaco a sensível “Diamonds in Your Mind” (de Waits), a lindíssima faixa-título – cartão de visita ao abrir em clima de balada a la Atlantic Records dos anos 50/60 – e o bluesão “Stepchild”, de Dylan, que parece tê-la escrito e dito (naquele seu jeitão presunçosamente carinhoso): “Toma aí, velho: manda ver!”.
Mas a obra-prima mesmo é “Fast Train”, uma das duas compostas por Van Morrison (a outra é “Only a Dream”). Uma balada arrasadora: amor, vida, morte, passagem do tempo; tudo está nela. Pincelada por agudas frases de órgão típico das igrejas negras nas quais Burke tanto pregou, e interpretada com intensidade na sua voz levemente envelhecida mas incrivelmente vigorosa, “Fast.Train” – como toda boa balada – começa calma e prossegue num crescendo de emoção. Vão se adicionando aos poucos um coro feminino, e os elementos sonoros se intensificam até o clímax, quando começa a decrescer lentamente, diminuindo e subtraindo cada um dos sons, como se já saciado e feliz. Como se aquele “rápido trem” tivesse, enfim, chegado á estação final, até sumir no horizonte com um último – e afinadíssimo – sopro de voz do Bispo-cantor.

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Dos registros antigos, certamente o melhor deles está compilado no CD “The Very Best of Solomon Burke”, de 1998. Como sempre, a caprichada edição do selo Rhino remasterizou as matrizes originais e traz todos os principais hits do cara.
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Coincidentemente, comentaram-me esta semana (por um outro motivo) sobre o filme “Alta Fidelidade”, que conta a história de um dono de uma loja de música à beira da falência (interpretado por John Cusack), um profundo conhecedor da música pop e fiel aos discos de vinil. Mas a referência a Burke está no livro ao qual o filme é inspirado, que tem "Got to Get You (Off My Mind)" como tema-chave.

Ouça o disco:
Solomon Burke Don't Give Up On Me

postado por Daniel Rodrigues

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2015





David Bowie nos deixou
ainda na liderança dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS
2015 acabou e como sempre, fazemos aqui no ClyBlog aquele balanço da movimentação dos álbuns fundamentais no ano anterior: artistas com mais discos na nossa lista, países com mias representantes, o ano e a década que apresentam mais indicados e outras curiosidades.
O ano abriu com a publicação de número 300 dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS que teve a especialíssima participação do escritor Afobório falando sobre o grande "Metrô Linha 743", resenha que marcou assim a estreia, mais que merecida, de Raul Seixas no nosso time de fundamentais.
Outros que já estavam maIs que na hora de entrarem pra nossa lista e que finalmente botaram seu primeiro lá foram a musa punk, Patti Smith; o poeta do rock brasileiro, Cazuza; a banda cult Fellini; o grande Otis Redding, os new wave punk do Blondie; os na´rquicos e barulhentos Ratos de Porão; o mestre do blues Howlin' Wolf; e em especial o Mr. Dynamite, James Brown, com seu clássico no Apollo ThetreAlguns, por sua vez, se afirmaram entre os grandes tendo enfim seu segundo disco indicado pra mostrar que não foi acaso, como é o caso de Cocteu TwinsChico Science com sua Nação ZumbiLobão e Björk.
Com o ingresso, em 2015, do ótimo Ouça o que eu digo: não ouça ninguém", os Engenheiros do Hawaii finalmente completam sua trilogia da engrenagem; Bob Dylan que foi o primeiro a ter dois álbuns seguidos nos Álbuns Fundamentais, lá em 2010, depois de um longo jejum finalmente botou seu terceiro na lista, o clássico "Blonde On Blonde"; já John Coltrane que passou um bom tempo apenas com seu "My Favourite Things" indicado aqui, de repente, num salto, apenas em 2015, teve mais dois elevados à categoria de Fundamental, muito por conta do cinquentenário destes dois álbuns, bem como de outro cinquentão da Blue Note que também mereceu sua inclusão em nossa seleção, o clássico 'Maiden Voyage" de Herbie Hancock, alem do fantástico The Shape of Jazz to Come" como homenagem merecida a Ornette Coleman, falecido este ano.
Por falar em falecido recentemente, não tem como deixar de falar em David Bowie que deixa este mundo na liderança dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS mostrando que toda a idolatria e reconhecimento do qual gozava não era a toa. Mas ele não está sozinho na ponta! Alavancado pela inclusão de seu ótimo "Aftermath", os Rolling Sones alcançam os líderes e empatam com Bowie e com seus "rivais", os Beatles, prometendo grandes duelos para as próximas edições dos A.F.
Como curiosidades, se no ano passado tivemos mais trabalhos de séculos passados, no último ano os A.F. tiveram um certo crescimento o número de álbuns produzidos no século XXI. Muito por conta de uma nova galera talentosa que vem surgindo por aí como Lucas Arruda e Tono que tiveram seus álbuns, "Sambadi" e "Aquário", respectivamente, reconhecidos  e incluídos no hall dos grandes álbuns. Os garotos também colaboraram para um fato interessante: o altíssimo número de discos nacionais neste ano. Foram 15 no total, empatando com o número dos norte-americanos neste ano e deixando bem para trás os ingleses com apenas 3 em 2015. O pulo brasileiro refletiu-se na tabela geral e pela primeira vez desde o início da seção o Brasil está à frente da Inglaterra em número de discos.
A propósito, falando de Brasil, se formos falar em termos nacionais, a principal mudança foi a elevação de Caetano VelosoEngenheiros do Hawaii e Tim Maia à vice-liderança, dividindo-a ainda com GilLegião e Titãs. Na ponta, segue firme o Babulina, Jorge Ben, com 4 álbuns fundamentais.
E aí? O que será que nos reserva 2016? Como será a batalha Beatles vs Stones? Alguém alcançará ou passara Jorge Ben na corrida nacional? E os ingleses reagirão contra os brazucas e mostrarão que são a terra do rock? Aguarde as próximas postagens e acompanhe o ClyBlog em 2016. Por enquanto ficamos com os números de 2015 e uma visão geral de como andam as coisas nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.


PLACAR POR ARTISTA (GERAL)

  • The Beatles: 5 álbuns
  • David Bowie 5 álbuns
  • The Rolling Stones 5 álbuns
  • Stevie Wonder, Cure, Led Zeppelin, Miles Davis, John Coltrane, Pink Floyd, Van Morrison, Kraftwerk e Bob Dylan: 3 álbuns cada


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben (4)*
  • Titãs, Gilberto Gil*, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii e Tim Maia; 3 álbuns cada
*contando o álbum Gil & Jorge

PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 13
  • anos 60: 63
  • anos 70: 90
  • anos 80: 82
  • anos 90: 62
  • anos 2000: 8
  • anos 2010: 7


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1

PLACAR POR ANO

  • 1986: 15 álbuns
  • 1985 e 1991: 13 álbuns cada
  • 1972 e 1967: 12 álbuns cada
  • 1968, 1976 e 1979: 11 álbuns cada
  • 1969, 1970, 1971, 1973, 1989 e 1992: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 125 obras de artistas*
  • Brasil: 85 obras
  • Inglaterra: 80 obras
  • Alemanha: 6 obras
  • Irlanda: 5 obras
  • Canadá e Escócia: 4 cada
  • México e Austrália: 2 cada
  • Suiça, Jamaica, Islândia, Gales, Itália e Hungria: 1 cada

*artista oriundo daquele país




Cly Reis

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Melhores Álbuns da Década

Final de ano é época de listas. Tem lista de tudo, lista de coisas pra realizar no próximo ano, lista de presentes, lista de reforços pos times, listas de filmes e chove de listas de melhores músicas e álbuns por aí. E sendo final de ano e de década, mais aparecem listas ainda.
Duas das mais conceituadas publicações do ramo musical não poderiam deixar de apresentar as suas de Melhores Álbuns da Década. Particularmente acho que desde o final dos 80, início dos 90 a coisa anda piorando e cada vez menos se vê coisas muito boas, mas é lógico, sempre surge algo legal. Não são muitos mas tem.
A Rolling Stone por exemplo, pôe Radiohead com seu “Kid A”, na primeira posição, com dos melhores da década. Particularmente, não gosto nem desgosto muito do Radiohead. Perdi a paciência com eles depois do bom “Ok, Computer” e desde então não dou muita bola pros caras. Vou tentar ouvir este “Kid A”. Destaques, pra mim, para o ótimo e marcante “Is This It” dos Strokes na segunda posição e para "Elephant" dos White Stripes, destacado há alguns dias aqui neste blog, ocupando o quinto posto. Atenção para o também destacado (entusiasticamente) aqui no Spin 1/2, "Oracular Spectacular" do MGMT que para mim é o que de melhor aconteceu nos últimos anos, que aparece na 18° posição.
Sinal de que a coisa não anda muito boa é que Bob Dylan aparece duas vezes na lista entre os 20. A essas alturas cantando como uma velha, NÃO PODE! É apelar pras velhas novidades porque não tem nada muito melhor.
Mas outra que apresentou sua listinha da década, da qual gostei mais, foi a New Musical Express que tasca o mesmo “This Is It” dos Strokes na primeira, seguido de Libertines com “Up the Braket’ na segunda e o bom "XTRMNTR" do Primal Scream com o bronze. Outros destaques para mim são PJ Harvey com “Stories from the City, Stories from the Sea” em 6° que não é o melhor dela mas vá lá; Stripes que aqui aparece em 18° com o mesmo “Elephant” e em 19° com ”White Blood Cells”, The Horrors, outra das boas novidades dos últimos anos com "Primary Colours" como 68 e não contando com tanta generosidade como a da Rolling Stone, na NME "Oracular Spectacular" do MGMT só pegou a centésima posição.
Confira abaixo as 10 mais de cada publicação:

Rolling Stone:

1. Radiohead: Kid A
2. The Strokes: Is This It
3. Wilco: Yankee Hotel Foxtrot
4. Jay-Z: The Blueprint
5. The White Stripes: Elephant
6. Arcade Fire: Funeral
7. Eminem: The Marshal Mathers LP
8. Bob Dylan: Modern Times
9. M.I.A.: Kala
10. Kanye West: The College Dropout




New Musical Express:

1. The Strokes: This Is It
2. The Libetines: Up the Bracket
3. Primal Scream: XTRMNTR
4. Arctic Monkeys: Whathever People Say I Am, That’s What I’m Not
5. Yeah Yeah Yeahs: Fever to Tell
6. PJ Harvey: Stories from the City, Strories from the Sea
7. Arcade Fire: Funeral
8. Interpol: Turn on the Bright Lights
9. The Streets: Original Pirate Material
10. Radiohead: In Rainbows



quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

cotidianas #413 - A Fazenda da Maggie




Eu não vou mais vou trabalhar na fazenda da Maggie
Não, eu não vou mais trabalhar na fazenda da Maggie
Bem, eu acordo de manhã
Cruzo minhas mãos e rezo por chuva.
Eu tenho a cabeça cheia de idéias
que estão me deixando louco
É uma vergonha o jeito como ela me faz esfregar o chão.
Eu não vou mais trabalhar na fazenda da Maggie.

Eu não vou mais trabalhar para o irmão da Maggie
Não, eu não vou mais trabalhar para o irmão da Maggie
Bem, ele te dá cinco centavos
Ele te dá dez centavos
Ele te pergunta com um sorrisinho
Se você está tendo um bom momento
Então ele te multa toda a vez que você bate a porta.
Eu não vou mais trabalhar para o irmão da Maggie

Eu não vou mais trabalhar para o pai de Maggie
Não, eu não vou mais trabalhar para o pai de Maggie
Bem, ele põe seu cigarro
Na sua cara só de sacanagem
A janela do quarto dele
É feita de tijolos
A Guarda Nacional fica rondando sua porta
Ah, eu não vou mais trabalhar para o pai de Maggie

Eu não vou mais trabalhar para a mãe de Maggie
Não, eu não vou mais trabalhar para a mãe de Maggie
Bem, ela fala para todos os empregados
Sobra o homem e Deus e as leis.
Todos dizem
Que ela é o cérebro por trás do pai.
Ela tem 68 anos, mas diz ter 54.
Eu não vou mais trabalhar para a mãe de Maggie

Eu não vou mais trabalhar na fazenda de Maggie
Não, eu não vou mais trabalhar na fazenda de Maggie
Bem, eu faço meu melhor
Para ser apenas como eu sou,
Mas todos querem que você
Seja exatamente como eles são.
Eles dizem "cante enquanto você trabalha" e eu apenas fico entediado.
Eu não vou mais trabalhar na fazenda da Maggie.

******************
"Maggie's Farm"
(Bob Dylan)

Ouça:
"Maggie's Farm" - Bob Dylan

sábado, 3 de janeiro de 2009

Melhores Pop e Rock de 2008

As principais revistas, jornais e sites do meio musical pelo mundo afora divulgaram neste final de ano os melhores álbuns e bandas eleitos por seus leitores e visitantes.
O que chma a atenção, principalmente, é a confirmação dos chamados "indies" como destaques. Estes, os alternativos que já vinham crescendo e aparecendo bem nos últimos anos tomam conta agora e em posições de destaque inclusive em publicações bem tradicionais.
Destaco aqui duas bandas sobre as quais escrevi durante o ano passado e que foram indicadas em várias destas mídias. Uma delas, já bem conhecida mas que lançou um álbum até certo ponto surpreendente, foi o Portishead com seu "Third". O disco da banda beliscou a 2a. posição nos jornais New York Times e The New Yorker além do site Pitchfork, a 3a. na revista Spin,a 4a.no Guardian Unlimited, a 7a. na publicação francesa Les Inrockuptibles e a 9a. no jornal The Observer, além de ter sido o 3o. álbum mais ouvido na Last FM e ter garantido o primeiríssimo posto na Uncut.
Outro dos comentados aqui no SPIN 1/2 foi a boa revelação MGMT com o ótimo "Oracular Spectacular" que me fez sair de casa pra ver uma "aposta" no Tim Festival (e valeu a pena). "Oracular Spectacular" pegou um 5o. lugar no Guardian, 6o. no The Observer, um décimo lugar na Spin, foi o medalha de prata entre os mais ouvidos na Last FM e pegou ouro no NME (New Musical Express) e na Les Inrockuptibles.
Outra banda também citado aqui, o The Ting Tings, aparece na lista da Last FM na quinta posição e o também apreciado por est blogueiro, o soturno Nick Cave aparece bem também em várias listas, como na Uncut, no Sunday Times, na Billboard e na Q Magazine. Dos que já são mais mainstream, o Metallica com "Death Magnetic" pinta em várias paradas e o REM pega uma 9a. posição no Sunday Times. Curiosidade é o aparecimento dos veterano Neil Young na Metacritic.com com seu "Sugar Mountain Live", e de Bob Dylan na Rolling Stone, com "Tell Tale Signs".
No geral, quem mais aparece em quase todas as listas é o popular Coldplay que, do que eu ouvi do tal álbum "Viva La Vida", não me impressionou muito, o Fleet Foxes, que devo admitir não conhecer, e o TV on Radio que eu acho que já ouvi mas que, se não me chamou atenção, não deve ser lá essas coisas, mas prometo dar uma chance a eles.


Confiram abaixo as principais listas internacionais:


Billboard
1.Fleet Foxes "Fleet Foxes"
2.Santogold "Santogold"
3.Bon Iver "For Emma, Forever Ago"
4.Vampire Weekend "Vampire Weekend"
5.Elbow "The Seldon Seen Kid"
6.Coldplay "Viva La Vida"
7.Nick Cave "Dig!!! Lazarus, Dig!!!"
8.Metallica "Death Magnetic"
9.Adele "19"
10.Lil Wayne "The Carter III"


NME (New Musical Express)
1.MGMT "Oracular Spectacular"
2.TV on Radio "Dear Science"
3.Glasvegas "Glasvegas"
4.Vampire Weekend "Vampire Weekend"
5.Foals "Antidotes"
6.Metronomy "Nights Out"
7.Santogold "Santogold"
8.Mystery Jets "21"
9.Kings of Leon "Only by the Night"
10.Frendly Fires "Friendly Fires"


Rolling Stone
1.TV on Radio "Dear Science"
2.Bob Dylan "Tell Tale Signs"
3.Lil Wayne "The Carter III"
4.My Morning Jacket "Evil Urges"
5.John Mellencamp "Life, Death, Love and Freedom"
6.Santogold "Santogold"
7.Coldplay "Viva La Vida"
8.Beck "Modern Guilt"
9.Metallica "Death Magnetic"
10.Vampire Weekend "Vampire Weekend"


Les Inrockuptibles
1.MGMT "Oracular spectacular"
2.Fleet Foxes "Fleet Foxes"
3.Vampire Weekend 'Vampire Weekend"
4.Santogold "Santogold"
5.The Last Shadow Puppets "The Age of Understatement"
6.Kanye West "808's and Heartbreaks"
7.Portishead "Third"
8.TV on Radio "Dear Science"
9.Sébastien Tellier "Sexuality"
10.Bon Iver "For Emma, Forever Ago"


The New York Times
1.TV on Radio "Dear Science"
2.Portishead "Third"
3.Toumani Diabate "The Mande Variations"
4.Erykah Badu "New Amerykah part one"
5.Department of Eagles "In Ear Park"
6.Jamey Johnson "That Lonesome Song"
7.Wolf Parade "At Mount Zoomer"
8.Deerhunter "Microcastle"
9.Laura Marling "Alas, I Cannot Swim"
10.Santogold "Santogold"


The New Yorker
1.Bon Iver "For Emma, Forever Ago"
2.Portishead "Third"
3.The VEry Best "Esau Mwamwaya & Radioclit Are the Best"
4.Dungen "4"
5.Taylor Swift "Fearless"
6.Lil Wayne "The Carter III"
7.Ashton Shepard "Sounds so Good"
8.Benga "Diary of an Afro Warrior"
9.Flyng Lotus "LA EP 1x3"
10.Cat Power "Jukebox"


The Observer
1.Bon Iver "For Emma, Forever Ago"
2.Amadou and Mariam "Welcome to Mali"
3.Elbow "The Seldon Seen Kid"
4.Glasvegas "Glasvegas"
5.Kings of Leon "Only by the Night"
6.MGMT "Oracular Spectacular"
7.Vampire Weekend "Vampire Weekend"
8.Kanye West "808's and Heartbreaks"
9.Portishead "Third"
10.TV on Radio "Dear Science"


Spin
1.TV on Radio "Dear Science"
2.Lil Wayne "The Carter III"
3.Portishead "Third"
4.Fucked Up "The Chemistry of Common Life"
5.Fleet Foxes "Fleet Foxes"
6.Santogold "Santogold"
7.Deerhunter "Microcastle"
8.Hot Chip "Made in the Dark"
9.Coldpaly "Viva la Vida"
10.MGMT "Oracular Spectacular"


Uncut
1.Portishead "Third"
2.Fleet Foxes "Fleet Foxes"
3.TV on Radio "Dear Science"
4.Bon Iver "For Emma, Forever Ago"
5.Vampire Weekend "Vampire Weekend"
6.Elbow "The Seldon Seen Kid"
7.Neon Neon "Stainless Style"
8.Nick Cave "Dig!!! Lazarus, Dig!!!"
9.Kings of Leon "Only by the Night"
10.Paul Weller "22 Dreams"


Guardian Unlimited
1.TV on Radio "Dear Science"
2.Bon Iver "For Emma, Forever Ago"
3.Elbow "The Seldon Seen Kid"
4.Portishead "Third"
5.MGMT "Oracular Spectacular"
6.Fleet Foxes "Fleet Foxes"
7.Vampire Weekend "Vampire Weekend"
8.Glasvegas "Glasvegas"
9.Erykah Badu "New Amerikah part one"
10.Lil Wayne "The Carter III"


OUÇA AÍ OS 5 PRIMEIROS DA LAST FM:

Last FM
1.Coldplay "Viva La Vida"
http://www.lastfm.com.br/music/Coldplay/Viva+La+Vida+Or+Death+And+All+His+Friends

2.MGMT "Oracular Spectacular"
http://www.lastfm.com.br/music/MGMT/Oracular+Spectacular

3.Portishead "Third"
http://www.lastfm.com.br/music/portishead/third

4.Nine Inch Nails "Ghosts I-IV"
http://www.lastfm.com.br/music/Nine+Inch+Nails/Ghosts+I-IV

5.The Ting Tings "We Started Nothing"
http://www.lastfm.com.br/music/The+Ting+Tings/We+Started+Nothing

6.The Kooks "Konk"
7.Death Cab for Cutie 'Narrow Stars"
8.Hot Chip "Made in the Dark"
9.Jack Johnson "Sleep Though the Static"
10.Sigur Ros "Meõ Seõ í Eyrum Viõ Spilum Endalust"

quinta-feira, 16 de julho de 2009

OS 100 MELHORES DISCOS DE TODOS OS TEMPOS

Coloquei no blog o primeiro da minha lista do melhores álbuns de todos os tempos e então agora resolvi listar o resto.
Sei que é das tarefas mais difíceis e sempre um tanto polêmica, mas resolvi arriscar.
Até o 10, não digo que seja fácil, mas a concepção já está mais ou menos pronta na cabeça. Depois disso é que a gente fica meio assim de colocar este à frente daquele, tem aquele não pode ficar de fora, o que eu gosto mais mas o outro é mais importante e tudo mais.
Mas na minha cabeça, já ta tudo mais ou menos montado.
Com vocês a minha lista dos 100 melhores discos de toda a história:



1.The Jesus and Mary Chain “Psychocandy”
2.Rolling Stones “Let it Bleed”
3.Prince "Sign’O the Times”
4.The Velvet Underground and Nico
5.The Glove “Blue Sunshine”
6.Pink Floyd “The Darkside of the Moon”
7.PIL “Metalbox”
8.Talking Heads “Fear of Music”
9.Nirvana “Nevermind”
10.Sex Pistols “Nevermind the Bollocks"

11.Rolling Stones “Exile on Main Street”
12.The Who “Live at Leeds”
13.Primal Scream “Screamadelica”
14.Led Zeppellin “Led Zeppellin IV
15.Television “Marquee Moon”
16.Deep Purple “Machine Head”
17.Black Sabbath “Paranoid”
18.Bob Dylan “Bringing it All Back Home”
19.Bob Dylan “Highway 61 Revisited”
20.The Beatles “Revolver”
21.Kraftwerk “Radioactivity”
22.Dead Kennedy’s “Freshfruit for Rotting Vegettables”
23.The Smiths “The Smiths”
24.The Stooges “The Stooges”
25.Joy Division “Unknown Pleasures”
26.Led Zeppellin “Physical Graffitti
27.Jimmy Hendrix “Are You Experienced”
28.Lou Reed “Berlin”
29.Gang of Four “Entertainment!”
30.U2 “The Joshua Tree”
31.David Bowie “The Rise and the Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”
32.David Bowie “Low”
33.My Bloody Valentine “Loveless”
34.The Stone Roses “The Stone Roses”
35.Iggy Pop “The Idiot”
36.The Young Gods “L’Eau Rouge”
37.The 13th. Floor Elevators “The Psychedelic Sounds of The 13th. Floor Elevators”
38.The Sonics “Psychosonic”
39.Ramones “Rocket to Russia”
40.The Beatles “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”
41.PIL “Album”
42.REM “Reckoning”
43.Love “Forever Changes”
44.Madonna “Erotica”
45.Grace Jones “Nightclubbing”
46.Pixies “Surfer Rosa”
47.Pixies “Doolitle”
48.Rolling Stones “Some Girls”
49.Michael Jackson “Off the Wall”
50.Michael Jackson “Thriller”
51.Beck “Odelay”
52.Nine Inch Nails “Broken”
53.The Fall “Bend Sinister”
54.REM “Green”
55.Neil Young and the Crazy Horse “Everybody Knows This is Nowhere”
56.Kraftwerk “Trans-Europe Expreess”
57.The Smiths “The Queen is Dead”
58.New Order “Brotherhood”
59.Echo and The Bunnymen” Crocodiles”
60.Prince “1999”
61.Morrissey “Viva Hate”
62Iggy Pop “Lust for Life”
63.Pixies “Bossanova”
64.Chemical Brothers “Dig Your Own Hole”
65.Prodigy “Music For Jilted Generation”
66.Van Morrisson “Astral Weeks”
67.Pink Floyd “Wish You Were Here”
68.Muddy Waters “Electric Mud”
69.Sonic Youth “Dirty”
70.Sonic Youth “Daydream Nation”
71.Nirvana “In Utero”
72.Björk “Debut”
73.Nirvana “Unplugged in New York”
74.Björk “Post”
75.Jorge Ben “A Tábua de Esmeraldas”
76.Metallica ‘Metallica”
77.The Cure "Disintegration"
78.The Police ‘Reggatta de Blanc”
79.Siouxsie and the Banshees “Nocturne”
80.Depeche Mode “Music for the Masses”
81.New Order “Technique”
82.Ministry “Psalm 69”
83.The Cream “Disraeli Gears”
84.Depeche Mode Violator”
85.Talking Heads “More Songs About Building and Food”
86.The Stranglers “Black and White”
87.U2 “Zooropa”
88.Body Count “Body Count”
89.Massive Attack “Blue Lines”
90.Lou Reed “Transformer”
91.Sepultura “Roots”
92.John Lee Hooker “Hooker’n Heat”
93.The Cult “Love”
94.Dr. Feelgood “Malpractice”
95.Red Hot Chilli Peperrs “BloodSugarSexMagik”
96.Guns’n Roses “Appettite for Destruction”
97.The Zombies “Odessey Oracle”
98.Johnny Cash “At Folson Prison”
99.Joy Division “Closer”
100.Cocteau Twins “Treasure”

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Tedeschi Trucks Band - "Revelator" (2011)



Eu comecei a cantar quando era uma garotinha,
antes mesmo de falar.
 Minha mãe disse que eu costumava
cantar todas as manhãs no berço.” 
Susan Tedeschi


A Tedeschi Trucks Band, para quem ainda não conhece, e anteriormente conhecido como Derek Trucks e Susan Tedeschi Band, é um grupo de rock blues de Jacksonville, Florida. Formada em 2010, a banda é liderada pelo casal Derek Trucks e Susan Tedeschi, junto com os membros de seus grupos quando solos, uma banda com “apenas” 11 integrantes. Seu álbum de estreia, "Revelator" (2011), ganhou o 2012 Grammy Award de Melhor Álbum de blues.
E como não ser né? Para quem não sabe, Derek é sobrinho de Butch Trucks, baterista da “The Allman Brothers Band”, nada mais nada menos que uma das melhores bandas que já conheci até hoje, uma mistura de rock, blues e country viciante... Ok, depois eu faço um “álbuns” sobre essa baita banda, onde Derek também fez parte.  Mas, voltando ao guri, ele começou a tocar guitarra aos 9 anos e aos 13, já havia tocado ao lado de Buddy Guy, sem contar que cresceu ouvindo e aprendendo com ninguém menos que Duane Allman, guitarrista do Allman Brothers e uma das influencias de Derek quanto ao estilo de tocar com slide, que infância hein... E hoje tem sido apontado como melhor guitarrista de slide. Além de já ter tocado com Allman Brothers, Buddy Guy, Bob Dylan e John Lee Hooker, em 2006 foi convidado para fazer uma turnê mundial de Eric Clapton como solista, é muita honra!
E a Susan? Quando eu crescer, quero ser como ela!!! (rsrsrs!). Além de linda, a voz dela tem sido descrita como uma mistura de Bonnie Raitt e Janis Joplin, e ambas foram suas influências. Sem contar o estilo de tocar guitarra que é influenciado por Buddy Guy, Steve Ray Vaughan , Freddie King e Doyle Bramhall. Ela foi criada em uma família que não era musical, mas ficava escutando a coleção de vinis de blues que o pai dela tinha, onde começaram suas inspirações. Ela se juntou a um grupo gospel até se formar em composição musical aos 20 anos, ela continuou cantando gospel até ingressar na cena de blues de Boston, onde logo se estabeleceu como uma das melhores atuações ao vivo. Sua crescente reputação como corajosa e poderosa cantora e guitarrista a levou em 1998, a uma indicação ao Grammy por melhor artista novo. Ela já abriu shows de John Mellencamp, Bob Dylan e Rolling Stones, e de seus heróis pessoais como BB King, Buddy Guy e Taj Mahal. E foi abrindo shows em uma turnê para o Allman Brothers que essa dupla se encontrou.
Sobre "Revelator"... Pra quem não ouviu ainda, está perdendo tempo! Baita álbum e que começa com uma sonzeira chamada Come See About Me, duvido ouvir essa música sem ao menos se balançar ou bater o pezinho. Outro destaque nesse álbum, em minha opinião, é Midnight In Harlem, é tão doce, suave, ótima de ouvir, começa com um solinho discreto do Derek e seu slide e de Kofi Burbridge em seu keyboard que dá todo o charme para o inicio dessa baita música onde, em seguida, chega dona Susan com seus vocais fortes e suaves dando um show... É, acho que essa música é a minha preferida! Ah, isso sem falar de "Until You Remember", no mesmo embalo sutil, porém com aquela pegada R&B clássica da Susan. Tem outra também que gostaria de destacar, "Learn How To Love", onde voltamos a ouvir um bom, velho e pegado rock n’ roll soul, (rss)... Bom demais! Então, Tedeschi com seus vocais poderosos e suaves, e Trucks com sua guitarra deslumbrante em solos a base de slides maravilhosos, complementam um ao outro, formando essa baita banda que lhes apresento: Tedeschi Trucks Band!
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vídeo de "Midnight in Harlem" - Tedeschi Trucks Band

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FAIXAS:
1 "Come See About Me"                 
2 "Don't Let Me Slide"                 
3 "Midnight In Harlem"                 
4 "Bound For Glory"                 
5 "Simple Things"                 
6 "Until You Remember"                 
7 "Ball And Chain"                 
8 "These Walls"                 
9 "Learn How To Love"                 
10 "Shrimp And Grits (Interlude)"                 
11 "Love Has Something Else To Say"                 
12 "Shelter"


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Ouvir:
Tedeschi Trucks Band - Revelator


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

cotidianas #238 - "RPM 33 1/3"


- Como foi que tudo isso começou?
imagem adaptada do filme "Fahrenheit 451"
de François Truffaut
- É meio incerto, mas acreditamos que tenha sido com o advento de um tipo de arquivo físico chamado fita cassete. O conceito de álbum, obras musicais produzidas pelo artista, muitas vezes conceituais, pensadas da capa à última música, começou a desmoronar. As pessoas tinham 60, 90 minutos para gravar o que quisessem e muitos faziam coletâneas descriteriosas. Mas não foi tão grave, muitos ainda gravavam LP's nas fitas e tinham discotecas portáteis. Contudo, o compact disc, um disco digital com maior capacidade e possibilidades de armazenamento, só veio a piorar as coisas: eram 80 minutos no mínimo ou horas intermináveis com os tais arquivos MP3, este por certo você já ouviu falar?
O homem de uniforme laranja concordou com a cabeça e então o outro prosseguiu:
- Este sim foi o começo do fim: o MP3. Cada vez mais compactaram-se aparelhos, as possibilidades de agrupamentos de arquivos musicais eram infinitas. Aparelhos portáteis cada vez menores no tamanho mas com cada vez maior capacidade interna. Todos só faziam compilações pessoais. Os álbuns foram deixando de existir. Para eles, lá em cima, era perfeito. Enquanto as pessoas ouvissem música em seus aparelhos apenas para ir ao supermercado, correr, fazer musculação, cada vez mais iam perdendo os critérios, o senso crítico, iam pensando cada vez menos...
Baixou a cabeça como a lamentar pelo que estava relatando mas tomou novo fôlego e continuou:
- Mas não era suficiente, você entende? Tinham que se certificar que não estivéssemos ouvindo uma obra inteira nos nossos aparelhos, que não tivéssemos a contestação sarcástica de um Dylan, a fúria de um Kurt Cobain, o ódio de um Johnny Rotten, a politização de um Bob Marley. Nada que nos fizesse pensar. Aí começaram as proibições. Primeiro passou a ser proibido ter aparelhos antigos em casa. Toca-discos, 3 em 1, gramofones, tudo o que tocasse os antigos discos de vinil.
- O que eram esses... discos de vinil? - perguntou o ouvinte.
- Eram os LP's dos quais falei. Discos, disco mesmo. De mais ou menso 30 cm de diâmetro, havia menores, os compactos, mas a maioria eram os grandes, conhecidos como bolachões. Tinham faixas gravadas em ambos os lados e eram reproduzidos em aparelhos giratórios, mais comumente a 33 e 1/3 rotações por minuto, pelo contato de uma agulha que lia sua superfície. A agulha ia deslizando da borda externa para dentro e assim que chegava no limite interno era necessário que se levantasse a agulha, virasse o disco para se ouvir o outro lado.
- Pouco prático, não? - observou o outro que até então apenas ouvia atento.
- Até pode parecer, mas você não imagina o prazer que dava em sentir o primeiro contato da agulah com o vinil. O chiado que fazia ao roçar nele, a expectativa para o final de cada lado e para o início do outro...
Montag não entendeu muito bem mas acreditou que provavelmente tratasse de algo especial.
- Mas então? Como chegamos a este ponto? Como as coisas são hoje.
Retomou então o homem:
- Bem... não é difícil imaginar. Em seguida aos discos proibiu-se os CD's, os dispositivos portáteis, a compra de arquivos em bloco ou de um mesmo artista, os downloads passaram a ser monitorados pelo governo, foram proibidas então as músicas com letra, instrumentos e por fim, percebendo que até um Beethoven, um Sivuca ou um Glass podem estimular pensamentos mesmo sem palavras, resolveram criar a Rádio Estatal e esse o som que sai das paredes. O único som que é permitido. É lobotômico, você sabia? Deve-se evitar ouvi-lo prolongadamente. Mas a população ouve. Gostaram da música do governo. Aliás o povo sempre foi assim, gosta do que der pronto para ele.
Suspirou fundo, olhou na direção das árvores:
- O K7 até voltou a ganhar alguma força no submundo mas tão logo os homens souberam iniciaram uma nova onda de perseguições e buscas. E é aí onde você entra.
- Mas eu não sou mais um coletor – defendeu-se rapidamente Montag – Eu, eu... durante uma busca para coleta eu peguei um aparelho. Eu não o coloquei na prensa. Guardei no bolso. Eu o levei para casa e consegui ouví-lo. Ainda usei os fones de ouvido da Central, mesmo. Os que usamos para sermos avisados das buscas. Eu ouvi.
- O que você ouviu, Montag. É este o seu nome, não? Montag?
- Sim, é. No aparelho, um reprodutor de MP3 havia um arquivo chamado “Help”. Eu ouvi aquilo... havia uma música chamada “Yesterday”. Ela simplesmente... me fez chorar. Não sabia que músicas podiam fazer isso com a gente.
- Oh, sim... Eles eram conhecidos como The Beatles. Dizem que foram os maiores. “Help!” foi um grande álbum – confirmou o outro com ar de satisfação – A música é muito poderosa. Por isso não querem que as ouçamos.
- Quer ficar conosco?
- Adoraria. Ainda mais agora que sou uma espécie de “ameaça ao governo” - riu.
- Pois bem, aqui somos apenas uns 80, mas há muitos outros em muitas outras colônias clandestinas como esta pelo mundo afora. Pessoas dispostas a manter vivo o encanto, a magia e o ideal dos artistas e das suas obras fonográficas. Não foi pensado! Na verdade tudo começou meio que por acaso. Um homem aqui, outro ali, amante incondicional de música tratou de guardar no lugar mais seguro e intransponível, seu cérebro, no mínimo, uma música que amasse muito. Todos os detalhes possíveis, a melodia, a entonação, a batida, um ruído secreto. São homens-música. Deu-se que calhou de juntarmo-nos aqui e nestes outros lugares que falei, onde o governo ignora ou prefere que fiquemos desde que não “importunemos” sua ordem. O que eles não sabem é que assim que temos notícia de que uma outra “música” que faça parte de uma obra esteja pronta, tratamos de trazê-la para cá ou levá-la para onde possa compor um álbum. A propósito, não me apresentei, sou “Águas de Março” de Tom Jobim.
E apontou adiante mostrando:
- Aquele ali é “Non, Je Ne Regrete Rien”, de Édith Piaf; aquele outro sentado é “Little Red Rooster”, de Willie Dixon, na versão de Howlin' Wolf; aquele outro é “Anarchy in the U.K. Dos Sex Pistols; aquela moça bonita de vermelho é “Venus In Furs” do Velvet Underground. E vê aqueles todos juntos? Aquelas nove peassoas? Conseguimos reunir todas as músicas do “Let It Bleed” dos Rolling Stones – sorriu com satisfação.
- Não é fácil – continuou- Nem sempre conseguimos reunir álbuns inteiros, às vezes temos 4, 5 homens-música mas os outros estão espalhados por aí, por outras colônias, ou simplesmente vagando solitários com sua música favorita guardada em sua cabeça até que um dia as músicas sejam permitidas novamente e que aqueles clássicos possam voltar a serem gravados. Você ainda tem o aparelho? O arquivo?
- Sim, sim. Eu trouxe na fuga – apressou-se em mostrar, tirando do bolso.
- Acha que pode decorar sua letra, melodia, os detalhes de sua percussão? Acha que consegue identificar os instrumentos?
- Creio que sim.
- Pois então, ouça bem, ouça quantas vezes precisar e trate de gravar na sua mente. Assim que tiver terminado faremos o que você sempre fez, destruiremos o arquivo para que o governo não tenha motivo para prender qualquer um de nós. Temos alguns fones velhos se precisar.
- Eu gostaria muito.
- Vamos lá. Vamos à cabana buscar – conduzindo Montag com a mão em seu ombro.
No caminho para a choupana que lhes servia de alojamento, passaram por uma menina de uns dezessete anos que cantarolava alto o suficiente apenas para que quem estivesse perto dela conseguisse ouvir, “in dreams i walk with you...”. Era “In Dreams” de Roy Orbison.


Cly Reis

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2020

 


Corre pro abraçaço, Caetano!
Você tá na liderança.

Como de costume, todo início de ano, organizamos os dados, ordenamos as informações e conferimos como vai indo a contagem dos nossos  ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, quem tem mais discos indicados, que país se destaca e tudo mais. Se 2020 não foi lá um grande ano, nós do Clyblog não podemos reclamar no que diz repsito a grandes discos que apareceram por aqui, ótimos textos e colaborações importantes. O mês do nosso aniversário por exemplo, agosto, teve um convidado para cada semana, destacando um disco diferente, fechando as comemorações com a primeira participação internacional no nosso blog, da escritora angolana Marta Santos, que nos apresentou o excelente disco de Elias Dya Kymuezu, "Elia", de 1969
A propósito de país estreante nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, no ano que passou tivemos também a inclusão de belgas (Front 242) e russos (Sergei Prokofiev) na nossa seleta lista que, por sinal, continua com a inabalável liderança dos norte-americanos, seguidos por brasileiros e ingleses. 
Também não há mudanças nas décadas, em que os anos 70 continuam mandando no pedaço; nem no que diz respeito aos anos, onde o de 1986 continua na frente mesmo sem ter marcado nenhum disco nessa última temporada, embora haja alguma movimentação na segunda colocação.
A principal modificação que se dá é na ponta da lista de discos nacionais, onde, pela primeira vez em muito tempo, Jorge Ben é desbancado da primeira posição por Caetano Veloso. Jorge até tem o mesmo número de álbuns que o baiano, mas leva a desvantagem de um deles ser em parceria com Gil e todos os de Caetano, serem "solo". Sinto, muito, Babulina. São as regras.
Na lista internacional, a liderança continua nas mãos dos Beatles, mas temos novidade na vice-liderança onde Pink Floyd se junta a David Bowie, Kraftwerk e Rolling Stones no segundo degrau do pódio. Mas é bom a galera da frente começar a ficar esperta porque Wayne Shorter vem correndo por fora e se aproxima perigosamente.
Destaques, de um modo geral, para Milton Nascimento que, até este ano não tinha nenhum disco na nossa lista e que, de uma hora para outra já tem dois, embora ambos sejam de parcerias, e falando em parcerias, destaque também para John Cale, que com dois solos, uma parceria aqui, outra ali, também já chega a quatro discos indicados nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

Dá uma olhada , então, na nossa atualização de discos pra fechar o ano de 2020:



PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones e Pink Floyd: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Wayne Shorter e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Bob Dylan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 5 álbuns
  • Jorge Ben: 5 álbuns *
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**,, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
*** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto" ****
contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 90
  • anos 70: 132
  • anos 80: 110
  • anos 90: 86
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 13
  • anos 2020: 1


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985, 1969 e 1977: 17 álbuns
  • 1967, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1972: 15 álbuns cada
  • 1970, 1971, 1979 e 1991: 14 álbuns
  • 1975, e 1980: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1990: 10 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 171 obras de artistas*
  • Brasil: 131 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)