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sábado, 4 de abril de 2020

Front 242 - "Front by Front" (1988)






Acima, a capa original de 1988 e,
abaixo, a reedição de 1992.
"Um: Você encurrala o alvo
Dois: Você prepara a isca
Três: Você abre a rede lentamente
E quatro: Você captura o homem!"
refrão de "Headhunter"


Um dos discos mais importantes dos anos 80. Um disco consolidador de linguagem. Se o Front 242 ia até então numa linha que se aproximava muito do industrial tradicional, "Front by Front", de 1988, seu quarto disco de estúdio abria-se mais para os ritmos urbanos e delineava de forma mais concisa a vertente em que o grupo se enquadrava. De fato, classificar o Front 242 como industrial era uma simplificasção um pouco injusta,a té, uma vez que a música dos belgas privilegiava mais o corpo, o movimento do que o industrial, segmento que o originara. Assim, o termo EBM (Electronic Body Music), que a própria banda cunhara, apresentava-se precisamente apropriado. Mais agressivo e minimalista que o synth-pop e menos plástico que a house e outros estilos de dance que viriam logo em seguida dali a alguns anos, o som daqueles belgas era agressivo e ao mesmo tempo dançante na medida certa. Prova disso foi o sucesso de "Headhunter" que, com seu ritmo irresistível, transpôs as barreiras da cena alternativa, ganhando pistas de dança no mundo inteiro. Como curiosidade, vale lembrar que o potencial dançante do grande hit do Front 242 era tamanho que, anos depois, veja só, o "riff" fantástico do clásico do Front 242 viria a servir de base para um funk dos morros do Rio, a infame "Cerol na Mão", do grupo carioca Bonde do Tigrão, sendo, contudo, condenada por plágio, depois de um rápido processo, por não ter sua utilização autorizada pela banda.
Mas os méritos de "Front by Front" não  se resumem a "Headhunter". A intensa "Until Death (Us Do Apart)" que abre o disco, a ótima "First In / First Out", "Blend of Strenghts" que bebe dos ritmos negros das ruas como o break e o hip-hop, "Terminal State" com sua linha funkeada, e a excelente "Welcome to The Paradise", que traz em si, praticamente só com inserções de trechos de discursos de pastores, uma critica à indústria da fé, os fanatismos e ao charlatanismo religioso também cancelam a qualidade e a importância do álbum, comprovam toda a qualidade e importância de "Front by Front".
O álbum teve uma reedição bastante interessante, quatro anos depois trazendo as outras partes da interessante "Work 01" ("Work 242 N.Off is N.Off" e "Work 242"), bem ao estilo da banda que costuma fragmentar algum tema ao longo de seus trabalhos; a versão estendida de "Headhunter"; e a inclusão, em duas versões, de "Never Stop", outro sucesso do grupo mas que só havia saído em single. 


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FAIXAS:
1. "Until Death (Us Do Part)" 4:30
2. "Circling Overland" 4:43
3. "Im Rhythmus Bleiben" 4:14
4. "Felines" 3:34
5. "First In / First Out" 3:52
6. "Blend the Strengths" 3:13
7. "Headhunter v3.0" 4:45
8. "Work 01" 3:28
9. "Terminal State" 4:09
10. "Welcome to Paradise v1.0" 5:18


Faixas adicionais da edição de 1992:
11. "Headhunter v1.0" 5:01
12. "Never Stop! v1.0" 3:56
13. "Work 242 N.Off is N.Off" 5:18
14. "Agony" (Until Death) 2:43
15. "Never Stop! v.1.1" 4:24
16. "Work 242" 6:29

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Ouça:
Front 242 - "Font by Front"



Cly Reis

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