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quinta-feira, 29 de junho de 2023

"Onze Homens e Um Segredo", de Lewis Milestone (1960) vs. "Onze Homens e Um Segredo", de Steve Soderbergh (2001)






Onze de cada lado. De um lado "Onze Homens e um Segredo", de 1960, do outro "Onze Homens e um Segredo", de 2001. Vinte e dois homens e um só objetivo: a vitória. Dois timaços! No time de 1960, Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Shirley McLaine, Angie Dickinson, Cesar Romero, no de 2001, George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Julia Roberts, Don Cheadle, Andy Garcia.
Duas equipes organizadas, cheias de jogadas ensaiadas e que, pode-se dizer, são especialistas em roubadas de bola. Tanto que o grande objetivo em ambos os casos, é roubar uma verdadeira bolada de alguns dos maiores cassinos de Las Vegas. Embora a meta seja a mesma, a montagem dos elencos é feita de forma bem distinta e as estratégias utilizadas para chegar ao "gol" têm suas diferenças.
Enquanto que, no filme original, o grupo que pretende realizar o ousado roubo é constituído por ex-militares que se conheceram na Segunda Guerra, no novo, a gangue é formada por trapaceiros de marca maior, dos mais variados estilos (um ladrão de bancos, outro batedor de carteira, outro trapaceiro nas cartas...). Se no primeiro estão a serviço de um milionário ganancioso, no segundo são recrutados por Danny Ocean, um manjado salafrário que acaba de sair da cadeia mas que já planeja um golpe de proporções inimagináveis.
No original, o roubo em si, ainda que bem elaborado, é bem mais simples que o da nova versão, que, por sua vez, envolve muito mais complicadores e dificuldades, como seguranças, senhas, aparelhagem, etc. Em "Onze Homens..." de 1960, a ideia é, na noite de ano novo, na hora da virada, causar um blecaute em Las Vegas, explodindo uma torre de alta-tensão e, durante o tumulto, tanto da comemoração quanto da escuridão, aproveitar o destravamento dos cofres, e realizar o assalto em cada um dos cinco cassinos.
No remake, também há o elemento do blecaute, no entanto, sua duração é bem mais curta e por isso mesmo, a ação dos bandidos tem que ser muito mais bem pensada e ágil. O corte de energia, causado neste segundo filme, por uma pequena 'explosão nuclear' acontecerá durante uma grande luta de boxe nas dependências de um dos cassinos, evento que fará com que muito mais dinheiro circule naquela noite. A "vantagem", por assim dizer, dos ladrões da nova versão é que eles têm que chegar a apenas um cofre que atende às três principais casas de jogos da cidade... Ótimo? Só que não! Exatamente por ser um único local de armazenamento de toda a féria dos cassinos, a segurança é muitíssimo mais reforçada e a parafernália tecnológica de lasers, identificações, travamentos, etc., é praticamente intransponível.
Até para superar toda essa dificuldade, o plano de execução da refilmagem é muito mais elaborado e surpreendente. O antigo é legal, tem o spray infravermelho que somente os integrantes do grupo conseguem ver com os óculos especiais na hora do apagão, a ação sincronizada de entrar nos cofres exatamente na hora que as pessoas cantam a canção de ano novo, o dinheiro nas latas de lixo, o caminhão de coleta urbana saindo sem suspeitas. Tudo muito bacana. Só que no novo, tem o roubo do gerador do museu de tecnologia pra causar um apagão na cidade toda, o velho "milionário grego" distraindo a atenção do proprietário com a maleta, o jovem Linus se passando por fiscal de jogos para roubar a senha do chefão do cassino, um pequeno chinês acrobata que cabe dentro de um carrinho de coleta de dinheiro, uma explosão fake dentro do cofre, a entrada da S.W.A.T., um falso tiroteio, a fuga do falso furgão e a saída tranquila dos ladrões, pela porta da frente, tudo isso enquanto o líder, Ocean, leva uma "surra" numa sala isolada para lhe servir de álibi de que em momento algum participara de qualquer daqueles eventos. 

"Onze Homens e Um Segredo" (1960) - trailer


"Onze Homens e Um Segredo" (2001)  - trailer


No mais novo, embora paire alguma dúvida, ao final, quanto à impunidade do grupo, uma vez que os capangas do proprietário ainda estão de olho em Ocean e sua turma, mesmo meses depois do acontecido, o êxito da operação em si, se confirma e em princípio, cada um sai com sua parte. Já no antigo, embora o roubo se concretize, um incidente com um dos integrantes, o eletricista, que sofre um infarto na rua logo após a missão, é a pista para que o sagaz e oportunista Duke Santos, vivido por Cesar Romero, o Coringa da antiga série de TV do Batman, padrasto de um dos integrantes da gangue, ligue alguns pontos e perceba que o enteado está envolvido. Desta forma, Santos, pedindo metade do ganho do assalto, chantageia o grupo que se vê obrigado a ocultar o dinheiro e, nisso, acaba, de maneira frustrante, perdendo tudo o que havia conquistado.
O mais recente leva vantagem também no ritmo. Enquanto o anterior era mais arrastado até o recrutamento de todos os integrantes, o mais novo é mais dinâmico e até mesmo essa etapa é mais envolvente e interessante. A propósito, a montagem, a edição do remake é grande responsável por essa dinâmica. Cortes rápidos, telas divididas, zooms in, flashbacks, películas diferentes, imagem granulada... Um show de Steven Soderbergh e sua equipe.

"Onze Homens e Um Segredo" (1960) - abertura de Saul Bass


Apesar de tudo isso, os Onze Homens do oscarizado Lewis Milestone é que saem na frente, logo nos primeiros movimentos do jogo, com um gol relâmpago de um décimo segundo jogador. A abertura genial do mestre Saul Bass, cheia de grafismos imitando os luminosos das fachadas dos cassinos, garante um gol para o time de 1960, antes do primeiro minuto de jogo. Mas basta o time de Steve Soderbergh botar a bola no chão para passar a dominar o jogo. A montagem alucinante garante o empate, o roteiro mais elaborado, mais inusitado, garante a virada e a trilha sonora espetacular, cheia de soul e jazz, marca o terceiro. Milestone tem Sinatra com a 10, ele é bom, joga muita bola, apesar de muita gente achar que ele era bom só de microfone, mas Clooney, o homem de confiança do professor Soderbergh, é o cérebro do time e faz melhor essa função que o Rei da Voz. Gol dele. 5x1. Brad Pitt até está melhor como braço direito do chefe da gangue, na atualização, do que Dean Martin, praticamente na mesma função no time antigo, Matt Damon é mais interessante e completo que seu equivalente Peter Lawford, Don Cheadle mais cativante que Richard Conte como o especialista em elétrica, mas o time de 2001 não transforma essas oportunidades em gol. Mas num drible desconcertante, daqueles de derrubar narrador, o desfecho do roubo com toda a enganação à qual nós espectadores somos submetidos, com bolsas cheias de pornografia num carro comandado por controle remoto, e com os ladrões saindo, pela porta da frente do cassino, com as bolsas de dinheiro, é um golaço numa jogada brilhantemente construída. O time de 1960 desconta pela ótima cena da contagem regressiva para a virada do ano, intercalada por um balão vermelho na tela, cortando de um para o outro cassino. 6x2 é o placar final da partida.

Dois grandes elencos mas, com um time mais bem encaixado, com jogadas mais trabalhadas e com um craque mais centralizador das jogadas, os onze de Ocean da versão de 2001, à direita, levam com alguma tranquilidade e faturam a premiação milionária da competição.


Um oceano de distância separa o time de 1960 do time de 2010
Vitória tranquila como roubar doce de criança.






Cly Reis


quarta-feira, 24 de maio de 2023

Música da Cabeça - Programa #319

Isso aí, Vini Jr.: mostra pra eles que o negócio é mais embaixo! Sem se calar, o MDC vem hoje com as vozes de João Donato, De Falla, The Fall, Carlos Dafé, Sepultura e outros. No Cabeção, uma homenagem ao jazzista da vanguarda Archie Sheep. Denunciado todos os preconceitos, o programa vai ao ar às 21h na consciente Rádio Elétrica. Produção, apresentação e #forçavinijr: Daniel Rodrigues 


(www.radioeletrica.com)

terça-feira, 4 de abril de 2023

Internacional Campeão do Mundo









Internacional Campeão do Mundo - REIS, Cly
ilustração digital (GIMP)


Internacional Campeão do Mundo
Arte para o gol de Adriano Gabiru
na final do Mundial de Clubes FIFA 2006
por Cly Reis


sábado, 7 de janeiro de 2023

A Arte do Clyblog em 2022

Como já é de costume, na virada do ano, compilamos alguns trabalhos que destacamos da arte, comunicação visual e parte gráfica do blog. Entre logos, chamadas de internet, datas comemorativas, produções artísticas, sempre procuramos fazer alguma coisinha diferente, interessante e buscar novas alternativas técnicas. Esse ano, por exemplo, os trabalhos de vídeo também foram mais comuns e Daniel, meu parceiro do blog, teve alguns resultados muito estimulantes. De minha parte, mais seguro nas técnicas e recursos das ferramentas, pude ampliar mais minhas possibilidades nas ilustrações digitais, com resultados bastante satisfatórios, aplicando-os em vários temas, como futebol, música e cinema. 

Também foi ano de Copa do mundo e, além das nossas comunicações visuais se adequarem ao tema, tivemos nossas copas musicais e, é claro, cada artista, cada fase do torneio, cada chamada, teve um tratamento especial. 

2022 também marcou os 80 anos de grandes nomes da MPB e, além de homenageá-los com um ÁLBUM FUNDAMENTAL para cada, criamos toda uma arte específica para o aniversário de cada um desses gênios. E ainda, para o nosso aniverário, nossos 14 anos, tivemos toda uma parte gráfica dedicada com uma arte especial para o evento e aquela tradicional adaptação do logotipo do blog. 

(E imaginar que em 2023 faremos 15 anos, hein!)


Fiquem, abaixo, com uma pequena amostra do que produzimos nesse sentido no ano que passou. 


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Um dos vídeos de Daniel Rodrigues, "Cratera Lunar"


Os falsos-posters de cinema inspirados em artistas 
da MPB e em suas obras.

E se os artistas pop-rock fossem heóis, personagens de quadrinhos?
Aqui, uma série de trabalhos inpirados em HQ's com grandes nomes da música.

Ilustração de gols da Seleção Brasileira.
Os gols dos 5 títulos e a 'pintura' de Richarlison, na Copa do Qatar.

Ainda nas ilustrações da Copa, o gol de Messi, na final contra a França.

No ano em qua perdemos Pelé, a ilustração da defesa mágica de Gordon Banks, na cabeçada do Rei.



Tivemos as nossas Copas do Mundo e para a do mestre Gilberto Gil,
tivemos artes especiais a cada fase, criando logos, brincando com as capas de discos,
até o grande momento na superfinal.

Teve Copa do Mundo Kraftwerk também e, igualmente, artes espaciais
se utilizando da riquíssima identidade gráfica do grupo alemão.

As chamadas, os anúncios do blog também merecem destaque e 
foram espalhadas por aí, pelas redes sociais.

Essa uma das chamadas mais curtidas e elogiadas pelos amigos e leitores nas redes sociais.

Não somos santos mas temos nosso vitral.

O universo de discos reverenciados as chamadas da seção ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

Discos, discos e discos!!! Isso é a ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.






As artes dedicadas aos 80 anos dos mestres da música brasileira, Gilberto Gil, Caetano Veloso,
Paulinho da Viola e Milton Nascimento.
Arte dos 14 anos do ClyBlog.
Toda a comunicação visual do blog acompanhou esses motivos geométricos durante o mês de aniversário, em agosto.



O ClyArt tem, sem dúvida, o logo mais mutante.
Sempre se adaptando à obra apresentada.

O logo do blog sempre se mudando, variando, se adequando a ocasiões, datas, períodos, etc.


E como não podia deixar de ser, no ano em que Pelé se foi,
a gente se despede desse post com a imagem dele.
O eterno soco no ar.
Vai em paz, Rei!




Cly Reis


sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

"Pinóquio", de Ben Sharpsteen e Hamilton Luske (1940) vs. "Pinóquio", de Robert Zemeckis (2022)

 


Uma partida que já começa com um favorito disparado: "Pinóquio" de 1940 tem mais talento, criatividade e um futebol mais vistoso, o famoso futebol arte. Já o longa recente do competente Robert Zemeckis, entra com um esquema defensivo defensiva, recuado, só espelhando a tática do adversário. Ambos começam lindamente e delicados, mas a originalidade e a delicadeza dos detalhes da animação original, se destacam muito.

Na história, que todo mundo conhece, um velho carpinteiro que faz um boneco de madeira que por meio de uma fada ganha vida e, um tanto rebelde, um tanto inocente e curioso, acaba saindo de casa e se metendo em uma série de apuros.

Os primeiros minutos são de futebol de alto nível, para frente, os dois com vontade de ganhar. "Pinóquio" de 2022 tenta inovar e mostrar que tem talento, apresentando a repaginada que deu em seus atletas e nisso bate um bolão, mas não o suficiente para superar o encanto do futebol do time de 1940, que, por sua vez, mostra que tem estrela. E é por aí que sai o 1x0. Cruzamento de Fada Azul, Gepeto escora para trás com a cabeça, e Pinóquio, mostrando que não é perna de pau, afunda a rede. 

As cenas inicias são bem parecidas, todo encanto que surge no início dos dois longas é bem impactante em ambos, mas como falei anteriormente, o primeiro, por ser original, se torna algo único e não tem como competir com a cena de Pinóquio ganhando vida, o grilo sendo introduzido como sua consciência, e uma apresentação de personagens linda e lúdica, ao passo que a nova versão apenas emula isso.

O jogo segue ainda igual, com momentos belos, mas termina o primeiro tempo bem morno. Segundo tempo se inicia sem novidades, apenas com uma certa acelerada que o jogo ganha. A equipe de 2022 coloca uma jogadora que parece que vai brilhar, a gaivota Sofia, personagem nova introduzida nessa nova versão, porém pouca coisa acontece e só vai mesmo acontecer lá pelo final do segundo tempo. Chegamos, então, aos minutos finais com cada time tentando surpreender da sua forma: o time de 2022, exagera nos ataques e fica exposto, toma o contra-ataque e... buuum!, leva o segundo gol. Acaba aprendendo que é melhor jogar simples de vez em quando. 2x0 para Pinóquio '40.


"Pinóquio" (1940) - trailer



"Pinóquio" (2022) - trailer


O novo longa tem um dos seus acertos ao nos apresentar a nova personagem que dá um sopro de originalidade ao filme e que até serve para fazer a história ir para frente, mas o roteiro faz questão de tirá-la da história e não entendi o motivo pelo qual, assim como aparece, ela some de tela. O lance da baleia ser substituída por uma fera do mar, desculpe, pode ser coisa minha, mas, particularmente, não gostei.

O quarto árbitro levanta a placa de +2 minutos e, aos 47 do segundo tempo o time de 2022 faz um gol de falta, mas já é tarde e o jogo chega ao fim. 

Por mais que eu tenha gostado do final do remake, que deixa a história muito aberta, o longa no geral não consegue ter a mesma magia do original que, desde do início já traz uma beleza, uma pureza, um encanto singulares. Devido a toda essa magia, bem característica da era de Ouro da Disney e que vale muito, o longa de 1940 sai vitorioso, e jogando muito melhor que seu adversário.

Mas esse torneio não acaba aqui! Logo logo, o time de Ben Sharpsteen e Hamilton Luske vai enfrentar um novo adversário treinado por ninguém menos que o fabuloso Guillermo Del Toro.

Continua...  

No alto, criador e criatura, o velho Gepetto e Pinóquio, à esquerda a animação e à direita o live-action;
na segunda linha, a Fada Azul das duas versões dando vida ao garoto de madeira;
e, abaixo, o que acontece quando se mente,
elemento clássico na história de Pinóquio mas que tem bem menos importância e destaque na nova versão.
 

E o filme novo ainda teve a ousadia
de tentar superar um verdadeiro clássico...
Que cara de pau!




por Vagner Rodrigues

domingo, 18 de dezembro de 2022

Copa do Mundo Kraftwerk - Final

 



A hora da decisão chegou!

Nossas duas finalistas, dois grandes times, duas camisas pesadas da discografia kraftwerkiana chegam para o confronto final credenciadas por muita qualidade, muito prestígio junto aos fãs e campanhas de respeito ao longo da competição.

Radioactivity, faixa que dá título a um álbum, uma das mais inovadoras em linguagem considerando a época em que foi concebida e as limitações técnicas existentes, uma das favoritas do público nos shows, chega à decisão contra The Hall of Mirrors, canção extremamente técnica, riquíssima ritmicamente, uma das mais mencionadas entre fãs quando se fala nas preferidas de cada um, presente no álbum considerado, por muitos, o mais revolucionário do grupo.

E aí, o que pesa mais nessa hora?

Descobriremos...

Vejamos, então, como decidiram nossos especialistas, Luna Gentile, Daniel Rodrigues, Luciana Danielli e José Júnior. 

Como diria aquele narrador: vai ter emoção até o fim.

Que comece a decisão:


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Luna Gentile

Grande final com muita radiatividade e explosões ao longo do jogo. Radioactivity tem uma melodia simples mas The Hall of Mirros se abre mais ao longo do jogo e tem o seu solo de taclado de outro mundo. E Radioactivity fica mais incrivel com seu solo de código morse. Assim, temos essa final em que o meu placar é...
RADIOACTIVITY 3 X THE HALL OF MIRRORS 2

Grande jogo.


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Luciana Danielli


Eu continuo dando o placar pra The Hall of Mirrors. Ganhou pelo placar acirrado de 1X0 sobre a grande Radioactivity, pois não posso deixar de elogiar a majestosa música que demarca a raiz da música eletrônica pra cena musical contemporânea com o uso dos sintetizadores, construindo um gênero e consolidado pelas décadas seguintes.
RADIOACTIVITY 0 X THE HALL OF MIRRORS 1


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Cly Reis


Sabe aquele jogo que, com três minutos já está 1x1? Pois é, a final já começa eletrizante. Se por um lado, Radioactivity começa com aquela introdução de contador Geiger aumentando a frequência com a proximidade de alguma radiação, para se transformar, definitivamente, na base da percussão da música, Hall of Mirrors, empata rapidinho com aqueles passos ecoando no ambiente para também se transformar numa das bases percussivas mais inteligentes e impressionantes da história da música. Hall of Mirros passa à frente no placar por conta de sua atmosfera misteriosa e melodia flutuante quase hipnótica. Radioactivity busca o placar com se solo de código-morse que é das coisas mais impressionantes e criativas que eu já ouvi na minha vida. 2x2. Que jogaço, senhoras e senhores!
Sinceramente..., não consigo encontrar nenhum ponto de desequilíbrio. Alguma avaliação lógica, racional, ponderada, sobre algum elemento, algum item que possa pender mais para um lado do que para o outro. 
Vai no subjetivo: por uma leve preferência pessoal, mas LEVE mesmo, Radioactivity solta uma verdadeira bomba de fora da área e estufa as redes do adversário aos 48 do segundo tempo. Vitória apertada. Muitos diriam que injusta, mas no futebol não existe injustiça. O que importa é bola na rede.

RADIOACTIVITY 3 X THE HALL OF MIRRORS 2


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Daniel Rodrigues


É chegada a grande final! E pra representar esta Copa, nada melhor que dois times clássicos. Camisas pesadas em campo. A escola alemã, que não abre mão de usar a ciência, a técnica, a tecnologia, mas tudo a favor e de forma a obter o melhor dos atletas. Enfim, sem mais delongas: rola a bola no Stadion Kling Klang! O jogo começa com muito estudo de ambas as partes. Todos sabem de suas próprias qualidades técnicas, mas ninguém avança de forma afoita, pois respeitam o adversário. Aliás, são dois times de característica de cadenciar o ritmo, em que o jogo vai sendo conduzido aos poucos e de forma constante. Neste passo, “The Hall of Mirrors”, que troca a bola literalmente de pé em pé, lentamente, mas com segurança de que está fazendo o espelhamento certo das funções táticas, abre o placar. A partida volta para o segundo tempo na mesma condição de igualdade de oportunidades do início, tendo em vista o equilíbrio dos dois times. Mas acontece que “The Hall...” já está na frente. Então, “Radioactivity” tem que correr atrás do prejuízo! Preocupado, o técnico decide por o time pro ataque faltando 15 min pra terminar. Ele troca peças e põe em campo o time que jogou em “The Mix”, aquele mais acelerado e pulsante. A mexida, porém, não dá certo, até porque esta versão é inferior tecnicamente à sua original. E já não havia mais tempo pra nada. Num placar apertado, “The Hall of Mirrors”, por muito pouco, vence a Copa Kraftwerk e leva a taça para guardar como relíquia no nobre Salão dos Espelhos, em Dusseldörf!
RADIOACTIVITY 0 X THE HALL OF MIRRORS 1


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voto de desempate...

José Júnior


Começa a partida da final: Radioactivity x Hall of Mirrors.
O barulho da torcida é ensurdecedor e a alegria geral.
A sinfonia de sintetizadores de Radioactivity garante o primeiro gol no primeiro tempo.
O jogo segue tenso e, no segundo tempo, Hall of Mirrors abre empatando com um gol de bicicleta.
Essas duas canções, merecedores dessa final, mantém um jogo sem faltas, sem cartões, mas difícil de se prever qual venceria essa partida.
O jogo já está na prorrogação do segundo tempo. Hall of Mirrors parte para o ataque, mas “mesmo as maiores estrelas vivem suas vidas no espelho”. E, no último minuto do segundo tempo, foi ela quem decidiu o jogo. Com calma e maestria, Madame Curie define o placar:
RADIOACTIVITY 2 X THE HALL OF MIRRORS 1

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RADIOACTIVITY
CAMPEÃ

Gol de Pavard - França x Argentina - Copa do Mundo da Rússia 2018

 






Gol de Pavard- França 4 x Argentina 2 - oitavas-de-final Copa do Mundo da Rússia 2018
RESIS, Cly - ilustração digital (GIMP)



Berinjela Beligerante

HORTA NA MESA
cly

sábado, 17 de dezembro de 2022

Copa do Mundo Kraftwerk - finalistas

 


De trem, de carro ou de bicicleta, nossos finalistas tiveram um longo e árduo caminho até a decisão.
Radioactivity, por exemplo, teve que passar por dois adversários do álbumTechno Pop, e ainda pegou a fortíssimaThe Model, do The Man-Machine.
Hall Of Mirrors, por sua vez, igualmente, não teve facilidades e encarou adversários como a perigosa Airwaves, além de derrubar duas ciclistas do álbum Tour De France.
Mas vamos repassar, então, na íntegra, o caminho percorrido pelo nossos dois finalistas, e deixar um gostinho de cada uma para você analisar e concluir para que lado sua preferência está pendendo: Radioactivity ou Hall of Mirrors?



Kraftwerk - "Radioacitvity"


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Kraftwerk - "The Hall of Mirrors"



E aí, quem leva?

Descobriremos amanhã.

Aguarde...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Copa do Mundo Kraftwerk - classificados das semifinais


Se lá no Catar já sabemos que argentinos e franceses decidirão o Mundial de futebol, por aqui, finalmente conheceremos os finalistas da Copa do Mundo Kraftwerk!

Como cada dupla de jurados ganhou uma partida, corríamos o risco que cada um escolhesse um vencedor. Deste modo, convocamos um convidado "coringa" para cada confronto, de modo a não correr o risco de empate. Anderson Reis, estudante, de Porto Alegre, ajudando a decidir o confronto entre Radioactivity e Metal on Metal, e José Júnior, fotógrafo, de Niterói, colaborando em Tour de France e Hall of Mirros. 

Assim, nossos especialistas, juntamente com os participantes de apoio, avaliaram as semifinais e chegaram aos vencedores.

Vamos ver então, quem vai à decisão?


Confere aí, abaixo, o jogo de cada um:



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TOUR DE FRANCE 

THE HALL OF MIRRORS



Luna Gentile

Um dos confrontos mais difíceis que eu peguei e dois times que não estão para brincadeira. Tour De France é incrivelmente completa e bem construída sendo da década de 80. Mas The Hall Of Mirros é de outro mundo, não da para explicar essa musica que vai se construindo com passos e um teclado tranquilo. E então o meu placar é:
Tour de France 2 x 4 The Hall Of Mirrors


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Luciana Danielli

Hall of Mirrors ganha nesta semifinal. Essa música é viciante e profunda, um verdadeiro poema sonoro!! Salve e muita comemoração pra Hall of Mirrors!
Tour de France 0 x 2 The Hall of Mirrors

 

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José Júnior

Semifinal tensa. Os times chegaram ao segundo tempo no zero a zero, pois a cada ataque, uma defesa perfeita. A velocidade ritmada de Tour de France ajudou a chegarem aos pênaltis, mas Hall of Mirrors refletiu os jogadores adversários, com sua melodia mais melancólica, os confundindo, e ganhou a partida nos penais. Um a zero para Hall of Mirros nos pênaltis.
Tour de France 0 (0) x 0 (1) The Hall of Mirrors


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RADIOACTIVITY 

METAL ON METAL




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Cly Reis

Jogo grande. Duas camisetas pesadas. Dois timaços! 
Metal on Metal tem todas aquelas variações 'táticas', a fusão com Trans-Europe Express, os elementos que entram, os trilhos, o túnel, os vagões, o ápice, quando tudo se entra e se mistura, mas Radioactivity é um time agressivo. é um pós-punk antes do punk existir, é um metal sem guitarras, sem falar naquele solo de código Morse que é pra quebrar qualquer um. Aí não tem jeito. Radioactivity detona os trilhos de Metal on Metal e vence a partida.
Radioactivity 4 x Metal on Metal 2


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Daniel Rodrigues

Times grandes, que conduzem bem o jogo, que não têm pressa em alongar a bola. Times que sabem do seu tamanho e qualidades. “Metal on Metal”, que já abre na sequência de “Trans-Europe Express” com a locomotiva a pleno vapor, vai pro ataque no início e marca nos primeiros segundos da partida. Mas do outro lado tem “Radioactivity”, que com seu início épico, em que o sinal de radioatividade vai se transformando nos acordes musicais, mal dá tempo da comemoração e também faz o seu. Que jogo! Na sequência, “Metal”, na parte em que os trilhos vão sendo construídos, põe outro no placar, mas “Radioactivity” não se intimida, e devolve a igualdade no solo de contador Geiger. Partidaça! Os times seguem se estudando, se respeitando, mas sem deixar de oferecer perigo na meta adversária. Até que, já na prorrogação, “Metal” não resiste à imponência de “Radioactivity” e leva o terceiro, que sacramento o placar de uma legítima semi de Copa Kraftwerk:
Radioactivity 3 x 2 Metal on Metal


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Anderson Reis

Metal on Metal começa o jogo fraca no primeiro tempo, já no segundo ela da uma animada, porém não consegue bater a Radioactivity que já é um time bom do início ao fim.
Radioactivity 2 x 1 Metal on Metal


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FINALISTAS:
RADIOACTIVITY
THE HALL OF MIRRORS

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Copa do Mundo Kraftwerk - Semifinais

Restaram quatro.

Argentina, França, Marrocos e Croácia. 

Ops... Não!

Eu tô falando da nossa Copa do Mundo.

Se lá no Catar temos dois europeus, um sul-americano e um africano, no nosso certame futebolístico-musical temos duas do álbum Trans-Europe Express, uma do Tour de France Soundtracks e uma do Radio-Activity. 

Será que a França vai para afinal no Catar e Tour de France vai para a final aqui? Será que teremos uma final dos ferroviários? Ou será que os radiativos chegarão à grande decisão pra causar uma explosão atômica?

Saberemos...

Agora tudo é semifinal!


Sorteio feito, confira aí, abaixo, como ficaram os confrontos da Copa do Mundo Kraftwerk:




Gol de Richarlison - Brasil x Sérvia - primeira fase - Copa do Mundo do Catar 2022






segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

"Boleiros - Era uma vez o futebol...", de Ugo Giorgetti (1998)



Futebol sempre rende boas histórias, tanto quem torce, assiste, como de quem joga profissionalmente ou mesmo no campinho de terra da esquina. "Boleiros - Era uma vez o futebol...", filme de Ugo Giorgetti se vale desses papos de futebol para trazer um filme gostosíssimo para os apaixonados pelo esporte. Seis amigos que já tiveram envolvimento profissional com futebol, como jogadores, árbitros ou técnicos, se reúnem num barzinho para uma cervejinha de final de tarde, depois do expediente dos seus trabalhos, agora, convencionais. Ali, cercados pelos retratos de seus tempos de estrelado no futebol, espalhados pelas paredes, relembram episódios, passagens, momentos, histórias do tempo da bola, algumas vividas por eles, outras folclóricas, outras históricas, outras lendárias, tudo com muita paixão e nostalgia pelos tempos em que, de alguma forma, faziam parte daquele universo.

Na mesa, relembram, primeiro, a história do árbitro comprado, vivido magistralmente por Otávio Augusto, que além de marcar um pênalti inexistente, fez o jogador bater até acertar, e como  não acertou nenhuma, ele mesmo, o juiz, encarregou-se de trocar o batedor. Depois alguém puxa a do ex-craque Paulinho Majestade, idolatrado por um repórter que quer fazer uma matéria sobre ele e descobre que o ex-craque encontra-se numa péssima situação, muito mal de vida, mas ao encontrá-lo para a entrevista, surpreende-se com a excelência que ainda desfila e com a reverência que ainda lhe prestam aqueles que o conheceram em seus bons tempos. Outro na mesa, ex-jogador do São Paulo e que dirige uma escolinha para crianças, conta a história do garoto que apareceu por lá, olhando o jogo, grudado na cerca, um moleque pobre, sujo, maltratado, mas que, chamado a jogar, mostrara-se muito melhor do que os garotinhos classe alta da escolinha. Muito talento mas que, por conta, provavelmente, das complicações na "quebrada" onde morava, não apareceu mais por lá.
Alguém lembra do Azul, jovem promessa, candidato a craque, enrolado com a mulherada e disputado por entrevistas nos programas esportivos, que, depois de um episódio de racismo que sofrera numa batida policial, possivelmente, acelerara as negociações para jogar na Itália.
Um fala em lesões, médicos, rezas, simpatias, outro lembra do caso do Caco, jogador do Corinthians que nunca se curava de uma lesão no joelho, até o dia em que o cunhado do craque o levou  para um curandeiro lá na "área" deles, o Pai Vavá, interpretado hilariamente por André Abujamra.
Na última, o mais novo da mesa, um recém aposentado do futebol, conta aos demais o dia em que teve que dormir no terraço do hotel da concentração para deixar o quarto livre para a estrela, e o mãos bonitão do time, Fabinho Guerra, receber uma bonitona que conhecera no saguão,  para desespero do técnico, brilhantemente interpretado por Lima Duarte, que exigia que todos os jogadores dormissem cedo.
A maioria das histórias é engraçada, algumas, são um pouco mais tristes, como a do garoto da escolinha, outras comoventes como a do Paulinho Majestade, outras trazem uma reflexão como a do craque abordado pela polícia por ser negro num carrão, mas em todo o papo, todas as lembranças está  presente o vazio que fica na vida daqueles homens depois que a carreira acaba. É exatamente o que é  expressado e torna-se marcante na fala de Naldinho, numa atuação esplendorosa de Flávio Migliaccio, no final do filme. A sensação de ser aplaudido por multidões, ser reconhecido na rua, parado pata fotos, autógrafos, e, de repente, não se sentir ninguém,  sentir-se um nada, não  saber sequer quem realmente é.
Em uma época que os programas de bate-papo com boleiros estão na moda, "Boleiros" é uma gostosa resenha com boas risadas e algumas coisas interessantes para se pensar.

A mesa de ex-craques rendendo muitas risadas e muitas histórias.




Cly Reis