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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Oscar 2020 - Os Indicados




Saiu mais uma lista dos candidatos do ano ao Oscar! Para quem curte cinema, bate aquela fissura de assistir a tudo que for possível antes da cerimônia de premiação. A equipe cinematográfica do Clyblog, no entanto, já vem se empenhando nisso conferindo alguns dos títulos até então pré-indicados, caso, por exemplo, do ótimo “Coringa”, que lidera a lista, com 11 indicações, o “O Irlandês”, de Martin Scorsese, que não ficou muito atrás, com 10, e “Star Wars – A Ascensão Skywalter”, com três técnicas. Mas embora “Coringa” saia na frente e provavelmente leve algumas estatuetas, entre elas, a de Melhor Ator para Joaquim Phoenix, os adversários para Melhor Filme e Diretor, os mais cobiçados da noite, são bem valiosos. A começar pelo primeiro filme sul-coreano a disputar a categoria, o Palma de Ouro “Parasita”, que concorre também a Filme Estrangeiro. O vencedor do recente Globo de Ouro, “1917”, de Sam Mendes, vem com a pompa dos filmes de guerra, temática bem vista pela Academia, assim como “Jojo Rabbit”. E tem também os elogiados “Histórias de um Casamento”, “Adoráveis Mulheres”, “Era uma Vez em... Hollywood”... Há categorias, aliás, que chega a assombrar tamanho o peso, como Ator Coadjuvante, só com já vencedores ou já nomeados várias vezes: Tom Hanks, Anthony Hopkins, Al Pacino, Joe Pesci e Brad Pitt. Destaque também para o documentário “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, que, após muitos anos, põe um filme brasileiro novamente na disputa de um Oscar. Enfim, uma boa disputa, mas que tem os seus favoritos, claro. E nós do blog vamos continuar trazendo nossas impressões de filmes que figuram no Oscar 2020. Então, confira a listagem completa:


▪ MELHOR FILME
Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO

Martin Scorsese - O Irlandês
Todd Phillips - Coringa
Sam Mendes - 1917
Quentin Tarantino - Era Uma Vez Em... Hollywood
Bong Joon Hoo - Parasita

▪ MELHOR ATRIZ

Cynthia Erivo - Harriet
Scarlett Johansson - História de um Casamento
Saoirse Ronan - Adoráveis Mulheres
Renée Zellweger - Judy - Muito Além do Arco-Íris
Charlize Theron - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR

Antonio Banderas - Dor e Glória
Leonardo DiCaprio - Era Uma Vez Em... Hollywood
Adam Driver - História de um Casamento
Joaquin Phoenix - Coringa
Jonathan Pryce - Dois Papas

▪ MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Kathy Bates - O Caso Richard Jewell
Laura Dern - História de um Casamento
Scarlett Johansson - Jojo Rabbit
Florence Pugh - Adoráveis Mulheres
Margot Robbie - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR COADJUVANTE

Tom Hanks - Um Lindo Dia na Vizinhança
Anthony Hopkins - Dois Papas
Al Pacino - O Irlandês
Joe Pesci - O Irlandês
Brad Pitt - Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Entre Facas e Segredos
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Dois Papas

▪ MELHOR FILME INTERNACIONAL

Corpus Christi (Polônia)
Honeyland (Macedônia do Norte)
Os Miseráveis (França)
Dor e Glória (Espanha)
Parasita (Coreia do Sul)

▪ MELHOR ANIMAÇÃO

Como Treinar o Seu Dragão 3
I Lost My Body
Klaus
Link Perdido
Toy Story 4

▪ MELHOR FOTOGRAFIA

O Irlandês
Coringa
O Farol
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MONTAGEM

Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

O Irlandês
Jojo Rabbit
1917
Parasita
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR FIGURINO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MAQUIAGEM

O Escândalo
Coringa
Judy - Muito Além do Arco-Íris
Malévola - Dona do Mal
1917

▪ MELHORES EFEITOS VISUAIS

Vingadores: Ultimato
O Irlandês
O Rei Leão
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR MIXAGEM DE SOM

Ad Astra
Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"I Can’t Let You Throw Yourself Away" - Toy Story 4
"I’m Gonna Love Me Again" - Rocketman
"I’m Standing With You" -  Superação - O Milagre da Fé
"Into the Unknown" - Frozen 2
"Stand Up" - Harriet

▪ MELHOR TRILHA SONORA

Coringa
Adoráveis Mulheres
História de Um Casamento
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO

Indústria Americana
Democracia em Vertigem
The Cave
Honeyland
For Sama

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM

In the Absence
Learning to Skateborad in a War Zone (If You're a Girl)
A Vida em Mim
St. Louis Superman
Walk Run Cha-Cha

▪ MELHOR CURTA METRAGEM

Brotherhood
Nefta Footbal Club
A Sister
The Neighbor's Window
Saria

▪ MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM

Dcera (Daughter)
Hair Love
Kitbull
Memorable
Sister

sábado, 9 de agosto de 2025

"F1, O Filme", de Joseph Kosinski (2025)

 



Vejo Fórmula 1 desde 1981, desde o primeiro título de Nelson Piquet. Fiquei fã do esporte, vibrei com os brasileiros, com o bi de Piquet, a maestria de Senna, reconheci a grandeza de rivais como Prost, Lauda, Mansell, admirei Schumacher e segui interessado até o início dos anos 2000. Me afastei na primeira década do século XXI por conta do nascimento da minha filha que fez com que eu tivesse que dedicar as atenções do domingo de manhã ao carrinho de bebê e não a carrinhos correndo na TV, mas muito também pela monotonia que a disparidade que equipes dominantes determinavam às demais naquele momento. Curiosamente, as duas razões que me afastaram da Fórmula 1, acabaram me reaproximando dela: minha filha, agora crescida, assim que se fez gente se interessou pelo esporte fazendo com que eu voltasse a acompanhar com ela, e a FIA, percebendo que cada vez mais perdia público e interesse geral, tomou suas providências de modo a aumentar a competitividade, reconquistar a audiência e atrair novamente a atenção mundial.
Dentro das pistas, providências técnicas, recursos para gerar mais disputas e ultrapassagens, pilotos jovens, regras de conduta mais rígidas, mais segurança, fora dela uma identificação maior com a nova geração, interação nas redes sociais, visual videogame nas transmissões de TV, gráficos variados na tela, câmeras on-board, abertura de novos mercados e ampliação do número de provas... A Fórmula 1 conseguira ficar legal de novo.
Novas frentes como a Internet estavam sendo bem explorados com hashtags, interatividade, publicidade, mas ainda havia horizontes a desbravar e o cinema era um deles. Em uma época de efeitos visuais avançados, recursos sonoros impressionantes, por que não produzir um filme e levar toda a emoção e velocidade para as telonas? Foi o que a organização da liga de automobilismo, alguns líderes de equipes e alguns pilotos com visão de investidor fizeram: botaram uma grana, juntaram patrocinadores, chamaram um bom time técnico pra executar o projeto e botaram um grande astro como protagonista. E eis que temos "F1, O Filme"!
Clima quente dentro dos boxes.
Clichê, a velha receita de bolo de Hollywood, nada muito for do convencional, mas MUITO LEGAL! As cenas de corrida são emocionantes, eletrizantes, apoteóticas. A boa condução de uma trama simples faz com que a gente se envolva e acabe torcendo como se estivesse assistindo a corridas de verdade. E, além disso, o fato de transpor para a tela o verdadeiro universo da categoria, com os circuitos onde realmente ocorrem as provas como Spa, Silverstone, Monza, as equipes que conhecemos (Ferrari, Mercedes, Red Bull) e a inserção dos próprios pilotos de verdade na história, inclusive com a participação de alguns deles como Verstappen e Hamilton contracenando com os atores, cria toda uma identificação com o filme e torna a experiência muito mais envolvente.
Muito bem realizado tecnicamente, "F1" traz o universo da grana, interesses, contratos, os bastidores, a tecnologia, a 'dança das cadeiras' de pilotos, o paddock, numa história onde um piloto aposentado, Sonny Hayes, é chamado de volta à ativa por um antigo colega de pista, Ruben Cervantes (Javier Barden), agora executivo de uma equipe, para tentar atingir metas contratuais e fazer ao menos alguns pontinhos com um carro bastante limitado de modo a garantir sua manutenção acionária. O veterano, Sonny, interpretado por Brad Pitt, se depara na equipe com um novato talentoso, Noha Pierce, que bate de frente com ele por conta de sua vaidade e imaturidade. Conflitos e insucessos se tornam inevitáveis dentro da escudeira enquanto a engenheira Kate tenta desenvolver o carro ao longo das provas e o final da temporada se aproxima, com o tempo se escoando para que se atinja minimamente os objetivos dos donos da equipe.
O desenvolvimento do acerto do carro, os resultados obtidos pela equipe em pouco tempo, alguns procedimentos de corrida como decisões da direção de prova, e a redenção final (não estou dando spoiler), são alguns pontos um pouco contestáveis do filme no que toque à verossimilhança, mas ok..., é cinema, vamos relaxar um pouco, né? E, de mais a mais, quer esporte mais cinematográfico que esse? Carros batendo na última volta e a vitória ficando para outro, a glória de um veterano que nunca marcara um ponto subindo ao pódio pela primeira vez, acidentes espetaculares, piloto resgatado de um carro em chamas... Não, não estou falando do filme. Tudo isso já aconteceu de verdade. Pois é...
Fórmula 1 é ABSOLUTE CINEMA!


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"F1, O filme"
Título Original: "F1, The Movie"
Direção: Joseph Kosinski
Gênero: Ação/Drama/Esportes
Elenco: Brad Pitt, Damson Idris, Kerry Condom, Javier Bardem
Duração: 156 min
Ano: 2025
País: Estados Unidos
Onde assistir: Nos cinemas


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por Cly Reis

quinta-feira, 29 de junho de 2023

"Onze Homens e Um Segredo", de Lewis Milestone (1960) vs. "Onze Homens e Um Segredo", de Steve Soderbergh (2001)






Onze de cada lado. De um lado "Onze Homens e um Segredo", de 1960, do outro "Onze Homens e um Segredo", de 2001. Vinte e dois homens e um só objetivo: a vitória. Dois timaços! No time de 1960, Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Shirley McLaine, Angie Dickinson, Cesar Romero, no de 2001, George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Julia Roberts, Don Cheadle, Andy Garcia.
Duas equipes organizadas, cheias de jogadas ensaiadas e que, pode-se dizer, são especialistas em roubadas de bola. Tanto que o grande objetivo em ambos os casos, é roubar uma verdadeira bolada de alguns dos maiores cassinos de Las Vegas. Embora a meta seja a mesma, a montagem dos elencos é feita de forma bem distinta e as estratégias utilizadas para chegar ao "gol" têm suas diferenças.
Enquanto que, no filme original, o grupo que pretende realizar o ousado roubo é constituído por ex-militares que se conheceram na Segunda Guerra, no novo, a gangue é formada por trapaceiros de marca maior, dos mais variados estilos (um ladrão de bancos, outro batedor de carteira, outro trapaceiro nas cartas...). Se no primeiro estão a serviço de um milionário ganancioso, no segundo são recrutados por Danny Ocean, um manjado salafrário que acaba de sair da cadeia mas que já planeja um golpe de proporções inimagináveis.
No original, o roubo em si, ainda que bem elaborado, é bem mais simples que o da nova versão, que, por sua vez, envolve muito mais complicadores e dificuldades, como seguranças, senhas, aparelhagem, etc. Em "Onze Homens..." de 1960, a ideia é, na noite de ano novo, na hora da virada, causar um blecaute em Las Vegas, explodindo uma torre de alta-tensão e, durante o tumulto, tanto da comemoração quanto da escuridão, aproveitar o destravamento dos cofres, e realizar o assalto em cada um dos cinco cassinos.
No remake, também há o elemento do blecaute, no entanto, sua duração é bem mais curta e por isso mesmo, a ação dos bandidos tem que ser muito mais bem pensada e ágil. O corte de energia, causado neste segundo filme, por uma pequena 'explosão nuclear' acontecerá durante uma grande luta de boxe nas dependências de um dos cassinos, evento que fará com que muito mais dinheiro circule naquela noite. A "vantagem", por assim dizer, dos ladrões da nova versão é que eles têm que chegar a apenas um cofre que atende às três principais casas de jogos da cidade... Ótimo? Só que não! Exatamente por ser um único local de armazenamento de toda a féria dos cassinos, a segurança é muitíssimo mais reforçada e a parafernália tecnológica de lasers, identificações, travamentos, etc., é praticamente intransponível.
Até para superar toda essa dificuldade, o plano de execução da refilmagem é muito mais elaborado e surpreendente. O antigo é legal, tem o spray infravermelho que somente os integrantes do grupo conseguem ver com os óculos especiais na hora do apagão, a ação sincronizada de entrar nos cofres exatamente na hora que as pessoas cantam a canção de ano novo, o dinheiro nas latas de lixo, o caminhão de coleta urbana saindo sem suspeitas. Tudo muito bacana. Só que no novo, tem o roubo do gerador do museu de tecnologia pra causar um apagão na cidade toda, o velho "milionário grego" distraindo a atenção do proprietário com a maleta, o jovem Linus se passando por fiscal de jogos para roubar a senha do chefão do cassino, um pequeno chinês acrobata que cabe dentro de um carrinho de coleta de dinheiro, uma explosão fake dentro do cofre, a entrada da S.W.A.T., um falso tiroteio, a fuga do falso furgão e a saída tranquila dos ladrões, pela porta da frente, tudo isso enquanto o líder, Ocean, leva uma "surra" numa sala isolada para lhe servir de álibi de que em momento algum participara de qualquer daqueles eventos. 

"Onze Homens e Um Segredo" (1960) - trailer


"Onze Homens e Um Segredo" (2001)  - trailer


No mais novo, embora paire alguma dúvida, ao final, quanto à impunidade do grupo, uma vez que os capangas do proprietário ainda estão de olho em Ocean e sua turma, mesmo meses depois do acontecido, o êxito da operação em si, se confirma e em princípio, cada um sai com sua parte. Já no antigo, embora o roubo se concretize, um incidente com um dos integrantes, o eletricista, que sofre um infarto na rua logo após a missão, é a pista para que o sagaz e oportunista Duke Santos, vivido por Cesar Romero, o Coringa da antiga série de TV do Batman, padrasto de um dos integrantes da gangue, ligue alguns pontos e perceba que o enteado está envolvido. Desta forma, Santos, pedindo metade do ganho do assalto, chantageia o grupo que se vê obrigado a ocultar o dinheiro e, nisso, acaba, de maneira frustrante, perdendo tudo o que havia conquistado.
O mais recente leva vantagem também no ritmo. Enquanto o anterior era mais arrastado até o recrutamento de todos os integrantes, o mais novo é mais dinâmico e até mesmo essa etapa é mais envolvente e interessante. A propósito, a montagem, a edição do remake é grande responsável por essa dinâmica. Cortes rápidos, telas divididas, zooms in, flashbacks, películas diferentes, imagem granulada... Um show de Steven Soderbergh e sua equipe.

"Onze Homens e Um Segredo" (1960) - abertura de Saul Bass


Apesar de tudo isso, os Onze Homens do oscarizado Lewis Milestone é que saem na frente, logo nos primeiros movimentos do jogo, com um gol relâmpago de um décimo segundo jogador. A abertura genial do mestre Saul Bass, cheia de grafismos imitando os luminosos das fachadas dos cassinos, garante um gol para o time de 1960, antes do primeiro minuto de jogo. Mas basta o time de Steve Soderbergh botar a bola no chão para passar a dominar o jogo. A montagem alucinante garante o empate, o roteiro mais elaborado, mais inusitado, garante a virada e a trilha sonora espetacular, cheia de soul e jazz, marca o terceiro. Milestone tem Sinatra com a 10, ele é bom, joga muita bola, apesar de muita gente achar que ele era bom só de microfone, mas Clooney, o homem de confiança do professor Soderbergh, é o cérebro do time e faz melhor essa função que o Rei da Voz. Gol dele. 5x1. Brad Pitt até está melhor como braço direito do chefe da gangue, na atualização, do que Dean Martin, praticamente na mesma função no time antigo, Matt Damon é mais interessante e completo que seu equivalente Peter Lawford, Don Cheadle mais cativante que Richard Conte como o especialista em elétrica, mas o time de 2001 não transforma essas oportunidades em gol. Mas num drible desconcertante, daqueles de derrubar narrador, o desfecho do roubo com toda a enganação à qual nós espectadores somos submetidos, com bolsas cheias de pornografia num carro comandado por controle remoto, e com os ladrões saindo, pela porta da frente do cassino, com as bolsas de dinheiro, é um golaço numa jogada brilhantemente construída. O time de 1960 desconta pela ótima cena da contagem regressiva para a virada do ano, intercalada por um balão vermelho na tela, cortando de um para o outro cassino. 6x2 é o placar final da partida.

Dois grandes elencos mas, com um time mais bem encaixado, com jogadas mais trabalhadas e com um craque mais centralizador das jogadas, os onze de Ocean da versão de 2001, à direita, levam com alguma tranquilidade e faturam a premiação milionária da competição.


Um oceano de distância separa o time de 1960 do time de 2010
Vitória tranquila como roubar doce de criança.






Cly Reis


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"O Curioso Caso de Benjamin Button", de David Fincher (2009)




Fui ao cinema neste último final de semana assistir ao tal "O Curioso Caso de Benjamin Button".

Legalzinho. Nada demais. Não saí arependido do cinema, mas também não saí empolgado.

O barato de contar a vida de trás pra frente faz pensar que, no fim das contas, tudo é só uma questão de ordem e que o processo basicamente é o mesmo, e que de uma forma ou de outra tudo tem seu tempo.

Brad Pitt não convence. É um ator em evidente evolução desde suas primeiras aparições, mas mesmo em um papel tão favorável para se consolidar como um grande ator, faz um "feijãozinho com arroz" bem mais ou menos. Quanto ao diretor David Fincher, este sim , mostra claros progressos enquanto cineasta e não apenas como ex-diretor de clipes da Madonna. Não eu que não tivesse gostado de filmes como "Seven", por exemplo, que acho um dos melhores filmes dos últimos 20 anos, mas ali ainda parece muito agarrado a uma fórmula MTV de filmar.

Resumindo: não vale as 13 indicações que recebeu ao Oscar.

Bonzinho. Só isso.


Cly Reis

segunda-feira, 24 de junho de 2013

14 Video Portraits by Robert Wilson








“Vídeo, cinema e fotografia são oferecidos como documentos de desempenho, mas raramente se aproximam da experiência tridimensional, o soa como eles irradiam através do teatro, iluminação, uma vez que envolve um lado, a antecipação da audiência, o gesto sutil do ator individual”

 Noah Khoshbin & Matthew Shattuck. 





“Se ele se move, eles vão vê-lo” 
Andy Warhol. 





“A carreira de Robert Wilson tem a assinatura de uma grande criação artística”
Susan Sontag.


O Santander Cultural realizou em 2010 a Mostra Robert Wilson – Video Portraits numa parceria antenada com as redes sociais e novas tecnologias durante a 17º edição do Porto Alegre em Cena na cidade de Porto Alegre. Em todo o espaço expositivo via-se os 14 vídeo-retratos produzidos pelo artista norte-americano em alta definição no suporte de telas de 1,5m de altura. Wilson está entre o teatro e as artes visuais de vanguarda, sendo um multiartista conhecido também por suas técnicas de iluminação e cenários no teatro americano.

Os vídeo-retratos apresentados nessa Mostra reuniam atores, artistas, dançarinos, escritores, atletas, pessoas de todas as origens, e animais que refletem a amplitude da carreira de Wilson. Entre eles figuravam: o chinês Zhang Huan, o escritor Gao Xingjian, os atores Brad Pitt e Steve Buscemi, Alan Cumming e Winona Ryder, Ditta von Teese, Jeanne Moreau e Johnny Depp entre outros. Produzidos a partir de uma parceria entre Robert Wilson e as câmeras Voom HD Networks uma empresa de TV onde Robert foi artista residente a partir de 2004. Os Vídeo-Portraits são retratos de celebridades e anônimos caracterizados por um formato que vai além da fotografia, inclui cinema e teatro, literatura e música de múltiplas dinâmicas reveladas no retrato do vídeo. As criações de Wilson apresentam uma linguagem de movimentos mínimos, gestos sutis e coreografados, somados a arranjos cenográficos sofisticados, aqui as trilhas musicais e as palavras também tem força. Aliás a ligação de Wilson partindo inspiradamente do ambiente cenográfico com a música vem desde 1976 quando apresenta o trabalho com seu parceiro Philip Glass "Einstein on the Beach".

Para estes vídeo-retratos a música torna-se parte integrante da peça, em vez de apenas uma ilustração auditivo de um tema visual. Executando a gama de gravações de campo às pontuações do jogo de vídeo, desde o clássico ao blues, ao rock ao punk dos retratos de vídeo contêm uma lição na abordagem contemporânea de apropriar-se de toda a história das gravações sonoras. Alguns críticos que abordaram as obras chegaram a questionar se Wilson está sinalizando com essas gravações sonoras um caminho da música do futuro. Será?
A impressão que temos é que o artista transporta para a tela em HD o seu velho conhecido – o palco. Nele faz todas as intervenções e correlações possíveis. A fotografia se dá pela quase imobilidade dos personagens que se congelam e se movimentam num tempo nem sempre real, brincando assim com a observação do espectador e com a sua própria noção de tempos.

Um das obras que mais gostei é a que apresenta o escritor Gao Xingjian (Prêmio Nobel da Literatura 2000 vive na França e em 1997 tornou-se cidadão francês - é também tradutor da obra de Samuel Beckett e Eugène Ionesco, além disso é roteirista, diretor de teatro e pintor). O vídeo-retrato com seu nome está datado no ano de 2005 e tem música de Peter Cerone “Never Doubt I Love, Desert”. A música pontua o tempo que a escrita percorre pelo rosto de Gao. E sugere as relações estabelecidas entre um lugar onde a solidão é uma situação permanente e um estado emocional onde o deserto pode confirmar ou negar de maneira provocativa uma afirmação duvidosa. Nesta obra o que se move quase todo o tempo é a escrita e o personagem serve de meio para recebê-la. A face do escritor recebe a frase “La solitude est une condition nécessaire de la liberte” escrita em letra manuscrita no idioma francês. Aos poucos ela se forma cruzando o rosto do escritor e tão logo está escrita começa a desaparecer culminando com a abertura dos olhos dele ainda sob a pontuação da música. 

Um texto tão carregado de emoção precisa de tempo para ser absorvido. A frase evoca reflexões. O tempo da escrita coincide com o tempo real de leitura da frase, mas não com o que a frase diz. Qual tempo de solidão é necessário para que se escreva tal reflexão? Ainda – esta frase faz parte de algum livro do escritor ou é uma frase universalmente conhecida? Será que a intenção de Wilson é fazer com que o espectador perceba que escrever é um trabalho interno profundo? E que esse mergulho na construção do texto, faz parte do processo de criação sobre o que se coloca de fato no papel?

Outro aspecto que me chamou atenção é que essa mesma obra foi exposta em Museus com diferentes suportes o que legitima o diálogo entre o meio digital e os espaços expositivos sejam eles de vanguarda ou tradicionais, sendo esse um fator que se relaciona a proposta de trabalho de Wilson que interliga novamente áreas aparentemente incompatíveis. 

Os vídeos-retratos foram exibidos em Los Angeles, Berlim, Áustria, Itália, Espanha, Rússia, EUA, Singapura, Alemanha e em New York em plena Times Square. Fico imaginando o impacto destes retratos numa avenida que é conhecida por um fluxo de imagens, cores e agitação constantes. As obras de Wilson são coloridas, contrastadas e com uma definição incrível, totalmente conectadas ao universo pixelado e frenético da Times Square que guarda para si uma profusão de anúncios publicitários, divulgação de espetáculos e reúne os mais refinados investidores mundiais. O que diria Warhol , um dos pais e Mestre destas relações entre comunicação e Arte sobre, por exemplo, a imobilidade da pantera negra que Robert expõe nesta Mostra? “Se ele se move, eles vão vê-lo", diz Andy. E quando ele se moverá? Se isso acontecer a que momento poderemos capturar esse gesto? Eis que o desafio está lançado: perceba e questione seu corpo em reação a estas obras, teste sua paciência em esperar por um movimento e transporte-se a figura do leitor de Arte, em frente a contemporaneidade explícita de Wilson independente de qual personagem ou cidadão esteja retratado na sua frente. Participe desse espetáculo e perceba o quanto você faz parte disso tudo.
Gao Xingjian: assista ao vídeo-retrato





terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino (2009)





Como disse aquele médico do “Hellraiser 2” que depois de ter resitido tanto em ser levado pelos Cenobitas, então se regozija com os prazeres da dor:”E PENSAR QUE EU HESITEI!’.
E dizer que eu resisti a ir a um cinema ver “Bastardos Inglórios”. E o pior, que eu prejulguei de maneira tão leviana. Que eu subestimei a capacidade de um dos meus diretores preferidos. Mea culpa. Mea maxima culpa!Apostava, quando desdenhei do filme, que os elementos típicos de Tarantino já estivessem ficando desgastados e que simplesmente estariam aplicados agora a um tipo de cenário atípico até então na sua filmografia, a guerra, mas já com a “piada” gasta. Em parte é verdade. Está tudo lá; os flashblacks, a violência, a divisão do filme em partes, os diálogos longos; só que tudo colocado perfeitamente bem e aplicado diferentemente do que em seus outros filmes. Em “Bastardos...”, mesmo com esta segmentação do filme, o roteiro é mais linear e os flashbacks funcionam quase que como um apoio à história e não a desconstrói como Tarantino costuma fazer. Os diálogos longos e que parecem improdutivos até chegarem a um ponto chave também aparecem e de forma muito bem construída e inteligente como no caso da visita do coronel alemão à casa de um camponês na França ocupada, na qual ele enrola, enrola, enrola, e brilhantemente a conversa chega a o ponto que ele queria. Aliás, este personagem, o Coronel Hans Landa, é o objeto especial para o desfile das melhores “conversas-fiadas” que Tarantino adora desenvolver em seus roteiros, e diga-se de passagem com uma atuação excepcional, entre o cômico, o charmoso e o brutal, de Christoph Waltz.
A propósito de brutalidade, não poderia faltar a violência que sempre foi marca registrada dos filmes do cara e neste, não faz por menos também. O curioso é que ele trata, no mais das vezes , de forma tão banal, tão natural, tão spaghetti, que quase não causa o impacto que deveria causar. Por exemplo, os escalpos de nazistas: os Bastardos o fazem como se descascassem laranjas e até por esta naturalidade acaba nem doendo nos olhos do espectador. Tipo, faz parte da história. É isso aí. Depois do primeiro escalpo passa a ser engraçado. Tão engraçadas quanto as marcas que o caricato Aldo Rayne, vivido por Brad Pitt, faz na testa do nazistas, este aliás com uma atuação que não me convenceu. Sei que a interpretação faz parte da proposta da construção do personagem, mas o tipo que ele faz, as caras e bocas ficaram muuuiito forçadas. Mas vá lá. Não chega a estragar o todo.
Não contando o final do filme mas me valendo da última frase dita nele, “acho que esta é minha obra prima”, como se fosse a manifestação de Tarantino pela boca do Ten. Aldo Rayne, não acho que seja a obra-prima do cara, mas, ao contrário do que eu imaginava quando escrevi anteriormente, Tarantino está melhorando ainda mais seu cinema dentro da sua linguagem.
Não duvido mais do cara. Prometo.




Cly Reis

terça-feira, 2 de junho de 2009

"Ocean's Trilogy", de Steven Soderbergh



A longa viagem de avião me proporcionou assistir durante o vôo, filmes que eu já tinha alguma curiosidade em ver mas que tinha perdido no cinema, nunca tinha locado ou já tinha iniciado quando topei com eles na TV. Felizmente havia boas opções no acervo da TAM.
Optei por ver a trilogia dos Homens e seus segredos, “Onze Homens e um Segredo”(2001), “Doze Homens e Outro Segredo”(2004) e “Treze Homens e um Novo Segredo” (2007). Os três filmes são bem legais mas especialmente o primeiro e muito bom.
Soderbergh já gozava de bom conceito comigo, especialmente por “Sexo, Mentiras e Videotape” e pelo recente “Che”, e esta boa graça só foi confirmada. Em tramas bem amarradas e divertidas, ele brinca com seriados dos anos 70, com as característica daqueles blaxploitation e com os filmes noir. Tudo isso embalados por trilhas extremamente bem escolhidas e muito apropriadas para as cenas e situações.
Uma coisa que não se pode deixar de mencionar é o elenco de estrelas de primeira linha que em nome dos projetos e da amizade com George Clooney, o protagonista Danny Ocean, e com o diretor Steven Soderbergh, fizeram o filme por cachês irrisórios diante das suas magnitudes. É lógico que Brad Pitt, Matt Dammon, Julia Roberts, Don Sheadle, Andy Garcia não ficaram sem ganhar nada. A bilheteria do primeiro foi ótima e suas participações em lucros e publicidade compensaram a boa ação estimulando-os a fazer os outros dois da seqüência.
Bem legais os outros também. Entre estes, acho o “Treze Homens...” melhor. O roteiro do “Doze...” a meu ver é meio perdido e fica devendo um pouco. Mas foi legal ver os três, assim, na colada.


Cly Reis

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

cotidianas #399 - Um bom motivo para “volver” a Santiago



A genial artista chilena,
agora devidamente homenageada.
Leio uma notícia da abertura do Museu Violeta Parra e minha memória remonta a outubro de 2006. Depois de dormir uma noite em um hostel isolado em Uspallata (onde filmaram "Sete anos no Tibet" – tem até um barzinho lá cheio de fotos do Brad Pitt), no meio da Cordilheira dos Andes, tomei um ônibus rumo a Santiago. A viagem foi linda e tranquila, especialmente por conta da paisagem e das incríveis 49 curvas em ‘U’ que formam os chamados "caracoles chilenos". O longo percurso, ainda que feito dentro de um ônibus desses de linha urbana, foi bem menos desafiador do que os 800 km que eu havia feito dentro de um Scania 111, ano 1979, que me levara de Uruguaiana até Córdoba. Naquele mochilão, eu já tinha conseguido umas coisas bem legais, como: 1) passar um dia na Fundación Atahualpa Yupanqui, em Cerro Colorado; 2) conhecer, tomar mate e prosear com o simpático "Koya" Chavero, filho de Don Ata (que, inclusive, me deu uma carona de volta a Córdoba); e 3) ter passado uma noite em um ginásio lotado para ver a "Peña de los Carabajal", cheio de gente dançando zamba e chacarera.
Uma das principais obras da artista,
exposta no Museu do Louvre.
Bueno, voltando a Santiago. A primeira coisa que fiz na cidade foi ir à rua Carmen, número 340. Era lá que funcionava (olha a minha cabeça), NOS ANOS 60, a Peña de los Parra, tocada por Violeta Parra e pelos filhos, Angel e Isabel. Victor Jara vivia lá, também. Era uma vida de música, folclore, bebidas e empanadas. Cheguei lá e dei de cara com uma casa normal onde não tinha mais nada senão... uma casa normal. Na minha cabeça, lá deveria funcionar uma fundação, um museu ou algo do gênero. Mas não.
Peguei um ônibus e me mandei para a calle Brasil (isso mesmo), onde ficava a Fundación Victor Jara. Essa, sim, existia. E não só existia como tive a sorte de encontrar por lá sua viúva, a bailarina inglesa Joan Jara, autora de "Uma canção inacabada", livro fundamental sobre a vida e a obra desse gênio chileno assassinado dias após o golpe de Pinochet, em 1973. Agora, nove anos depois, a amiga Míriam Miràh (uma das pedras fundamentais do Tarancón, grupo que nos anos 70 difundiu o folclore e a música de protesto latino-americana pelo Brasil) me alerta sobre a inauguração, finalmente, de um museu que vai abrigar a obra tátil de Violeta, como tapeçarias, bordados e pinturas. Quanta história envolvida. E que bom motivo para volver a Santiago.





terça-feira, 25 de setembro de 2012

"A Árvore da Vida", de Terrence Malick (2011)




Somente dia desses tive a oportunidade de assistir ao premiado “Árvore da Vida” do cineasta pouco prolífico Terrence Malick, ganhador da Palma de Ouro do festival de Cannes do ano passado e centro de uma certa discussão dos que o colocam como extremamente chato e longo e dos que o vêem como uma obra-prima definitiva. Eu diria que nem tanto ao mar nem tanto à terra. Vi com toda a expectativa para um bom filme, mas também me resguardando do que poderia me esperar, com toda a tenção que pudesse merecer ou necessitar para que detalhes definidores não me escapassem, e com toda a paciência que exigisse. Fiz bem em abranger todas as possibilidades. É um filme que exige que todas estas antenas estejam ligadas. Ele vai exigir sua atenção, sensibilidade, disposição, percepção e tempo.
Mallick alterna sua lente sobre a vida de uma família dos anos 50, cujo pai (Brad Pitt) é rígido em sua educação religiosa; na cabeça perturbada de um dos filhos desta família nos tempos atuais (Sean Penn); em imagens esparsas acompanhadas pela voz de e Penn ou pela mãe da família (Jéssica Ceastain); e em imagens notáveis do surgimento da vida, desde o Big Bang, passando pelas glaciações, pela primeira forma de vida, pelos dinossauros, pelo surgimento de uma árvore, pelo nascimento de uma criança. Tudo isso ao som de temas clássicos que conferem uma atmosfera toda majestosa e etérea à cada cena. Tudo pacientemente. Tudo sem obedecer necessariamente a uma ordem lógica. Mas isso é compensado, na minha opinião, pela fundamental amarração de todos os elementos que é a perda de um dos filhos pela família que traz à tona toda sorte de dúvidas, questionamentos, reflexões por parte da mãe e do irmão e, pretende suscitar no espectador o sentimento mais importante de todos: entendermos que nessa vida, só há uma coisa verdadeiramente importante, só uma coisa que realmente fica, que permanece, e que esta coisa é o amor.
O diretor pacientemente insiste nos mostrar em imagens espetaculares a origem da vida, do universo, do mundo, nos apresenta uma família com problemas, com sentimentos conflitantes, com hábitos particulares, com suas crenças, insiste em mostrar a natureza, questiona Deus, questiona o ser, só para nos dizer no fim das contas que A VIDA É ASSIM. Tudo tem começo, meio e fim. Inclusive nós. Mas nós, humanos, racionais que somos, temos é que viver nossas vidas, sejam elas com pais rigorosos ou não, com religiões ou sem elas, com alegria muitas vezes mas com tristezas também, lidando com a morte, lidando com frustrações, mas fazendo uso dessa capacidade ímpar que temos em relação aos outros seres vivos que é o poder de amar.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra: não é cansativo como muitos classificam, maçante por conta de sua duração, ausência de linearidade ou subjetividade. É filme para se ver mais com os olhos da alma do que com os olhos físicos. Filme que merece a contemplação que ele mesmo sugere. Por outro lado, não o classificaria também como obra-prima. Não chegaria a tanto. Não diria tratar-se de uma das melhores coisas que tenha visto na vida ou o impulsionaria imediatamente ao olimpo das grandes obras do cinema, lá junto com “8 e 1/2”, “Laranja Mecânica”, etc. Muito bom filme,  com certeza. Inegavelmente o é. Apreciável e recomendável pra quem estiver disposto a ver com o coração e a mente abertos.
Porque “A Árvore da Vida” no fim das contas, amigos, não é nada mais nada menos do que um filme sobre... a vida. Sobre a vida.


Cly Reis

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Os mais sexy do cinema



O site Première, especializado em cinema, publicou sua lista dos 100 mais sexy do cinema em todos os tempos. Dessa vez gostei da lista. Tirando uma coisinha aqui, outra ali fora de lugar, como pro exemplo a Halle Berry estar entre os 10, o que acho demais pra bolinha dela, se bem que ruim é que ela não é, né? (Vamos combinar).

James Dean pra mim seria o que viria imediatamente após os três do pódio e Russel Crowe não deveria estar sequer relacionado. Mas são apenas questões de preferência. A lista está boa no geral.

Na ponta a quentíssima Marylin, seguido por Brando e pela Bardot. Trinca insuperável essa, hein!

Vejam aí o top 10:


Marilyn, no topo da lista.
1. Marilyn Monroe

2. Marlon Brando

3. Brigitte Bardot

4. Rudolph Valentino

5. Angelina Jolie

6. James Dean

7. Sean Connery

8. Raquel Welch

9. Brad Pitt

10. Halle Berry


Confira o resto da lista no site da Première no link aí embaixo:


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Oscar 2020 - Os Vencedores



Bong Joon-Ho, diretor de "Parasita",
o grande vencedor do Oscar 2020.
E ao contrário do que ia se desenhando, de que teríamos uma conciliatória partilha de prêmios entre os principais concorrentes, para que todo mundo saísse bem, sem nenhum destaque acima dos outros, eis que no último prêmio tudo mudou... Esse era bom naquilo, outro era bom em outra coisa, aquele outro era melhor em outra, e as estatuetas foram se pulverizando entre os indicados premiando os principais méritos de cada um, sem maiores contestações: "1917" levando fotografia; "Coringa", levando ator; "Ford vs. Ferrari" faturando os prêmios técnicos de impacto visual e sonoro, tudo no seu devido lugar a não ser, talvez, pela frustração do tricampeonato de roteiro original para Tarantino que era bem cotado na categoria, mas mesmo assim, nenhum absurdo. Mesmo se "1917" ganhasse, ao final a estatueta de melhor filme e se isolasse numericamente à frente, se "Coringa" ou "Era Uma Vez Em... Hollywood" tivessem levado seu terceiro prêmio e causado um tríplice empate, as hierarquias dos prêmios até então distribuídos, não teriam feito de nenhum deles o vencedor absoluto, mesmo com o carimbo de MELHOR FILME. Mas a decisão da categoria principal em favor de "Parasita" deu um significado diferente a tudo isso. Não é a questão de ter ganho quatro e o outro ganho três... Vencendo o Oscar de melhor filme, "Parasita" não deixou margem de dúvidas de que era, dentre aqueles, o melhor em tudo. Se a sua direção é a melhor, se o seu roteiro é o melhor, se já é reconhecido como melhor filme internacional, a aclamação na categoria principal faz do filme um dos vencedores mais incontestáveis dos últimos tempos no Oscar. Ganhar Palma de Ouro e Oscar de filme estrangeiro alguns já conseguiram, ganhar Palma de Ouro e Oscar de melhor filme, só um havia conseguido até hoje, "Marty", de 1955, mas ganhar o prêmio principal de Cannes, o Oscar de filme estrangeiro e a categoria principal da Academia, sem falar em direção e roteiro, é absolutamente inédito e só demonstra o quanto "Parasita" tem méritos que nem a habitual politicagem de Hollywood foi capaz de ignorar.
No mais, a cerimônia teve dois belíssimos números musicais, um com Janelle Monàe, na abertura e outro com Sir. Elton John executando a canção pela qual ganhou o Oscar pelo sua própria cinebiografia, "Rocketman", um discurso forte e inspirado de Joaquin Phoenix ao receber seu prêmio pela atuação em "Coringa", e o belíssimo e humilde reconhecimento do vencedor da categoria de direção, o sul-coreano Bong Joon-Ho, a Martin Scorsese, que pelo menos serviu como consolo pelo fato de  seu filme candidato  em dez categorias "O Irlandês" ter saído de mãos vazias.
Se houve um certa chiadeira pelo fato de mulheres e negros não terem merecido a devida atenção nas indicações, a Academia, ao que parece tentou compensar em premiações como as de "Hair Love", sobre cabelos afro, como curta de animação, e "Learning to sobreviver in a warzone (If you're a girl)", sobre garotas superando barreiras e preconceitos para praticar seu esporte, na categoria documentário em curta-metragem, e, a propósito de documentário, como era esperado, não foi dessa vez que o Brasil, levou um Oscar com o importante porém fraco "Democracia em Vertigem"
"Parasita" fez história! Se em vários anos anteriores a Academia via filmes estrangeiros superiores aos hollywoodianos e não tinha a coragem de dar os dois prêmios para o convidado de fora da festa, fazendo aquela mediazinha, dividindo irmanamente os louros da glória entre "nós" e "vocês", desta vez parece que foi impossível não se render ao que veio de fora. 
Parece que finalmente um corpo estranho que vinha se desenvolvendo invadiu definitivamente o sistema imunológico de Hollywood. Os estrangeiros chagaram e se alojaram por lá. Mas ao contrário de um parasita, não estão ali para tirar. Pelo contrário, tem muito a dar ao cinema americano.


Confira abaixo a lista dos vencedores em todas as categorias:



  • Melhor roteiro original: Parasita
  • Melhor roteiro adaptado: Jojo Rabbit
  • Melhor longa de animação: Toy Story 4
  • Melhor curta-metragem de animação: Hair Love
  • Melhor curta-metragem: The Neighbor's Window
  • Melhor direção de arte: Era Uma Vez em... Hollywood
  • Melhor figurino: Adoráveis Mulheres
  • Melhor documentário: American Factory
  • Melhor documentário em curta-metragem: Learning to sobreviver in a warzone (If you're a girl)
  • Melhor edição de som: Ford vs. Ferrari
  • Melhor mixagem de som: 1917
  • Melhor fotografia: 1917
  • Melhor montagem: Ford vs. Ferrari
  • Melhores efeitos visuais: 1917
  • Melhor maquiagem e penteado: O Escândalo
  • Melhor filme estrangeiro: Parasita
  • Melhor trilha sonora original: Coringa
  • Melhor canção original: (I'm gonne) Leave me again - Rocketman
  • Melhor direção: Bong Joon Ho - Parasita
  • Melhor ator caodjuvante: Brad Pitt (Era Uma Vez em... Hollywood)
  • Melhor ator: Joaquin Phoenix (Coringa)
  • Melhor atriz coadjuvante: Laura Dern (História de um Casamento)
  • Melhor atriz: Renée Zellwegger (Judy)
  • Melhor filme: Parasita

C.R.