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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Ratos de Porão – 30 Anos de “Crucificados pelo Sistema” – Segunda Maluca – Bar Opinião – Porto Alegre/RS (19/10/2015)




A banda tocando "Crucificados pelo Sistema" na íntegra.
foto: Leocádia Costa
O show do Ratos de Porão na Segunda Maluca, no bar Opinião, já é um programa anual confirmado em Porto Alegre. A galera alternativa, que curte de verdade a pioneira banda do punk nacional, não deixa de comparecer, tanto que se veem os mesmos malucos por lá ano após ano – eu, inclusive, que os vi numa mesma ocasião, em 2013.
 Porém, agora teve um porque ainda mais especial: os 30 anos do seminal “Crucificados pelo Sistema”, histórico álbum lançado por eles em 1984 e que, passando por cima de toda a precariedade típica dos punks da época, abriu portas para toda uma geração do punk nacional (e gringo!) ao mesclar a “fudência” do hardcore com outras vertentes do rock pesado, como heavy metal, grind-core, trashcore e afins, o crossover. A comemoração pelo primeiro álbum individual de uma banda de hardcore da América Latina incluiu um documentário (lançado ano passado) e shows como este com sua execução na íntegra, além do reencontro da formação antiga da banda: o irreverente João Gordo no vocal, Jabá, no baixo, e Mingau na guitarra, uma vez que o guitarrista oficial desde 1985, Jão, que tocou bateria nas gravações de “Crucificados...”, reassumiu as baquetas para essa ocasião excepcional.
João Gordo,
sempre empático com a galera.
foto: Leocádia Costa
 Para completar, o show de abertura foi em alto nível com Os Replicantes, minha banda favorita de punk-hardocre brasileiro. Mesmo sem seu principal cabeça, Carlos Gerbase, nem o performático Wander Wildner – ambos participantes esporádicos hoje –, o grupo mandou muito bem com a rascante Julia Barth à frente. Set-list de primeira, intercalando clássicos replicantes (“África do Sul”, “Chernobil”, “Nicotina”) com outras do repertório novo – na mesma linha baixo-rock-bateria pegado e riffs inteligentes com letras idem. Mas, principalmente, a boa surpresa foi ver a própria Julia comandando o palco, numa performance de tirar o chapéu. Até me desfez a má impressão que fiquei dela do show de 30 anos d'Os Replicantes, há dois anos, quando, provavelmente intimidada com os integrantes mais velhos (Gerbase, Wander, Luciana Tomasi), mostrou-se numa postura defensiva e um tanto pedante. 
Eu vidrado no show da RDP.
foto: Leocádia Costa
Mas e o Ratos de Porão? A qualidade de sempre. Desta vez, porém, somente para tocar os “tiros curtos” de “Crucificados...”, disco que tem pouco mais de 18 minutos no original. No caso, com bis e outras coisas, foi pouco mais de meia-hora. Conforme anunciou Gordo, orgulhoso e brincalhão: “’Cês tão ligado que hoje não tem essa coisa metal, não, né?. Com essa formação é só a coisa pura, a coisa ingênua, do coração”, referindo-se à sonoridade ainda crua e bastante inspirada no punk e hardcore do final dos anos 70 e início dos 80, como Dead Kennedy's, D.R.I. e Exploited. “Morrer”, com sua memorável abertura – a bateria cavalgando rápida, guitarra e baixo na combinação 2/2 e Gordo abrindo com aquele berrado: “Um dois, três, quaaaaa...” –, incendeia de cara a plateia, que cai no pogo e não para até o fim da apresentação. “Caos”, a mais curta de todas (ridículos 15 segundos) e “Guerra Desumana” antecedem outra boa de poguear: “Agressão/Repressão”, cantada em coro no refrão. Igualmente, “Que vergonha!”, que emenda com outra clássica, “Poluição Atômica”, presente também na coletânea "Sub", primeiro registro da RDP e de vários outros grupos do punk brasileiro. 
O melhor performer
do rock nacional em ação.
foto: Leocádia Costa
Também das mais queridas da galera é “FMI”, cujo refrão simplesmente genial todos entoaram: “O FM-ê não está nem aê!”. “Só penso em matar”, com seu riff poderoso, é outra das grandes do disco e do show. “Não me Importo”, mais um hino do punk nacional (“Não me importo com o mal/ Que assola a humanidade/ E a poluição que sufoca minha cidade/ Não me importo com o papa/ Fazendo caridade/ E a corrupção me tira a liberdade”), é daqueles de sair dando botinada pra tudo que é lado. A melhor – e talvez mais conhecida do disco fora do meio alternativo –, a faixa-título, é daqueles riffs geniais, prenúncio do avanço composicional que a banda teria mais tarde, a partir de 1987, com “Cada dia Mais Sujo e Agressivo”, principalmente. Os próprios integrantes, totalmente à vontade e curtindo o momento, gostaram tanto de tocá-la (e o público de ouvir e dançar) que a repetiram logo em seguida – o que não somou 3 minutos, visto que a música tem menos de 1 e meio. Fechando com “Corrupção”, o bis trouxe “Periferia”, faixa do próprio disco que tinham se esquecido de tocar, e outras três clássicas: “Velhus Decréptus” (do “Descanse em Paz”, de 1986), “Vida Ruim” (“Não dá mais pra aguentar/ Essa vida ruim/ Essa vida de pião/ Você anda sem nenhum tostão...”), e “Realidades da Guerra” (essas duas últimas do “Sub”).
 Festa punk completa, com direito a entrada, prato principal e cereja do bolo. Leocádia Costa, que registrou em fotos e vídeo o show, e nunca tinha visto os Ratos ao vivo, saiu positivamente impressionada. Afinal, uma coisa é certa – e pouco falada –: o RDP é das grandes bandas do rock mundial e João Gordo é o melhor performer do rock brasileiro. Ponto. Que venham os Ratos de Porão novamente em 2016, que estarei lá na certa. Quem sabe, comemorando o aniversário do “Descanse em Paz”?

***
vídeo Ratos de Porão - “Só pensa em matar”



fotos e vídeo: Leocádia Costa




terça-feira, 30 de junho de 2015

Visita guiada à exposição “A Aventura de Criar” - Galeria Espaço Cultural Duque - Porto Alegre/RS (27/06/2015)









Leocádia explicando aos visitantes da mostra
sobre a Escolinha de Arte
Acompanhei – e fotografei – a visita guiada conduzida por Leocádia Costa pela exposição da qual ela é curadora, “A Aventura de Criar”, na Galeria Espaço Duque. Foi a segunda ocorrida durante o período da mostra, que segue aberta até o dia 18 de julho. Público interessado e muitas informações interessantes pinçadas por Leocádia que fizeram da visita um acontecimento agradável e pedagógico. Além de passar pelas obras de cada um dos artistas em exposição (Ado Malagoli, Alice Soares, Alice Brueggemann, Ângelo Guido, Augusto Rodrigues, Cristina Balbão, Fayga Ostrower, Fernando Corona, João Fahrion, Plinio Bernhardt, Romanita Disconzi e Teresa Poester), todos ligados de alguma forma à Escolinha de Artes do Rio Grande do Sul, os visitantes puderam, ao final da fala explicativa, assistir ao filme-documentário dirigido por Leocádia em 2010, quando do aniversário de 50 anos da hoje infelizmente extinta Escolinha. Bom programa para um sábado à tarde, que àqueles que não foram, dá tempo ainda de conferir.


*********** 


Diante dos quadros de Augusto Rodrigues,
idealizador da Escolinha
"A Aventura de Criar", vários artistas ligados ao Instituto de Artes do RS e da Escolinha de Artes da UFRGS
onde: Galeria Espaço Cultural Duque (R. Duque de Caxias, n° 649 - Centro/POA)
quando: até 18 de julho, segunda a sábado, das 18h às 20h
entrada: gratuita

curadoria: Leocádia Costa





sábado, 24 de agosto de 2019

8º Festival do Japão RS - Academia de Polícia de Porto Alegre/RS (17/08/2019)



Depois de uma semana com alguns dias bem frios, típicos do inverno gaúcho, o final de semana se anunciava quente, com as temperaturas em ascensão de sexta para sábado. Não deu outra: após algumas atividades já agendadas, Leocádia Costa e eu aproveitamos o calor agradável fora de época para passar no 8º Festival do Japão RS. Não poderia ter sido melhor, visto que foi realmente um barato conferir a atividade, que levou uma multidão à Academia de Polícia de Porto Alegre. O Festival, realizado anualmente no mês de agosto em um final de semana próximo à data de 18/08, considerado o Dia do Imigrante Japonês no Estado, tem como objetivo divulgar a cultura japonesa no Rio Grande do Sul. O evento celebra o dia como uma forma de preservar a cultura e as tradições do país de origem entre os descendentes dos imigrantes japoneses. Ao mesmo tempo, integra os laços culturais entre os povos, mostrando ao público admirador os hábitos, costumes, culinária, expressões artísticas e outras práticas relacionadas ao cotidiano do povo japonês.

O convite – e a pilha para prestigiar – veio da nossa amiga e minha colega de trabalho Carol Ayako, RP competente, diretamente ligada à organização do evento e entusiasta da cultura nipônica da qual a própria descende. A pilha de Carol, aliás, já vinha de algumas semanas, quando ela nos informou – à Leocádia, especialmente – da presença no festival da Hello Kitty, a graciosa gatinha muito querida pelo público – e pela Leocádia –, que está completando 45 anos de criação. A mim, Carol (uma ótima cantora também, aliás) pegou-me pela parte musical, avisando-me que teria uma cantora japonesa que cantava música brasileira.

Ao que chegamos, percebendo a extensa fila para entrar, cogitamos recuar. Mas com quem nos deparamos em meio àquele monte de gente? Com a Carol. Mesmo atribulada com as várias coisas do evento, ela nos ajudou a entrar no espaço, onde pudemos ver diversas atividades e produções ligadas ao Japão, de artesanato à gastronomia. Bastante frequentado por uma galera jovem ligada aos animes e a cultura pop japonesa, o lugar estava tomado de cosplays. Divertido, engraçado em alguns casos, mas, particularmente, confesso que não é algo que me desperte interesse ou admiração. Coisa de adolescente com a qual não me identifico? Não somente, pois nem quando adolescente culturas de massa como esta me atraíam. Mas é inegável que os tipos vestidos de personagens como Picachu, Homem-Aranha, Jaspion, Viúva Negra, Justiceiro e mais uma enormidade de rainhas, princesas, samurais, guerreiros e outros, que parecem ter saído direto de um mangá, se conformam muito bem no festival, dando cores divertidas e um ar jovem ao evento.

Trecho da apresentação do Grupo Aika

Dentre as coisas que pudemos presenciar na pouco mais de uma hora em que estivemos foi a linda dança da companhia de dança Grupo Aika (de Ijuí/RS), que muito me lembrou momentos do cinema de Akira Korosawa e Kenji Mizogushi, cineastas que admiro desde a juventude; os artesanatos, com aquelas louças com as pinturas típicas japonesas; o estande da Hello Kitty, lotado de gente e de produtos licenciados da personagem; e a tal cantora, a qual soube lá se chamar Mariko Nakahira, que veio do outro lado do mundo para se apresentar. Simpática e manifestamente feliz por estar ali, ela cantou, com o seu gracioso sotaque japonês e como boa musicista oriental admiradora de MPB, “Carinhoso” (Pixinguinha e Benedito Lacerda) e “Mas que Nada”, de Jorge Ben.

Um passeio que não estava certo em nossa agenda, mas que valeu muito a pena, viu Carol? Confiram algumas fotos do que os nossos olhos captaram:


O portal de entrada: bem-vindos ao Festival do Japão!

Os corredores de expositores

Muita gente visitando o festival no final de tarde

Nós ao lado do tsuro gigante

Parecem ter vindo direto da Dinastia Ming. Nem ousei fotografar de perto

Leocádia encontra Hello Kitty

Decoração típica da cultura japonesa

Mais pessoas visitando como nós

Leocádia e outros conferindo os belos materiais dos expositores

Enquanto uns estão interessados, outros já cansaram

Cosplays, que estavam por roda parte

A afinada e animada Mariko, que veio do Japão para cantar MPB

Hora de ir embora

Despedindo-se do Festival. Um barato

por Daniel Rodrigues


terça-feira, 19 de agosto de 2014

ARQUIVO DE VIAGEM - Museu Oscar Niemeyer (MON) - Curitiba / PR



A impactante visão do "olho"
espelhado do MON


Mais do que qualquer exposição ou parque (e olha que lá têm muitos), certamente o que mais me impactou em Curitiba foi o Museu Oscar Niemeyer, o MON. É fantástica a emoção que se tem ao chegar pela estreita Rua Marechal Hermes, no bairro Centro Cívico, e, ao desvencilhar o olhar das árvores do entorno, dar de frente com aquele impressionante olho suspenso e espelhado. Tal como foi quando estivemos Leocádia e eu no MAC, de Niterói, no Rio, ao ver aquela nave-flor totalmente integrada com a natureza e a topografia.

Rampa de entrada para o
prédio principal com a torre
e o lago artificial
Nesta obra, a arquitetura de Niemeyer, embora num ambiente menos privilegiado naturalmente do que o de Niterói, traz novamente esta sensação impactante e de fusão com o que lhe cerca. O MON une duas épocas de sua carreira e da Arquitetura como um todo. Isso porque o projeto original foi composto pelo arquiteto em 1967 para as instalações do Instituto de Educação. Esta primeira obra comportava já o prédio em linhas retas que fica ao fundo, o qual dá de costas para o Parque Polonês, uma área verde de convívio ligada à outra de mata fechada. Pois em 2002, Niemeyer, já em sua fase mais madura, foi chamado para reelaborar o projeto, onde seria construído, enfim, o museu que leva seu nome.

Em primeiro plano,
a escultura em aço, La Luna,
de Niemeyer
Escultura em bronze do
modernista Bruno Giorgi
Foi quando se ergueu o chamado “olho”, que, na verdade, foi inspirado no formato de uma pinha de araucária, árvore característica da região e daqui do Sul. Sobre um lago artificial, o olho – cujo traço da borda em concreto armado branco é de uma beleza infindável – é sustentado por uma “sutil” base retangular, a “Torre”, em cor amarelo-canário, onde se estampam a traço preto desenhos do mestre que dialogam com outros feitos por ele em Niterói para o Caminho Niemeyer, obra também pertencente à sua última fase. Digo “sutil”, pois, como é natural em Niemeyer, as dimensões gigantescas se aliam à precisão das proporções dentro do todo, fazendo com que se percebam claramente os volumes, distinguindo o que é menor e o que é maior. O que não quer dizer que o “menor” seja necessariamente pequeno. Pelo contrário: ao todo, são 35 mil metros quadrados de área construída. Somente dentro da base amarela, vimos depois, há três andares de espaço expositivo mais o do próprio olho anexo. Isso, rodeado de rampas curvas que, além da função de acesso e mobilidade, emprestam movimento ao desenho.

Espaço Niemeyer traz maquetes, fotos e vídeos
dos principais projetos do arquiteto pelo mundo
Ao fundo, então, o prédio principal, distribuído em três pisos. Reto, amplo, moderníssimo. À Bauhaus. A estrutura do prédio é de concreto protendido, que permite vencer os grandes vãos da edificação com um enorme arrojo estrutural. Nele, estão nove salas de exposição, a maioria do museu. Além das mostras temporárias, há duas permanentes que cabem muito bem serem destacadas. A primeira fica na área externa do subsolo, que é o Pátio das Esculturas. Ali é possível perambular entre obras de Tomie Ohtake, Xico Stockinger, Erbo Stenzel, Amélia Toledo, Bruno Giorgi e até do Niemeyer.

Leocádia percorre o tunel a la "Solaris"
que liga o prédio principal
à "torre do olho"
A outra exposição permanente digna de realce refere-se ao próprio Oscar Niemeyer, num espaço reservado à sua obra, com projetos, fotos e maquetes do arquiteto de vários países do mundo, como os clássicos Cassino da Pampulha, o MAC, o Ibirapuera, as obras de Brasília, o Centro Cultural Le Havre (Paris), entre outros. Interessantíssimo, embora a proposta seja generalista, visto que não apresenta projetos dele menos famosos mas tão legais quanto, como a sede do Partido Comunista da França, em Paris, ou o Palazzo Mondadori, em Milão, Itália. Mas pra arrematar o desbunde, saindo dali, um lindo corredor em concreto que liga o prédio principal à torre, o qual passa por debaixo do lago artificial da entrada. Desenhada em curvas, dá a sensação de se estar percorrendo os corredores da nave espacial do "Solaris", do Tarkovski – só para se ter uma ideia do barato que dá.

Nós entre as esculturas
Enfim, para nós que, aonde vamos, procuramos sempre conhecer algo do Niemeyer que tenha no local, foi uma visita mais uma vez deslumbrante. Um museu organizadíssimo que, mesmo que não se veja nenhuma exposição, por si só, vale como passeio.

Para quem quer saber mais sobre o MON: www.museuoscarniemeyer.org.br










vídeo do Espaço Niemeyer - por Leocádia Costa




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As 'costas do olho', com o desenho
da Ártemis dançarina de Niemeyer
Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes 999, Centro Cívico – Curitiba/PR
Visitação: Terça a domingo (10h às 18h)
Entrada: R$6,00








texto:
vídeo:

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

cotidianas #326 - Carmo



Nossa Senhora do Carmo no altar
Na sua acepção, o termo “milagre” quer dizer “fato sobrenatural oposto às leis da Natureza”. Ouro Preto, fruto de um “caos geológico”, é, de certa forma, provocado por um destes. Cidade secular encravada no meio de morros líticos, suporta, muito por isso, creio, tamanha energia em sua composição geológica, vegetal e espiritual que esta chega a emanar-lhe, favorecendo as manifestações excelsas dos Céus. Céus, estes, aliás, que parecem apenas ter descido alguns degraus do firmamento em direção àqueles cerca de 1200 metros de altitude para se acomodarem no solo dessa cidade de ruas íngremes e relevo complexo, haja vista toda a forte cultura devota, as numerosas e ricas igrejas, a grandiosidade de sua arte sacra, a arquitetura comovente, a fé material e imaterial do povo, as referências nascedouras e permanentes do catolicismo. E se isso não convence os mais céticos da aura divinal daquela terra, é porque tal não presenciou a bruma espessa que repousa magnânima e cinematográfica à noite, pondo, aí sim e de vez, o céu no chão. Há de se ter olhos metafísicos quando mal se vê o próprio pé para percorrer-lhe os dificultosos calçamentos, montados pedra a pedra por negrinhos filhos de escravos com senhores. Só assim para poder enxergar.
Dentre os maravilhosos e exuberantes templos a Deus e santidades com que se deparam os viventes visitantes que vão até lá, está a Igreja do Carmo. Impossível, aliás, não deparar-se com ela. A Carmo se impõe à visão de quem quer que seja, privilegiada e inteligentemente edificada justamente onde pode obter tal realce. Nossa Senhora, nas suas inúmeras formas, merece este posto, acreditaram os antigos da Vila Rica colonial. Neste caso, a do Carmo. Portugueses, africanos, índios, mulatos, cafuzos, etc. (brasileiros) ergueram a construção em louvor à santa, fosse por vontade, crença, esbanjamento ou obediência. Mas, de fato, a ergueram; e linda, deslumbrante. Privilegiada à vista.
Trata-se de um dos últimos projetos do arquiteto Manuel Francisco Lisboa, pai de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, datada de 1766 a 1772. Foi construída em estilo rococó, menos carregada de ouro e a única do estado mineiro com painéis de azulejos portugueses na capela-mor. Há nela obras do próprio Aleijadinho, negrinho filho de escrava com senhor, um “gênio da raça”, como disse Mário de Andrade. Há também afrescos de Mestre Athaíde, outra referência da arte da época. O escritor francês Dominique Fernandez, em seu livro “O Ouro dos Trópicos – Passeios pelo Portugal e o Brasil Barrocos”, suspeita seriamente como eu de que todo este conjunto de belezas da Minas colonial, algumas até sobre-humanas como a vastidão quanti e significativa da obra de um escultor portador de uma doença degenerativa e deformante, favorecem sim uma leitura de compreensões incorpóreas. “Tudo é insólito na aventura dos arquitetos e dos decoradores de Minas”, sentenciou. Quanto a Aleijadinho, Fernandez escreve que, mesmo com as incertezas quanto à sua obra (especula-se que tenha criado mais de 400 durante toda a vida) e a autoria das mesmas, “o brilho de sua obra seria suficiente para colocá-lo entre os maiores criadores de cenários de todos os tempos, entre Michelangelo, Mathias Braun, Puget, Serpotta, os irmãos Asam”. Concordo.
Mas o que se sucedeu conosco no primeiro dos três dias em Ouro Preto não foi exatamente um “milagre”. Nem tão a céu e mais à terra. Porém, também não dá pra dizer que se trata de um ocorrido comum, rotineiro, qualquer. Não, longe disso. Não diminuo o inusitado do feito. Acho, sim, que talvez tenha presenciado um... um... portento, um prodígio diferente desta realidade vulgar daqui do chão.
A começar pela direção a qual tomamos. Leocádia e eu, exaustos e felizes das horas de caminhada atenta de quem quer comer com os olhos todos os centímetros de uma novidade tão bela quanto estranhamente familiar, já restávamos com as pernas cansadas, o estômago solicitando reposição e a cabeça zonza de fascínio. Porém – e aí provavelmente começa a operar aquilo que me foge à explicação lógica e pouco virtuosa –, ao invés de dirigirmo-nos a nossos aposentos, invertemos a rumo. Não para a direita, mas para a esquerda. E isso sem nenhum comentário, sem nenhum questionamento, sem nenhum alarde. Apenas fomos, como que guiados.
Ao que se chega ao topo da Praça Tiradentes, atrás do Museu da Inconfidência, há a escadaria traseira da Igreja do Carmo. E foi com ela que nós nos demos, de portões escancarados. Evidentemente que não é nada estranho a uma cidade católica e turística os portões de uma de suas mais visitadas igrejas estar aberto, não fosse o fato de já serem, aproximadamente, 6 horas da tarde e, a este adiantado do horário, TODAS as igrejas de lá já terem fechado. Mas, estranhamente, encontrava-se descerrada, convidativa. Embora a Carmo constasse, certamente, em nosso roteiro, não a tínhamos visitado ainda; seria agenda para o dia seguinte. Então, se a chance nos surgia, o certo era seguimos. Fomos naquele passo autômato de quem o cansaço já toma conta a ponto de bloquear qualquer raciocínio racional de autopreservação – inclusive o de desperdício da própria energia corporal, visto que poderíamos bater com a cara na porta e voltar sem sucesso e ainda mais desgastados desnecessariamente. Todavia, como nada nos impedia, avançamos, porém, com a máquina fotográfica guardada na mochila; afinal, é expressamente proibido fotografar o interior das igrejas, preservadas pelo patrimônio histórico.
Ao chegar próximo do prédio duas coisas nos chamaram atenção. Primeiro, que havia uma movimentação de pessoas vestidas de preto, visivelmente trajadas assim a trabalho, entrando pela porta lateral da igreja metros adiante de nós. Suspeitamos que fossem da organização do festival que acontecia na cidade, que também trajavam roupa escura e com quem já tínhamos nos topado em vários lances durante o dia. A segunda observação foi a de que, além de perceber que a porta lateral tinha acesso à igreja naquela hora avançada – mesmo que fosse permitido somente a algumas pessoas como as que avistamos –, igualmente, havia uma peça acesa lá dentro. E tinha gente. Movimentava-se e executava ali algo. Como a janela tinha altura suficiente para uma pessoa comunicar-se com de fora para dentro, Leocádia não se fez de rogada e, aproximando a cabeça do parapeito, perguntou àquela pessoa:
- Com licença, o sr. sabe nos dizer se a igreja está aberta?
A resposta veio rápida e descomplicada:
- Já está fechada, mas vai ter uma formatura aqui mais tarde e se vocês quiserem entrar, podem entrar ali pela porta do lado. Está aberta, disse o senhor preto de estatura mediana, compleição consistente e expressão firme adiantando-se à nossa intenção e incluindo-me no questionamento feito por Leocádia por já ter-me percebido na cena.
Entramos. Lá dentro, uma equipe de fotógrafos e cinegrafistas que iriam cobrir a tal formatura. Não fosse a presença deles, naquelas vestimentas negras tão profissionais quanto simbolicamente fantasmagóricas, não teríamos nenhuma condição de estar ali àquela hora. Desnecessário relatar o deslumbre que se tem ao adentrar qualquer dessas igrejas de Ouro Preto, quanto mais, assim, à noite. Por ora, seguimos com o relato, pois o que vem a seguir tem mais a ver com o referido “prodígio”.
Admiramos os ornamentos elegantes; os desenhos arredondados do rococó; a leveza das formas; as linhas da arquitetura; a cintilação do ouro (menos exuberante que noutras igrejas, como a Nossa Senhora do Pilar ou da Nossa Senhora da Conceição, mas presente). Satisfeitos com a rara oportunidade, fomos em busca do nosso permissor para agradecer e podermos sair. Percorremos, então, o corredor lateral que dava acesso à sacristia. Outra maravilha ali se descobria. Na porta ainda, enxergamos o tal negro, vestido de calça social preta e camisa branca de mangas curtas, a qual contrastava com a calça e com sua tez. Ajeitava, com zelo e destreza, a alva do padre. Diante daquela cena angelical, ouvimos ele nos dizer:
- Podem entrar. Aqui é a sacristia. Aquela obra ali, disse, apontando o dado para um lavabo em pedra-sabão com a imagem de anjos em relevo, é do Aleijadinho. Podem entrar, repetiu.
Surpresos não só com a reação dele quanto de, principalmente, estarmos vivendo aquele momento atípico, concordamos e entramos. Continuando sua lida, ele nos disse com naturalidade:
- Eu sou o sacristão daqui. Podem ver. Esta outra [obra] aqui também é do Aleijadinho, agora direcionando o dedo para a parede exatamente oposta à do lavabo, onde se via um altar em madeira de aproximadamente 50 centímetros sobre a mesa. Formoso.
É comum em Ouro Preto a presença de guias, autônomos que conhecem a seu jeito a história da cidade e que ficam às portas das igrejas esperando serem contratados pelos turistas para uma visita guiada paga. Mas não estávamos com um guia, e sim com o próprio ajudante oficial da Igreja Nossa Senhora do Carmo! O lavabo era lindo e impressionante, principalmente pela dificuldade que se sabe de se esculpir naquele tipo de pedra e por conhecermos mais as obras em madeira de Aleijadinho. Nela, saíam duas torneiras, que servem para os padres purificarem as mãos antes das cerimônias religiosas. O altar trazia um Cristo nas características puras do mestre: rosto expressivo e sofrido, olhos amendoados, feições corporais perfeitas, coloração da pele bronzeada e uma de suas assinaturas: a barba fina saindo da parte debaixo das orelhas e das narinas.
O sacristão, com sua cabeça raspada e lustrosa, percebendo nossa admiração, parecia se satisfazer com isso. Tanto que, ao observar nosso olhar voltado apenas às duas obras que nos mostrou, chamou-nos atenção para o teto da sacristia:
. E este teto é do Mestre Athaíde. Podem ver, podem ver, falou naquela pronúncia acelerada e miudinha do mineiro.
A essas alturas, já nos beliscávamos. Mas como o surrealismo tomava conta do episódio, porque não colaborar com seu desdobramento? Com todo o respeito que me foi possível, indaguei:
- O sr. pode nos dizer um “não”, mas não custa lhe perguntar: nós podemos fotografar?
Leocádia sobressaltou-se com minha ousada investida. Não que também não quisesse tirar fotos, mas é que, visitando a cidade pela segunda vez, sabia muito melhor que eu da proibição expressa para tanto. Quiçá fosse atrevido o pedido; contudo, havia, mesmo que para um evento pago, vários fotógrafos dentro da igreja e que, muito mais do que nós, disparariam flashes contra as valiosas obras do interno e registrariam tudo aquilo que é proibido a turistas como nós. Com a máquina ainda guardada na mochila, nem deu tempo de eu receber uma negativa de Leocádia, pois o sacristão, dono de si, respondeu:
- Pode tirar foto, sim. Eu sou o sacristão, afirmou com convicção e batendo no peito.
Com os olhos arregalados, de tão surpresa que ficou Leocádia negou o pedido mesmo este já tendo sido autorizado. Titubeei também. Notando a insegurança, imediatamente ele interveio:
- Fotografa sim!, retrucou com autoridade e veemência, fazendo um gesto para que se tirasse a câmera para fora. Sou eu que mando aqui! Pode fotografar.
Fosse por gênio, birra com o padre ou por pura bondade, o fato é que a maior autoridade daquela igreja depois do sacerdote era quem nos concedia a honra. Incrédulos, então, só obedecemos. O resultado são essas lindas e improváveis fotos que podem ver a seguir.
Conta a história que, os carmelitas, eremitas devotos da Bem Aventurada Virgem do Carmo que se formaram no século XII nos arredores do monte Carmelo, na Palestina, foram obrigados a migrar para a Europa quando da perseguição a eles por parte dos muçulmanos. São Simão, um dos mais piedosos carmelitas da Inglaterra, vendo-os minguar e sofrer em decorrência da intolerância religiosa pediu socorro a Nossa Senhora do Carmo. Então, Maria Santíssima, rodeada de anjos, apareceu a ele e lhe entregou um escapulário, o qual virou símbolo da Ordem e que nunca mais lhe saiu do pescoço.
(Tínhamos no pescoço não um escapulário, mas a alça da câmera fotográfica.)
Quando se mostrou em milagre a São Simão, Nossa Senhora do Carmo ditou-lhe a seguinte oração, usada pelos seguidores até hoje: “Flor do Carmelo, vide florida. Esplendor do Céu. Virgem Mãe incomparável. Doce Mãe, mas sempre virgem. Sede propícia aos carmelitas. Ó Estrela das águas”.

A água, símbolo da vida em todas as civilizações, esteve-nos presente todo o tempo, fosse na névoa baixa que chegava a nos molhar à noite, fosse na chuva que se avizinhava a todo instante naqueles dias que paramos em Ouro Preto. Na sacristia da Igreja do Carmo, portávamos apenas a nós mesmos e a câmera de fotografia, a mesma técnica que, quando de sua descoberta, no século XIX, julgavam ser fruto de magia alguns ignorantes das possibilidades físicas. Quase saindo, o sacristão, de repente e sem explicação lógica nenhuma, abriu a torneira da fonte do lavabo, deixando a água correr numa simplicidade tamanha que chegamos a duvidar ser verdade. Perspicazes o suficiente para compreender que aquilo se tratava de uma bênção indireta, Leocádia e eu apenas nos entreolhamos com cumplicidade e, regozijados, não dissemos nada. Como aparições, as fotos talvez saibam traduzir melhor.
Altar com o Cristo em madeira do Aleijadinho

A beleza da parte interna da portada,
também creditada a Aleijadinho



A nave da igreja iluminada à noite

As curvas elegantes do mezanino

Detalhe do teto de puro rococó

O ouro da Vila Rica ornando a Igreja do Carmo

O teto da sacristia com a comovente pintura de Mestre Athaíde

Vista da janela da sacristia por onde,
de fora, falamos com o sacristão

Anda boquiabertos, nós na Igreja do Carmo, à noite   *

Eu e o lavabo em pedra-sabão de Aleijadinho,
enaquantoa fonte corre




por 
fotos:
* exceto a indicada

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

“Zoravia Bettiol – o lírico e o onírico”, de Zoravia Bettiol - Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs) – Porto Alegre/RS











O belo e moderno autorretrato de 2002
“Zoravia faz arte como vive.”
Moacyr Scliar




Mais de um motivo levou Leocádia e eu a irmos a vernissage da exposição de Zoravia Bettiol no Margs. O primeiro e mais óbvio é a importância de sua obra para as artes visuais no Rio Grande do Sul e no Brasil nos últimos 60 anos, tempo o qual está sendo comemorado juntamente aos 80 de vida da artista admirada por gente como Jorge Amado, Moacyr Scliar, Erico Verissimo, Mário Quintana, Mário Schemberg e o próprio Vasco Prado, marido por quase três décadas e com quem compartilhara, inclusive, admiração. Só isso, já justificaria a ida. Mas tem mais. Filha de Iemanjá assim como Leocádia, a quem conhece e nutre amizade há pelo menos uma década, Zoravia dedica, entre as 150 obras selecionadas de diversas fases, técnicas e produções, algumas aos orixás e, obviamente, à Rainha dos Mares. Mas não para por aí. Justamente uma das obras mais representativas e impactantes da mostra, uma escultura em ferro fundido de cerca de 1 metro e meio chamada exatamente de “Iemanjá”, de 1973, é do acervo pessoal de Leocádia, que a cedeu para a rica exposição “Zoravia Bettiol – o lírico e o onírico”. Claro que estaríamos lá.

Tal foi nossa surpresa que a referida escultura encontra-se logo na entrada das quatro salas que compõem a diversa e numerosa seleção feita pelos curadores Paula Ramos e Paulo Gomes, a qual vasculha as variadas fases criativas de Zoravia. Há desenhos, pinturas, gravuras, arte têxtil, objetos, ornatos e joias, além de registros de performances. Disso, resulta uma impressionante diversidade de técnicas e estilos, as quais Zoravia domina com naturalidade, sem excetuar seu rigor de perscrutadora voraz e quase obsessiva. Além da visível liberdade criativa e da utilização das cores, nota-se um exercício permanente para encontrar a trama certa dos fios, a pincelada mais expressiva, a textura ideal da impressão. Tudo intenso, em permanente ebulição.

Esse cuidado e labor extremos se notam muito nas xilogravuras, das especialidades de Zoravia. O detalhismo do desenho se expressa lúdico na Série “Circo”, de 1967, cujos traços refazem de os cordéis nordestinos, principalmente na forma das figuras humanas. Na série que versa sobre os pecados capitais, é possível identificar a textura do tramado da corda, vista em trabalhos têxteis feitos à base desse material. O lúdico, igualmente, está presente de maneira incisiva, caso das séries Namorados (1965) e as dedicadas aos deuses gregos (1965-66/76), onde se nota, aliás, parecença com as imagens do candomblé – o maravilhoso “Netuno”, tal um preto velho, não deixa dúvida dessa universalidade. Desta cultura tão brasileira quanto universal, Zoravia extrai outros trabalhos e séries, como a própria série “Iemanjá” (1973). Sobre isso, Jorge Amado tem um depoimento sobre Zoravia destacado na mostra: “Como ninguém, Zoravia canta e transmite a atmosfera desse universo infantil onde o maravilhoso é o cotidiano e onde o insólito é a terra”.

Há também lindas obras como “Criança Adormecida” (xilo, 1961), em que o traço do desenho mostra-se rigorosamente estudado na criação final, e “Meias Amarelas”, da série Romeu e Julieta (1970) A temática sociopolítica, igualmente forte em toda sua carreira, tem uma das longas paredes da mostra praticamente dedicadas com exclusividade. “Só o povo pode fazer o novo” (acrílica sobre madeira, 1984), carrega o espírito do período do clamor pelas Diretas a qual o Brasil passava naquele então. Visto com o olhar de hoje, em que aquele grito democrático parece ter perdido significado, lembrei-me dos realistas versos de Nei Lisboa: “cada povo tem o novo que merece”.

Adentrando a sala mais ao fundo, depara-se com o que talvez tenha mais impressionado a mim e até a Leocádia, acredito: o conjunto completo de xilogravuras para a lenda “A Salamanca do Jarau”, publicada por Simões Lopes Neto em seu célebre “Lendas do Sul” (1913). Zoravia ilustrou o texto em 1959, produzindo 27 imagens que estão sendo expostas pela primeira vez em sua totalidade, acompanhadas por vários – e belos – estudos preparatórios. Cada imagem é de uma riqueza impressionante. Para mim, que já vi algumas séries baseadas em obras literárias, como as que Dalí fez para a "Divina Comédia" ou “Alice no País das Maravilhas”, esta não fica a dever em nada.

Uma exposição de absoluta diversidade, que instiga justamente por isso. Como bem descreve o texto curatorial: “O fato é que Zoravia Bettiol, ao contrário de muitos artistas de sua geração, preocupados com a unidade estilística e fiéis a determinado meio expressivo, buscou na diversidade parcelas dela mesma. Porém, em cada manifestação, em cada trabalho, é sempre ela, Zoravia.”

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“Zoravia Bettiol – o lírico e o onírico”
onde: Margs -  Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
(Praça da Alfândega, s/n° Centro – Porto Alegre/RS)
quando: até 11 de dezembro, de terça a domingo, das 10h às 19h
entrada: gratuita
curadoria: Paula Ramos e Paulo Gomes

 
Da série Circo, dos anos 60.

Obra da série Namorados.

Os Deuses Gregos em traços que remetem ao candomblé.


Netuno imponente sobre as águas

Estandarte de Oxóssi, da série Iemanjá.

A belíssima criança adormecida, dos anos 60.

Sensualidade na obra da série dedicada a Romeu e Julieta.

Política e causa social em acrílica sobre madeira.

Uma das mais belas séries, inspirada nos 7 Pecados Capitais, de 1987.

Zoravia desenhada pelo marido Vasco Prado
a traços próximos aos de Picasso.

Uma das obras de 2005 em que a artista
interage com diversas técnicas.

Capa da impressionante série dedicada à obra
de Simões Lopes Neto.

Mais uma das xilos de A Salamanca do Jarau.

Outra das gravuras da série inspirada em Simões Lopes Neto.


As duas filhas de Iemanjá com a escultura em homenagem à orixá.



por Daniel Rodrigues