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domingo, 3 de dezembro de 2023

Festival Zumbi dos Palmares - Parque Marinha do Brasil - Porto Alegre/RS (26/11/2023)

 

Uma despretensiosa saída de casa para um solzinho no fim de tarde levou Leocádia e a mim a uma agradável programação, que ocorria no Parque Marinha do Brasil, praticamente ao final de nossa rua. O dia bonito garantiu que muita gente aproveitasse o parque e a Orla, sempre lotada de pessoas fazendo esporte, caminhando, correndo, passeando e... assistindo apresentações! Foi o nosso caso, que, após uma visita à pista de skate, que sempre gostamos de ver a galera fazendo manobras e aproveitando o espaço público, deparamo-nos com um pequeno festival, o Zumbi dos Palmares, que ocorria do outro lado da av. Edivaldo Pereira Paiva, a antiga Av. Beira-Rio, ao lado da Orla. Celebrando a cultura afro, o festival ornou o ambiente com flores e ganhou de presente um lindo pôr-do-sol do Guaíba no final de tarde.

Ali pudemos parar para dar uma descansada da caminhada e assistir a agradável Tereza, A Banda, uma turma cheia de suingue e brasilidade inspirada, claro, em Jorge Ben e seu clássico samba-rock “Cadê, Tereza”. Com um repertório que ia de Djavan a Rita Lee, passando, obviamente, pelo Babulina, tivemos uma agradável surpresa, principalmente pela qualidade vocal de sua cantora, Vitória Viegas, de voz potente e muito musical. Toda a banda, aliás, de bons músicos, talvez ainda um pouco crus em relação a suas próprias musicalidades, que creio que devem seguir percebendo que têm cada um como crescer ainda mais na liberdade de tocar. Mas isso passa longe de ser uma crítica, afinal, o que vimos, gostamos. Tomara nos deparemos de novo com a Tereza, A Banda por aí.

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O agradável ambiente de fim de tarde no Marina


Um pouquinho de Tereza, a Banda no palco


Este casal que vos fala curtindo o festival



texto;
Daniel Rodrigues
fotos e vídeo: Daniel Rodrigues e Leocádia Costa

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Marcelo Gross - Oktoberfest Praia de Belas Shopping - Praça Itália - Porto Alegre/RS (1º/10/2023)

 

Depois de dias intensos de chuva, temporais, ciclones, enchentes, alagamentos, enfim, o sol raiou em Porto Alegre. E um clima solar como este é, claro, um pedido parasse aproveitar o domingo. Após algumas voltas, fomos parar no agradável Esquenta da Oktoberfest, que o Praia de Belas Shopping, empreendimento vizinho nosso, promoveu durante a tarde. O mais legal foi que, diferentemente de outros anos, quando o shopping montava estruturas assim com food trucks, atrações e tudo mais, na área interna, desta vez o evento foi levado para a Praça Itália, ao lado do shopping, e a céu aberto e em espaço público. E que céu!

A Praça Itália, que passou por uma revitalização no início deste ano sob a gestão do Praia de Belas Shopping, sediar este preparativo para a famosa Oktoberfest, tradicional evento germânico que a cidade de Santa Cruz do Sul sedia durante o mês de outubro. Com uma programação diversificada, que reuniu jogos germânicos, personagens típicos e as soberanas do Oktoberfest, o principal, entretanto, foram as atrações musicais. 

Não ficamos a tarde inteira, em que estiveram artistas como Fabrício Beck e Bando Alabama, a OktoberBand by Boris Cunha e o DJ Fábio Lopez, mas tivemos a felicidade de assistir boa parte do show do “Cachorro Grande” Marcelo Gross. Com uma formação clássica de rock, baixo, guitarra e bateria, Gross, muito à vontade e simpático, trouxe um punhado de canções que unia o seu repertório solo (“Que loucura!”, “Carnaval”), clássicos da Cachorro (“Bom Brasileiro”, “Dia Perfeito”) e outras agradáveis surpresas, como “O Novo Namorado”, do ex-parceiro Júpiter Maçã, e uma versão de “Taxman”, dos Beatles. 

Aliás, Gross e sua banda fizeram jus às próprias referências no rock e na psicodelia dos anos 60, juntando The Who, Rolling Stones e Beatles e colocando todo mundo no palco. É ou não é briga de cachorro grande? Embora não seja um fã da banda, tenho o maior respeito pela honestidade de Gross e seus companheiros de estrada, bem como pela relevância deles para a cena rock gaúcha. A Cachorro abriu pros Stones em Porto Alegre em 2016, ora essa! No show, embora intimista, era visível o som profissional dos caras, e o quanto este universo do rock faz sentido para eles.

Confiram, então, algumas imagens do belo dia de sol e que a Praça Itália foi agradavelmente aquecida pelo Esquenta da Oktober.  

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Show rolando no palco montado na Praça Itália


Marcelo Gross mandando ver no bom e velho rock 'n roll


Um pouco do show de Marcelo Gross no 
Oktoberfest Praia de Belas Shopping


Beatles, Sontes, Who: briga de cachorro grande, literalmente

A movimentação da galera no evento a céu aberto


Leocádia e eu curtindo a tarde de sol na praça



Daniel Rodrigues

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Exposições “Todos iguais, todos diferentes?” e “Orixás”, de Pierre Verger - Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) - Porto Alegre/RS


 

"Verger era um africano nascido na França”. 
Nondichao Bacalou, assistente de Pierre Verger

"Verger é a pessoa que historicamente vem se dedicando mais a essas relações com a África”.
Gilberto Gil

Quando estivemos em Salvador, em 2015, uma das certezas as quais saímos levamos na mala era a de que queríamos ver a obra de Pierre Verger. Tanto quanto a casa de Jorge Amado e Zélia Gattai, o Pelourinho, o Elevador Lacerda, a Sorveteria da Ribeira, o Mercado Modelo, a praia de Itapuã e outros elementos turísticos e culturais da capital baiana, ter contato com o estrangeiro que melhor entendeu e melhor se hibridizou àquela cidade era um desejo alentado por Leocádia e por mim. Conseguimos visitar uma loja da Fundação Pierre Verger com um pequeno acervo próxima ao Pelourinho, onde ficamos hospedados. Saímos com alguns souvenires e roupas temáticas, que até hoje nos fazem lembrar de lá. Porém, considerando os menos de cinco dias que pudemos ficar, e que naquela época qualquer movimento maior numa cidade que não se conhece podia ser realizada apenas de táxi, pois não existiam ainda os aplicativos de transporte, a matriz da fundação, no longínquo bairro Engenho Velho de Brotas, infelizmente, não deu para irmos.

A frustração de não conseguirmos nos estender na obra de Verger, acalentada por um remoto retorno a Salvador, foi parcialmente superada com uma dupla exposição do icônico trabalho do fotográfico do etnólogo, antropólogo e escritor francês em Porto Alegre. “Todos iguais, todos diferentes?” e “Orixás” trazem o olhar de Pierre Fatumbi Verger sobre a diversidade cultural e a influência recíproca da religiosidade nas culturas africanas e afro-brasileiras. Fez-nos sentir ainda mais em Salvador o fato de que mostra é uma parceria com a Fundação Pierre Verger e as obras selecionadas pelo curador de Alex Baradel, especialista responsável pelo acervo fotográfico da Fundação.

“Todos iguais, todos diferentes?” traz um recorte dos retratos feitos por Verger a partir de seus encontros nas viagens que realizou pelo mundo durante mais de 40 anos. São imagens que, a partir de seu olhar, ressaltam os aspectos da diversidade cultural e do respeito ao outro. Vietnã, Espanha, Congo, Oceano Índico, Senegal, Bolívia, México, Togo, Peru, Mauritânia e, claro, Brasil, são alguns dos países e feições literalmente retratados no trabalho de Verger, que explora imagens em primeiro plano de indivíduos, que se tornam, mais do que apenas retratos de pessoas, mas uma intenção sociopolítica democrática e libertária típica da Antropologia Social da geração a qual ele pertenceu. Não errado dizer “de esquerda”.

Visão geral do primeiro salão de “Todos iguais, todos diferentes?”

Já “Orixás”... Nossa, “Orixás”! Este traz nada mais, nada menos do que uma seleção de fotografias ampliadas em grande formato que constam no livro homônimo de Pierre Verger, lançado pela primeira vez em 1981 e considerado como um dos 200 livros mais importantes para se entender o Brasil A exposição compila, de forma plástica e poética, as pesquisas de Verger sobre a história e mitologia dos orixás nas religiões afro-brasileiras, sobretudo em Salvador e Bahia, além de destacar a origem desses rituais na cultura e nos mitos iorubás africanos em países como Nigéria, Daomé (atual Benin) e Togo. Ao realizar esses estudos em suas viagens desde a Bahia e Recife e até a região do Golfo de Benin, entre os anos 1948 e 1978, Verger se tornou pioneiro na pesquisa quanto às influências culturais e religiosas recíprocas entre África e América, tal como passaram a se dar a partir do século XVI, com a diáspora africana ocorrida em função do tráfico de negros escravizados. As fotos são algo simplesmente arrebatador.

A sensação de penetrar no mundo de Verger ganha força a cada fotografia que se passa, a cada olhar de outra pessoa captada por ele, a cada detalhe enquadrado, a cada realidade dita em apenas um click de segundos. Ainda mais na exposição “Orixás”, que nos fez voltar àquela atmosfera da Bahia da qual nos despedimos com sentimento de incompletude. Adensa ainda mais esta percepção o fato de que a mostra é, justamente, resultado de uma parceria do Margs com a Fundação Pierre Verger e que as obras selecionadas pelo curador de Alex Baradel, especialista responsável pelo acervo fotográfico da Fundação. Só podíamos mesmo voltar à mágica Bahia de Todos os Santos, e isso sem precisar sair ali, na beira do Guaíba, abençoada por Yemanjá.

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Iguais e, sim, diferentes


Senhora típica espanhola e um belo jovem vietnamita, em fotos dos anos 30


Trabalhadores do povo daqui e de lá


Mulher africana e Leon Trotsky no exílio México


Vista geral da mostra “Todos iguais, todos diferentes?”


A vitalidade de jovens do Vietnam e de Cuba


Detalhe do preciso sorriso de um pequeno mexicano


Composições semelhantes em Tarabuco, Bolívia (cima) e em Ocongate, no Peru


Detalhe no foco, que está no rosto da jovem em segundo plano


Expressivo retrato de um idoso no Brasil dos anos 50, interior de SP


Outra marcante foto desta linda cubana (1957)


Entre os vários amigos ilustres, Dorival Caymmi, Diego Rivera e Walt Disney, ao centro, de "gaucho"


Foto da impressionante exposição "Orixás" (anos 50)


Trabalho etnológico de Verger, que rendeu fotos históricas da religiosidade africana e brasileira


Divindades do candomblé representadas


A plasticidade própria dos cultos africanos 


Yemanjá (Salvador, 1946)


Um 360° de "Orixás"


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“Todos iguais, todos diferentes?” e “Orixás”
Visitação até 08 de outubro, de  terça-feira a domingo, das 10h às 19h
Local: Museu de Arte do Rio Grande do Sul - MARGS - 1º andar expositivo do MARGS (Pinacotecas e sala Aldo Locatelli)
Praça da Alfândega, s/n°, no Centro Histórico de Porto Alegre - RS
Ingresso: gratuito


Daniel Rodrigues

quinta-feira, 20 de julho de 2023

“Furta-Cor, de volta aos jardins", de Teresa Poester - Ocre Galeria - Porto Alegre/RS

 

"(O desenho) é um exercício de imprevistos, durante todo o tempo, lidando com a sorte ou o azar, ou seja, o acaso. Mas é também muito racional, porque saber lidar com este acaso, saber aproveitá-lo ou não a favor do resultado final, exige do conhecimento intelectual".
Teresa Poester

Fazia um tempo que não íamos Leocádia e eu a vernissages. Mas quando a oportunidade é de prestigiar artistas que gostamos e com os quais se têm relação afetiva, vale se programar. Foi o que fizemos na abertura da exposição “Furta-Cor, de volta aos jardins”, da artista visual gaúcha Teresa Poester, uma referência da arte no Rio Grande do Sul. Ex-professora da Escolinha de Arte da UFRGS de Leocádia, Teresa é alguém a quem nunca perdemos de vista. Anos atrás, em 2016, quando do lançamento do documentário sobre sua obra, “10.375 Km em Linha”, estávamos na avant-première. Temos uma Teresa original numa das paredes de nossa casa, para se ter ideia. Enfim, motivos não nos faltavam para pelo menos dar uma passada na Ocre Galeria, no Centro da cidade, para prestigiá-la e apreciar as obras.

Numa casa antiga e muito bonita, mas um tanto inadequada para espaço expositivo visto que muito estreita, conseguimos ver o que foi possível diante da circulação de bastantes convidados que foram fazer o mesmo que nós – alguns conhecidos e amigos nossos, inclusive. Mas do que deu para ver/fotografar foi aquele deleite característico que sua obra traz: uma fusão do desenho com a fotografia, cujo desenha opera em um percurso inverso ao tradicional: não desenha a partir de fotografias, mas fotografa a partir de seus desenhos de imaginação. 

Na exposição atual, a artista exibe desenhos inéditos, feitos no seu atelier na França, para o espaço da galeria, numa celebração aos 45 anos de sua intensa e contínua produção artística. O “furta-cor” do título, segundo Teresa, não se refere apenas às alterações de tonalidade conforme a luz que se projeta sobre a cor, mas também, “às cores furtadas de um mundo ameaçado que amanheceu cinza”, numa alusão ao período de isolamento social e às muitas dificuldades que assolam o mundo nos últimos anos. “De volta ao jardim”, assim, prenuncia o otimismo do retorno à vida social, à possibilidade de apreciar as cores, aos reencontros. Como os que foram promovidos naquela manhã ensolarada de amizade e arte.

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Rabiscos sobre foto ou foto sobre rabiscos?


Movimento na galeria para a abertura da exposição


Fusão entre desenho e foto


Várias obras em exposição


Em tons de azul, os riscados leves, uma marca da arte de Teresa


O casamento do desenho e da fotografia


Detalhe de uma das obras, que mostram o traço livre e riscado de Teresa


Nós dois com várias das obras ao fundo


Um rápido passeio por parte da exposição na Ocre


E uma seflie com a própria Teresa Poester

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Exposição "Furta-Cor, de volta aos jardins"
local: Ocre Galeria
R. Demétrio Ribeiro, 535 - Centro Histórico (Porto Alegre/RS)
período: até 22 de julho de 2023
horário: de segunda a sexta, das 10h às 18h, e sábados, das 10h às 13h30
ingressos: Gratuito


Daniel Rodrigues

sexta-feira, 23 de junho de 2023

"A Menina que Morava no Sino", de Celso Gutfreind e ilustrações de Flávio Fargas, ed. Physalis Editora (2020)

 

"A nossa história já foi comprovada para além da imaginação. A menina morava aqui na Terra mesmo. Ela vivia sozinha no Sino. A bem da verdade, havia três sinos lá no alto. Eles tocavam juntos para a gente ouvir melhor. A menina achava que eles não precisavam de ninguém. Ou eles tocavam sozinhos para acompanhar o balanço dela."


Tive a oportunidade de ler o original do livro "A Menina que Morava no Sino" e me lembro do grande impacto que senti. Já nas primeiras páginas queria ser amiga dela e subir no sino que cresci escutando, e que existe mesmo, ali na Igreja (super gótica) conhecida como Santa Therezinha, em frente ao Brique da Redenção. 

Ao ler essa estória você irá se deparar com temas como adoção, diferenças, deficiência auditiva, o cotidiano das cidades e seus personagens, poesia, música e literatura. São 136 páginas para leitores de todas as idades, mas também indicado a leitores do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental, cuja edição cuidadosa é da Physalis (Passo Fundo/RS) e foi lançada em 2020. O meu exemplar foi adquirido na AMA Livros. 

Essa é a primeira novela infanto-juvenil do conhecido escritor e médico gaúcho Celso Gutfreind. Na trajetória de escritor, a poesia ocupa boa parte das publicações de Celso e a surdez é um tema recorrente em sua prática como psicanalista, e por isso faz parte dessa estória, “que não se sabe muito bem de onde vêm”, como a menina mesmo diz.

De forma poética, divertida e cheia de referências as estórias dentro da estória da menina, vão trazendo emoções, dúvidas, e a oportunidade de discutir muitos aspectos ali contidos. Maria Antonieta Cunha, que apresenta o livro, diz que "A menina que morava no sino é um hino à humanidade e a algumas das melhores coisas que ela produz: por exemplo, a arte, em suas tantas manifestações (em especial, o ato de contar histórias) e o amor, nas suas mais diversas formas. Saímos dela com otimismo, com esperança, com vontade de experimentar um olhar mais atento e carinhoso para nosso mundo." 

Premiadíssimo em 2021, "A Menina que Morava no Sino" ganhou os troféus: Açorianos de Literatura Infantojuvenil; Livro do Ano Juvenil AGES - Associação Gaúcha de Escritores e Carlos Urbim - Literatura Infantil, pela Academia Riograndense de Letras, e Prêmio Cidade de Passo Fundo RS. A edição traz as ilustrações do mineiro Flávio Fargas, formado em Belas Artes pela UFMG com bacharelado em Pintura e Desenho, que revela: “Já tive a oportunidade de ilustrar textos magníficos ao longo desta vida de ilustrador. Mas poucos mexeram comigo tanto quanto este. A menina que morava no sino é lindo, leve, divertido, emocionante. Tudo ao mesmo tempo...” 

#ficaadica


Leocádia Costa


quinta-feira, 30 de março de 2023

STU National 2023 - 2ª Etapa - Final Skate Street Feminino - Complexo Esportivo da Orla do Guaíba - Porto Alegre (19/03/2023)


Quando, em 2021, inaugurou a pista de skate na Orla do Guaíba, em Porto Alegre, em plena pandemia talvez não se vislumbrasse o que aquele extenso espaço poderia significar. Porém, foi só a onda da Covid arrefecer um pouco que se percebeu que aquele que é a maior pista de skate da América Latina passaria a ser um dos espaços catalisadores da cidade. Não deu outra. Se em 2022, ainda com o receio das pessoas de saírem e com uma prejudicial chuva, não teve o impacto que poderia, agora, em 2023, o STU National 2023 - 2ª Etapa - Porto Alegre foi um verdadeiro sucesso. E tudo colaborou: circulação das pessoas, o desejo reprimido pelos eventos, um final de semana de ensolarado e um campeonato da mais alta qualidade. Motivos suficientes. Porém, um outro fator também colaborou com o êxito: a presença daquela que é a maior skatista do Brasil e do mundo: Raíssa Legal.

O carisma da Fadinha, que não pode comparecer ano passado por que estava em período de provas no colégio, foi a atração que faltava para que o evento reunisse impressionantes 50 mil pessoas nos seus três dias de realização. Mas mais do que Raíssa, a etapa do STU trouxe à cidade também as campeãs mundial e nacional Pâmela Rosa e Gabi Mazetto que, aliás, foi a vencedora, tendo Raíssa em segundo. Além delas, teve também gauchinhas talentosas: Ariadne Souza, de e 21 anos, e Maria Lúcia, cujos 13 aninhos evidenciam o talento que ainda tem a desenvolver. 

Esses dois aspectos chamam a atenção: a idade das atletas e o fato de as principais atrações de todo o evento serem justamente as mulheres. Não somente mulheres, aliás, mas em sua maioria meninas, como a grande estrela Raíssa, de 15 anos, sendo a mais velha, Gabi, de 25.

Tiveram os homens, que andaram num horário bem mais confortável, à noite, quando o sol dava uma necessária trégua, ao contrário do escaldante final da manhã destinado a elas, à noite. Porém, não há dúvida de que as estrelas são elas. Coisa boa ver isso acontecendo num país tão machista.

Em contrapartida, de por mais que as "meninas do skate" sejam a razão de ser do sucesso desse esporte no Brasil, fica a sensação de que, ainda nesta hora, as mulheres tem que passar por cima da desvalorização em detrimento do homem. É assim em todo campeonato de skate: as provas femininas vem antes das masculinas. Mas, ainda mais no Brasil, podia-se mudar isso.

Foi justamente esse desprestígio que, indiretamente, provocou a que não conseguíssemos permanecer, pois o sol escaldante nos mandou para casa mais cedo. Certamente, se fosse fim de tarde - como para os rapazes, resistiríamos. Mas foi muito bom ver ao vivo Raíssa e as outras competidoras fazendo manobras em nível profissional, o que é estimulante para quem gosta de esporte. E naquela paisagem da Orla, na maior pista de skate da América Latina, com tanta gente feliz por presenciar aquilo, ficou claro que Porto Alegre ganhou um espaço muito especial.

Confiram aí algumas fotos do que batemos e/ou vimos:

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Visão da pista a nossa frente

Arquibancadas cheias

E as provas começaram!

Raíssa fazendo suas manobras mágicas como se fosse fácil

Debaixo do sol implacável de Porto Alegre

Hora de Gabi manobrar seu skate sobre o corrimão

Mais um pouco da visão geral do complexo de skate

A campeã Gabi Mazetto comemorando com a filhinha no colo

Aqui, este casal acalorado mas feliz com o STU

Panorâmica de parte 
da pista de skate
do Complexo Esportivo da Orla
 



texto: Daniel Rodrigues
fotos e vídeo: Daniel Rodrigues, Leocádia Costa e CBSK