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quinta-feira, 1 de julho de 2021

ClyBlog Olímpico

 

Julho é mês de Olimpíadas e, por conta disso, o ClyBlog neste mês também vai estar recheado de conteúdos relacionados a esportes. Assim como já aconteceu 2016, quando os jogos se deram aqui, no Brasil, serão diversas postagens, em praticamente todas as nossas seções, remetendo a alguma modalidade que estará sendo disputada nos Jogos Olímpicos, mas também ao atual país sede, o Japão. 

Filmes, discos, listas, artistas, letras de músicas, poemas, contos, artes visuais, tudo que tiver a ver e que for, de alguma maneira interessante, vai aparecer por aqui. 

Então entra no clima, desde já e se prepara porque julho é o mês olímpico no ClyBlog.



C.R. 

terça-feira, 10 de agosto de 2021

74º Festival de Cinema de Cannes - Os Premiados



O bizarro "Titane" ficou com o prêmio principal.
As Olimpíadas estavam começando, a gente meio que se perdeu, deixou passar mas, no último dia 17 de julho, se deu a divulgação dos vencedores do Festival de Cannes, uma dos mais respeitados e tradicionais mostras competitivas de cinema do planeta. Mesmo com algum atraso, mesmo tendo dado mole, marcado bobeira, pela importância do evento e porque a gente adora cinema, não dava pra deixar passar.
A vencedora foi uma mulher, a francesa Julia Ducournau, pelo intenso "Titane", filme em que uma menina que sofrera um acidente automobilístico na infância e tem implantada uma placa de titânio na cabeça, anos mais tarde passa a sentir atração sexual por carros e a cometer assassinatos de maneira compulsiva. A francesa de 37 anos já havia se notabilizado pelo excelente "Raw", um terror canibalístico incomum e impactante, que já causara alvoroço no Festival em 2016. Agora Julia se junta a Jane Campion, diretora de "O Piano", como, apenas, a segunda mulher a vencer o badalado prêmio francês, 28 anos depois do, até então, inédito feito, e decreta, definitivamente, que 2021 é o das mulheres nos cinema mundial!


Pra quem se perdeu, como nós, e não conhece ainda todos os premiados, segue abaixo, a lista com os vencedores em todas as categorias:

  • Palma de Ouro: "Titane", da francesa Julia Ducournau
  • Grande Prêmio: "A Hero", do iraniano Asghar Farhadi e "Compartment N. 6", do finlandês Juho Kuosmanen
  • Prêmio do Júri: "Ahed's knee", do israelense Nadav Lapid e "Memoria", do tailandês Apichatpong Weerasethakul
  • Melhor Direção: o francês Leos Carax por "Annette"
  • Melhor Roteiro: os japoneses Ryusuke Hamaguchi e Takamasa Oe por "Drive my car"
  • Melhor Atriz: a norueguesa Renate Reinsve por "The worst person in the world"
  • Melhor Ator: o americano Caleb Landry Jones por "Nitran"
  • Palma de Ouro de Honra: a atriz e diretora americana Jodie Foster e o diretor italiano Marco Bellochio
  • Câmera de Ouro: "Murina", da croata Antoneta Alamat Kusijanovic
  • Palma de Ouro de curta-metragem: "All the crows in the world", da honconguesa Tang Yi
  • Menção Especial de curta-metragem: "Céu de Agosto", da brasileira Jasmin Tenucci


C.R.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

XVII Bienal do Livro - Riocentro - Rio de Janeiro/RJ (05/09/2015)








Este seu humilde blogueiro
na Bienal carioca.
Estive na tal da XVII Bienal do Livro aqui do Rio de Janeiro.
Um horror!
(por todos os motivos possíveis!)
Além do fato de ser no já longínquo Riocentro, lá o outro lado da cidade, a região está em obras por causa da Olimpíadas, uma vez que a Vila Olímpica fica bem ali ao ladinho do centro de eventos. Ou seja, o trânsito que não é nenhuma maravilha naquela área estava infernal com engarrafamentos, desvios improváveis, falta de sinalização e o diabo-a-quatro. Pois bem, isso é só o início porque depois de se encontrar finalmente a entrada do negócio, o estacionamento custa R$22,00 e a entrada pro evento R$16,00 por pessoa. Não era nem pra ter INGRESSO uma vez que, em tese, estou indo lá para gastar e comprar livros. Você já sai com uma despesa mínima por pessoa de R$38,00 sem comprar um livro.
Aí o cara pensa: 'bom, tomara que valha a pena'. mas aí quando se entra só o tumulto e amontoação de gente já é desanimador. Se não estivesse com minha esposa e minha filha teria dado meia volta e ido embora. Gente, gente, gente que não acabava mais. E o pior, pra depois não lerem porra nenhuma e deixarem aquele monte de livros que compraram por vaidade intelectual, modismo ou só pra fazer volume, pegando pó na estante.
Grande parte desse tumulto causado adolescentes histéricas por qualquer coisa, nerds irritantes, geeks chatos e gente estressada comprando livros de colorir pra tentar deixar de serem estressados. Só que aí me estressam.
Os estandes interessantes como Companhia das Letras, L&PM, Nova Fronteira estavam lotados o que já me fazia desistir deles ao tentar me aproximar e os de quadrinhos, como Panini e Comix, por exemplo, tinham filas intermináveis, sem falar nas de autógrafos com adolescentes praticamente 'acampados' em busca do autógrafo do ilustre... Alguém-que-eles-vão-esquecer-no-ano-que-vem.
Nem grandes novidades, nem saldos imperdíveis, nem aquela coisa que você só poderia encontrar ali na feira, nem atrações interessantes à parte. Nada. Não sei se toda a área de alimentação estava um porcaria ou se eu dei azar porque comi numa instalação da tal da Texas Grill, cujo nome pressupõe carne, mas que tudo o que não tinha era carne, sem falar que a comida era absolutamente insípida e sem graça. Pra não dizer que foi uma completa porcaria, a parte infantil estava boa com bons preços e variedade. Pelo menos minha filha aproveitou bastante, ganhou uns livrinhos de colorir (para criança é totalmente aceitável e recomendável), alguns outros de historinhas e ainda viu uma apresentação teatral infantil.
De minha parte, a única coisa que vi, assim, que valeria a pena, que estava realmente mais em conta do que nas livrarias ou bancas foram quadrinhos de clássicos da literatura que, na última hora, aos 43 do segundo tempo, comprei dois exemplares, "Assassinatos da Rua Morgue" e "O Poço e o Pêndulo", ambos de Edgar Allan Poe.
Muito barulho, muito tumulto pra pouca coisa. Prefiro mil vezes a democrática Feira do Livro de Porto Alegre que tá ali, na praça, pra todo mundo chegar, ver comprar, curtir, aproveitar uns saldos, leva nomes relevantes, vai ter fila pra autógrafo, você entra se quiser e tal, mas me parece ainda, muito mais autêntica que este evento de um comercialismo impositivo como é a Bienal carioca, ou até mesmo, pra ficar aqui, a feira da Cinelândia, que é muito menos pomposa e talvez até mais interessante..
E toda aquela gente lá pro Brasil ser o país que menos lâ na América do Sul. Será que toda aquela gente com toda aquela sacolada de livros vai fazer isso mudar? Acho que não.


De qualquer forma vão aí alguns registros da Bienal do Livro no Riocentro:


A dentucinha mais querida do Brasil teve grande destaque e
foi alvo de grande disputa por fotos.



Estandes no espaço dedicado às crianças

Apresentação infantil na Bamboleio

O estande da Panini disputadíssimo
por causa de suas publicações de quadrinhos.

Sim, ele estava lá,
Tony Stark em sua armadura.

Estande da Comix. Fila interminável.


Em meio às vilãs.
Ah, tinha que valer a pena, não?






Cly Reis

sábado, 31 de julho de 2021

Cantando de olhinhos puxados


 



Os alemães da Kraftwerk vestiram kimono e puxaram os olhinhos
para cantar no idioma japonês
Olimpíadas rolando em Tóquio e tá todo mundo se arriscando num "sayonara" ou num "arigatô", não é verdade? Mas falar japonês pra valer, convenhamos, é pra poucos. Dada a dificuldade de se entender a milenar língua nipônica, pode-se dizer que cantar em japonês é domínio estritamente de quem é natural de lá.

Mas será mesmo? Se depender de alguns ousados artistas, não é bem assim. Indo além do palavreado simplório, músicos de nacionalidades diferentes da japonesa também se aventuraram nessa difícil e rara empreitada. E fizeram mais do que simplesmente cantar temas originais do Japão ou versar standarts para o japonês: eles compuseram canções novas neste idioma. Seja norte-americano, brasileiro, inglês ou alemão, esses músicos, menor ou maiormente afeitos aos ideogramas hanzi, puseram a cara pra bater e fizeram obras diferentes daquilo que eles mesmos desenvolvem normalmente.

Aproveitando, então, esse clima olímpico de Jogos de Tóquio, selecionamos sete músicas de artistas não-japoneses que não só fugiram dos estereótipos como construíram bonitas obras em homenagem à cultura do país do Sol Nascente.

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“Ito Okashi” - The Passangers (1995)
Composta para a trilha da performance de mesmo nome da artista japonesa Rita Takashina, a canção, cantada por sua conterrânea Akiko Kobayashi, a Holi, é de autoria que ninguém menos que Bono Vox, The Edge, Adam Clayton, Larry Mullen Jr. e Brian Eno, ou seja: a U2 em parceria com seu melhor e mais celebrado produtor. A The Passangers, projeto criado para abarcar as diversas trilhas que a turma compôs junto fora do repertório da renomada banda, lançou um único disco com esta formação e nomenclatura, “Original Soundtracks 1” repleto dessas coisas inusitadas assim como o próprio grupo. “Ito Okashi” é certamente das mais representativas do repertório.

Clipe de "Ito Okashi",da The Passangers



“Ai no Sono” - Stevie Wonder (1979)
Da capacidade de Stevie Wonder não se pode duvidar de nada, nem que ele fique com olhos puxados como um oriental pode debaixo daqueles óculos escuros. A bela “Ai no Sono”, assim como a música da The Passangers, também nasceu de um projeto diferente e ligado a cinema. No caso, a trilha sonora para o filme de animação “Journey Through the Secret Life of Plants”, que o Estevão Maravilhoso não apenas compôs, como tocou, arranjou e produziu de cabo a rabo. Quem pode duvidar, então, que o homem invente uma canção em japonês? Embora irregular e extenso, o disco duplo, guarda essa joia que só poderia ter saído de uma cabeça genial como a de Stevie.
OUÇA



“Made in Japan”
- Pato Fu (1999)

O lado extrovertido da Pato Fu faz com que a banda mineira liderada por John Ulhoa e Fernanda Takai (de origem oriental), diferente de outros grupos “sérios” do rock nacional dos anos 90, não levasse tão a sério a si mesmos. Entre os benefícios disso, está o de levar a sério as próprias brincadeiras, como a de criar uma música toda em japonês. Para quem como eles, que cresceu jogando Hatari e vendo na TV Spectreman e Ultraman (e admite isso), não foi uma tarefa tão difícil. Música do disco “Isopor”, de pouco antes de Fernanda começar a se achar uma grande cantora, ou seja, a se levar a sério.
OUÇA



“Relax”
- The Glove (1983)

Tá certo que é só um refrão “sampleado” de uma voz masculina repetindo as mesmas frases durante a faixa inteira – provavelmente, chupada de algum filme japonês B muito esquisito. Junto a essa voz, outros recortes se entrecruzam com variações de velocidade e compressão, além de sons que fazem referência ao Oriente, como de um koto, de sinos e gongos. Mas, além do inusitado do idioma diferente do inglês em comparação com todos os outros temas cantados de “Blue Sunshine”, o maravilhoso e único disco do projeto de Robert Smith (The Cure) e Steven Severin (Siouxsie & The Banshees), a The Glove, fecha com esta tensa e lisérgica canção, digamos, nada “relax”
OUÇA



“I Love You, Tokyo”
- Os Incríveis (1968)

Em 1968, a banda de rock da jovem guarda Os Incríveis excursionaram pelo Japão e aproveitaram para gravar no álbum “Os Incríveis Internacionais” e, depois em “Os Incríveis no Japão”, a faixa “I Love you Tokyo”. Embora o título em inglês, a letra é, sim, toda em japonês. A sacadinha da turma de Mingo, Risonho, Nenê, Neno e Netinho foi utilizar uma música original da era Meiji, composta por volta do ano de 1700, para inventar a letra. “Vale essa, Arnaldo?” Vale, sim.
OUÇA



“Miki”
- Toninho Horta (2012)
Um dos vários músicos brasileiros admirados no Japão – às vezes, reconhecido mais ou antes lá do que aqui – é o mineiro Toninho Horta, violonista e compositor de mão cheia e um dos artífices do Clube da Esquina. No início dos anos 2010, em constante deslocamento entre o seu país natal e o outro lado do mundo, resolveu, então, solucionar esse problema lançando o disco “Minas Tokio”. Em parceria com a musicista japonesa Nubie, Horta, além de regravar clássicos como “Beijo Partido” e “Giant Steps” e de seus tradicionais e belos temas instrumentais, como a claramente oriental “Shinkansen”, ainda escreveu com ela músicas que fazem essa ponte entre Brasil e Japão não só pela música, mas pela letra também.
OUÇA



“Dentaku” - Kraftwerk (1981)
Os geniais pais da música eletrônica, além de cantarem em inglês e alemão em várias ocasiões, têm como característica a universalidade da sua música. É o que se vê nas músicas “Numbers”, que mistura diversas línguas, as faixas de “Tour de France”, todas cantadas em francês, “Sex Object”, com trechos em espanhol, ou “Electric Café”, quando até o português eles arranham. Por que, não, então, cantar em japonês. É o que fizeram nessa faixa, que é uma corruptela da clássica “Pocket Calculator”, do álbum “Computer World”, que, no final das contas, diz mais ou menos a mesma coisa que seu tema original: um convite para fazer/ouvir música usando as teclas de uma calculadora de bolso. 

"Pocket Calculator/ Dentaku" ao vivo, da Kraftwerk



“Império dos Sentidos” - Fausto Fawcett & Os Robôs Efêmeros (1989)
Não se enganem pelo título em português. Afinal, quem não liga este nome a de um dos mais famosos filmes rodados no Japão, o drama erótico de Nagisa Oshima que escandalizou o mundo nos anos 70? Pois foi com essa clara referência (e reverência), que os criativos Fausto Fawcett, Carlos Laufer e Herbert Vianna escreveram a música que intitula o segundo disco da banda carioca. Para isso, fazem o mesmo expediente que a The Glove: recortam um trecho de voz, neste caso, feminina, que repete a mesma frase em japonês, algo provavelmente extraído do próprio filme. Um clima misterioso e, claro, com elementos orientais além da própria letra, que é dita levemente por uma voz feminina, quase uma “narcotic android nissei com a bateria no fim”, como diria o próprio Fawcett.
OUÇA

cenas do filme "O Império dos Sentidos"


Daniel Rodrigues

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ludwig van Beethoven - "Sinfonia nº 9" (1824)



"Fora uma noite maravilhosa
e eu só precisava para concluí-la com perfeição
de um pouco do velho Ludwig van (...)
ó, deleite, ó deleite e paraíso.
era a formosura e a formosidade feito carne.
Era como um pássaro de metal raro e celestial,
ou o vinho prateado flutuando numa espaçonave
deixando a gravidade para trás."
personagem Alexander DeLarge
no filme "Laranja Mecânica"


Uma das maiores obras já produzidas na história da humanidade, composta por ninguém menos que aquele que é considerado por muitos, o maior compositor de todos os tempos. A "Sinfonia nº9 em ré menor, opus 125, Coral", última obra completa escrita por Ludwig van Beethoven, no ano de 1824, ou simplesmente a "Nona Sinfonia" como é mais conhecida, é uma das obras musicais mais populares, repetidas, respeitadas e executadas de todos os tempos, utilizada com frequência em meios como comerciais de TV, games, cerimônias e filmes, assumindo, de certa forma, um caráter pop dentro do âmbito da música clássica ou erudita.
A Nona é por exemplo, elemento fundamental na adaptação de Stanley Kubrick para o cinema da obra "Laranja Mecânica", de Anthony Burgess (no livro o autor se fixa na música clássica em si e não especificamente na obra de Beethoven como faz o diretor no filme); foi adotada como hino de instituições ou de eventos; é constantemente tocada em celebrações de toda ordem como olimpíadas, copas, confraternizações, cerimoniais, etc., especialmente seu movimento mais belo, a "Ode à Alegria", um coral imponente onde as vozes conduzem o movimento acompanhado a orquestração, de uma forma absolutamente magnífica e inigualável.
Não vou me alongar aqui em elocubrações técnicas; em dós, rés, e sibemóis porque não sou um profundo entendedor de música. Sequer sou músico. Seria pouco sincero de minha parte. Sou apenas um diletante como muitos, que não se cansa de ouvir, de se encantar e admirar esta majestosa obra deste gênio alemão.
É lógico que a "Nona Sinfonia", como qualquer outra obra desta natureza, não foi concebida no modelo álbum, não foi feita para ser disco, mas é tão importante para o formato, especialmente no que diz respeito à mídia Compact Disc, que a capacidade original do nosso conhecido CD teria sido definida em função da duração da obra. É o que reza a lenda.
Se não for por todos os seus méritos, e não são poucos, só isso já lhe justificaria a inclusão entre os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.
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MOVIMENTOS:

  1. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
  2. Molto vivace
  3. Adagio moltoe cantabile
  4. Presto - Allegro assai

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Ouça:
9ª Sinfonia Ludwig Van Beethoven

Cly Reis

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

ClyBlog Olímpico

E as Olimpíadas estão chegando!!!
E como o ClyBlog não podia ficar de fora dessa, neste mês, durante os jogos do Rio, teremos uma série de publicações relacionadas ao esportes em todas nossas seções. Pode ser uma tirinha, um conto, cliques, curiosidades, músicas, qualquer coisa que tenha ver com o maior evento do esporte mundial e com as modalidades que estarão em disputa neste grande evento internacional. Então fique ligado porque a qualquer momento poderemos ter uma postagem olímpica no nosso blog.
Como diria o Jigsaw, "Que comecem os jogos".


Cly Reis
editor-chefe

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Coluna dEle


Fala ai’, galera! Beleza?
Eu sou... Bom vocês sabem quem Eu sou.
Me cederam um espaço aqui neste blog e disseram pra falar do que quisesse. Como Eu tenho conhecimento de todos os assuntos, modéstia a parte, vou falar de várias coisas, sempre que tiver um tempinho pra postar.

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As Olimpíadas acabaram no domingo. Andei vendo coisas que ate’ Eu duvido.
Que que e’ aquele Phelps, mano? Ta’ certo que Eu dei as “ferramentas” pra ele, mas não imaginava que ele fosse chegar a tanto.

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Toda a Olimpíada e’ a mesma coisa: o pessoal Me entope de reza pra “atletada” brasileira ganhar mais ouro e tal.
Porra! Se os caras mal tem o que comer na infância, tem escola caindo aos pedaços, o governo de vocês não da incentivo pro esporte. Querem que Eu faca milagre?
Tão de sacanagem!
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Agora, o pessoalzinho do futebol, vou te contar, ne’...
Pra esses Eu dei o DOM. Mas, sei la’, parece que não sei... Não se ajudam.
O Dunga ate’ mostrou algumas qualidades pra um neófito. Ganhou uma Copa América e tal mas.... Não. Não e’ o cara pra Seleção. E olha que sou Eu que estou dizendo, hein!

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Volto assim que for possivel.

Tenho um montao de assuntos pra atender.


Fiquem Comigo e que Eu lhes abencoe

terça-feira, 13 de julho de 2021

Grinders - "Grinders" ou "Skatepunkmusic" * (1987)









"E algum tempo depois,
Um skate eu montei
Ando todos os dias
E feriados também."
trecho de "Minha Vida"

"Ande de skate ou  morra!"
trecho de "Ande de Skate Ou Morra"



Meu primo Lucio Agacê, tradicional colaborador aqui do blog, na época das nossas formações musicais e descobertas sonoras, volta e meia nos apresentava, a mim e ao meu irmão Daniel, alguma novidade dos sons que acabara de conhecer. Recém iniciado no punk e hardcore, empolgado, chegava para nós com aqueles discos esquisitos, barulhentos, com sonoridades agressivas, rascantes, acabamento pobre, não só sonoro mas também gráfico, com artes feitas de colagens muito primárias ou com ilustrações de qualidade bastante deficiente. Eu, na época, ainda muito absorvido pelo rock que tocava nas rádios, na época da explosão do rock nacional, com bandas como Legião Urbana, Ultraje a Rigor, RPM, nem sempre valorizava muito àquelas coisas que meu entusiasmado primo trazia a meu conhecimento e apreciação. Com exceção um que outro que tinha alguma produção um pouco mais caprichada como Inocentes, Cólera, em alguns momentos, e um pouco mais adiante, Ratos de Porão, aquele som do punk nacional me soava excessivamente tosco e mal acabado. No entanto, em meio a esse universo pouco convidativo para meu 'paladar' sonoro, algo me chamou atenção. Uma banda chamada Grinders parecia ter um pouco mais de técnica, seu som era mais limpo, não se limitava aquela chiadeira que mais parecia um vespeiro em polvorosa e, claramente, havia um pouco mais de cuidado, de trato na produção.

Curiosamente, a primeira impressão não foi exatamente positiva pelos motivos certos. Meu primeiro contato com Grinders se deu quando o próprio Lucio me mostrou a coletânea "Ataque Sonoro", na qual a banda tinha duas músicas. Uma delas, "Skate Gralha", para mim estava mais para engraçada do que propriamente para boa, uma vez que, o vocalista, com uma interpretação acelerada, quase indecifrável, depois de esculachar, na letra, um suposto skatista muito ruim, que só atrapalhava na pista, culminava a execração do coitado dando-lhe, no refrão, a sentença definitiva de "animal" ("Pega o skate desse gralha /Sai da pista, animal /Se você quer tesourar /Vai pra casa animal /ANIMAL, ANIMAL, ANIMAL!"). Era engraçado, era divertido, brincávamos imitando aquele refrão mas, para mim, passava longe de ser algo que me agradasse musicalmente e, embora não fosse exclusivamente o que pesasse na minha antipatia, efetivamente, não havia como negar que aquela versão, presente na legendária compilação punk, era bastante precária.

Algum tempo depois, já mais aberto e tolerante, tive a oportunidade de ouvir o disco de estreia dos Grinders e lá estava "Skate Gralha", que, embora ainda totalmente "animal", claramente estava bem mais limpa e mais bem acabada.

Trato mais cuidadoso que, por sinal, todo o disco tinha, até mesmo nas mais ruidosas e selvagens como "Destrua Um Monstro Nazista", "Ande de Skate ou Morra" e "Explorados". Mas não era só a questão do trabalho de estúdio, os Grinders sabiam tocar, tinham bala na agulha, as músicas tinham bons riffs e podia-se até mesmo notar uma pegada meio surf-music e do punk californiano. As duas peças instrumentais, a que leva o nome da banda e abre o disco, "Grinders", e a cover do tema do Homem-Aranha, são exemplares indesmentíveis dessas influências.

Chama atenção também como os gritos da galera punk daquela época, incrivelmente, continuam tão válidos e procedentes ainda hoje, e talvez até mais pertinentes agora do que naquele momento pós-abertura, quando parecia haver uma série de conscientizações em relação a diversos temas e problemas do país por parte da sociedade. "Amém", denunciando os falsos religiosos que se utilizam da ignorância do povo para lucrar, a irônica "Serviço Militar", contra o militarismo, "Destrua Um Monstro Nazista", bem a calhar diante das inúmeras manifestações de extrema-direita que surgem por todo canto, e "Como É Que Pode", que chama atenção para a desigualdade social e a fome, infelizmente, mostram-se extremamente atuais e urgentes. "Ruas de Soweto", uma das melhores, com seu riff vigoroso e sua letra mínima porém sintética ("Os dias são negros pelas Ruas de Soweto"), se hoje não é mais tão atual em relação ao Apartheid sul-africano, não perde a validade, dadas as mostras escancaradas de racismo pelo mundo, e em especial no Brasil, cujo procedimento é apoiado pelo discurso discriminatório do próprio presidente da República.

Mas, em meio a tantos assuntos sérios, há  espaço para o skate, prática muito comum entre o pessoal do punk e hardcore, na época, e que é tema de destaque no disco, não somente com a já destacada, "Skate Gralha", mas também com a ótima "Minha Vida", que relata a satisfação de ter um skate e poder usufruir dele, e a marcante "Ande de Skate ou Morra", lema do pessoal das rodinhas, elevado à condição de hino skatista hardcore pelos Grinders.

O disco ainda tem a pérola, que o finaliza, "Puta Vomitada", que relata o day after de uma noitada, aquela ressaca e os efeitos da bebedeira, numa manhã de domingo em que, tudo que se encontra numa tentativa de assistir TV, é Programa Sílvio Santos, Menudo, RPM , numa crítica à massificação do entretenimento promovido pelas mídias, naqueles idos dos anos 80. Apesar de gostar de RPM, na época e ainda hoje, é um encerramento de disco espetacular que ainda fica melhor com o som de uma descarga de banheiro que joga para o esgoto toda aquela porcaria.

Edições posteriores, em CD, tem alguns extras bem interessantes como uma cover instrumental, ao vivo, de "California Über Alles", dos Dead Kennedy's, que só confirma ainda mais aquela impressão da influência do punk californiano; "Amém" com uma introdução de "oração"; e algumas inéditas, em versão demo, como "Trem Lotado", "Danceteria" e a preconceituosa, porém divertida "Eu Não sou Break".

Ainda que um pouco mais bem produzido que seus contemporâneos, "Grinders" mantém aquela pureza característica punk nacional, na sonoridade, nas composições e nas letras. Aquela crueza, aquela "barulheira" que de início era exatamente o que me incomodava, no fim das contas é o diferencial do punk raiz, do punk proletário, do punk suburbano, e que atesta, sobremaneira, a autenticidade de sua atitude e de seu discurso. 

Dia do Rock e época de Olimpíadas, nada melhor do que trazer toda a força do rock, sua essência, sua atitude, seu caráter contestador, e misturar com esporte, nas mais radicais manobras sobre as quatro rodinhas. E, cá entre nós, poucos esportes têm tanta atitude como o skate.

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FAIXAS:
1. Grinders
2. Skate Gralha
3. Amém
4. Homem-Aranha
5. Minha Vida
6. Destrua Um Monstro Nazista
7. Explorados
8. Serviço Militar
9. Ande De Skate Ou Morra
10. Ruas De Soweto
11 Como É Que Pode
12. Puta Vomitada

Ao Vivo no Woodstock Music Hall(1987)
13. Grinders
14. Skate Gralha
15. Homem-Aranha
16. Amém
17. Como É Que Pode
18. Minha Vida
19. Califórnia (cover instrumental de "California Über Alles", dos Dead Kennedy's)

Demo Tape(1985)
20. É Domingo
21. Grinders
22. Skate Or Die
23. Como É Que Pode?
24. Trem Lotado(TL)
25. Eu Não Sou Break
26. Danceteria

Ao Vivo na Broadway(1985)
27. É Domingo
28. Eu Não Sou Break

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Ouça:

* nome dado à reedição em CD de 2001

por Cly Reis


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

"À Procura", de Atom Egoyam (2015)
















Nem é um esporte que faz parte dos tradicionais jogos olímpicos mas já que estamos em um momento esportivo tão importante, queria destacar um filme que tem na sua ação um esporte que costuma aparecer com alguma frequência no cinema, muitas vezes em cenas isoladas, às vezes como um hobby de algum personagem,  como gran finale , mas poucas vezes como elemento central ou decisivo. Em "À Procura" (2014) do diretor egípcio naturalizado canadense Atom Egoyam, a patinação no gelo não é o tema principal mas ela é importante na origem da situação e é crucial para o desfecho da trama. Uma menina, uma jovem e talentosa patinadora, é sequestrada no carro do pai enquanto este havia descido rapidamente para comprar um bolo. A partir de então o desespero toma conta dele, da mãe, são feitas buscas, investigações e nem sinal da garota. Passam-se oito anos sem notícias da garota, o casal feliz antes do fato vê sua relação deteriorando-se pela depressão, culpa, acusações. Mas objetos pessoais da filha começam a aparecer no local onde a mãe trabalha como faxineira indicando que ela ainda estaria viva. Se durante todo esse tempo o pai, interpretado por Ryan Reynolds , que era visto até como suspeito, não perdia a esperança, agora com as novas evidências ele não descansará enquanto houver alguma chance de reencontrar a filha. A essas alturas, o espectador sabe que a garota, oito anos mais velha, já uma adolescente, está em poder de um homem que a utiliza em um site como isca para atrair outras crianças para uma rede de pedofilia.
Os pais, orgulhosos, assistindo a filha no ringue de patinação
antes do sequestro.
Bom diretor, tema relevante, válido, boa tensão, mas o filme é um tanto perdido. Além de uma série de pequenos defeitos e personagens mal resolvidos, mal caracterizados, caricatos, parece que o diretor teve algum receio ou limitação de levar o assunto que ele mesmo levantou um pouco adiante, o que poderia ter colaborado muito na qualidade final de sua obra. Neste momento olímpico que vivemos, esse vale mais por lembrar mais um esporte no cinema, que por sinal é modalidade apenas das Olimpíadas de inverno, mas cuja ligação da menina com ele e o papel importante que acaba desempenhando na solução do caso, de maneira muito sutil e inteligente, o torna minimamente interessante. No mais, filme fraco. Atom Egoyan já teve momentos melhores.





Cly Reis

terça-feira, 13 de setembro de 2016

ClyBlog Paralímpico - Cerimônia de Abertura





Clodoaldo Silva acende a pira Paralímpica.
(foto; Sérgio Moraes/Reuters)
Para um apaixonado por esportes, a época de Olimpíadas e Paralimpíadas é intensa. E pela primeira vez na minha vida eu tive a oportunidade de acompanhar os Jogos de perto, no local onde eles estavam ocorrendo.
Claro que, por não conhecer o Rio de Janeiro, tirei alguns dias para conhecer os principais pontos da cidade, como o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e o Theatro Municipal. E no meu tempo livre, acompanhava as Paralimpíadas pela televisão.
Assim que cheguei ao Rio, almocei e segui direto para o Maracanã. Eu acompanharia a Cerimônia de Abertura dos Jogos. E devo dizer: valeu a pena cada centavo gasto nos ingressos. Foi uma festa marcada por muitos – muitos MESMO – momentos emocionantes, que levariam qualquer coração de pedra a se desmanchar em lágrimas, desde a execução do Hino Nacional pelo maestro João Carlos Martins, acometido por uma atrofia nas mãos que o impedia de tocar o piano, seu instrumento de trabalho, até o acendimento da Pira Paralímpica pelo nadador Clodoaldo Silva, um dos principais membros da delegação brasileira na Rio 2016.
A festa também contou com uma roda de samba composta por nomes como Maria Rita, Xande de Pilares, Pretinho da Serrinha e Diogo Nogueira, um salto de uma mega-rampa feito pelo atleta cadeirante americano Aaron Wheelz, um enorme quebra-cabeça em formato de coração, criado pelo artista plástico Vik Muniz durante o desfile dos atletas, e uma performance de dança da esquiadora biamputada americana Amy Purdy e um robô.
Sem dúvidas, uma festa para ficar na memória.

O maestro João Carlos Martins executa o Hino Nacional
(foto: Daniel Ramalho/VEJA.com)

Quebra-cabeça em forma de coração montado no Maracanã
(foto: Paulo Jacob/Agência O Globo)

Esquiadora paralímpica Amy Purdy em sua performance de dança com um robô
(foto: Daniel Ramalho/VEJA.com)

por João Pedro Gomes Bernardes





João Pedro Gomes Bernardes
é estudante e admirador de esportes.
Tem 15 anos e reside em Viamão/RS.







terça-feira, 7 de novembro de 2017

Grupo Corpo – “Bach" e "Gira” – Teatro do SESI – Porto Alegre (07/10/2017)


Assistir o Grupo Corpo já de muito se tornou mais do que uma atração para mim: passou a ser uma obrigação enquanto cidadão brasileiro. Seja em Porto Alegre ou noutro lugar, desde a metade dos anos 90, quando os vi no palco pela primeira vez, de dois em dois anos – periodicidade que eles lançam novas montagens – é hora de desfazer a expectativa criada e conhecer o que irão apresentar de novo. Afinal, é sempre uma novidade a cada peça, e não raro, uma grata surpresa. Pois a companhia mineira é das poucas instituições artísticas (não só no Brasil, mas no mundo) capazes de surpreender a cada projeto mesmo o/s anterior/es tendo sido de alta qualidade. Ou seja: conseguem superar o que já é bom. Caso de “Gira”, o ousado espetáculo apresentado na nova turnê, o qual conta com a brilhante trilha sonora da banda paulista de jazz Metá Metá.

Se as duas últimas estreias, “Triz” (de 2013, trilha de Lenine) e “Dança Sinfônica” (2015, sobre composições de Marco Antônio Guimarães), foram igualmente competentes mas não necessariamente arrebatadoras, “Gira” consegue o feito de rivalizar com as melhores montagens da rica história de mais de 40 anos da companhia. E até superá-las. Inspirado nos ritos da umbanda, “Gira” traz como principal referência, além da estética do universo mágico das religiões afro-brasileiras, o orixá Exu, o dono do movimento e das transformações da vida. É ele quem liga o mundo dos humanos ao mundo das divindades. Na forma de movimentos e sons, foi exatamente isso que se viu no palco.

A estreia, como é de praxe nas apresentações do Corpo, foi antecedida por uma mais antiga: o magnífico balé “Bach”, de 1996 de forte apelo religioso e cuja leitura modernizada da obra do compositor alemão que lhe dá nome (feita pelo constante parceiro musical da companhia, Marco Antonio Magalhães) vai, literalmente, da morte à ressurreição. Da mais densa dificultação do olhar, sob as luzes ofuscantes do purgatório, até a mais límpida e dourada iluminação, encenada por movimentos graciosos de vida eterna. Impressionantes os atos da dança nas cordas, suspensas no ar e distantes cerca de 2 metros do chão.

Vídeo de "Bach", de 1996

Em "Gira", a mirada religiosa se mantém em certo aspecto, mas por uma visão totalmente distinta. Ao invés da tradição católico-cristã, são agora os ritos das religiões de matriz africana, com seu gestual, formas e sonoridades que prevalecem. Num cenário-instalação (de Paulo Pederneiras) que coloca o espectador como que num terreiro de culto, a coreografia de Rodrigo Pederneiras revela intensidade, instintividade e até certa brutalidade. Linda brutalidade, aliás, vinda da profundeza da natureza humana – e também da não humana. Rodrigo vale-se da rica base referencial dos ritos de celebração tanto do candomblé quanto da umbanda (em especial as giras de Exu) para forjar todo um poderoso glossário de gestos e movimentos. Fortes e contorcidos, dão a dimensão da natureza de Exu: um orixá mágico, de proezas inimagináveis, e cujo bem e mal andam sempre lado a lado, insolúveis. Inspirados nos gestos manifestados nos cultos, há momentos que parece que os corpos se quebram tamanho contorcimento.

Corpos que se contorcem e até parecem se quebrar
A iluminação, dura e quente (coassinada por Paulo e Gabriel Pederneiras), muda muito pouco, pois são os dançarinos e seus movimentos hipnóticos que constroem a narrativa, a qual faz uma imersão pelo universo anímico dos orixás. Como entidades incorpóreas, os bailarinos – torsos nus, com a outra metade do corpo coberta por saias brancas de corte primitivo e tecido cru, tanto de mulheres quanto de homens – entram e saem das três paredes negras da caixa-preta, criando uma ilusão quase espectral de infinito que os transforma em éter quando saem de cena. Quando reaparecem, contudo, é como se se materializassem ali na frente de quem vê, ou como se as entidades "baixassem" nos "cavalos" dos dançarinos. Dançam, simulam sexos, giram, torcem-se, alimentam-se do corpo físico e depois somem mais uma vez, como se desintegrassem.

Para acompanhar/construir toda essa representação mitológica, a trilha da Metá Metá (Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França) não poderia ser mais adequada. Diria brilhante. É visível a quem assiste, assim como noutras montagens realizadas em parceria com outros compositores (“O Corpo”, com Arnaldo Antunes, de 2000, ou “Santagustin”, de Tom Zé e Gilberto Assis, 2002), que a dança é fruto da criação musical e vice-versa, num permanente diálogo movimento/som, carne/espírito. A partir da proposta sonora, a coreografia cria soluções gestuais e rítmicas expressivas àquela ideia. O contrário, entretanto, acontece também, uma vez que o conceito de “Gira” e seus elementos são comuns e assimilados por músicos e companhia. O resultado é uma “estreita sintonia” entre os dois polos, como definiu o Dinucci, principal compositor do conjunto.

A bruta sensualidade e a ousadia dos
corpos nus
Nas melodias, a banda adensa as características da musicalidade de matriz africana, incrementando-a com elementos similares da música moderna, como o jazz avant-garde, o hip-hop, o rock e até o funk carioca. Em termos de estrutura, a polifonia e a dissonância são os conceitos sonoros encontrados para responder à complexidade do tema, forjando um tecido sonoro rico em texturas, síncopes, contraposições e volumes. Assim, lhes é possível criar enredo para os orixás, como em “Bará” (um dos nomes de Exu na África), mas para “Ogó” (bastão fálico de Exu) e “Ogun”, facilitando a sugestão para a composição coreográfica. Os temas em geral se valem de muita percussão, mas também de samples, guitarras e sopros, como o marcante sax tenor de Thiago França. A voz de Juçara Marçal, de altíssima técnica, é capaz de acompanhar as variações rítmico-harmônicas que compasso/movimento pedem. Ainda, no que se refere a vocal, a diva negra Elza Soares empresta sua robusta voz em duas essenciais participações: “Pé”, logo no início do balé, e “Okutá Yangi II”, que fecha o espetáculo num clima talvez até mais apoteótico do que em qualquer outro do Grupo. Em tom alto, severo, rascante.

Como se as entidades estivessem "baixando"
nos bailarinos
“Gira” é tão coeso que posso afirmar que é melhor ou tão bom quanto clássicas montagens do Grupo Corpo – leia-se ”Benguelê” (1998), “Sem Mim” (2011) e a já mencionada “O Corpo”. Em termos de trilha sonora, outro trunfo da companhia, além da magnífica e peculiar dança, a afirmação também vale. A Metá Metá não deixou nada a desejar diante de outros autores que já trabalharam com o Corpo, como Caetano Veloso, João Bosco, Tom Zé e Zé Miguel Wisnik. Talvez “Gira” não se assemelhe apenas à profunda emoção que a encenação de “Parabelo”, de 1997, é capaz de causar, algo tão referencial na dança moderna brasileira que foi mostrada ao mundo todo na abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, ano passado. Contudo, em termos de proposta e realização, “Gira” mostra-se, sim, a mais completa da companhia mineira, pois é fruto de maturidade artística e técnica a qual chegaram e, principalmente, da ousadia e de atitude que sempre mantiveram - ainda mais, em épocas que qualquer nu em arte é motivo de censura. Afinal, abordar um tema tão visceral e verdadeiro, mas também tão discriminado e demonizado pelos ignorantes, exige coragem..

Som é movimento e dança é vibração. Ou o contrário, tanto faz. Quando que se tem, com tamanha veracidade e poética, a oportunidade de vivenciar essas sensações tão genuínas em dança e em música ao mesmo tempo? A resposta é bienal: quando o Grupo Corpo apresenta uma nova montagem. Tão bom que a gente nem se importa de esperar mais dois anos para sentir isso tudo de novo.

Grupo Corpo - vídeo de "Gira"


Daniel Rodrigues

sábado, 10 de outubro de 2009

Coluna dEle #12


De volta hoje com a participação dAquele colunista que vocês tanto amam e que segundo diz, ama todos vocês.

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chagando, chegando.
E aí, na boa?
E esse negócio de Prêmio Nobel pro Obama, hein?
Não sei muito bem o que pensar disso ainda. Não sei se ele já deu alguma contribuiçãããão em nome da taaaal da paz até agora.
Tá certo, que o carinha mostrou uma boa vontade em tirar as tropas do Iraque, fechou Gunatánamo, tá... E daí?
Sei que vocês aí embaixo se animaram com o cara quando ele assumiu e tudo mais, mas Eu vou esperar pra ver esse negócio de paz quando pisarem nos calos dele e ele tiver que mandar bombardear alguém.
Vamos ver, vamos ver...

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O meu guri quando teve aí tentou esse troço de paz e boa vontade, de perdoar inimigos e o cacete, e vocês viram o que fizeram com ele.
Prêmio Nobel? Que nada! Deram uma cruz bem bonita com uns pregos desse tamanho.
Como diz o Dunga: “quem bate esquece, quem apanha não”.

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A propósito de Dunga, pra vocês aí que não davam nada pelo cara até que ele tá botando moral. E nem é ajuda minha,não. Eu só não atrapalho quem trabalha sério.
Não gosto muito de algumas escolhas do cara, tipo Maicon de titular, Felipe Melo que eu não sei de onde ele tirou, mas, vá lá. Tá dando certo, . Pra quem viu Carlos Alberto na lateral em 70 como Eu vi, não pode aceitar um Maicon da vida. Mas agora: o Lúcio mata a pau, hein! Dá gosto de ver o cara jogar.
Mas vou parar de falar de Seleção Brasileira porque dizem que Eu puxo muito pra vocês.

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Mas não posso deixar de falar do Dieguito.
(Que situação, hein!)
Usa a tal da “Mão de Deus” agora pra classificar teu timezinho, usa.
Aquele pessoalzinho lá do Prata fica elevando demais esse cheirador e ele fica se achando mesmo. Acho que ele acreditou que era Deus. Hohoho!
Mão de Deus só tem uma, meu velho. Aliás,... tenho duas.

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Ainda no esporte, acompanhei esse troço todo de Olimpíadas pra vocês aí do Rio.
Pelo que Eu vejo estou dispensado de todas as minhas tarefas aí. Ao que noto a Olimpíada vai resolver tudo. Li até que vai acabar com a desigualdade social. PUXA! Eu pensei que só nós aqui de cima que fazíamos milagre.
Mas em todo caso, boa sorte, galera. Sem brincadeira, de minha parte, no que Eu puder ajudar, tamos aí.
Se os caras de gravata tomarem vergonha nas suas caras deslavadas e não aproveitarem rios de verbas para roubarem muito, até que pode ser legal.

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Juízo, hein!
Juízo!


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