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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Rage Against the Machine - "Rage Against the Machine" (1992)

 






"As pessoas que se ofendem com [minhas opiniões sobre] política
 no Twitter ou Instagram, por favor,
 saibam que é porque você não era inteligente o suficiente
 para saber sobre o que era a música
 que você estava ouvindo
 todos esses anos (...)
De nada pela música,
 mas se você é um supremacista branco
 ou um protofascista,
 essa música não é escrita para você
 – é escrita contra você."
Tom Morello,
 guitarrista e compositor


A última passagem de Roger Waters pelo Brasil, em 2018, reacendeu uma discussão, que na verdade não faz muito sentido, uma vez que o rock, mesmo quando apenas reivindicava o direito de não cortar o cabelo ou de namorar no banco de trás do carro, à sua maneira, era "político", sobre o fato de artistas de rock se posicionarem politicamente. A situação toda começou quando o ex-baixista e vocalista da célebre Pink Floyd fez mostrar no telão, ao fundo do palco, os dizeres #EleNao, referindo-se ao então candidato Jair Bolsonaro à presidência brasileira (que, para infelicidade do país, veio a se eleger) arrancando um misto de vaias e aplausos da plateia e causando a reclamação de muitos "fãs" de sua antiga banda pelo fato de "agora" ter resolvido se meter em política e que um show de rock não seria lugar para esse tipo de manifestação do artista. A lamúria dos fãs superficiais, pseudo-roqueiros, no entanto foi ironizada pelos verdadeiros admiradores do grupo e roqueiros de verdade que questionaram se aqueles modinhas de ocasião que estavam no show nunca ouviram, por exemplo, o "The Wall" do Pink Floyd, que trata exatamente sobre o enfrentamento da sociedade opressora. Ou se ouviram, não leram as letras ou nunca entenderam do que se tratava. A discussão, especialmente em redes sociais, se ampliou e para situar os roqueiros do chalalá, que só curtiam o som mas não faziam a menor ideia do que estava sendo falado, outras bandas foram citadas de modo a mostrar o quão ignorantes aquelas criaturas estavam sendo. System of Down, Plebe Rude, Bruce Springsteen e até  a queridinha Legião Urbana foram algumas das que serviram de exemplo e, para maior surpresa, geraram ainda mais indignação entre os "revoltadinhos de condomínio-fechado", que qualificaram esses artistas, de forma simplista, imatura e desinformada, meramente de comunistas.

No entanto, a surpresa que mais chamou foi em relação à banda Rage Against the Machine. Ora, pensavam que a Máquina do nome da própria banda era o quê? Uma cafeteira elétrica? O RATM é antes de mais nada uma banda engajada, politizada e de pensamentos predominantemente de esquerda. Suas letras são quase sempre uma bala na cabeça, como diz o título de uma das músicas de seu primeiro álbum,  "Rage Against the Machine" de 1992, que, por sinal, fala exatamente sobre alienação e idiotização em massa.

No disco, os tiros da banda vão pra todo lado e sobra bala pra todo mundo que merece: "Bombtrack" atira na indústria musical; o hino "Killing in the Name" dispara contra o racismo; "Settle of Nothing" é  sobre criminalidade e vidas jovens arruinadas; "Freedom", fala, é claro, sobre liberdade, mas também acerta em cheio quanto à ignorância do ser-humano e sua relação com o meio ambiente; "Wake Up" liga a metralhadora giratória e atira nos fascistas, no judiciário, na mídia e no que estiver pela frente; e "Take the Power Back", "Know Your Enemy", "Fistfull of Steel" e "Township Rebelion", simplesmente, miram no sistema, de um modo geral, convocando para uma reação diante de tudo que nos oprime.

Tudo isso ao som da guitarra eletrizante de Tom Morello, conduzido pelos vocais contagiantes de Zach de La Rocha e  embalado por uma mistura explosiva de metal, hardcore, funk, rap e hip-hop, tão intensa que, eu até posso entender que tenha seduzido até o mais superficial roqueirinho de ocasião. Sim, sim, eu também escuto muita coisa pela sonoridade, muitas vezes não dou, mesmo, muita bola para a letra, ou nem ligo muito para o que estão dizendo em inglês, mas certos artistas, cuja atitude está ligada à sua obra é impossível, e até imperdoável, que se ignore essa relação. É o caso de Dead Kennedy's, Bob Dylan e do Rage Against the Machine, uma banda essencialmente política, engajada, atuante, como fica provado em seu primeiro disco. A própria capa do disco atesta essa atitude com a foto do monge vietnamita que preferiu atear fogo ao próprio corpo a se render ao governo autoritário de seu país. Esse é o espírito. Isso é o Rage Against the Machine. 

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FAIXAS:

1. "Bombtrack" 4:02
2. "Killing in the Name" 5:14
3. "Take the Power Back" 5:36
4. "Settle for Nothing" 4:49
5. "Bullet in the Head" 5:08
6. "Know Your Enemy" (featuring Maynard James Keenan) 4:57
7. "Wake Up" 6:06
8. "Fistful of Steel" 5:32
9. "Township Rebellion" 5:22
10. "Freedom" 6:06

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Ouça:
Rage Against the Machine (1992)



por Cly Reis

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Música da Cabeça - Programa #114


BOMBA! Temos uma revelação que vai abalar as estruturas da família brasileira: hackers invadiram o Música da Cabeça e descobriram o que vai rolar no programa de hoje à noite! Quer ter uma ideia deste revelador conteúdo? Então, aí vai: Morcheeba, Dead Kennedy's, Mundo Livre S/A, Kamasi Washington, Renato Russo, Beatles e outras declarações comprometedoras. Para ter acesso à íntegra deste material, só ouvindo o MDC, às 21h, na polêmica Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues. Por que aqui a gente vaza mesmo.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Dead Kennedy's - "Frankenchrist" (1985)





“No contexto do disco,
está bastante claro que o pôster 
não é só uma brincadeira idiota”
Jello Biafra



É complicado a gente apontar um álbum melhor do que o grande clássico de uma banda porque o disco legendário vai estar, sempre ali fazendo sombra, sussurrando "Eu sou o maior!" e, no fundo, lá  no fundo, não  há  muito como negar. Mas tem aqueles que, se não são tão emblemáticos, representam o sinal definitivo de crescimento e maturidade. É o caso de "Frankenchrist" (1985) em relação  a "Fresh Fruit for Rotting Vegetables" . O álbum de estreia  dos Dead Kennedy's, de 1980, é clássico inconteste, amado e idolatrado de uma ponta à outra do planeta, e não sem razão. É um trabalho visceral no qual a sonoridade reflete perfeitamente o que o grupo pretendia e conseguia transmitir naquele momento. Mas "Frankenchrist", de 1985, é muito melhor tecnicamente. As músicas tem mais estrutura, são mais elaboradas, deixam mais evidente a influência da surf-music californiana que muitas vezes ficava escondida sob a fúria e a velocidade que definiram as músicas dos Kennedy's por quase toda sua existência. Existência  que, aliás,  foi abreviada exatamente em "Frankenchrist" por uma razão, de certa forma, um tanto banal. O encarte do álbum, idealizado pelo artista suíço H.R. Giger, o criador do design do personagem Alien, foi considerado obsceno, a banda processada, e o grupo não abrindo mão da arte, entendendo que a mesma complementava o conjunto artístico proposto no álbum, teve seus discos recolhidos e impedidos de serem comercializados, gerando prejuízos, transtornos e, no fim das contas, um desgaste que custou a vida da banda, depois de uma enorme demora para a definição do processo. 
"Landscape  #XX", mais conhecida como Penis Landscape,
a arte da polêmica. 
"Soup is a good food", que abre o disco, construída sobre um riff ondulante e cheia de alternâncias entre os instrumentos; a também bem estruturada "A growing boys need his lunch", de refrão poderosos e marcante; "Chicken farm", com seu andamento cadenciado e vocal ecoante; e as fantásticas "Goons of Hazard" e "This could be anywhere" de interpretação intensa e dramática de Jello Biafra, só comprovam o crescimento musical da banda e o salto de qualidade naquele momento com composições mais longas, mais elaboradas e com qualidade de produção. Mas faixas como "Hellnation", "Jock-O-Rama" e "MTV Get out the air", apesar da introdução enganosa, garantem a tradicional sonoridade mais rápida e barulhenta e mostram que os Kennedy's podiam até ter agregado mais elementos mas não haviam esquecido do hardcore. Aproximando-se do fim do disco, esquisita e 'pesadona' "At my job" por sua vez, está mais para o dark do que para o punk, e para fechar, os DK acertam perfeitamente no equilíbrio entre o ímpeto punk e a evolução técnica com a boa "Stars and stripes of corruption".
Um disco do tempo em que os Dead Kennedy's encaravam o sistema e brigavam por uma arte mesmo que isso viesse a custar caro, ao contrário do que aconteceu recentemente na divulgação da turnê brasileira, quando remanescentes da banda que seguiram com o nome e lançaram outros trabalhos mesmo depois da saída do líder Jello Biafra, cederam a pressões e, como se não bastasse, num primeiro momento, terem renegado o genial poster idealizado por uma artista brasileiro que havia mobilizado ainda mais os fãs para o evento e causado a ira dos apoiadores do atual governo brasileiro, ainda cancelaram as apresentações em terras brasileiras. Se tem um disco que simboliza de forma bem ilustrativa o oposto do ocorrido neste imbróglio da frustrada turnê brasileira, que simboliza o que é ser verdadeiramente punk e não se dobrar ao sistema, brigar contra censura, sistema jurídico, pressões sociais, falsa moral, conservadorismo e hipocrisia, esse disco é "Frankenschrist". 

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FAIXAS:
  1. "Soup Is Good Food" – 4:18 (Jello Biafra)
  2. "Hellnation" – 2:22 (D.H. Peligro)
  3. "This Could Be Anywhere (This Could Be Everywhere)" – 5:24 (Jello Biafra)
  4. "A Growing Boy Needs His Lunch" – 5:50 (Jello Biafra)
  5. "Chicken Farm" – 5:06 (Jello Biafra)
  6. "Jock-O-Rama (Invasion of the Beef Patrol)" – 4:06 (Jello Biafra)
  7. "Goons of Hazzard" – 4:25 (East Bay Ray, Jello Biafra)
  8. "M.T.V. - Get off the Air" – 3:37 (Jello Biafra)
  9. "At My Job" – 3:41 (East Bay Ray)
  10. "Stars and Stripes of Corruption" – 6:23 (Jello Biafra)

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Ouça:
Dead Kennedy's - Frankenchrist


Cly Reis

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Música da Cabeça - Programa #108


Não tem controvérsia e nem voltar atrás com o que se pensa: aqui é Música da Cabeça mesmo! O programa completa 2 anos firme em suas ideias, como as de hoje: Kraftwerk, Caetano Veloso, Th Faith Healers, George Duke, Paul McCartney e mais. Ainda, homenagem à Madrinha do Samba Beth Carvalho, que nos deixou, e a o setentão Paulo César Pinheiro. Todos os palhaços armamentistas vão ter que aguentar, pois hoje tem MDC na Rádio Elétrica, às 21h, com produção e apresentação de Daniel Rodrigues - e sem cancelamento.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

sábado, 27 de abril de 2019

Dead Kennedy's no Brasil - A decepção




O oportuníssimo trabalho do artista Criatiano Suarez
renegado pelo que sobrou do Dead Kenned's.
Ia ao show dos Dead Kennedy's, aqui no Rio. Já havia até comprado ingresso antes de toda a polêmica envolvendo o poster criado pelo ilustrador brasileiro Cristiano Suarez, que fora desautorizado pela banda sob a alegação de que eles, os Dead Kennedy's, não estariam a par da situação política do Brasil e por isso não endossavam o conteúdo gráfico ali apresentado, fazendo questão de desvincular o material da promoção das apresentações do grupo que aconteceriam no país. Se já havia ficado com um certo desapontamento pelo fato de uma banda que sempre se pautara por posicionamentos políticos firmes e inarredáveis em relação a fascismo, extremismos de direita, regimes ditatoriais, etc., ter ficado toda melindrada com uma arte que nada mais refletia que a realidade nas terras em que eles colocariam os pés, a decepção ficou completa com o cancelamento da turnê pelo país. Se um artista, que se auto-intitula, punk, com uma obra notoriamente combativa e contestatória, sai em turnê e não conhece o regime sob o qual o país visitado está sendo governado ou a situação político-social atual do lugar onde vai se apresentar, tem alguma coisa muito estranha aí. Numa dessas o artista em questão vai cair numa ditadura genocida e não sabe o que está acontecendo lá. Vai? Vai dar num país qualquer onde seu repertório tenha que ser submetido a autoridades, onde talvez sejam "escoltados" por soldados antes e durante uma apresentação, onde sejam impedidos de se manifestar livremente ou tocar em algum assunto interno delicado...Aham? Não existe isso de não conhecer a situação política do lugar para onde está indo! Não uma banda com essa procedência e histórico político. Se fosse uma boy-band alienada qualquer a gente entenderia mas, não! São os Dead Kennedy's. Os Kennedy' de "Holidays in Cambodia", de "Kill the Poor", de "Nazi Punks Fuck Off", "de "This Could Be Anywhere"... Bem, não exatamente, não é? Afinal de contas é Dead Kennedy's sem Jello Biafra e isso faz toda a diferença. E situações como essa deixam isso bem claro.
E depois esse papo de temer pela integridade dos fãs, dos espectadores... Ah, vá! Desculpa esfarrapada para uma das maiores amareladas do mundo artístico e possivelmente a maior do universo punk que, ao contrário dessa atitude covarde, caracteriza-se exatamente pela coragem e pelo embate.
Até ia lá... Ia ver o tal do show. Mesmo com todo o lance do poster, valia pela energia, valia pelos Garotos Podres que abririam a noite e valeria pelo repertório de verdadeiros hinos punk, ainda que, ao que parece, atualmente, signifiquem muito mais para os fãs do que para o que sobrou dos Dead Kennedy's.
Lamentável...
Não desfaz em nada nem desvaloriza a obra e o engajamento que os Dead Kennedy's, liderados por Biafra, construíram com coragem e credibilidade, mas só comprova que esses que estão aí, fazendo uma graninha em cima de uma entidade e uma ideia construídas com muita atitude ao longo de anos, inclusive por eles, não estão mais à altura de ostentar o nome que carregam.



Cly Reis

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dead Kennedy's - "Fresh Fruit for Rotting Vegetables" (1980)


"Eu quero uma festa com o s Kennedy's,
Eles é que sabem o que é hardcore..."
verso da música "Festa Punk
da banda Os Replicantes



Foi meu primo Luciano, hoje DJ Lúcio Agacê, que me apresentou o som dos Dead Kennedy’s. Ele era na época voltado de forma mais direta para este tipo de som, estava descobrindo coisas e volta e meia me trazia alguma novidade. Tenho que admitir que não foi assim de primeira que saí gostando daquilo. Aquele som acelerado, meio barulhento demais pra mim, sem falar naquela voz aguda, estridente de boneco descontrolado que não me desceu bem logo de cara.
Naquele momento eu estava numas de curtir o som dark, os chamados góticos, mas não tinha cultura musical nem percepção o suficiente notar que tudo o que eu ouvia, de certa forma, provinha do punk dos anos 70, que era exatamente ao que os Kennedy’s davam continuidade na virada da década com seu hardocore politizado e renovado.
Mas a minha resistência não pôde durar muito e logo, mesmo eu ‘darkzinho’ dos anos 80, me rendia ao som dos DK e já tinha gravada minha fitinha K7 do “Fresh Fruit for Rotting Vegetables”, ábum de estreia da banda de 1979. Um clássico do rock! Um clássico do punk-hardocore! Uma pedrada! Um manifesto musical inconcessivo e brutal! Tudo: som, letras, postura, agressividade é incontido, desmedido. Atitude pura! Som com inteligência, sarcasmo, politização e posicionamento. Biafra, ao contrário de muitos artistas que falam, falam, mas não agem, não se restringiu sua atitude apenas ao microfone, ao palco ou aos estúdios e chegou, anos depois, a ser candidato a prefeito de San Francisco, com uma plataforma política um tanto radical mas extremamente coerente com tudo o que apregoava enquanto músico, conseguindo surpreendentemente cerca de 6 mil votos.
Quanto ao álbum, quando a voz singular de Biafra surge anunciando “Kill the Poor”, tem início um dos discos mais expressivos da história do rock, e esta que abre o disco já é uma mostra da ironia fina e inteligente de Biafra, sugerindo que com o extermínio dos desempregados pelo menos teremos mais espaço para brincar. “Let’s Lynch the Lanlord”, é outra fantástica, com sua levada mais cadenciada (boa pra poguear); “Drug Me”, ao contrário, é tão rápida que a voz chega a parecer estar em uma rotação mais acelerada e suas guitarras soam repetitivas e atordoantes no refrão; e “Chemical Warfare” que brinca no final com o “Tema de Lara” do filme Dr. Jivago”, é outra das grandiosas do disco.
Mas o grande clássico dos Kennedy’s, a mais polêmica e provavelmente a melhor do álbum é “California Über Alles”: uma introdução forte de bateria num ritmo tribal desemboca numa base de guitarra bem flamenca com claras influências de surf-music dos anos 60, o que servirá de lastro para Biafra despejar sua irônica e genial letra, interpretada na pessoa do então governador da Califórnia Jerry Brown revelando-se fascista, nazista, assassino, etc., com o ritmo subindo num crescendo ao longo da música até tomar uma sonoridade mais pesada e acelerada num final extático e arrebatador. "Eu sou o governador Jerry Brown/ Minha aura sorri e nunca faz caretas/ Logo eu serei presidente". A canção gerou alvoroços, desconfortos, restrições mas no fim das contas só serviu para consolidar a condição dos Kennedy’s como uma das bandas mais provocativas e de Biafra como um dos mais cabeças e engajados artistas da cena musical.
O discaço ainda traz as ótimas “Holiday in Cambodia”, igualmente forte, intensa e pesada; e encerra com a irônica, “Viva Las Vegas”, um hardcore agitado com jeito de rodeio.
Um verdadeiro barril de pólvora. Um coquetel-molotov em forma de disco. Conteúdo perigoso e inflamável. E é inevitável; é só colocar pra tocar que pega fogo.
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FAIXAS:
1. "Kill the Poor" – 3:07 (East Bay Ray, Jello Biafra)
2. "Forward to Death" – 1:23 (6025)
3. "When Ya Get Drafted" – 1:23
4. "Let's Lynch the Landlord" – 2:13
5. "Drug Me" – 1:56
6. "Your Emotions" – 1:20 (East Bay Ray)
7. "Chemical Warfare" – 2:58
8. "California Über Alles" – 3:03 (Jello Biafra, John Greenway)
9. "I Kill Children" – 2:04
10. "Stealing Peoples' Mail" – 1:34
11. "Funland at the Beach" – 1:49
12. "Ill in the Head" – 2:46 (6025, Jello Biafra)
13. "Holiday in Cambodia" – 4:37 (Jello Biafra, John Greenway)
14. "Viva Las Vegas" – 2:42 (Doc Pomus, Mort Shuman)

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Ouça;
Dead Kennedy's Fresh Fruit For Rotting Vegetables

Cly Reis