“E depois do começo o que vier vai começar ser o fim...”
Nos últimos dias do mês de novembro, fez 35 anos do lançamento do terceiro disco da banda brasilienseLegião Urbana, “Que País é Este?”. Eu já morava em Aracaju, vindo de Brasília, quando o disco chegou às lojas e as canções começaram a tocar nas rádios. Particularmente, gosto das nove faixas: “Que País é Este?”, “Conexão Amazônica”, “Tédio (com T bem grande pra você)”, “Depois do Começo”, “Química”, “Eu Sei”, “Faroeste Caboclo”, “Angra Dos Reis” e “Mais do Mesmo”.
“Das favelas, do senado, sujeira para todo lado...”
Este LP foi composto por canções escritas entre os anos de 1978 e mil 1987, da época que o Renato Russo e os irmãos Fê e Flávio Lemos (Capital Inicial) formavam a banda Aborto Elétrico. Excetuando-se “Mais do Mesmo” e “Angra dos Reis”, que foram compostas após o disco “Dois”, da Legião Urbana, de 1986.
“... A noite acabou talvez tenhamos que fugir sem você...”
Aqui abro parêntese para uma curiosidade pessoal: de 1978 até 1987, foi justamente o tempo em que morei em Brasília, vindo de Fortaleza com quatro para cinco anos e depois indo para Sergipe com 13 para 14 anos. O mais frustrante disso, é que mesmo morando na cidade na época em que a banda surgiu, e sendo muito fã, eu nunca consegui assistir ao show ao vivo deles. Lembro de um que teve, antes daquele de junho de 1988, que nunca acabou, acho que foi em 1986, pouco depois do lançamento do “Dois”, que minha mãe cortou meu barato e não me deixou ir com a galera lá da quadra. E em Aracaju eles nunca vieram tocar...
“... Andar a pé na chuva às vezes eu me amarro, não tenho gasolina, também não tenho carro...”
Neste disco, a banda retorna ao som mais furioso e punk que a impulsionou no primeiro álbum, já que o disco “Dois”, outro grande sucesso, tinha uma linha mais melodiosa. A banda também consegue captar exatamente os anseios da juventude da época. Política, problemas sociais, solidão e rebeldia dão o tom das letras de Renato Russo, sempre poéticas e melancólicas.
“... Intrigas intelectuais rolando em mesa de bar...”
O álbum foi um grande sucesso de vendas e foi contemplado com disco de diamante. Este LP também marcou por ser a última participação do baixo contundente de Renato Rocha na banda.
“Ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão, você tem quer passar no vestibular..."
Sem dúvida alguma, duas canções marcaram bastante este disco. A representativa “Que país é este?”, que virou um hino de protesto e a é épica e bobdyliana “Faroeste Caboclo”. Quem nunca cantou esta última, a plenos pulmões, ao lado dos amigos, todo exibido por saber de cor a extensa letra, não viveu completamente aquela época.
“Ele queria sair para ver o mar e as coisas que ele via na televisão...”.
Ouça no volume máximo!
“Se fosse só sentir saudade, mas tem sempre algo mais...”.
A música brasileira tem uma tradição de contar histórias. Com sua enorme capacidade poético-literária, imaginação e uma musicalidade capaz de combinar esses elementos, artistas brasileiros vêm ao longo de praticamente todo o desenvolvimento da discografia nacional, narrando fatos, episódios, pequenos contos, historietas, acompanhando-as dos mais diversos tipos de melodias e arranjos.
Nos anos 80, em meio à explosão do Rock Brasil, um cara altamente criativo inventava histórias alucinantes, distópicas, surreais, improváveis, ambientadas normalmente num Rio de Janeiro futurista, mergulhado num estado de caos, abandono, desesperança, mas ao mesmo tempo avançado, luxuoso e desfrutando das mais altas tecnologias. Nesse cenário, desfilava "heroínas" singulares, personagens atípicas, damas fatais, meretrizes, mulheres que misturavam requinte com vulgaridade e levavam consigo, de certa forma, alguma dose de veneno.
Fausto Fawcett, um carioca boêmio, nativo típico de Copacabana, lançava em 1987 o disco que levava seu nome e da banda que o acompanhava, "Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros", repleto de todos esses elementos e com as histórias mais piradas que qualquer mente "normal" pudesse imaginar. Ele seguia a tradição brasileira de contar histórias, mas o fazia de uma forma completamente diferente e inusitada. Muito mais um escritor do que propriamente um cantor, Fausto, com uma pegada meio rap e toques disco-music, acompanhado de seu fiel escudeiro o guitarrista Carlos Laufer, praticamente declamava as letras, narrava as histórias com alguma entonação musical, e, no refrão, sim, normalmente, carregava no ritmo. Assim, em uma Copacabana suja e caótica, nos apresentava uma prostituta asiática dona de um furgão rosa-choque, habitante de um apê-kitinete onde aconteciam atividades suspeitas, na disco-oriental "Gueixa Vadia". Conhecíamos também uma grafiteira dos prédios de Copa, "Tânia Miriam", uma jovem loira de vestes extravagantes e hábitos peculiares. Éramos apresentados a uma nova droga vendida por camelôs turcos, o "Drops de Istambul", cujas sensações alucinógenas, a viagem, e as imagens fantásticas são descritas pelos jovens de Copacabana a um repórter para um noticiário local. No embalo do jornalismo, tema recorrente, também no trabalho do autor, "Rap de Anne Stark", imagina uma realidade na qual os telejornais passam a ser uma grande atração de entretenimento, tal qual filmes ou novelas, tendo até mesmo, para seus adeptos, locadoras especializadas, tal como a boutique Paulo Francis localizada no coração de Copacabana, com uma seção dedicada especialmente às mais belas locutoras do mundo inteiro, com fitas dessas musas do telejornalismo narrando notícias ininterruptas, se destacando entre elas, como estrela máxima, a loura Anne Stark.
"Kátia Flávia, A Godiva do Irajá", o grande hit da carreira do cantor, se diferenciava das demais por uma produção mais caprichada. A cargo do mestre brasileiro dos estúdios, Liminha, a faixa trazia um funk agressivo, uma guitarra suingada do parceiro Carlos Laufer e um trabalho vocal mais elaborado, tudo apoiado num refrão irresistivelmente transgressor ("Alô, polícia / Eu tô usando / Um Exocet / Calcinha"). O conto musical narrava a aventura de uma louvação irresistível do subúrbio, do bairro do Irajá, que ficara famosa por cavalgar nua num cavalo branco e que depois de matar o marido bicheiro, rouba uma viatura policial, ruma para Copacabana e ameaça detonar uma calcinha explosiva. Loucura total. Maravilhosamente louco!
Embora o hit da Godiva do Irajá tivesse sido a música de trabalho do álbum, minha preferida do disco é "Chinesa Videomaker", uma obra absolutamente singular que junta pornografia, fetichismo, multimídia, jornalismo, tecnologia, Escrava Isaura, Gabriela Sabatini e Madonna, tudo em uma só história. Em "Chinesa Videomaker", o autor nos apresenta uma empresária da noite, dona de uma boate, que tem o hobby de capturar homens na madrugada carioca, levá-los ao seu apartamento e exibir imagens de telejornais para o sequestrado enquanto pratica nele uma generosa sessão de sexo oral. O problema é que, depois de desovar o rapaz numa esquina qualquer, ela dá bobeira e é capturada por uma gangue fã de Madonna que leva a chinesa para o alto de um prédio e a joga de lá. Com certeza, a história mais bem construída e estruturada dentre os contos musicais só álbum.
"Estrelas Vigiadas", que a segue, pelo contrário, na minha opinião é a mais fraca, embora apresente um cenário interessantíssimo de uma Copacabana fantasma, suja e semiabandonada, que contrasta com o glamour do Copacabana Palace, sede uma avançadíssima exposição bélico-espacial.
Pra fechar, uma situação bizarra envolvendo um cargueiro de tequila e um iate com belíssimas passistas de escola de samba, nos faz conhecer a loirinha Juliette, uma jovem procurada pela polícia da qual não se tem maiores informações, a não ser o fato de que seria filha ilegítima de um dos jogadores da seleção holandesa de 1974. Num sambinha safado, cantado em parceria com Fernanda Abreu, Fausto enumera todos os jogadores da Laranja Mecânica como possibilidades da paternidade da loira Juliette que, no fim das contas, é perseguida pelo policial que a reconhece em meio aos curiosos pelo inusitado naufrágio, a executa brutalmente e a enterra na areia da praia de Copacabana.
Se não é nenhuma exuberância musical, melódica, "Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros" é um espetáculo literário de criatividade e de histórias fantásticas e improváveis. Em meio à sonoridade pós-punk e as letras engajadas de seus contemporâneos, a filosofia das letras dos Engenheiros, o minimalismo agressivo dos Titãs, da poesia cotidiana de Cazuza, o messianismo da Legião, Fausto Fawcett, à sua maneira também escrevia seu nome de forma significativa na geração rock dos anos 80 com sua sonoridade rap-disco-samba-oriental singular, e contando histórias, como muito já se fez na música brasileira, mas de uma maneira que, até hoje, só ele sabe fazer.
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FAIXAS:
1. "Gueixa Vadia" 6:16 2. "Tânia Míriam" 3:54 3. "Drops de Istambul" 3:57 4. "O Rap d'Anne Stark" 6:35 5. "Kátia Flávia, a Godiva do Irajá" 4:06 6. "A Chinesa Videomaker" 7:02 7. "Estrelas Vigiadas" 5:00 8. "Juliette" (part. Fernanda Abreu) 4:12
"As pessoas que se ofendem com [minhas opiniões sobre] política
no Twitter ou Instagram, por favor,
saibam que é porque você não era inteligente o suficiente
para saber sobre o que era a música
que você estava ouvindo
todos esses anos (...)
De nada pela música,
mas se você é um supremacista branco
ou um protofascista,
essa música não é escrita para você
– é escrita contra você."
Tom Morello,
guitarrista e compositor
A última passagem de Roger Waters pelo Brasil, em 2018, reacendeu uma discussão, que na verdade não faz muito sentido, uma vez que o rock, mesmo quando apenas reivindicava o direito de não cortar o cabelo ou de namorar no banco de trás do carro, à sua maneira, era "político", sobre o fato de artistas de rock se posicionarem politicamente. A situação toda começou quando o ex-baixista e vocalista da célebre Pink Floyd fez mostrar no telão, ao fundo do palco, os dizeres #EleNao, referindo-se ao então candidato Jair Bolsonaro à presidência brasileira (que, para infelicidade do país, veio a se eleger) arrancando um misto de vaias e aplausos da plateia e causando a reclamação de muitos "fãs" de sua antiga banda pelo fato de "agora" ter resolvido se meter em política e que um show de rock não seria lugar para esse tipo de manifestação do artista. A lamúria dos fãs superficiais, pseudo-roqueiros, no entanto foi ironizada pelos verdadeiros admiradores do grupo e roqueiros de verdade que questionaram se aqueles modinhas de ocasião que estavam no show nunca ouviram, por exemplo, o "The Wall" do Pink Floyd, que trata exatamente sobre o enfrentamento da sociedade opressora. Ou se ouviram, não leram as letras ou nunca entenderam do que se tratava. A discussão, especialmente em redes sociais, se ampliou e para situar os roqueiros do chalalá, que só curtiam o som mas não faziam a menor ideia do que estava sendo falado, outras bandas foram citadas de modo a mostrar o quão ignorantes aquelas criaturas estavam sendo. System of Down, Plebe Rude, Bruce Springsteen e até a queridinha Legião Urbana foram algumas das que serviram de exemplo e, para maior surpresa, geraram ainda mais indignação entre os "revoltadinhos de condomínio-fechado", que qualificaram esses artistas, de forma simplista, imatura e desinformada, meramente de comunistas.
No entanto, a surpresa que mais chamou foi em relação à banda Rage Against the Machine. Ora, pensavam que a Máquina do nome da própria banda era o quê? Uma cafeteira elétrica? O RATM é antes de mais nada uma banda engajada, politizada e de pensamentos predominantemente de esquerda. Suas letras são quase sempre uma bala na cabeça, como diz o título de uma das músicas de seu primeiro álbum, "Rage Against the Machine" de 1992, que, por sinal, fala exatamente sobre alienação e idiotização em massa.
No disco, os tiros da banda vão pra todo lado e sobra bala pra todo mundo que merece: "Bombtrack" atira na indústria musical; o hino "Killing in the Name" dispara contra o racismo; "Settle of Nothing" é sobre criminalidade e vidas jovens arruinadas; "Freedom", fala, é claro, sobre liberdade, mas também acerta em cheio quanto à ignorância do ser-humano e sua relação com o meio ambiente; "Wake Up" liga a metralhadora giratória e atira nos fascistas, no judiciário, na mídia e no que estiver pela frente; e "Take the Power Back", "Know Your Enemy", "Fistfull of Steel" e "Township Rebelion", simplesmente, miram no sistema, de um modo geral, convocando para uma reação diante de tudo que nos oprime.
Tudo isso ao som da guitarra eletrizante de Tom Morello, conduzido pelos vocais contagiantes de Zach de La Rocha e embalado por uma mistura explosiva de metal, hardcore, funk, rap e hip-hop, tão intensa que, eu até posso entender que tenha seduzido até o mais superficial roqueirinho de ocasião. Sim, sim, eu também escuto muita coisa pela sonoridade, muitas vezes não dou, mesmo, muita bola para a letra, ou nem ligo muito para o que estão dizendo em inglês, mas certos artistas, cuja atitude está ligada à sua obra é impossível, e até imperdoável, que se ignore essa relação. É o caso de Dead Kennedy's, Bob Dylan e do Rage Against the Machine, uma banda essencialmente política, engajada, atuante, como fica provado em seu primeiro disco. A própria capa do disco atesta essa atitude com a foto do monge vietnamita que preferiu atear fogo ao próprio corpo a se render ao governo autoritário de seu país. Esse é o espírito. Isso é o Rage Against the Machine.
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FAIXAS:
1. "Bombtrack" 4:02 2. "Killing in the Name" 5:14 3. "Take the Power Back" 5:36 4. "Settle for Nothing" 4:49 5. "Bullet in the Head" 5:08 6. "Know Your Enemy" (featuring Maynard James Keenan) 4:57 7. "Wake Up" 6:06 8. "Fistful of Steel" 5:32 9. "Township Rebellion" 5:22 10. "Freedom" 6:06
Aquilo parecia um show de uma banda internacional, de nome grande, atração pesada. Gente que não acabava mais no pátio, fila que dava volta no ginásio, ingressos esgotados... A Legião Urbana havia chamado atenção com seu primeiro álbum, havia conquistado público e crítica com seu segundo trabalho, "Dois", mas foi "Que País é Este", de 1987, que os alçou definitivamente ao mega-estrelato e deu início a uma idolatria quase religiosa que nunca deixou de acompanhá-los. O brado de contestação da música que dava nome ao disco; a delicadeza frágil de "Angra dos Reis"; e o sucesso espontâneo de "Faroeste Caboclo", fizeram de um disco que era praticamente um apanhado de sobras, um fenômeno popular. Todo mundo tinha o disco, todo mundo sabia as letras de cor e, é claro, todo mundo queria ir ao show. O resultado disso era um Gigantinho lotado como só costumava-se ver em ocasiões especiais com atrações de renome mundial. Mas não, quem estaria ali seria uma banda brasileira, e tão brasileira que clamava pela resposta a uma pergunta que ainda hoje, diante de todos os absurdos e barbaridades que estão à nossa volta, faz todo o sentido: Que país é esse?
E foi com essa que eles começaram o show, quase botando abaixo o ginásio do Sport Club Internacional. A voz de Renato Russo e a do público faziam uma só e a pólvora estava definitivamente acesa. O que se seguiu a partir dali foi uma catarse coletiva crescente com músicas como "Será", "Geração Coca-Cola", uma emocionante "Tempo Perdido", "Angra..." à luz de isqueiros, uma visceral "Conexão Amazônica", "Índios" com aquele "charminho" de esquecer a letra, e a quilométrica "Faroeste Caboclo", que mesmo sem repetições ou refrão, era incrivelmente cantada, de cabo a rabo, por mais de nove minutos, por 15 mil vozes.
Um show inesquecível! No momento, talvez, de maior popularidade da banda, e ainda com sua formação clássica, com Renato Rocha no baixo, tive a oportunidade de ver Renato Russo e sentir toda aquela energia que ele transmitia àquela hipnotizada legião de seguidores. Experiência essa ainda mais valorizada considerando que, infelizmente, nunca mais teremos essa oportunidade. Quem viu, viu; quem não viu, não verá mais.
Legião Urbana - Maracanãzinho (15/07/1988)
Não há registro em vídeo do show do Gigantinho mas o show do Rio de Janeiro, daquele mesmo ano,
foi registrado e, por ser da mesma turnê e por ter ocorrido apenas uma semana depois do de Porto Alegre,
dá uma boa ideia de como foi o show que ralato aqui.
Quando foi anunciado que Fausto Fawcett faria um show em Porto Alegre acompanhado, além de músicos, por um grupo de belas louras, me pareceu que se tratava de uma grande forçação. Eu curtia Fausto Fawcett, mais do que a maioria das pessoas que só lembram dele pela calcinha da Kátia Flávia, mas aquilo me soava como uma apelação de um artista em baixa tentando, de maneira um tanto vulgar, reconquistar uma certa popularidade. Por outro lado, não era possível que se prestasse a reunir um belo time de músicos para aquela turnê, como Dado Villa-Lobos, da Legião Urbana, na guitarra, Dé, ex-Barão Vermelho no baixo, João Barone, dos Paralamas, na bateria, só para representar um teatrinho musical numa grande putaria caça-níqueis. Fiquei curioso pela parte musical da coisa, mas não a ponto de me prestar a ir ao show e deste modo, pelo menos dei uma chance para a proposta de Fausto Fawcett ouvindo o concerto musical performático pela rádio Ipanema FM, numa iniciativa que eles costumavam ter de transmitir shows ao vivo, sempre que possível, de auditórios, bares, teatros ou qualquer tipo de casa de espetáculo da cidade.
E fui eu então ouvir o show no rádio... e para minha surpresa o negócio era bom! Bem bom!!! Uma mistura suingada de rock, soul, funk carioca, samba, incrementado por scatches, samples e uma percussão sempre bem oportuna, tudo com aquele vocal característico, quase narrado, e refrões improváveis e pegajosos de Fausto Fawcett. Quanto mais escutava, mais eu tinha vontade de estar lá vendo aquele show que além de passar, mesmo pelas ondas do rádio, uma vibração de entusiasmo e energia, era constantemente elogiado durante a trasnmissão pela comunicadora Katia Suman.
"Por que que eu não estou lá? Por que que eu não estou lá?"... Bom, eu não estaria lá naquela noite mas poderia estar na noite seguinte. Sim!!! Estavam previstas duas apresentações na cidade e diante daquela agradável surpresa sonora que o show me proporcionara pelo rádio, eu tinha oportunidade de presenciá-lo, in loco, no dia seguinte .
Aí então, eu e irmão Daniel, que também havia escutado o show pelo rádio e tivera a mesma sensação de boa surpresa, nos tocamos para o Bar Opinião, casa de espetáculos no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre e fomos ver o tal do show. Não vou negar que procurei um lugar interessante de onde pudesse apreciar os atributos físicos das louras pois, afinal de contas, por mais que tivesse posto em julgamento as verdadeiros propósitos daquele projeto, uma vez estando lá, queria, além de curtir a parte musical que havia me impressionado na noite anterior, me deliciar visualmente com o que o rádio não teve como me mostrar.
Inegavelmente o espetáculo tinha um apelo sensual, uma provocação dos instintos masculinos, uma vulgaridade medida, mas mesmo as apresentações das meninas não se limitavam a um bundalelê gratuito. Além das referências a clássicos mestres-de-cerimônia brasileiros como Chacrinha e Sargentelli, que utilizaram a figura da mulher bonita e sensual como suporte e alavanca para suas performances, algumas das garotas eram verdadeiramente talentosas e davam boa contribuição ao espetáculo, como é o caso da loura Luzia, que se destacava sobremaneira no tocante à dança, e da cacheadinha Kátia, sem dúvida a melhor cantora dentre todas elas. Outras como Regininha Poltergeist, claramente uma péssima cantora, davam sua contribuição, além de física e estética, é claro, pelo seu carisma e presença de palco; ou como a badalada Marinara, ex-esposa do jornalista e apresentador esportivo Fernando Vanucci, que havia ficado famosa por seu uma policial que havia posado nua para a revista Playboy, e que emprestava ao show a possibilidade de ter uma espécie de superstar brasileira do momento.
Além de criar versões para antigas composições suas, como para "Drops de Istambul", uma música menor do primeiro disco que, com inserções e recortes arábicos do DJ, que ficou bem mais interessante, Fausto, teve a perspicácia de criar um tema musical para cada garota explorando o melhor do personagem de cada uma delas. Regininha, cujo tema trazia algo de sincrético, místico, sobrenatural, e que carrega até hoje o apelido Poltergeist por conta da canção "Santa Clara Poltergeist", do próprio Fausto, do segundo disco, recriada para quela turnê, entrava no palco vestindo um hábito de freira e, com o desenvolvimento do número, se libertava do mesmo para deixar-se levar pelas forças que a tornavam aquela mulher sensual e irresistível que tomava conta do palco para a louvação daquele macharedo babão que, a reverenciando, repetia o refrão, "Amém, Regininha, amém!" (e, sim, eu participei da louvação). Gisele, descrita na letra como " a loura luz do fogo da inspiração", foi a mais "impressionante" fisicamente entre elas (entendedores entenderão) ganhando para si um sambinha gostoso, sem dúvida o tema individual e a performance mais sensuais da noite. Luzia, ilustrava um rock funkeado cheio de swing com menção a felinas selvagens; um soul bem embalado fazia Kátia, não a famosa Flávia, mas a apelidada "Talismã", mostrar porque era a melhor cantora do grupo; e a música de Marinara, como o compositor não poderia deixar passar, fazia menção à função de policial, sendo definida por ele como a "loira Majestade do lado da lei", num tema musical que aludia a escolas de samba cariocas e sambas de enredo, especialmente ao clássico "Peguei um Ita no Norte", do Salgueiro, associando seu famoso verso ao nome da loira e criando mais um de seu refrões inesquecíveis: "É Marinara, explode coração".
Mas não foram só as homenagens individuais para cada loira: Fausto Fawcett ainda usaria time inteiro em duas ótimas músicas, "Básico Instinto", um funk pesado com ótimas performances dos guitarristas, sample de Ennio Morricone e que fazia referência direta ao filme "Instinto Selvagem" trazendo à luz o excelente refrão "Sharon Stone, stone Me"; e a que fechou o show "KLGR"*, uma pedrada com um riffzaço poderoso, samples de Public Enemy, e que exaltava no refrão as quatro louras originais, uma vez que Marinara, além de ser a "estrela convidada", juntara-se à equipe durante a turnê. "Kátia, Luzia, Gisele, Regininha"*, cantava Fausto Fawcett encarnando o papel do "cafetão" e definindo aquele espetáculo todo de forma precisa como um grande "teatro de revista samba funk" para encerrar o show e fechar as cortinas.
Para quem achava que seria só um monte de bundas rebolando, o show de Fausto Fawcett com sua Falange Moulin Rouge acabou sendo uma agradabilíssima surpresa artística e musical. Uma ótima banda, qualidade musical, muito ritmo, provocações inteligentes sobre cultura e comportamento e,... bom, teve também um monte de bundas rebolando. E estaria mentindo se dissesse que não gostei.
* Ainda durante aquela turnê, Luzia foi substituída pela cantora e dançarina Luciana e Marinara foi efetivada como integrante fixa do grupo. Assim, esta música que naquela ocasião ainda contava com as iniciais das quatro integrantes originais, passou a se chamar "KGLRM" (Kátia, Luciana, Gisele, Regininha e Marinara), que foi a versão definitiva que entrou para o álbum "Básico Instinto".
Fausto Fawcett e Falange Moulin Rouge - Bar Opinião - Porto Alegre (1993)
O tempo passa... É, parece que foi ontem que começamos um blog meio sem saber o que queríamos, como fazer, o que colocaríamos nele e, hoje o nosso ClyBlog chega a seu décimo primeiro ano. Uma trajetória muito positiva que nos fez crescer junto com o blog. Crescer em conteúdo, conhecimento, ousadia, ambição, em criatividade, em qualidade. A plataforma que meramente nos propiciava a exposição de nossas produções criativas, escritas, visuais, gráficas ou quaisquer outras que pudessem se manifestar, nos possibilitou o reconhecimento destas manifestações artísticas em publicações literárias e gráficas, valorizando, sobremaneira, o conteúdo publicado no blog. Se antes utilizávamos nosso espaço para, humildemente, expormos nossas impressões pessoais sobre música, cinema e outros assuntos de nosso interesse, hoje, parceiros, amigos e convidados altamente qualificados se juntam a nós, alguns de forma constante e outros eventualmente, em ocasiões especias, dando suas colaborações nas mais diversas seções do nosso veículo, sempre demonstrando imensa satisfação em fazer parte do nosso projeto. Além disso, as vivências e experiências de eventos, espetáculos, viagens, passeios, foram ampliadas trazendo mais variedade, informação e imagens em canais específicos para cada segmento. Ou seja, de 2008 para cá, o ClyBlog está cada vez melhor e mais interessante.
E tudo isso só se deve ao fato de que nós, as cabeças do ClyBlog, Daniel Rodrigues e eu, Cly Reis, continuamos pilhados, sempre estimulados, sempre a fim de fazer algo legal, algo diferente, acrescer qualidade, novidades, conteúdo instigante, coisas que sejam legais para o leitor, visitante ou seguidor porque seriam legais para nós. É isso que fez com que o ClyBlog chegasse até aqui,aos 11 anos, e fará com que siga em frente, se depender de nós, ainda por muito tempo.
Nesses 11 anos tivemos um monte de coisas bacanas no ClyBlog: fomos a shows e contamos como foi, viajamos por diversos lugares e relatamos as experiências, fomos selecionados para publicações, , participamos de outros espaços em outras plataformas, tivemos convidados importantes escrevendo no ClyBlog... Enfim, foram muitos bons momentos. Não dá pra colocar todos aqui, afinal são 11 anos, mas dá pra destacar alguns. Assim, lembramos aqui um momento para cada ano desde o início do ClyBlog.
2008 Madonna no Maracanã - No ano da criação do ClyBlog, um dos momentos marcantes foi a volta da Rainha do Pop a terras brasileiras. A expectativa era grande mas o show não foi lá essas coisas. Mesmo assim, relatamos tudo, num dos primeiros ClyLive, a seção de shows do ClyBlog.
Madonna, show de constrangimentos Vi no filme "Na Cama com Madonna" o trechos da turnê Blonde Ambition e fiquei fascinado. Quis ver aquilo! No entanto a turnê seguinte, que acabou passando pelo Brasil, foi a Girlie Show, que apesar de não ser tão boa quanto a anterior, de não ter os figurinos do Gaultier nem a performance libidinosa de "Like a Virgin" foi um belo espetáculo e me proporcionou boas surpresas. Anos depois resolvi ir ver novamente a Madonna ao vivo pelo mero fato de ser a Madonna. Sabia já que o álbum "Hard Candy" era um horror porém guardava a expectativa de que o show, o espetáculo, o tudo, valesse a pena. Olha, foi um circo do lamentável (...) Leia mais...
2009 Viagem ao Velho Continente: Em 2009, tive a oportunidade de ir à Europa e visitar algumas das cidades mais famosas do mundo e alguns dos destinos turísticos mais procurados. Estive em Paris, Londres, Roma, Florença e Veneza e, é claro, tudo foi para no ClyBlog, na nossa seção Arquivo de Viagem.
ARQUIVO DE VIAGEM: Europa Aeroporto, mala, poltrona desconfortável, sono ruim, hotel, informações e é em inglês, em italiano e é em francês, e dá-lhe fotografia, fotografia, fotografia, e de novo hotel, e outro dia mais fotografia, e tome outro aeroporto, ou estação de trem, ou táxi, e outro hotel, e mais foto, foto, foto... É, isso é viajar! Mas é bom! E principalmente para a Europa que era uma antiga aspiração. O roteiro? Londres, Paris, Roma, Florença e Veneza. A primeira parada, a terra da Rainha, que mais do que todas as outras eu tinha uma enorme vontade de conhecer por causa principalmente de toda a atmosfera rock do lugar, por causa das bandas que admiro ou mesmo por toda a influência musical e comportamental que exerce sobre grande parte do mundo, não me decepcionou (...) Leia mais... LONDRES: Passeio por Londres, Fabric, The Telegraph Pub PARIS: Paris ROMA: Roma FLORENÇA: Florença VENEZA:Veneza, Jazz em Veneza - Bàccaro Jazz
2010 Internacional Bicampeão da Libertadores - Neste ano, tive a felicidade de presenciar o segundo título de Libertadores da América do meu time do coração, o Sport Club Internacional, in loco, no Beira-Rio. E, como não podia deixar de ser, documentei a noite mágica do Bi da América para o ClyBlog.
Era uma vez na América (ou melhor, DUAS vezes)
Eu tinha assistido à semifinal contra o Olímpia em 89. Eu estava lá no Gigante. Não, não podia acontecer de novo. Quando os mexicanos do Chivas fizeram o primeiro gol do jogo aquele filme de terror me veio à cabeça. E eu lá de novo. Seria EU o culpado? Teria, EU, me desbarrancado do Rio de Janeiro a Porto Alegre, sem ingresso na mão, desembarcando 4 horas antes do jogo, conseguido incrivelmente a tal entrada, tudo isso para EU dar azar pro eu time? (Torcedor pensa cada coisa, não?) Mas por certo não fui só eu. Outros devem ter pensado que aquilo estava acontecendo porque não usaram a mesma cueca, não conseguiram sentar no mesmo lugar no estádio, porque não seguiram determinados rituais, ou sabe-se lá mais o que; mas de todos estes não sei quantos ali haviam presenciado a maior "tragédia" do Beira-Rio. E eu estava lá (...) Leia mais... Inter x Chivas Museu do Inter 2011 "Screamadelica", do Primal Scream, ao vivo na íntegra - Enquanto na Cidade do Rock, rolava o Rock in Rio, com todas suas estrelas e nomes badalados, no Circo Voador, na Lapa, bem menos incensado, um dos discos mais importantes dos anos 90 e da história do rock era tocado na íntegra por uma das bandas mais influentes do pop rock britânico. O Primal Scream, liderado pelo dissidente do Jesus and Mary Chain, Bob Gillespie, celebrava o vigésimo aniversário de lançamento do álbum "Screamadelica" com um show sensacional que foi ainda mais especial uma vez que assisti na companhia de meu irmão, Daniel Rodrigues, que andava pelas bandas do Rio de Janeiro naquele momento. A cúpula do ClyBlog, curtindo junto um show tão especial como esse, só podia ser um dos grandes momentos de 2011.
Primal Scream - "Screamadelica 20th Anniversary Tour" - Circo Voador - Rio de Janeiro (23/09/2011)
Nesta última sexta-feira aconteceu a primeira noite de apresentações do Rock in Rio... Bom, e dai? Azar de quem foi à tal Cidade do Rock e não estava na Lapa, como eu, delirando com o show da turnê de aniversário de 20 anos do álbum "Screamadelica" do Primal Scream. Que Rock in Rio que nada! O verdadeiro rock no Rio de Janeiro estava acontecendo lá no Circo Voador. E se toda a cidade estava mobilizada para assistir às rihanas e cláudiasleittes da vida, ali na Lapa, um pequeno grupo de fieis assistia a um show histórico, que diga-se de passagem, foi, com louvor, proporcionado por eles mesmos, que num esforço incomum fizeram trazer ao Rio uma atração que estava praticamente descartada para cá (...) Leia mais...
2012 O punk e a moda - 2012 marca o lançamento do livro "Anarquia na Passarela - A Influência do Movimento Punk nas Coleções de Moda", do irmão e parceiro de blog Daniel Rodrigues, como um dos fatos mais importantes daquele ano no ClyBlog. Um estudo profundo e criterioso sobre a música e a moda caminhando juntas, sem cair na chatice ou na mesmice com uma linguagem fácil e dinâmica. Eu posso até ser suspeito para elogiar por ser irmão, mas acho que o júri do Prêmio Açorianos, que consagrou o livro como melhor ensaio de literatura e humanidades tem isenção o suficiente.
"Anarquia na Passarela - A Influência do Movimento Punk nas Coleções de Moda", de Daniel Rodrigues (Ed. Dublinense, 2012)
(...) O livro é uma caixa de som! Sai música dele. Mas não só isso: dá vontade de usar aquela calça rasgada no joelho, de usar aquele bracelete de couro, uma camisa com dizeres desaforados... Ele é extremamente bem fundamentado, estudado, repleto de referências, citações, com alto grau e profundidade de pesquisa mas passa longe de ser pedante e cansativo. Ele flui. Flui muitíssimo bem. Consegue conjugar um gosto pessoal musical, inequívoco e indesmentível, com muita informação, embasamento teórico e análise detalhada e numa proporção perfeita e exata de modo a tornar a leitura absolutamente agradável e sempre interessante (...) Leia mais... Anarquia em Porto Alegre - Noite de autógrafos de Daniel Rodrigues - Pinacoteca Café
2013 Álbuns Fundamentais Especial de 5 anos do ClyBlog - O quinto ano do ClyBlog foi marcado por uma série de comemorações e publicações especiais. Uma delas foi a participação especialíssima do ex-Replicante, Carlos Gerbase, na seção ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, falando sobre o cultuado disco de estreia da banda "O Futuro é Vortex". Tinha alguém mais autorizado a falar sobre o assunto?
Os Replicantes - "O Futuro é Vortex" (1986)
A palavra “Vortex” já significou muitas coisas na minha vida. Meu primeiro encontro com ela foi em meados dos anos 70, numa máquina de fliperama, aquelas antigas, de bolinha, imortalizadas no musical “Tommy”. Os desenhos da máquina eram futuristas, misturando sexo e violência em doses perfeitas para a adolescência. Na minha interpretação, esses desenhos representavam um planeta distante, cheio de monstros e mulheres maravilhosas. Eu jogava e, mesmo perdendo as cinco bolas rapidamente, curtia o visual (...) Leia mais...
2014
Copa do Mundo Rock - Era ano de Copa e o ClyBlog resolveu fazer a sua Copa do Mundo também. Só que a nossa foi uma Copa do Mundo Rock. Isso mesmo! Música contra música para descobrirmos qual a melhor obra de determinado artista. Em 2014 três bandas tiveram suas competições, The Cure, uma das favoritas dos donos do blog, Legião Urbana, também uma das nossas queridinhas, e, nada mais nada menos que os maiores de todos, os Beatles. "Comentaristas", jurados convidados decidiam os confrontos que eram sorteados e avançavam de fase, afunilando até a grande final. Foram copas com definições diferentes: resultado incontestável, favorito ganhando, decisão apertada... Enfim, um grande barato essa experiência músico-futebolística na qual quem ganhou, mesmo, foi quem acompanhou.
Copa do Mundo Rock
Qual a melhor maneira de escolher a melhor música de uma banda?
No clyblog a gente escolhe no mata-mata.
Vai começar a Copa do Mundo Rock (...)
Tributo a Bukowski - Uma das coisas legais de 2015 foi outro acontecimento literário. Fui selecionado, com um conto, para integrar a coletânea "Big Buka", homenagem a Charles Bukoswki, escritor pelo qual tenho grande admiração, o que tornou ainda mais especial minha inclusão na publicação.
“Big Buka: para Charles Bukowski”, organização: Afobório (Vários Autores) - ed. Os Dez Melhores (2015)
A proposta nasceu ousada: homenagear o norte-americano Charles Bukowski , escritor de forte influência a vários outros, de grande apelo com o público e dono de um estilo muito peculiar, que vai da crueza de mau gosto e a putaria à mais doce beleza sentimental. Um homem que, por detrás da obscenidade e da contundência, era extremamente profundo, poético e comprometido com suas verdades. Assim, a coletânea "Big Buka: para Charles Bukowski" (ed. Os Dez Melhores, 2015), da qual soube do projeto ano passado, encarou o desafio de reunir dez textos que remetessem ao universo de Bukowski tanto em temática quanto em estilo. Para que tal funcionasse, contudo, os contos deveriam ser muito bem selecionados, uma vez que o risco de não corresponder à altura do mestre tornava-se um erro fácil de cometer (...)
2016
Juntos no mesmo livro - Eu já havia sido selecionado para algumas coletâneas de contos, Daniel já tinha seu próprio livro solo, mas em 2016, pela primeira vez integraríamos uma mesma publicação. Por meio de uma seletiva da editora Multifoco, contos nossos vieram a ser escolhidos para a antologia "Conte Uma Canção, vol. 2", que tinha como proposta a ligação do conto com determinada música. Posteriormente, naquele mesmo ano, promovemos um pequeno sarau, na sede da editora, no Rio de Janeiro, onde lemos nossos contos para convidados.
“Conte uma Canção – vol. 2”, organização Frodo Oliveira e Marla Figueiredo (Vários autores) – Ed. Multifoco (2016)
O Clyblog tem o orgulho de anunciar que mais uma vez nós, os editores-chefes deste espaço, Daniel Rodrigues e eu, Cly Reis, temos contos selecionados para publicações coletivas (...) Leia mais...
Já está nos pontos de venda a antologia “Conte uma Canção – vol. 2”, pela editora Multifoco, da qual meu irmão e editor deste blog, Cly Reis, e eu, subedidor, fazemos parte com um conto cada um. O livro teve lançamento no último dia 30, durante a 24ª Bienal do Livro de São Paulo, no Anhembi (...) Leia mais...
A ocasião era oportuna: meses após o lançamento da antologia "Conte Uma Canção - vol.2", da editora Multifoco, na qual participamos meu irmão Cly Reis e eu cada um com um conto, estaríamos juntos no Rio de Janeiro, sede da editora. Então, por que não fazermos um encontro que abordasse isso? Foi o que aconteceu no dia 16 de dezembro. A partir de uma ideia de Leocádia Costa, que nos deu o privilégio de fazer as honras, realizamos um sarau de leitura de ambos os contos no bistrô da própria Multifoco, na Lapa (...) Leia mais...
2017
Museu Nacional -O destaque de 2017 fica por conta da nostalgia, da lástima, da saudade, da falta que faz... Naquele ano eu visitava mais uma vez o Museu Nacional, recentemente devorado pelas chamas do descaso em um trágico incêndio, e o fazia, na ocasião, para o ClyBlog trazia, na ocasião o registro de seu acervo, sua beleza e importância.
Museu Nacional / UFRJ - Rio de Janeiro / RJ
(...) Desta vez visitamos o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, prédio histórico que serviu à Família Imperial brasileira no séc. XIX, que esteve meio abandonado, meio largado mas que agora, embora não na plenitude de suas condições, apresenta boas condições de visitação e um acervo muito significativo e em bom estado. O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, é voltado à pesquisa científica, histórica e antropológica possuindo um acervo valiosíssimo em todos os seus segmentos. Possui, por exemplo, significativos fósseis de procedências diversas; registros materiais humanos de datas remotas; artefatos e relíquias de civilizações de diversos sítios; múmias de altíssimo valor histórico em ótimo estado de conservação; grande variedade de amostras animais e geológicos; e itens impressionantes como é o caso do meteorito encontrado na Bahia em 1784 exposto orgulhosamente logo na entrada do circuito (...) Leia mais...
2018
ClyBlog 10 anos - O décimo ano do ClyBlog foi comemorado com entusiasmo e durante os 12 meses do ano tivemos atrações em todos nosso segmentos, com diversos e qualificadíssimos convidados especiais em todas as áreas, como, entre outros, o diretor de teatro Cleiton Echeveste falando sobre Andrei Tarkovski, o fotógrafo Wladimyr Ungaretti apresentando-nos suas imagens que estimulam a imaginação, o ex-DeFalla Castor Daudt relatando um fato curioso com um ex-integrante do Joy Division e o músico Lucio Brancatto, inovando e destacando cinco discos de uma vez só num Super-Álbuns Fundamentais. Isso é que é aniversário. Assim vale a pena ficar mais velho.
Especiais de 10 anos no ClyBlog
Não é toda hora que se comemora dez anos, não é? E tratando-se de uma marca tão especial,conforme já adiantamos, 2018 terá uma série de atrações e participações especiais em várias seções do nosso blog. Convidados contarão histórias e desfilarão poesia nas nossas COTIDIANAS; falarão sobre seus discos preferidos e marcantes nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS; sobre grandes obras da literatura no LIDO; clássicos da sétima arte no CLAQUETE; mostrarão sua visão do mundo pelas lentes de suas câmeras na seção CLICK; e suas criações no CLYART; enfim, todos os nossos espaços estarão abertos às valiosas contribuições de nossos talentosos amigos. Então, fiquem ligados porque a partir de fevereiro, a qualquer momento poderá pintar uma das publicações especiais de 10 anos do ClyBlog. Posso garantir que vem coisa muito legal por aí.
"Meia-Noite: Contos da Escuridão" -E 2019 ainda está na metade e já temos coisa boa: assim como em 2016, a pareceria se repete e Daniel e eu integraremos juntos novamente uma antologia de contos. Fomos recentemente selecionados para a coletânea "Meia-Noite: Contos da Escuridão", do selo Fantastic da editora Autografia, e teremos uma história arrepiante de cada um na publicação que será lançada daqui a alguns dias, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Além do aniversário, mais um motivo para comemorar.
Abaixo, matéria publicada no site Literatura RS sobre nossa participação na publicação.
Irmãos integram coletânea de contos de editora carioca
Dois autores gaúchos, os irmãos Daniel Rodrigues e Clayton Reis, foram selecionados para integrar a coletânea de contos de terror Meia-Noite: Contos da Escuridão, publicada pelo selo Fantastic da editora carioca Autografia. Organizada pelo editor Frodo Oliveira, a obra contou com processo seletivo no qual concorreram autores de todo o Brasil. Dentre os contos selecionados, estão Clichês, de Reis, e O Monstro do Armário, de Rodrigues. O livro será lançado em sessão de autógrafos no dia 4 de setembro, às 13h30min, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no estande da editora (Pavilhão Verde, R32). Na ocasião, ambos os autores estarão presentes. (...) Leia mais...