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sexta-feira, 15 de agosto de 2014
cotidianas #316 - Pavimentação
Ninguém sabe como o plástico é feito,
Ninguém sabe.
Como o leite é feito ninguém sabe,
Não se sabe.
A fórmula da coca-cola é segredo.
A da pepsi também
Foi feita por alguém.
Plástico foi feito por ninguém
Sabe como o chão é feito,
Do que é feito o chão.
Pé esquerdo, pé direito,
Pavimentação.
Mas do que é feito o chão?
É feito de pedra,
É feito de pixe.
É feito de pedra e pixe.
Pá pá pá pavimentação, pavimenta,
Menta, mentalização!
Mas ninguém sabe como a gente é feita,
Se a gente é feita ou não.
Mão esquerda, mão direita,
Bate palma então!
Pá pá pá pavimentação, pavimenta,
Menta, mentalização!
Mas do que é feita a gente?
É feita de pé,
É feita de mão.
É feita de pé e mão.
Ou não?
***
"Pavimentação"
Titãs
(Arnaldo Antunes/ Paulo Miklos)
Ouça:
Titãs - "Pavimentação"
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Música da Cabeça - Programa #76
Como aqui ninguém é burro e nem covarde, a gente adere com todas as forças às mulheres contra “ele” e ainda sai rolando um monte de música boa pra afugentar esse inferno pra outro lugar. Espantando todo e qualquer retrocesso moral, o Música da Cabeça desta semana traz, além de seus quadros, Marina, Roxy Music, Arnaldo Antunes, Stevie Wonder, Mundo Livre S/A e muito mais. Também, um novo “Cabeça dos Outros” de fora do Brasil. Se elas se empoderam de seus papeis políticos, a gente aplaude e ainda dá uma ajudinha aqui com informação e trilha sonora. Quer entrar nessa corrente? O programa é hoje, às 21h, pela Rádio Elétrica, com produção e apresentação de Daniel Rodrigues, ok? Ah, e antes que me esqueça: #EleNão
Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Ratos de Porão - Bar Opinião - Porto Alegre/RS (11/11/13)
foto: Lucio Agacê |
Nunca tinha assistido ao Ratos de Porão ao vivo. Devia isso
pra mim mesmo. Do rock nacional já tinha visto shows de quase todos que
considero importantes: Titãs (Arnaldo Antunes e Nando Reis, além do Marcelo
Frommer ainda vivo), Camisa de Vênus, Paralamas do Sucesso, Fausto Fawcett, De
Falla, Replicantes.Até Humberto Gassinger (sem Engenheiros do Hawaii, mas
tocando músicas da banda) eu vi. Legião Urbana que fazia pouco show, ainda
mais aqui no Sul, não deu pra ver (quando ia fazê-lo, Renato Russo morreu). Por
isso, dos grandes do rock brasileiro faltava-me, de fato, o Ratos. Os caras que
inventaram (isso mesmo: sem aspas!) o que pode ser chamado de metal-core antes
de qualquer outra banda gringa; o grupo criador de discos essenciais como
“Crucificados pelo Sistema”, “Descanse em Paz” e “Brasil”; os desbravadores, no
Brasil, de uma malvista e desvalorizada, porém riquíssima, cena juvenil chamada
punk junto com Olho Seco, Cólera, Inocentes, Garotos Podres, Lobotomia e
outros; os verdadeiros cronistas suburbanos de um Brasil que insiste em ser
desigual e decadente desde que eles surgiram, há mais de 30 anos, e bem antes
disso; a primeira banda a levar, junto com o Sepultura, o rock nacional pro
exterior a custas de muito esbravejo e porrada. Faltava o Ratos a mim.
Faltava.
Depois de mais de um ano me penalizando por não estar na
cidade para assisti-los em 2012, quando estiveram em Porto Alegre depois de um
bom tempo sem virem, pude, enfim, presenciar João Gordo & cia. “destruírem”
o Opinião no projeto 2ª Maluca, da Rei Magro Produções. Showzasso! Gordo, muito
a fim de tocar e à vontade com um público verdadeiramente amante da banda,
subiu no palco com a gana de realmente fazer um grande show. Com Jão, esmerilhando
na guitarra, Juninho, super bem no baixo, e Boka, sempre destruidor na bateria,
não foi diferente. O show teve aproximadamente 1 hora e 10 minutos, o que, para
uma banda como o RDP, que tem faixas até de 17 segundos, (como “Caos”, que tive
o prazer de ouvi-los tocar: “Esse mundo é
um caos/ Essa vida é um caos/ Caaaaaos!"), esse tempo todo dá pra executar
um monte de coisa. E foi assim, repleto de “crássicos” que incendiaram a roda
de pogo.
foto: Lucio Agacê |
Eles mandaram ver com “Agressão/Repressão”, “Crianças sem Futuro”,
“Aids, Pop, Repressão”, “Sentir Ódio e Nada Mais”, “Realidades da Guerra”,
entre outras. Só as foda! “Mad Society”, de uma fase já “madura” dos caras e
das minhas preferidas, veio num arranjo super legal junto com “Morrer”, das
antigonas. “Sofrer”, das mais conhecidas, claro, enlouqueceu a galera, assim
como a versão deles de “Buracos Suburbanos”, da Psykóze,
outra memorável do punk rock brazuca. Teve ainda as imortais “Crucificados pelo
Sistema” e “Beber até Morrer” - música que, há 25 anos, nos faz pensar se não
é, de fato, esta a solução num país, à época da composição, de Plano Cruzado e
inflação galopante e, hoje, de Bolsa Família e Mensalão...
Mas pra pirar mesmo o público de fé que foi lá naquela noite
do dia mais chuvoso na cidade em um século (!), o Ratos presenteou-nos com uma
execução do clássico do rock gaúcho (quando este ainda era bom pra caralho): “O
Dotadão Deve Morrer", d’Os Cascavelletes. Ao seu estilo, tal como gravaram
em 1995 no álbum “Feijoada Acidente - Brasil”, ou seja, menos rockabilly e mais
hardcore, a banda fez o Opinião vir abaixo, ainda mais no refrão, entoado por
toda a plateia - inclusive este que vos fala. Gordo cantava: “Hey, rapazes/ Esse cara deve morrer”, e
nós respondíamos em coro: “Deve morrer,
deve morrer, deve morrer!”. De arrepiar!
Pra fechar, outro clássico cantado por todos: “FMI” (“O FM’ê’ não está nem a’ê’...”). Como se
não bastasse a felicidade de minha realização de, finalmente, assistir ao RDP
ao vivo, ainda pude fazê-lo ao lado de meu primo-brother e colaborador deste
blog, Lucio Agacê, justamente quem, em meados dos anos 80, mostrou pra mim esta
que é, certamente, a maior banda brasileira em atividade hoje. E será que não
foi sempre?
por Daniel Rodrigues
fotos: Lucio Agacê
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Música da Cabeça - Programa #60
Vocês, aí, tão me ouvindo, tenham calma: faça só um sorriso, ele é de aviso, pois temos o Música da Cabeça nº 60! Sim: o talentoso e carismático Di Melo, o Imorrível, conversou conosco neste programa especial de hoje. Além disso, tem também as músicas da nossa mente – que passeiam por João Gilberto, Talking Heads, Morrissey e Arnaldo Antunes –, notícia (no “Música de Fato”) e poesia (“Palavra, Lê”). Para quem dizia que o mundo acabaria em mel, quer coisa mais doce que isso?! Sintoniza na Rádio Elétrica às 21h hoje e delicie-se. Produção e apresentação – comemorativas, é claro –: Daniel Rodrigues.
Rádio Elétrica:
terça-feira, 7 de junho de 2011
cotidianas #85 - NOMES
"Nome", Arnaldo Antunes |
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Pais são fogo. Se forem pobres, então, são um perigo. Não é preconceito, é conceito formado baseado em observação. Notem como na maioria das vezes estes nomes de homenagem a personalidades importantes, a personagens de novela, aquelas combinações malucas do nome do pai com o da mãe normalmente vem das classes mais baixas. É duro dizer mas é verdade. O meu mesmo, que não é nenhum absurdo mas também não é la comum, é uma homenagem a um jogador dos anos 70 que eu nem sei em que time jogava. Mas gosto dele. gosto mesmo. O problema é que ninguém consegue pronunciar direito e eu sempre tenho que repetir mais de uma vez.
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A propósito de nome de jogador, houve uma obra e que eu estava trabalhando onde me pareceu um Hideraldo. Um dia estava conversando com ele num intervalo qualquer e perguntei se o nome era por causa do Hideraldo Luís Bellini, jogador da Seleção Brasileira de 1958. Ele então, 'caindo a ficha', respondeu, "ah, bem que eu sabia que o meu nome tinha a ver com o de algum jogador". Expliquei pra ele de quem se tratava, que o Belllini tinha jogado em 58, que tinha sido o primeiro jogador brasileiro a levantar a taça e que até tinha uma estátua dele em frente ao Maracanã. Acho que ele gostou de saber que o nome era mas importante do que jamais imaginara.
Mas esse Hideraldo não tinha nada lá muito a se elogiar: dias depois já começou a faltar, outro dia chegou bêbado e logo depois sumiu levando o uniforme e a botina da empresa.
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Ainda sobre jogadores de futebol teve um cara que registrou o filho com os nomes de todos os titulares da Seleção brasileira de 70. Sério!
Félix Carlos Alberto Brito Piazza Everaldo Clodoaldo Gérson Pelé Jair Tostão Rivellino... de Souza, da Silva, Pereira ou qualquer coisa assim.
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Na época que eu tinha um time de bairro, de futebol sete, mesmo tendo o time base, aqueles de fé, volta e meia rolava uma certa rotatividade e alguma dispensa ou inclusão acontecia. Sempre que ficávamos sabendo de alguém com futebol interessante, com potencial, com qualidades, dávamos uma conferida, chamávamos pra bater uma bola informalmente e íamos, por assim dizer, negociar a contratação. Assim que soubemos por um dos nossos jogadores que um carinha novo que tinha ido morar numa vilinha perto do campo onde jogávamos era bom de bola, jogamos uma pelada de fim de tarde, comprovamos a categoria do sujeito e o convidamos pra jogar conosco. Como ele era novo no bairro, não tinha compromisso com outro time, fechou com a gente mesmo. Era conhecido por João porque era assim que chamava às pessoas de quem não sabia o nome, mais ou menos como o Garrincha se referia às suas 'vítimas', de quem nem valia a pena saber o nome porque eram todos iguais e iam ficar estatelados no chão mesmo. Todos uns Joões! E ele preferia que fosse assim uma vez que era sabido que não gostava do próprio nome. No máximo permitia que lhe chamassem do segundo nome, Vinícius. Durante muito tempo chamamos aquele cara apenas de João sem saber efetivamente qual o seu verdadeiro nome, até porque coisas como esta no futebol de rua, de bairro, de amigos, não fazem a menor diferença. Mas um dia deu de haver um campeonato e ser necessário uma inscrição e aí o João teve que revelar seu nome: "Alcione Vinícius", revelou ele contrariado.
Alcione...
- Tenho a maior bronca do meu velho por causa disso. - dizia ele.
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Soube também de um caso interessante: os pais, tendo alguma 'inspiração' daquelas de gosto bastante duvidoso resolveram botar no filho quando nascesse um nomezinho, no mínimo, complicado. Como desta história não sei detalhes vou chamar o garoto de Athaualpakauê, Ok?
Então... O fato é que ninguém conseguia aprender nem pronunciar o nome do futuro bebê. Nem avós, nem tios, nem amigos, ninguém. Passou-se a gestação inteira com o nome decidido e com as pessoas quase engolindo a língua para falar o nome da criança que estava por vir. Atapauê, Atacapalauê, Atanásio Cauê. Deu-se então que nascida a criança, e com os pais entendendo a dificuldade dos parentes, as complicações que poderiam acontecer na escola, na vida social e tudo mais, tiveram bom senso e resolveram mudar o nome. O pai saiu da maternidade e foi registrar então o filho com o nome mais comum, digamos José, por exemplo, de modo a facilitar totalmente pra todo mundo. Mas aí era tarde demais: todos, apesar da dificuldade já tinham aprendido, acostumado, comprado presentes, toalhinhas, babadores, caminhas, brinquedos gravados com o complicadíssimo nome antigo e por pior que fosse já estava consagrado. Aí que mesmo registrado José, é chamado e conhecido pelo nome que era pra ser mas que acabou não sendo. Athaualpakauê.
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Cly Reis
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
cotidianas #339 - Direitinho
Desenho infantil com crianças brincando e paisagem
autor: Didiu
|
a pedra é dura
o vento canta pra ninguém
a água molha
o tempo passa
e lá em casa está tudo bem
lá em casa está tudo bem
direitinho
direitinho
direitinho
direitinho
a folha é verde
a gente sente
o olha olha, o vento vem
a folha cai
a chuva cai
e a família vai muito bem
a família vai muito bem
direitinho
direitinho
direitinho
***
"Direitinho"
Arnaldo Antunes
sábado, 23 de novembro de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
Adriana Partimpim - "Partimpim Tlês" (2012)
Ganhei
de presente de minha amada Leocádia Costa o último CD do projeto
Partimpim, de Adriana Calcanhoto: o “Partimpim Tlês” (isso
mesmo, três com “L”, bem queridinho e infantil). Como esperado,
um encanto de disco. Assim como os dois primeiros, o já fundamental
“Adriana Partimpim”, de 2004, e “Partimpim 2”, lançado
somente cinco anos depois, o novo da série traz canções infantis
(ou não) para crianças (ou não) com muita poesia e numa roupagem
ao mesmo tempo lúdica e arrojada, tendo em vista os arranjos
primorosos que vão do intimismo à vanguarda.
Tudo é muito
artesanal, mas não que se exima de usar toda uma parafernália
tecnológica e uma produção caprichadíssima. A banda, por exemplo,
conta com nada menos que craques como Kassin, Moreno Veloso, Domenico
e Berna Ceppas. Enfim, um projeto que já dura nove anos e que tem
como diferencial não subestimar a inteligência dos pequenos. A
instrumentação rebuscada, o primor das harmonias, o alto nível dos
autores e parceiros (que vão desde Augusto de Campos e Ferreira
Gullar até Péricles Cavalcanti e Arnaldo Antunes, tudo mostra o
quanto este público merece, sim, não só Xuxa ou coisa pior.
Mas o disco? Repleto de pérolas do cancioneiro infantil ou, melhor ainda, identificadas com muita sensibilidade por Adriana como sendo também música que criança pode ouvir. Por que não? É o caso da sacada de “Taj Mahal”, de Jorge Ben compositor cujas letras, de fato, sempre tiveram um quê de infantil. Também é o que acontece com a ecológica “Passaredo”, de Chico Buarque e Francis Hime, e a mais surpreendente e brilhante delas: “Lindo Lago do Amor”, hit de Gonzaguinha nos anos 80 mas que nunca havia sido identificada como podendo ser também para os pequenos ouvintes. Tem ainda, ao contrário do primeiro da série, que só continha músicas de outros compositores, canções próprias de Adriana – tal como já ocorrera a partir do segundo volume. Destas, “Salada Russa”, parceria com Paula Toller, é um verdadeiro barato com sua letra inteligente que brinca com divertidas e inteligentes antífrases (despertando, inclusive, a curiosidade nas crianças sobre as figuras de linguagem).
Das
inéditas, também tem a graciosa “Criança Crionça”, do poeta
concretista Augusto de Campos e seu filho, o compositor Cid Campos –
que conta com a participação especialíssima nos créditos do
ronronar da gatinha de Adriana, a Sofia; a poética e etérea “Por
que os Peixes Falam Francês?”; e a fofa canção-de-ninar “Também
Vocês”, feita, como diz na dedicatória, para Lucinda Verissimo
cantar para seu avô (Luís Fernando Veríssimo).
Destaques ainda para “De Onde Vem o Baião”, de Gilberto Gil (feita originalmente para Gal Costa que a gravou em 1978), e o clássico da bossa-nova “O Pato”, que há tempos estava caindo de maduro para Adriana gravar no Patimpim.
O CD desfecha em tom leve e quase “soninho” com Dorival Caymmi e sua “Acalanto”, autor que também mereceu outra homenagem com a maravilhosa “Tia Nastácia”, feita originalmente para a trilha sonora do Sítio do Pica-Pau Amarelo da Globo, nos anos 70. Esse é o melhor exemplo de que Adriana Calcanhoto, que assumiu o sobrenome Partimpim até nos créditos, pegou pra si a responsabilidade de seguir adiante com a tradição de trilhas para criança inteligentes como se fizera tempo atrás em obras referenciais como "Plunct Plact Zum!!!", “O Grande Circo Místico” ou “Arca de Noé” mas que, em tempos de progressiva imbecilidade da sociedade, vinha se estabelecendo. Ainda bem que a Adriana (a Partimpim!) está aqui para salvar a nós e à criançada. Longa vida a Adriana, seja a Partimpim ou a Calcanhoto.
***********************************************
por Daniel Rodrigues
segunda-feira, 30 de março de 2015
cotidianas #360 - Na Massa
"Na Massa"
foto: Leocádia Costa
|
Vai de
mon amour
Blusa
de abajur
Óculos
escuro
Apaziguando
o sol
No
domingo
A
caminho da praça
Óculos
Ray-Ban
Raio
de tupã
No
pulso pulseira
No
corpo collant
Mostra
a pele
Pelo
rasgo da calça
Pode
ser
De
farda ou fralda
Arrastando
O véu
da cauda
Joia
de bijuteria
Lantejoula
e purpurina
Manto
de garrafa pet
Tatuagem
de chiclete
De
coroa ou de cocar
Pode
se misturar
Na
massa
Na
massa
Na
massa
Some
na massa
Sai de
chafariz
Bico
de verniz
Saia
de safári
Sorriso
de miss
Camiseta
De Che
Guevara
Plástico
metal
Árvore
de natal
De
biquíni, xale
Bata
ou avental
E uma
pinta
Pintada
na cara
Pode
vir
De
esporte ou gala
De
uniforme
Com
medalha
Braço
cheio de pacote
Nada
debaixo do short
Derramando
seu decote
Gargantilha
no cangote
Segue
a moda de ninguém
Usa o
que lhe convém
Vai de
my cherri
Vai de
mon amour
Vai de
bem-me-quer
Vai do
que vier
Na
massa
Na
massa
Na
massa
Some
na massa
Anda
de abadá
Dança
o bragadá
Turbante
importado
Lá de
Bagdá
Fantasia
De
anjo sem asa
Sola
de pneu
Todo
mundo é eu
Roupa
de princesa
Em
pele de plebeu
No
passeio
De
volta pra casa
Passa
de cabelo moicano
Ou com
lenço de cigano
México
chapéu cabana
Capacete
de bacana
De
sarongue ou de batina
Tanga
de miçanga fina
Moda
tem a sua só
Passo
de carimbó
Na
massa
Na
massa
Some
na massa
Usa
pele da roupa
Da
pele da roupa da pele
Usa a
roupa da pele
Da
roupa da pele
Da
roupa
Na
massa
Na
massa
(Boca
sino e mocassim)
Tá
massa
Some
na massa
***********
"Na Massa"
(Arnaldo Antunes/ Davi Moraes)
domingo, 4 de janeiro de 2015
Marina Lima - "Marina Lima" (1991)
"Será que você será
a dama que me completa?
Será que você será o homem,
não estou bem certa."
trecho de "Não Estou Bem Certa"
Marina acrescentava o
sobrenome Lima ao nome artístico e pela primeira vez o emprestava,
agora completo, para batizar um álbum. Não era à toa. Em “Marina
Lima”, de 1991, a cantora era mais ela do que nunca. Ao mesmo
tempo que atingia seu melhor momento artístico, com um pop mais
coeso, mais completo, bem produzido, Marina passava por um momento de
questionamentos, de autodescoberta, de auto-revelação e por fim de
auto-afirmação. Assim, nada melhor do que afirmar para si mesma e
para todo mundo “Esta aqui é Marina Lima e este álbum sou eu.”
Marina, assim como
Renato Russo o fizera em determinado momento, reconhecia que gostava
de meninos e meninos, e resolvia então externar isso através da sua
arte. Não que já não tivesse dado pistas em outros momentos mas em "Marina Lima", era a primeira vez que o fazia tão direta e abertamente. Trechos como "procurar Ricardos em Solanges nunca me fez mal" ou“tudo o que eu pensei ser pra sempre eu já
não sei se é mais/ penso na menina e fico atenta aos braços do
rapaz”, de “Não Estou Bem Certa”, são muito emblemáticos quanto ao conflito interior que se configura, bem como vários outros versos espalhados pelo álbum, em grande parte dedicado a esta (re)descoberta, ora como reafirmação, ora como dúvida.
Não por acaso, “Ela
e Eu”, de Caetano Veloso conhecida até então na interpretação
notável de Maria Bethânia, é escolhida para abrir o disco, uma vez
que já sugere a mudança e o novo momento da cantora. Cantada à
capela com uma interpretação belíssima de Marina Lima, “Ela e
Eu” além de dar o recado inicial, funciona quase como uma vinheta
de abertura do álbum, praticamente entrelaçando-se com a ensolarada
“Grávida”, canção pop leve, gostosa, sobre extrapolar,
manifestar-se, pôr tudo para fora da maneira que se achar melhor.
Com letra de Arnaldo Antunes, “Grávida” pode-se dizer, de certa
forma, é uma espécie de “Saia de Mim” dos Titãs, só que sem
toda aquela agressividade.
O adorável pop
“Criança”, também sobre descobertas, com sua batida eletrônica
e ritmo funkeado muito convidativo tem a marca da qualidade da
produção de Liminha num dos melhores momentos do álbum;
“Acontecimentos”, outra das boas do disco, um pouco mais lenta, é
uma canção de amor característica da carreira de Marina e da
parceria com o irmão poeta e letrista Antônio Cícero; e a ótima
“Pode Ser o Que For”, de ritmo acelerado, vibrante, pulsante é
otimista, corajosa e pra frente.
As baladas ficam por
conta da delicada “O Meu Sim” e da triste “Não Sei Dançar”, onde Marina acompanhada apenas pelo teclado, canta alguns dos versos mais arrasados da música brasileira,
como “às vezes eu quero chorar mas o dia nasce e eu esqueço”
e “e tudo o que eu
posso te dar é solidão com vista pro mar”.
“Serei Feliz” é
aquele típico final digno: um a boa canção, nada mais que isso,
mas que por sua vez não compromete em nada. O ponto negativo fica
por conta da péssima “E Acho Que Não Sou Só Eu”, música com
cara de improvisação de estúdio num momento de infeliz inspiração
momentânea registrado. Com uma programação pobre, uma levada tosca
de guitarra e uma letra, parece, inventada na hora, a música soa
como uma infeliz colcha de retalhos de elementos de outras faixas do
disco. Também não é suficiente para desvalorizar o belo álbum de
Marina Lima, mas certamente era desnecessária.
O interessante de
“Marina Lima”, o álbum, é que se marcava efetivamente a melhor
fase artística da cantora, aquele momento acabaria por não ter uma
longa duração. Mesmo tendo lançado em seguida com algum sucesso o
bom "O Chamado" e depois o interessante porém irregular “[Abrigo]”, sua voz, problemas físicos e emocionais
fariam com que a carreira ficasse um tanto comprometida assim como
seus trabalhos seguintes dali para a frente. Até por isso, “Marina
Lima”, além de um dos melhores álbuns dos anos 90 no Brasil,
passa a ser um registro importante como, possivelmente, o último
trabalho em que Marina apresentou-se na sua plenitude.
************************
FAIXAS:
1. "Ela e Eu"
2. "Grávida" 3. "Criança"
4. "Não Estou Bem Certa"
5. "O Meu Sim"
6. "Acontecimentos"
7. "E Acho que Não Sou só Eu"
8. "Pode Ser o Que For"
9. "Não Sei Dançar"
10. "Serei Feliz"
***********************
Ouça:
5. "O Meu Sim"
6. "Acontecimentos"
7. "E Acho que Não Sou só Eu"
8. "Pode Ser o Que For"
9. "Não Sei Dançar"
10. "Serei Feliz"
***********************
Ouça:
Cly Reis
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Música da Cabeça - Programa #136
Constituição respeitada e liberdade restituída: agora é arregaçar as mangas e seguir resistindo. É isso que o Música da Cabeça vai fazer, como sempre, com muita música boa, como Titãs, Sly & Family Stone, Chico Science & Nação Zumbi, Tom Waits, Arnaldo Antunes e mais. Tem "Música de Fato", repercutindo a libertação do Lula; um "Cabeça dos Outros" com o que esteve na mente de quem nos ouve; um novo "Palavra, Lê" musicalmente literário. Quer mais motivo que isso pra comemorar? Mais do que isso, só mesmo ouvindo o MDC de hoje, às 21h, na instância da Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues. Livre.
Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/
sábado, 24 de setembro de 2022
Copa do Mundo Gilberto Gil - classificados da primeira fase
Nossa turma de especialistas teve bastante dificuldade em muitos jogos. alguns confrontos precoces que poderiam, facilmente, ocorrer em fases mais avançadas. 'Punk da Periferia' vs. 'Esperando na Janela', 'Cérebro Eletrônico' vs. 'Se eu quiser falar com Deus', 'Luar' vs. 'Panis Et Circenses'... Mas fazer o quê? Copas são assim, mesmo.
E a primeira fase já apresentou algumas "zebras", se é que se pode chamar assim: pérolas como 'Vamos Fugir', Só chamei porque te amo', 'A Novidade', 'Não chore mais' e 'Esperando na janela', já deram adeus à competição.
Então chega de conversa e confira abaixo os resultados e veja quem partiu para “aquele abraço” na segunda fase.
****
resultados de Rodrigo Dutra:
Buda Nagô 2x3 Lugar Comum
Apesar de Buda ser o grande Dorival, Lugar Comum foi feita com Donato que mora no meu coração. Além disso, Gil gravou Buda Nagô com a Nana... e ele namorou a Nana, Bolsominion lunática. Não pode ganhar de jeito nenhum.
As Coisas 1x3 Zumbi, A Felicidade Guerreira
Apesar de As Coisas ter a marca notória do Arnaldo Antunes, a ode a Zumbi com Waly Salomão é mais rica e potente na letra e na batida oitentista.
Quanta 0x1 Queremos Saber
Quanta é lindo. Dueto com Milton então, nem se fala. Mas Queremos Saber ressignificou a geração Cássia Eller mais de 20 anos depois e hoje é um clássico.
Pela Internet 2x2 Procissão (Versão 68) (4x5 nos pênaltis)
Parada dura essa porque sempre foi admirável Gil, Caetano e a geração deles mergulhar nas modernidades transformando em música. Mas esse álbum do Gil é um dos meus preferidos de toda a MPB, tinha que ganhar, nem que seja nos pênaltis.
Lamento de Carnaval 0x3 Parabolicamará
Não conhecia Lamento de Carnaval e achei bem legal a letra e o dueto com Lulu. Mas sou noveleiro e essa é clássica de Renascer. Não tem como.
O Amor Aqui de Casa 0x5 Back in Bahia
A trilha de Eu Tu Eles eu conheço bem pois vendi muito CD na época que trabalhava no Guion CD's. Talvez se Lamento Sertanejo enfrentasse Back in Bahia, poderia dar um empate. Fora isso, é quase imbatível.
Sebastian 3x4 A Paz
Outro disco que vendi bastante esse com o Milton. É a música carro-chefe do disco, homenagem ao Rio e tal, mas na verdade queremos paz pra invadir nossos corações dia 02 de outubro. A paz ganha no fim.
Kaya N'gan daya 1x0 Deixar você
Essa baladinha é muito gostosa, mas Kaya é Bob, Kaya é reggae, Kaya é tudo. Vitória consistente.
Copo Vazio 1x0 Vamos fugir
Essa é meio que uma zebra. Vamos fugir tem lugar na história, no pop reggae, no Skank...mas tocou tanto, tanto, que a fofa Copo Vazio se sobressai, principalmente no recente dueto com Chico.
O som da pessoa 4x0 Não tenho medo da morte
Apesar de dar a real em Não tenho medo da morte, O som da pessoa é inventivo, criativo, brinca com as palavras...não quero pensar em morte pra Gil, por isso a goleada.
La Renaissence Africane 2x1 Aqui e agora
Aqui e agora é outro clássico, mas a linda homenagem à África é poderosa demais.
O Oco do mundo 0x4 Barato Total
Não conhecia O oco do mundo. Poderia surpreender frente ao gigante Barato Total. Mas o que já era difícil ficou impossível na nova versão da série Em Casa com os Gil, onde as mulheres da família Gil fazem uma performance invencível.
Fé na Festa 0x1 Filhos de Gandhi
Não conhecia Fé na Festa e adorei a potência alegre nordestina, não só dessa música, mas de todo o disco. Mas Filhos de Gandhi é a pura Bahia, é a ONU, é a Índia, é a África, é o Candomblé, é o Carnaval.
As Camélias do Quilombo do Leblon 4x5 Nêga
Esse placar apertado demonstra o quanto eu gosto de As Camélias. Feita com Caetano, lembro de adorá-la no momento em que ouvi pela primeira vez na turnê dos 50 anos deles. Mas Nêga é apaixonante, Gil no exílio, numa Londres fascinante.
Pipoca moderna 0x1 Three Little Birds
Eu amo a pipoca da Banda de Pífanos de Caruaru, mas de novo a influência de Bob Marley é definidora. Além do clipe de massinha que é muito fofo e marcou meus vinte e poucos anos.
Luar 1x3 Panis et Circenses
Gil oitentinha tem o seu valor. Gosto muito! Mas Panis é um patrimônio brasileiro. Crítica, inventividade, antropofagia, a caretice que ainda está em voga nas famílias conservadoras. Ganha com excelência.
****
resultados de Leocádia Costa:
Serafim 7x0 Abra o olho
“Serafim” ganhou de lavada, 7x0, porque apresenta uma canção com a base espiritual de Gil e o seu afoxé inconfundível. Ainda que "Abra o Olho" carregue muito da presença dele em meio aos processos políticos, arregalando a atenção de todos em plena ditadura de 1974, a escolha dessa disputa está feita pela beleza que é escutar o chamado de Gil a todos os Orixás.
Quilombo, o Eldorado Negro 3 x 0 Retiros Espirituais
A canção tema do filme “Quilombo”, que poderia abrir esse jogo de forma apoteótica, já deu a dica do placar do jogo: 3x0. Essa trilha todinha eu assisti no cinema, junto com meu pai e irmã no ano em que foi lançado (a classificação era livre). Porém, a canção adversaria é um marco na carreira de Gil, sendo uma das primeiras em que ele reflete sobre essa busca espiritual que sempre pontuou a sua vida. Linda! Mas deu “Quilombo”
Logunede 0X4 Domingo no Parque
Mais uma partida em que todas as atenções estavam no time do Parque. Essa canção que para mim está entre aa clássicas de Gil. Representa tanta coisa e se reergue cada vez que é cantada, como uma grande espiral do povo nordestino com sua simplicidade e grandeza ímpares. O jogo mesmo antes de começar já estava ganho! Placar de 4x0 e sorvetinho no final!
Lente do Amor 3X4 Oriente
Aqui o placar foi apertado: 4x3. Explico o porquê: é que "Lente do Amor" é uma canção linda, que traz essa forma de falar sobre o sentimento que todos nós queremos. Porém, "Oriente" tem uma força que só percebi quando a escutei ao vivo, num show em Porto Alegre em que o Love e eu fomos no Teatro do Sesi. Essa mesma força, embora com um arranjo diferente, está na versão original e, por isso, apesar da disputa ter sido acirrada, "Oriente" ganhou a partida.
Flora 3X0 Louvação
Aqui foi bem fácil, porque não se pode separar o compositor de suas musas. “Flora” representa as mulheres que tão bem são homenageadas por Gil em suas canções. Não é uma canção que eu mais gosto, mas “Louvação” não teve chance: 3x0 e explico porque: é que quando escuto “Louvação” me lembro da versão dos Trapalhões que fizeram paródia da canção e daí não tem espaço para essa versão original na minha cabeça.
Metáfora 0X7 Esotérico
Sabe aquela canção que você fica esperando tocar no seu playlist? “Esotérico” é a canção. Então, ela não pode faltar no campeonato e é uma das clássicas. Adoro! 7x0 sem chance de prorrogação ou definição nos pênaltis.
Punk da Periferia 4X3 Esperando na Janela
Aqui a partida foi muito difícil. Teve prorrogação e ufa! Deu aquela aflição até o jogo se definir. “Punk da Periferia” é uma canção da minha pré-adolescência, que escutei várias vezes com minha irmã e que fazia a gente dançar. Lembro de Gil no videoclipe passando por partes da cidade que eu nunca havia ido. Fui com ele e comecei a entender mais sobre as pessoas que vivem na periferia. Para mim é um hino de inquietude, um manifesto que explica esse lugar de fala que Gil sempre ocupou. Já "Esperando na Janela" me atira no cinema, me leva a escutar a gaita de Dominguinhos e aquela atmosfera nordestina que tanto me fascina. Mas como já teve jogo ganho com "Só quero um xodó", essa partida quem ganhou foi o Punk. Placar: 4x3.
Banda Um 0X5 Só Quero um Xodó
Partida ganha só na escalação: 5x0 pra “Só Quero um Xodó”, porque quando se apresenta esse ritmo nordestino, os jogadores trocam as chuteiras por um baita arrasta-pé daqueles que atravessam à noite. Me lembra Luiz Gonzaga, a quem escuto desde criança e a quem Gil faz reverência.
Extra 2 0x4 Aquele Abraço
Então: sabe aquele time que reúne tudo de bom? "Aquele abraço" tem irreverência, suingue, fala de pessoas, lugares e fatos que são ícones brasileiros. Os primeiros acordes já despontam na sua cabeça quando você sai do Rio de Janeiro ou do país. É uma ode à nossa cultura. Me faz chorar sempre, apesar de ser uma canção alegre. 4x0. (“Extra 2” nunca me arrebatou. Sempre me dá uma sensação estranha ao escutar).
Feliz por um Triz 3x7 Toda Menina Baiana
Uma vez percebi que Gil era um mestre em esticar as vogais levando a gente a repetir, “aaaaa que Deus deu/ oooo, que Deus dá!”, e por aí vai. Quem já esteve na Bahia sabe que a música é muito real quando reverencia a essa terra que concentra um axé único. 7x3 foi o placar. É que a outra canção, bem anos 80, podia ter sido cantada por Cazuza ou Ney Matogrosso e me agrada um pouco, mas não é uma das mais escutadas por mim.
Roque Santeiro, o Rock 1X5 Tradição
Foi uma partida difícil, mas ao mesmo tempo fácil. Já conhecia a primeira canção, mas “Tradição” ecoou em mim desde o “Tropicália 2” em que Gil e Caetano a cantam. É uma canção linda e cheia de imagens, você enxerga as cenas ali descritas, como um cinema musical. Lavada: 5x1 pra “Tradição”.
Oração pela Libertação da África do Sul 4(0)X4(1) Refavela
O jogo começou tenso porque ambas as canções são geniais. Cada uma me toca profundamente e tem uma ligação entre si. Em “Oração...” vemos toda a narrativa de um povo e sua luta por liberdade. Em “Refavela” vemos os passos dados, na direção do povo preto brasileiro ocupando novos espaços com a autoestima renovada. “Refavela” é um marco na trajetória de Gil, rendeu turnê recentemente, é um discos prediletos da Sr. Gilberto e não pode voltar neste campeonato. Jogo terminado empatado 4x4, com muito choro e vela, decidido por 5x4 na prorrogação pra “Refavela”.
Só Chamei Porque te Amo 3x4 Amarra o teu Arado a uma Estrela
Cresci escutando Stevie Wonder e o reencontrei quando conheci a coleção de discos do Love. Gil encontrou Stevie e são amigos e parceiros musicais. Ambos são muito harmônicos e, juntos, uma potência. Essa canção vertida para o português por Gil é romântica e tocou muito nas rádios. Mas eu gosto dela em inglês e cantada por Stevie. Já "Amarra teu Arado a uma Estrela" é tão mágica e poesia pura e altamente necessária! 4x3 em jogo pegado, quase um Gre-Nal daqueles bem quentes.
Um Trem para as Estrelas 3x4 Drão
“Um Trem para as Estrelas” foi vencida pelo intérprete. Escuto Cazuza cantando. Apesar da versão original ser a de Gil, ela cabe na rouquidão, no tédio e displicência que Cazuza a interpreta. Tem Noel Rosa nessa canção! Tem um país que vive nessa corda bomba, buscando soluções para viver melhor. Porém, “Drão” é precedida por João Donato, por amigos que saem para caminhar numa madrugada e voltam para casa com essa declaração de amor finalizada. É lindo, é triste, é humano e acima de tudo faz a gente sentir aquela dor e aquele amor indo embora e se transformando. Placar: 4x3 com o gol ao final dos 45 min do segundo tempo pra “Drão”.
O Eterno Deus Mu Dança! 3X2 Não Chore Mais
Bem, eu amo o Ed Motta! Do seu jeito aparentemente mal-humorado, ele abre a boca e invade os nossos tímpanos. Chama atenção para a melodia! É um grande intérprete e aqui participa da versão original ainda bem jovem. Já “Woman no Cry” é um hino a tudo que vai melhorar e a tudo o que precisamos deixar pra lá para seguir em frente. Com variados dribles, e até gol de bike, chegamos ao placar final de 3x2 para o ritmo, os corais e a mensagem do “O Eterno Deus Mu Dança!”
De Bob Dylan a Bob Marley, um Samba-Provocação 0x4 Lamento Sertanejo
Quem me conhece já sabe qual foi o resultado da partida: “Lamento Sertanejo” é uma das minhas canções prediletas de Gil, me liga com outras passagens literárias, com outros filmes, com o povo brasileiro. Me emociona demais! 4x0 sem espaço pra resenha. Passou a régua e fez 4 dancinhas pras câmeras de TV!
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resultados de Cly Reis:
Preciso aprender a só ser 1 X 2 Chuck Berry Fields Forever
Preciso é linda mas o rockão Chuck Berry mata a pau. Vitória apertada.
João Sabino 4 X 0 Bananeira
Clássico da Banana! Vitória fácilde João Sabino porque,
pra mim, Bananeira é mais João Donato do que Gil.
E a versão do Gil Ao Vivo 1974 é fantástica.
Menina Goiaba 1 X 3 Cinema Novo
Olha..., Cinema Novo só ganha porque é espetacular porque, para meu critério,
as canções gravadas em parceria levam desvantagem. Mas aqui, não tem como não ganhar.
Pai e Mãe 3 X 1 Emoriô
Emoriô é outro caso de música que é mais do Donato do que do Gil.
Não teria como ganhar, ainda mais da belíssima Pai e Mãe. Lindíssima.
Ê, povo, ê 2 X 1 Rebento
Clássico Re-Re (Relace vs. Refazenda)
Esse é um daqueles confrontos espetaculares, já na primeira fase.
Jogo dificílimo!
Ê, povo, Ê ganha nos acréscimos. Jogo ganho no detalhe.
Meditação 2 X 5 Andar com fé
Meditação, linda, de arranjo incrível, deu o azar de pegar uma das mais fortes concorrentes logo na primeira rodada.
Não teve jeito.
O Rouxinol 1 X 2 Extra
Outro jogo, daqueles "absurdos"!!!
A composição rebuscada e complexa de Rouxinol contra o balanço do reggae-pop
precioso de Extra.
Sou obrigado a me render ao embalo de Extra.
Jurubeba 0 X 2 Nos barracos da cidade
Jurubeba é ótima, mas sai em desvantagem por ser gravação em parceria.
Mas Nos Barracos é demais e, por si só, mesmo sem esse detalhe teria potencial para ganhar naturalmente.
A bruxa de mentira 0 X 4 Ilê Ayê
A Bruxa é gostosa, é simpatica, é um doce, mas contra Ilê Ayê não dá nem pra saída.
Vitória fácil.
Sarará Miolo 2 X 3 Batmacumba
Batmacumba quase tropeça no quesito parcerias,
mas essa, mesmo estando em um álbum coletivo, é muito Gil.
É muito fantástica para não levar essa.
É 0 X 1 São João Xangô Menino
Jogo esquisito... Uma "descartada" de um álbum (É), e outra que só tem registros ao vivo.
Passa São João Xangô Menino. Por pouco.
O seu amor 1 X 3 Marginália 2
O Seu Amor é linda mas Marginália II passa pela pertinência e atualidade.
No norte da saudade 3 X 1 Ladeira da preguiça
Ladeira é mais gostosa. Simples assim.
Babá Alapalá 1 X 6 Super-Homem (a canção)
Que azar Baba teve em pegar Super-Homem!!! Aliás, seria azar para qualquer uma.
Não dá, né?
Sandra 0 X 5 Refazenda
Refazenda é das fortes candidatas, hein!
Refestança 1 X 3 Ela
Refestança é um rock gostoso, muito legal, mas, além de álbum conjunto,
foi pegar logo Ela pelo caminho...
Ela é daquelas aberturas lindas de um álbum. Não teria como perder esse confronto.
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resultados de Daniel Rodrigues:
Beira-Mar 1 X 3 Cores Vivas
Jogão, mas com um dos times daqueles que veio disposto a ganhar campeonato. Beira-Mar marca de saída na poética Caetano/Gil, mas a adversária, gozando o bom-viver, tasca-lhe um, dois, três gols um em seguida do outro. 3 x 1, placar final.
Ensaio Geral 0 X 2 Palco
Outro confronto com um time claramente superior, embora o respeitoso adversário seja um dos primeiros clássicos de Gil - gravado por Elis, te mete! Mas não tem contra Palco, entra em campo com a alma cheirando a talco. Palco faz 2 x 0 fácil e diz pra Ensaio: "Fora daqui!"
Roda 1 X 2 Tenho Sede
Jogo mais parelho. Empolgante, Roda larga marcando, mas no segundo tempo Tenho Sede empata. Quando parecia que ia acabar assim, no intervalo Tenho Sede volta mais hidratada e, num pênalti, não desperdiça. 2 x 1.
Viramundo 3 X 4 Cálice
Grande jogo! Com variações, jogadas e oportunidades de ambos os lados. A experiência de Viramundo contra a rebeldia de Cálice. A igualdade se reflete no placar: impressionantes 3 a 3 até a segunda etapa! Mas Cálice tem um diferencial no plantel: um atacante chamado Chico, contratado do Politeama, que tem o chamado “sentimento diagonal do homem-gol”. É ele quem marca o quarto naquele que foi dos melhores confrontos da primeira fase. 4 x 3 pra Cálice.
Frevo Rasgado 0 X 1 Raça Humana
Mesmo com o ritmo contagiante do frevo, o futebol nordestino alegre, a dona da casa, mesmo com estádio lotado, não conseguiu segurar o jogo cadenciado deste reggae filosófico de respeito. 1 x 0 Raça Humana.
Miserere Nobis 1 X 2 Expresso 2222
Dois clássicos, um tropicalista típico; o outro, um forró cosmopolita. Mas com um adversário consistente como Expresso 2222, não tem vez. Placar apertado, mas com um vencedor de respeito: Expresso tira um dos 2 do seu título pra vencer pela diferença de um gol: 2 x 1.
Cérebro Eletrônico 2 X 3 Se eu quiser falar com Deus
Mais um jogo difícil. O estilo elétrico de Cérebro encontra o ritmo leve de Se Eu Quiser..., que nem por isso deixa de ser contundente quando ataca. Aliás, é a balada que sai na frente. Não dá muito tempo, mete outro! E outro! Que isso, goleada? Cérebro esboça uma reação, descontando e depois chegando ao segundo. Mas, no fim, cérebro eletrônico nenhum lhe dá socorro no seu caminho inevitável para a morte, e o placar final fica 3 x 2 pra Se Eu Quiser Falar com Deus.
Volkswagen Blues 1 X 2 Maracatu Atômico
Duas tropicalistas de pegadas diferentes: o rock blues de Volks e o maracatu atômico de... a própria. Mesmo não aproveitando todas as qualidades do esquema tático de Mautner/Jacobina (Chico Science provaria isso anos mais tarde), é ela que, num placar clássico, avança de fase: 2 x 1 pra Maracatu.
Vitrines 2 X 1 Eu vim da Bahia
A graciosidade bossa-novística de Eu Vim... bem que tenta marcando primeiro. Mas falta fôlego pra segurar a vanguarda tropicalistística de Vitrines, que iguala e mais pro fim faz o da vitória. 2 x 1 Vitrines.
Mamma 0 X 3 Haiti
Mamma é bonita, feita na fase londrina para a mãe de Gil, mas segurar Haiti, convenhamos, não dá, né? Só não foi lavada, porque respeita a própria mãe. 3 x 0 com direito a comemoração com gestual de rapper e dancinha de axé-music. Haiti não veio pra brincadeira e deixa o recado pros próximos adversários: “Pensem no Haiti!”
O Sonho Acabou 0 X 2 Realce
Partida agradável de se ver, com jogo alegre das duas partes. A serelepe O Sonho Acabou, com um estilo meio inglês de jogar, acerta na trave e assusta, mas quem abre o placar mesmo é Realce, que faz um gol de tabelinha como quem dança numa pista. Fora isso, a música tem torcida organizada tipo Coligay na arquibancada. Com parafina e purpurina, Realce vai lá e mete outro. Alegria nos pés. 2 x 0 é o placar final.
Madalena 0 X 2 Sítio do Pica-Pau Amarelo
Madalena fez sucesso e é antiga no repertório de Gil, visto que aparece lá no pré-exílio Barra 69 para só depois, em 1991, ser gravada em Parabolicamará. Mas nem toda essa campanha faz de música combatível a uma das mais graciosas e queridas do repertório do baiano, que é Sítio do Pica-Pau Amarelo. Placar clássico: 2 x 0 para Sítio.
Meio de Campo 1 X 0 Estrela
Pintou zebra na Copa Gil! Estrela tocou nas rádios, é das baladas que os fãs adoram, toca em shows mas, por aqueles acasos da vida, pegou pela frente a “braba” Meio de Campo. E aí, meu filho, se meter com música feita pra voz de Elis Regina é outra história. Numa partida bem disputada, o jogo foi resolvido, sem trocadilhos, no meio de campo. Mais bem esquematizada no seu samba-jazz, Meio de Campo faz o golzinho numa bola alçada pra área e era isso. Vitória magra por 1 x 0.
Essa é pra tocar no rádio 3 X 1 A Novidade
A Novidade é daqueles grandes sucessos de Gil, parceria com Herbert Vianna, letra poderosa. O que ela faz? Tira vantagem e logo de cara marca o seu e assim fica até o fim do primeiro tempo. Acontece que no segundo ela não esperava que seu adversário fizesse modificações no elenco que mudariam completamente o panorama da partida. Ao invés da versão de Refazenda, Essa é Pra Tocar no Rádio, num estilo jazzístico ligeiro, volta com a formação de Gil & Jorge, mais sambada e cadenciada. Aí, o jogo foi outro. 1, 2, 3 e só não teve quarto porque faltou tempo. De virada, Essa é Pra Tocar no Rádio faz 3 x 1 em A Novidade.
O Compositor me disse 1 X 3 Tempo Rei
Lembra quando a gente falou que música feita pra Elis saía naturalmente em vantagem? Pois é: nem sempre. Aqui, não valeu de nada ter sido composta pra voz da Pimentinha, porque a música pegou pela frente a clássica Tempo Rei. O jogo foi transcorrendo, transformando, e Tempo Rei achando os espaços e navegando por todos os sentidos do campo. Até que, água mole em pedra dura, tanto bateu que foi lá e abriu o placar. Depois foi fácil até o fim. 3 x 1.
Iansã 1 X 2 Geleia Geral
Dois timaços, hein? Iansã, rainha dos raios, mandou uma chuvarada no céu partido ao meio no meio da tarde. Como pra ela tempo bom é tempo ruim, aproveita e larga na frente. Só que iansã tem na frente um adversário qualificadíssimo. Diria até munido de muitos recursos. Com brasilidade no pé, Geleia Geral dribla as dificuldades e empata. O jogo vai pra prorrogação, e somente nos últimos minutos Geleia Geral faz o da vitória apertada, mas que lhe dá a classificação. 2 x 1.
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CLASSIFICADAS PARA A SEGUNDA FASE:
Lugar Comum
Quilombo, o Eldorado Negro
Queremos Saber
Procissão
Parabolicamará
Back in Bahia
A Paz
Kaya N'gan daya
La Renaissence Africane
Copo Vazio
O Som da Pessoa
Barato Total
Filhos de Gandhi
Nêga
Three Little Birds
Panis et Circenses
Serafim
Domingo no Parque
Oriente
Flora
Esotérico
Punk da Periferia
Aquele Abraço
Toda Menina Baiana
Tradição
Rafavela
Amarra o teu arado a uma estrela
Drão
Lamento Sertanejo
O Eterno deus Mu Dança!
Zumbi
Chuck Berry Fields Forever
João Sabino
Cinema Novo
Pai e Mãe
Ê, povo, ê
Andar com fé
Nos Barracos da Cidade
Ilê Ayê
Extra
Batmacumba
São João Xangô Menino
Marginália 2
No norte da saudade
Super-Homem
Refazenda
Ela
Geleia Geral
Tempo Rei
Essa é pra tocar no rádio
Meio de Campo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Realce
Haiti
Vitrines
Maracatu Atômico
Se eu quiser falar com Deus
Expresso 2222
Raça Humana
Cálice
Palco
Cores Vivas
Quilombo, o Eldorado Negro
Queremos Saber
Procissão
Parabolicamará
Back in Bahia
A Paz
Kaya N'gan daya
La Renaissence Africane
Copo Vazio
O Som da Pessoa
Barato Total
Filhos de Gandhi
Nêga
Three Little Birds
Panis et Circenses
Serafim
Domingo no Parque
Oriente
Flora
Esotérico
Punk da Periferia
Aquele Abraço
Toda Menina Baiana
Tradição
Rafavela
Amarra o teu arado a uma estrela
Drão
Lamento Sertanejo
O Eterno deus Mu Dança!
Zumbi
Chuck Berry Fields Forever
João Sabino
Cinema Novo
Pai e Mãe
Ê, povo, ê
Andar com fé
Nos Barracos da Cidade
Ilê Ayê
Extra
Batmacumba
São João Xangô Menino
Marginália 2
No norte da saudade
Super-Homem
Refazenda
Ela
Geleia Geral
Tempo Rei
Essa é pra tocar no rádio
Meio de Campo
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Realce
Haiti
Vitrines
Maracatu Atômico
Se eu quiser falar com Deus
Expresso 2222
Raça Humana
Cálice
Palco
Cores Vivas
Tenho Sede
Só quero um xodó
Em seguida, sortearemos e informaremos os confrontos da segunda fase.
Fique ligado! 😉
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