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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Promoção "Conte Uma Canção - volume 2"



Tem contos dos irmãos blogueiros na nova antologia da editora Multifoco, "Conte uma Canção - volume 2", organizada por Frodo Oliveira e Marla Figueiredo. É, eu Cly Reis e meu irmão Daniel Rodrigues, editores deste blog fazemos parte deste elogiável projeto e se você quiser conhecer em primeira mão os nossos contos e muitas outras histórias inspiradas e embaladas por músicas está aqui sua grande oportunidade.
Quer ganhar um?
Basta dar um CURTIR lá na nossa página do página do ClyBlog no Facebook ou um LIKE no nosso Twitter na promoção "SORTEIO CONTE UMA CANÇÃO II" e você estará concorrendo a um exemplar desta coletânea que combina literatura com música de uma maneira simplesmente melodiosa.

O sorteio acontece no dia 30 de setembro. Não deixe de participar!



"Conte uma Canção - volume 2"
organização de Frodo Oliveira e Marla Figueiredo

autores participantes:
Cly Reis
Daniel Rodrigues
L. P. S. Mesquita
Manoella Treis
Micael Pinto de Almeida
Misa Ferreira
Mônica Noveli
Nair Palhano
Nonato Costa
Rogério Rodrigues
Tatiana Aline Santana
Valdileia Coelho
Antonio Oliveira
Antonio Sodré
Claudio Lopes de Araujo
Cris Caetano
Di Onísia
Emilene Salles
Fernando Aires
Frodo Oliveira
Jojo Corrêa



O livro também pode ser adquirido na Loja Virtual da editora Multifoco:

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Música da Cabeça - Programa #237

 

Tá cada vez mais rara a carne na casa do brasileiro, né? Se isso a gente não consegue resolver, pelo menos garantimos muita música boa no seu lar. O programa de hoje vem só com filé mignon: Dimitri Shostakovitch, Arnaud Rodrigues, Ministry, mundo livre s/a, Herbie Hancock e mais. No nosso quadro móvel, um "Sete-List" em homenagem ao Dia Do Poeta. Devidamente inspecionado, o MDC de hoje vai à mesa às 21h, na apetitosa Rádio Elétrica. Produção, apresentação e melhores cortes: Daniel Rodrigues. E não te esquece de continuar votando na gente para o Prêmio Press: Música da Cabeça (Programa de Rádio) e em Daniel Rodrigues (Apresentador de Rádio): www.revistapress.com.br/premiopress/


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Exposição "Museu", de Daniel Senise - Instituto Ling - Porto Alegre/RS



Quando o tempo está curto para fazer aquele tour saudável aos espaços expositivos da cidade, o negócio é aproveitar as situações possíveis e, assim, saber o que está rolando de legal em termos de artes visuais. Foi o que fiz recentemente ao visitar, por motivo de trabalho, o Instituto Ling. Supondo que ali encontraria alguma exposição interessante, coisa que a casa sempre proporciona, dei uma escapada do compromisso profissional para conferir o que havia em exibição no momento. E, claro, não me decepcionei.

A breve mas instigante “Museu”, do artista visual carioca Daniel Senise – um dos maiores expoentes da chamada "Geração 80" e um nome importante na cena internacional contemporânea –, já impressiona de cara nas telas de madeira. Aliás, ledo engano. Não se trata de madeira, e sim acrílica sobre papel sobre placa de alumínio. A minúcia do traço é tamanha que realmente dá essa impressão, haja vista que se enxergam as ranhuras e texturas típicas da madeira. Os trabalhos reproduzem detalhes de superfícies de salões de importantes museus ao redor do mundo, como National Gallery (Londres), a Frick Collection (Nova Iorque), o Rijksmuseum (Amsterdã) e Museu Nacional de Belas Artes (RJ).

A proposta da mostra, conforme a curadoria de Daniela Name, é expor a decadência do espaço museológico, o qual, em épocas de supervalorização das relações virtuais em detrimento do contato visual orgânico, é cada vez menos visitado, tendendo ao esvaziamento. “Os museus são hoje uma espécie de ruína, uma nostalgia de outro tipo de relação com a imagem. Apontam para a saudade de um diálogo mais vagaroso e áspero, distante da aceleração das redes sociais e suas fotografias produzidas num turbilhão ininterrupto, mas efêmero e deslizante, com pouquíssima aderência à memória”, diz o texto curatorial.

As outras quatro telas, monotipias de piso de cimento em tecido e médium acrílico sobre placa de alumínio cujas grandes dimensões são características do artista, vão além nisso: ambientes envelhecidos, em coloração sépia e fatidicamente vazios. Frios como naquela expressão popular: igual a um museu. A única manifestação humana é a (im)possível interação de quem aprecia – e que está, inevitável e condicionalmente, ausente da tela. Nessas, figurativas, aparece a força da perspectiva e do domínio espaço geralmente propostos no trabalho de Senise, Engenheiro de formação. Dialogando com as reproduções geométricas das outras obras, o que fica é o retumbante anonimato do tradicional espaço de abrigo da arte. Ironicamente, a exposição faz-se numa galeria, fundamentais , mas incomparáveis em significado e importância quando comparadas a um verdadeiro museu.

Madeira? Não: acrílica sobre alumínio

Outra das superfícies inspiradas em detalhes de museus pelo mundo

Cenário frio que lembra cena do filme "2001, Uma Odisseia no Espaço

Perspectiva e domínio do espaço, características de Senise

Espaços sem cor e inóspitos: retrato dos museus na atualidade

A (im)possibilidade de interação do observador


texto: Daniel Rodrigues
fotos: Pat Kilgore e Daniel Rodrigues

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

“Conte uma Canção – vol. 2”, organização Frodo Oliveira e Marla Figueiredo (Vários autores) – Ed. Multifoco (2016)




“A música é uma das formas de expressão
 mais fantásticas e antigas que a humanidade já criou.
Talvez tenha nascido da observação dos sons da natureza, não se sabe ao certo,
 mas desde a pré-história o homem foi despertado para a necessidade de
 organizar uma sequência de sons e silêncios que
pudesse ser apreciada, entendida e praticada.
Desde então ela vem sendo criada e executada
por todos os povos e culturas da Terra.
O segundo volume da antologia ‘Conte uma Canção’
(traz) histórias tristes, histórias com finais felizes,
histórias que assustam, histórias que excitam, histórias reais,
 histórias nascidas da imaginação dos nossos autores,
aqui não importa o gênero ou tipo de narrativa.
O que importa é que são histórias que,
as músicas que as inspiraram, emocionam.”
texto de apresentação do livro
na contracapa



Já está nos pontos de venda a antologia “Conte uma Canção – vol. 2”, pela editora Multifoco, da qual meu irmão e editor deste blog, Cly Reis, e eu, subedidor, fazemos parte com um conto cada um. O livro teve lançamento no último dia 30, durante a 24ª Bienal do Livro de São Paulo, no Anhembi.

O conto de Cly, intitulado "O Filho do Diabo", é certamente um dos melhores de sua profícua produção contística. Por conta do recorte temático, a ligação da narrativa com uma música, seu conto tenha se beneficiado com isso, haja vista ser ele um grande admirador e conhecedor da arte musical. No caso, o blues, que sei que é um dos estilos de sua predileção. Sobre uma canção do guitarrista norte-americano Robert Johnson, um dos precursores do blues, dos anos 20, Cly cria uma história bastante envolvente e até assustadora em que um homem misterioso bate à porta do protagonista cobrando-lhe uma “dívida” que este nem imaginava ter. A associação da história com a canção, “Me and the Devil Blues”, é não só muito pertinente e sacada como, no contexto, bastante literária, uma vez que se aproveita de toda a atmosfera mística e mítica que envolve o músico, o qual se diz ter pactuado com o Tinhoso e, por conta disso, tivera tamanho talento mas, em contrapartida, morrido cedo e de forma misteriosa. A vida imita a arte.

Já o de minha autoria"'Heart Fog' vazando", se vale de uma música de uma banda de indie rock inglesa dos anos 90, a Th' Faith Healers. Desconhecida fora do meio alternativo, cultuada por este público (dentro do qual me incluo), vali-me, assim como Cly o fez, deste elemento mítico em torno do grupo, porém de uma forma diferente. Misto de fábula urbana e história romântica, “Heart...”, assim como “O Filho...”, já havia sido publicado no blog, porém, advirto que, tanto um quanto o outro valem a pena ser lidos a versão do livro, mais aperfeiçoadas para a editoração.

Organizado por Frodo Oliveira e Marla Figueiredo, além de nós dois, claro, há outros autores, tão merecedores de menção quanto, somando 21 textos no total. São eles: Jojo Corrêa, L.P.S. Mesquita, Manoella Treis, Micael Pinto de Almeida, Misa Ferreira, Nair Palhano, Nonato Costa, Rogério Rodrigues, Tatiana Aline Santana, Valdileia Coelho, Alice Ferreira, Antonio Oliveira, Antonio Sodré, Claudio Lopes de Araujo, Cris Caetano, Di Onísia, Emilene Salles e Fernando Aires, além do próprio Frodo.

Ficamos devendo uma análise mais completa da obra toda, mas por ora vai esse quase teaser para despertar o interesse dos leitores. Abaixo um trecho de cada um dos nossos contos presentes na antologia “Conte uma Canção – vol. 2”:

“Quem seria àquela hora?
As batidas insistentes à porta interrompiam sua habitual sesta, da qual não abria mão, principalmente naquela época do ano em que fazia muito calor. Lidara a manhã inteira no campo em seu pequeno pedaço de terra defendido pela mãe com tanta luta naquelas terras hostis do Sul e que conseguia manter a tanto, e agora que conseguia descansar o corpo exausto um inconveniente vinha incomodá-lo. Quem seria?”
Trecho de “O Filho do Diabo”, de Cly Reis


“Horário de pico, entrou no metrô quase arrastado pela multidão na estação já pelo meio do trajeto do trem. Seu objetivo de vida ficava uma estação antes do final da linha e chamava-se ‘casa’ (...) Como faltava um bom tempo ainda para chegar ao destino, procurou naquele aperto um espaço para se acomodar, equilibrando-se minimamente entre tantos que faziam o mesmo. Parou de frente a uma moça e um rapaz que, sentados, conversavam animadamente. ‘Bem bonita’, pensou. Tipo executiva, cabelo aloirado preso no coco sem soltar nenhum fio sequer, maquiagem em dia mesmo no fim de tarde, tailleurzinho risca-de-giz cinza. Muito elegante, ou seja: ‘não é pro meu bico’, arrematou para si em cima imediatamente. ‘Seriam namorados?’, ocorreu-lhe.”
Trecho de “’Heart Fog’ vazando”, de Daniel Rodrigues







quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Exposição “Monet: Paisagens Impressionistas” - Praia de Belas Shopping - Porto Alegre/RS

 

“Todos discutem minha arte e fingem compreender, como se fosse necessário compreendê-la, quando é simplesmente necessário amar.”
Claude Monet

Nunca vi um Monet ao vivo. Como admirador de arte e visitador contumaz de exposições (à exceção desse período pandêmico que obriga ao distanciamento), costumo dividir com minha esposa e meu irmão, adoradores e visitadores tanto como eu, a alegria (e a expectativa) de ver alguma obra de um grande artista presencialmente. Já tive a emoção de ver à minha frente, a poucos centímetros, Picasso, Dali, Frida, Miró, Renoir, Yoko, Warhol, Bansky, GoyaVan Gogh, Weiwei, Mondrian, Basquiat... Mas Claude Monet, não. Um pouco desta vontade foi, no entanto, muito bem suprida com a exposição “Monet: Paisagens Impressionistas”, que está até 20 de fevereiro no Praia de Bela Shopping, em Porto Alegre. Na esteira do que vem se tornando prática no mundo expositivo de se tematizar artistas de forma mais tecnológica e imersiva, a exposição sobre o impressionista francês se sai muito bem. 

Com um tratamento curatorial bem realizado, a cargo de Patrícia Engel Secco e Karina Israel, a mostra me lembrou, dadas as devidas proporções, visto que menor em tamanho, algumas que assisti no CCBB do Rio de Janeiro devido a seu formato, que faz o visitante percorrer corredores que destacam a obra e a história ligada a Monet por meio de plataformas variadas (som, imagens, texto, luz, cenários, vídeos) e ambientes temáticos personalizados, que vão de bojos de som e proposições olfativas a salas escuras. 

São sete espaços temáticos, cada um destacando algum aspecto importante da longa trajetória artística e de vida de Monet. Um desses nichos é, por exemplo, logo no começo, o que traz um cenário que remete a Rue de Paris, com sua calçada típica e um poste iluminado diante de lojas parisienses da Belle Èpoque. É onde se conhece o lado caricaturista do artista ainda início da carreira. A proposta imersiva, no entanto, de fato se catalisa na seção que trata das paisagens impressionistas. São telões em uma sala escura que, apoiados por uma música bastante debussyana, mostram diversos vídeos com pinturas, filmagens, animações, fotografias e letterings que causam uma impressionante (ou seria "impressionista"?...) profusão de cores, traços e movimentos. Mesmo aqui reproduzidos em vídeo e fotos não passam a ideia da real sensação que se sente presenciando.

Tanto para quem conhece Monet e o impressionismo quanto para quem ainda possa se interessar, a exposição é bastante prazerosa. Para quem, como eu, prefere sempre ver um original ao invés de reproduções, a substituição se torna satisfatória, visto que bem realizada dentro de sua concepção. Não é igual a ver um Monet a olhos nus, certamente, mas que vale o programa, vale.

Fiquem com algumas imagens e vídeos da exposição:

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A recepção, que coloca o visitante no atelier de Monet

Seja bem-vindo à Rue de Paris!

Reprodução de algumas das caricaturas que o jovem Monet fazia
no início da carreira artística para levantar uma grana




Áudio, espelhos e desenhos, tudo ambientando a Paris da Belle Èpoque

Uma das atrações da mostra: reprodução do
quadro que deu nome ao movimento impressionista:
"Impressões, Nascer do Sol", de 1872

Janela aberta para a catedral da Catedral de Rouen,
vista que inspirou Monet em vários quadros




A famosa série de pinturas “Montes de Feno”
reproduzida em sensações olfativas e visuais




Obra dos primeiros anos de Monet, ainda clássico
mas já com alguns traços que soltos que lhe caracterizariam

Detalhe de outra obra impressionante em que Monet
retratou a primeira esposa morta




O impressionante salão com telões,
mais de 10 minutos de deleite





Que tal cruzar a ponte do jardim japonês de Giverny
pra finalizar a visita ao mundo de Monet?

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exposição “Monet: Paisagens Impressionistas”
Quando: até 20 de fevereiro
Onde: Praia de Belas Shopping (2º Piso, Ala Sul, ao lado da Livraria Saraiva)
Horários de visitação: de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingos, das 11h às 21h.
Ingressos: https://site.bileto.sympla.com.br/praiadebelas
Informações: www.praiadebelas.com.br  



Texto: Daniel Rodrigues
Fotos: Tamires Rodrigues, 
Ângela Sosa e Daniel Rodrigues

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Lançamento do livro "Anarquia na Passarela" de Daniel Rodrigues



Acontecerá na próxima quinta-feira em Porto Alegre o lançamento do livro "Anarqui na Passarela" do meu irmão e colaborador deste blog, Daniel Rodrigues , muito aguardado por mim por mim, em especial, em primeiro lugar por ver uma realização pessoal de uma pessoa querida e muito também por já conhecer a essência do trabalho exposto no livro, uma vez que o assunto praticamente foi o tema de sua tese final para o curso de jornalismo.
Trata-se de mostrar o quanto o punk, mesmo com seu caráter negativo a tudo, destrutivo, anti-moda, anti-tendência, de comportamento anti-comportamental, acabou por ter enorme influência na maneira de vestir, agir, portar-se, criar, compor a partir de seu acontecimento no final dos anos 70, e demostrar toda a influência estética que acabou exercendo na sociedade desde então.
(estou certo, Dã?)
De minha parte, já estou inclusive de passagens compradas e estarei lá para prestigiar o lançamento.
O evento acontece no dia 19 de julho, no Pinacoteca Café, na Rua da República, 409, no Centro de Porto Alegre.
Parabéns pelo livro, Daniel.
Tomara que eu consiga um autógrafo.


Cly Reis

quinta-feira, 13 de abril de 2023

15 anos da Accirs - Cinemateca Paulo Amorim - Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre/RS (05/04/2023)

 


Desde a primeira reunião, numa final de tarde outonal de 2008, estava lá eu, juntamente com um punhado de outros amantes de cinema num apartamento à Av. Cristóvão Colombo, em Porto Alegre, residência de uma das fundadoras. Eu, que havia recém iniciado um projeto de um blog de cinema, O Estado das Coisas (hoje desativado), ainda nem havia me tornado colaborador do Clyblog, onde de fato expandi meu exercício de crítica, e já me fazia presente ali, meio assustado ao lado de gente que admirava e admiro. Jornalistas a quem eu lia, assistia, ouvia. Profissionais da Academia já referenciais para a cinefilia gaúcha. Críticos de cinema com experiência em veículos, festivais, júris, curadorias. Mesmo intimidado com o desafio, fui dos que deram o aval para o começo de uma entidade congregadora de críticos de cinema em nossos pagos que promovesse este fazer crítico por meio de diversas vias: a realização de seminários sobre crítica, a formação de grupos de estudo sobre a linguagem audiovisual, a programação de sessões de cinema com debates, a geração de conteúdos em diversas plataformas, a composição de júris da crítica, entre outros. Estava criada, a 29 daquele mês, a Associação de Críticos do Cinema do Rio Grande do Sul, a Accirs

Relembrar os movimentos primordiais da associação teve um gosto ainda mais agradável no encontro que promovemos no último dia 5, marcado exatamente para celebrar o aniversário da Accirs. Com a presença de convidados, familiares e amigos, nós nos reencontramos para a ocasião festiva orgulhosos da bagagem pessoal e coletiva que agregamos nestes 15 anos, mas também contentes pela novidade, seja pelos membros não tão antigos como eu (ou Ivonete Pinto, Fatimarlei Lunardelli, Marcos Santuário, Roger Lerina, Adriana Androvandi, minha “madrinha” na Accirs, e outros), seja pela recepção aos novos integrantes, os sete entrantes. A mim, enxergar ao longe aquele Daniel bem mais inseguro mas já capaz de unir-se àqueles pares, é bastante gratificante. Além do crescimento que os anos naturalmente trazem, é-me fácil perceber o quanto a Accirs, na qual hoje sou Secretário, me proporcionou (proporciona) em termos de desenvolvimento enquanto crítico e ente social pensante para tudo aquilo que o cinema propicia.

Os 15 anos de atividades da Accirs contaram também com uma exibição especial: a pré-estreia do longa-metragem brasileiro “O pastor e o guerrilheiro”, novo filme do diretor José Eduardo Belmonte, exibido no 50º Festival de Cinema de Gramado. Na mesma ocasião, foram entregues por nosso presidente, Danilo Fantinel, e nossa vice-presidente, Mônica Kanitz, os certificados para os vencedores do Prêmio Accirs para os Melhores do Ano em 2022. Por “5 Casas”, de Bruno Gularte Barreto, foi entregue ao roteirista do filme, o cineasta e professor Vicente Moreno. Já por “Sinal de Alerta: Lory F.”, o diretor Fredericco Restori, juntamente com a irmã da biografada, a atriz Débora Finochiaro, recebeu o certificado de melhor curta gaúcho. Outro curta, “Madrugada”, dividiu o prêmio de com “Sinal...”, alcançando-se a seus realizadores Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza a homenagem. Ainda, Ivonete e Marcus Mello receberam o Prêmio Luiz César Cozzatti, concedido a destaques da cena audiovisual do RS, pela revista Teorema, publicação impressa dedicada à crítica cinematográfica que completou 20 anos de existência.

Foi, por todos estes dois motivos, mas principalmente, pelo encontro de uma história já percorrida com o sopro da renovação, que o brinde pela Accirs foi especialmente bonito. Sorrisos, papos, reencontros, carinho, apresentações, abraços. Uma noite de sair com o peito preenchido – de afeto e de cinema.

Confira algumas fotos tiradas por diversos de nós membros.

*********

Coquetel rolando, papos sobre cinema e tudo mais

Momento de entregar os certificados aos melhores de 2022

Danilo e Mônica falando para a plateia na Sala Paulo Amorim

Ivonete e Marcos, agraciados com o destaque do ano pela Teorema

Os jovens diretores do curta "Madrugada"

Restori falando por seu "Sinal de Alerta Lory F."

A galera toda para a foto oficial: membros e convidados
numa noite especial para o cinema gaúcho


texto: Daniel Rodrigues
fotos: Daniel Rodrigues e membros Accirs

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Exposição "Frida Kahlo - Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México" - Centro Cultural Caixa/Rio de Janeiro (17/03/2016)









A arte emancipadora de Frida Kahlo

Cartaz da exposição.
Havia lamentado profundamente não ter tido condições de ver a exposição de Frida Kahlo em São Paulo, no Tomie Ohtake, no final do ano passado. Passado o mês de novembro, quando havia me programado junto com Leocádia para tal, não houve mais oportunidade e a temporada paulista da mostra se encerrara. Mas por essas coincidências da vida, voltamos ao Rio de Janeiro em março e que estava lá? A mesma exposição, desta vez na Caixa Cultural. Mesmo curta a viagem, não só foi programação certa como foi a primeira assim que pusemos os pés na Cidade Maravilhosa novamente.
E as expectativas se cumpriram todas. Lá estávamos nós dois acompanhados de Cly Reis, numa ocasião rara e especial. Além de expor obras significativas da carreira de Frida, também criou um contexto de diálogo entre as várias outras artistas mexicanas contemporâneas a ela e, mais que isso, suas seguidoras. Muito bem montada, a exposição intercalou obras dela e de suas parceiras de estrada com temas e recortes bastante específicos, fazendo com que, mesmo não sendo grande o número de obras da própria Frida, estas se conjugassem tão bem com o restante que ficou bem distribuído. Esse cuidado da curadoria se fez evidente, pois ficou nítido o trato com os temas (“Corpo Feminino”, “Romance, Maternidade e Família”, “Territórios da Criação”, “Reinos Mágicos”, “Fascinação”, “Identidade Encenada”), bem como seus aprofundamentos. Superou em muito outra exposição sobre Frida Kahlo que vimos em 2014 no MON, em Curitiba, o qual trazia apenas fotos da coleção particular dela. Embora tenha cumprido o importante papel de ser a primeira mostra da artista no Brasil, abrindo portas para uma como esta recente, sua concepção e proposta deixaram bastante a desejar, um pouco pela simplificação dos recortes temáticos, um pouco pela carência de material produzido por ela, mesmo que somente em fotografia como se propunha.
Destaco, entre outras coisas, o surrealismo de tons quiméricos de Leonora Carrington e Lola Álvarez Bravo, a luz densa de Maria Izquierdo e o clima esfíngico de Bridget Tichenor. Afora, obviamente, a comovente e forte obra da própria Frida. É impressionante ver ao vivo a arte de artistas ícones da história, e a mexicana está entre esse seleto time. Acima de tudo, para além da pincelada rigorosa e consciente, conclusa e introspectiva, incisiva, remete ao traço dos mestres surrealistas Dalí, De Chirico e Chagal, principalmente pelo trato especial da luz, marcada e demarcada pelo inconsciente.
Entretanto, acima de tudo, gera-se um desconforto intransponível. Isso porque a apreciação de sua obra (vide o óleo sobre tela “A noiva que se espanta ao ver a vida aberta”, 1943, o óleo sobre masonite “Frutos da terra”, 1938, e os impressionantes autorretratos) se depreendem um sentimento de irresolução, haja vista a conjunção perturbadora de elementos simbólicos e do íntimo de Frida. Ela os põe a nu – mas, igualmente, desnuda-se a sua forma. A sexualidade e o entendimento desta, que passa pelo prazer carnal – e a dialética proibição/liberdade –, pelo milagre da concepção – fator exclusivo da liberdade feminina ao qual Frida fora “proibida” devido aos problemas de saúde – e, num espectro maior, a liberdade de existência, mesmo que esta seja além da realidade, privada à maioria das mulheres e enfrentada através da arte.

Mais do que a confirmação de uma grande artista, ficou evidente e se faz conhecido mais um dos papeis importantes de Frida Kahlo: o de servir de espelho para um grupo de talentosas mulheres, as quais, em maioria, descobriram em si justamente este talento por conta desse movimento emancipador. Além de representar a mulher no fechado meio da arte, de abrir portas para a arte latino-americana no mundo (foi a primeira latina a expor nos Estados Unidos), acima de tudo, Frida tipificou a mulher moderna, se menos que isso, ao menos o desejo tácito e genuíno da identidade.

***

A Trama Feminina da Arte
Cly Reis


Os "cabeças" do ClyBlog encontrando-se na exposição no Rio de Janeiro.
Praticamente a "cúpula" do ClyBlog esteve presente na exposição "Frida Kahlo - Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México". Em recente visita de meu irmão e co-editor do ClyBlogDaniel Rodrigues, e minha cunhada e também colaboradora do blog, Leocádia Costa, tivemos a oportunidade de pegar um dos últimos dias da exposição no Centro Cultural da Caixa. E que sorte que tivemos de ver uma exposição rica e significativa da artista e de sua linguagem proposta, além da oportunidade de conhecer outras contemporâneas de Frida Kahlo, tão qualificadas e expressivas quanto ela e que muito raramente chegam ao nosso conhecimento. A mostra traz obras de alto grau de complexidade surreal da artista em destaque, suas frequentes referências e homenagens ao marido, também artista plástico, Diego Rivera, instigantes naturezas-mortas (ou naturezas vivas como elas chamavam), colagens e explorações anatômicas abordando em alguns casos sua frustração pela perda de um bebê que esperava e seus tradicionais e altamente expressivos autorretratos sempre altamente impactantes pelo cenário, pela indumentária, pela cor ou pela sugestão surrealista e invariavelmente de um apuro técnico admirável.
Ao contrário de algumas exposições onde o 'complemento' ao destaque principal é mais um enchimento para disfarçar a pobreza ou escassez de material do grande nome, do chamariz do evento, neste caso as obras das outras artistas apresentadas eram de valor quase tão grande quanto o de Frida e muitas mesmo chegaram a me impressionar bastante como Bridget Ticenor com sua versatilidade, e o surrealismo vivo e perturbador de Leonora Carrington. Já no trecho final da exposição é interessantíssima, reforçando essa rede de amigas artistas e mútuas colaboradoras, uma pequena seção apresentando fotos de cada uma destas personagens sendo algumas delas fotografadas pelas próprias colegas apresentando assim não somente a face retratada mas também o olhar de quem a captou em relação a outra artista.
Em uma época de justa  e necessária reafirmação de valores femininos, nada melhor do que uma exposição com essa qualidade e esse valor para reforçar, ressaltar, não deixar esquecer o valor da mulher em todos os âmbitos da sociedade e neste caso, especialmente no artístico, não deixando dúvidas sobre suas incomensurável capacidade, sensibilidade e força criativa.
Por aqui a exposição já foi embora e agora é Brasília que, desde ontem recebe os trabalhos dessa riquíssima trama de relações artísticas entre mulheres que, sem dúvida, já mostravam-se à frente de seu tempo.

*************
exposição "Frida Kahlo - Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México"
Centro Cultural Caixa /Rio de Janeiro




Abaixo algumas imagens da exposição:


Autorretrato, marca registrada de Frida,
um dos muitos que integram a coleção.

Outro autorretrato, desta vez com tranças. 

No detalhe de "Autorrretrato com tranças", o apuro técnico e
o perfeccionismo da pintura de Frida Kahlo.

Macacos compondo o cenário surreal de
outro autorretrato de Frida.

"Diego em meu pensamento" é apenas uma das inúmeras
menções ao marido em sua obra.

A "Natureza Viva" de Maria Izquierdo.

A  natureza morte de Frida "A  noiva que se espenata ao ver a vida aberta"
cheia de simbologias e interpretações.

Nova referência ao marido Diego Rivera

Retratos dela e do marido, Diego, pela própria Frida.

Aqui é Frida na visão de Diego.

O trauma pela perda do bebê retratado
em "Frida e o aborto".

Trabalho de Frida com colagem 

Os irmãos blogueiros discutindo sobre uma das obras da exposicção.

Detalhe da obra em discussão, "Três mulheres com corvos"
de Leonora Carrington

Outro trabalho de Leonora Carrington

O perturbador e inquietante trabalho
"Os encarcerados", de Bridget Tichenor

"Orplied" de  Leonora Carrington, de 1955

"O quarto de mistérios" de Bridget Tichenor

"Piedade para Judas", óleo sobre tela de Alice Rahon

Mais um de Tchenor: "Líderes".

Reproduções das indumentárias utilizadas
por Frida nos autorretratos.

Detalhe do manequim

Na seção de fotos, Frida captada por
Nicolas Murray em Nova York.


Foto extremamente plástica e inspirada
de Lola álvarez Bravo, "O rapto".


Maria Izquierdo fotografada por Lola Álavarez Bravo.

E a própria Lola registrando sua própria imagem

Selfie na exposição.
(da esq. para a dir.) Cly, Leo e Daniel, com Frida ao fundo.



textos:Cly Reis e Daniel Rodrigues