domingo, 9 de outubro de 2016
John Lennon and Yoko Ono - "Double Fantasy" (1980)
quinta-feira, 14 de dezembro de 2023
John Lennon - "Plastic Ono Band" (1970)
por Roberto Sulzbach
Em 11 de dezembro de 1970, John Lennon lançava sua primeira investida pós Beatles: o "Plastic Ono Band". Vinte e nove anos depois, em 11 de dezembro de 1999, este, que vos escreve, nascia, em um hospital da zona norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Comemorar meu aniversário junto dessa obra chega a ser um motivo de orgulho. Um marco na música pop e um último prego no caixão do movimento hippie, o qual tinha o próprio Lennon como símbolo. O disco contou com Klaus Voormann, amigo desde a época que viveu em Hamburgo com o restante do Fab Four; Phil Spector, produtor e pianista; Billy Preston, também no piano; Yoko Ono, creditada como “ar” (Lennon depois explicou que ela montou a "atmosfera’ das músicas"); Ringo Starr, na bateria (por óbvio) e Mal Evans, creditado como “chá e simpatia”.
Meu primeiro contato com a obra foi em uma das milhares de vezes que assisti Os Simpsons com o meu pai, em uma época que a série ainda era criticamente aclamada como uma grande paródia da sociedade americana do fim do século XX/início do XXI. O segundo capítulo da décima quinta temporada da série, traz o retorno de Mona, mãe ausente do personagem Homer (por ser uma hippie ativista contra grandes corporações em fuga desde o final dos anos 60) em um episódio comovente. Ao final, Homer é “abandonado” novamente por sua mãe e após ela o deixar, não haveria música melhor para sintetizar o momento que “Mother”.
Julia Stanley, mãe de John, cedeu a guarda do filho, quando ainda era pequeno para sua irmã, por conta de denúncias de negligência com o próprio filho. O pai de Lennon, Alfred, era um marinheiro, que raramente se encontrava em Liverpool e não viu o filho crescer. Julia morreu quando John tinha apenas 16 anos de idade, vítima de um atropelamento, justo em um momento em que o garoto se reaproximava da mãe. “Mother” é a sintetização da raiva, tristeza e desabafo, em forma de berros, que estavam guardados no artista. A letra inicia com “Mãe, você me teve, mas nunca tive você; eu queria você, mas você não me queria.” “Pai, você me deixou, mas nunca te deixei; Eu precisava de você, mas você não precisava de mim”. Em seguida, John esboça uma despedida, como se quisesse abandonar esse passado com “agora, eu só preciso lhes dizer; adeus”, para que então, Lennon se contrarie na estrofe seguinte dizendo “mamãe, não vá! Papai, volte para casa”. De forma alguma é necessário ter passado por situação semelhante para entender o que John sentia em relação a sua família.
“Hold On” segue o disco com um riff de guitarra tranquilo, em que John começa a se acalmar e reafirmar que vai dar tudo certo. A música é doce e oferece um certo refúgio à pedrada que o ouvinte escutou, como um choro triste, e provavelmente emula o que Lennon passou ao longo das gravações do álbum (que era interrompido constantemente por crises de choro e gritos por parte dele). “I Found Out” trata sobre falsas religiões, cultos e até mesmo, a idolatria que ele exercia sobre uma massa gigantesca de ouvintes “eles não me queriam, então me fizeram uma estrela”, cantou.
Em “Working Class Hero”, em estilo Dylanesco (em "Masters of War", principalmente), Lennon escreve uma de suas maiores músicas. Apenas portando o violão, O "Herói da Classe Trabalhadora" se rebela contra o sistema imposto, e questiona toda a máquina capitalista e a eterna luta incentivada à população por subir na escada corporativa e econômica. A música causou impacto tão grande, que um tal de Roger Waters passou a questionar a produção de suas letras psicodélicas e começou a expor maiores críticas à sociedade, que resultou, inicialmente, em "The Dark Side Of The Moon", do Pink Floyd.
“Isolation” finaliza o lado A, abordando a solidão que o autor enfrentava, tanto por ter se separado de seus amigos, e banda, quanto pelas críticas que ele e Yoko sofriam constantemente por parte da mídia. “Remember” nos traz uma realidade paralela, em que Guy Fawks (membro da “Conspiração da Pólvora”, que planejava bombardear, em 1605, a Câmara dos Lordes) conseguiu colocar em prática seu plano. Uma anedota de aquecer o coração é que a canção foi gravada no dia do aniversário de Lennon, e felizmente, foi registrado em vídeo, os amigos John e Ringo recebendo a visita do outro ex-companheiro de banda, George Harrison, que entregou de presente, uma demo de “It’s Johnny’s Birthday” (de "All Things Must Pass", de Harrison).
Talvez a canção mais ingênua e doce de Lennon seja “Love”. Simples e direta: “O amor é real, real é o amor”. Não há muito o que dizer de uma música que, em poucas palavras, e um piano "silencioso", consegue transcorrer uma imensidão de significados que não podem ser quantificados. “Well Well Well” descreve pequenos casos da vida à dois de John e Yoko, como caminhar em um parque, dividir uma refeição e falar sobre temas como ‘revolução’ e ‘libertação das mulheres’. “Look at Me” nos traz um Lennon direto do “White Album”, perguntando ao ouvinte “quem que devo ser?”.
“God” é filosófica, existencial, e acima de tudo, impactante. Uma canção que começa com “Deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor”, não tem como não chamar a atenção. Com um piano espaçado e dramático, Lennon subverte todas as crenças que possuía, e não possuía, dizendo que não acredita na Bíblia, tarot, Jesus, Hitler, Kennedy, Budha, Yoga, Elvis, Zimmerman (Bob Dylan), e mais importante, não acredita nos Beatles. Após citar sua antiga banda, uma pausa dramática precede a frase “eu só acredito em mim. Em Yoko e em mim”. Ele segue com “o sonho acabou” e “Eu era a Morsa (referência a I Am The Walrus), agora sou o John”. Ou seja, estamos diante do verdadeiro John Lennon, e que é necessário deixar o passado Beatle para trás. O álbum finaliza com “My Mummy’s Dead”, uma balada curta e poderosa, que faz o contraponto com “Mother”, pois ao invés dos berros, Lennon canta calmamente que ainda não superou a morte de sua mãe, mesmo que ela tenha morrido há tanto tempo.
Acima de tudo, "Plastic Ono Band" nos apresenta quem era o ser humano John Lennon, mesmo que ele tenha representado ¼ de um dos maiores fenômenos da música mundial. Da minha parte, acho uma coincidência barbara a pequena conexão de nascer no mesmo dia em que o disco foi lançado, anos antes. Mesmo com a perda do meu parceiro de Simpsons há muitos anos (e de música, inclusive era fã do Lennon), fico feliz de ter, tanto Homer, quanto John, para me acompanhar na sequência da minha caminhada sem ele.
FAIXAS:
1. "Mother" - 5:34
2. "Hold On" - 1:52
3. "I Found Out" - 3:37
4. "Working Class Hero" - 3:48
5. "Isolation" - 2:51
6. "Remember" - 4:33
7. "Love" - 3:21
8. "Well Well Well" - 5:59
9. "Look at Me" - 2:53
10. "God" - 4:09
11. "My Mummy's Dead" - 0:49
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
ClyBlog 5+ Artistas Visuais
Como não falar das artes plásticas, das artes visuais? Impossível. Afinal, um dos objetivos do blog desde seu início, era exatamente servir de canal para a apresentação e expressão, inicialmente de minhas manifestações artísticas como gravuras, pituras, quadrinhos, etc., mas com o tempo ganhando possibilidades mais amplas. A seção COTIDIANAS, por exemplo, passou a ganhar ilustrações (de artistas conhecidos ou não) que tivessem alguma ligação visual ou referencial com os textos; as mini-HQ's foram ficando mais trabalhadas, mais ricas, mais artísticas; a fotografia foi ganhando força e espaço mas admito que ainda merece um destaque maior no blog; e ainda exposições, mostras e espaços passaram a ser destacados com frequência e qualidade, tanto que criarmos uma página especialmente para isso, a VAL E VEJA, coordenada pela parceira Valéria Luna.
Como se vê, o que não falta no clyblog é arte e, sendo assim, nada mais justo do que convidarmos 5 pessoas para participarem de mais esse especial dos 5 anos: clyblog 5+ artistas visuais.
1. Valéria Luna
relações públicas
(Porto Alegre)
1. Joan Miró
2. Vincent van Gogh
3. Jackson Pollock
5. Leonardo Filho
pedagoga
(Porto Alegre/RS)
1 - Louise Bourgeois
2 - André Breton
3 - Henri-Cartier Bresson
4 - Leonardo Da Vinci
5 - Vincent Van Gogh
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professora
(Porto Alegre/RS)
Uma das impressionantes imagens produzidas pelo chinês Huan |
1 - Zhang Huan
2 - Barbara Kruger
3 - Rosangela Rennó
4 - Frida Kahlo
5 - Arthur Bispo do Rosário
5- Nathalia Garcia
5. Marion Velasco
musicista
(Porto Alegre/RS)
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Sean Lennon - "Into the Sun" (1998)
“Into the Sun” é, simplesmente, apaixonante. De sonoridade sofisticada, experimental e com um toque artesanal, o CD de estreia deste abençoado ser – resultado da cruza de John Lennon com Yoko Ono – emenda uma pérola atrás da outra, numa explosão de criatividade e técnica. O referido ar “caseiro” não é à toa: exceto algumas participações, Sean compõe, produz, canta e toca todos os instrumentos. A delicada faixa-título – uma bossa-nova de rara beleza com direito à batida de violão a la João Gilberto – é a única em que divide o microfone, acompanhado de Miho Hatori, vocalista da banda Cibo Matto. A outra integrante deste grupo, a então namorada Yuka Honda, co-produtora e “musa inspiradora” da obra, dá sua contribuição com samples, programações e no vocal de “Two Fine Lovers”, um jazz-lounge funkeado ao mesmo tempo romântico e dançante, e de “Spaceship”, outra das melhores.
Uma peculiaridade que impressiona na música de Sean é a sua capacidade de inventar melodias de voz absolutamente belas. É o caso de “Home”, single do CD que rodava direto na MTV com o ótimo clipe de Spike Jonze. Por trás das guitarradas estilo Sonic Youth e da bateria possante do refrão, a melodia de voz é doce, linda, daquelas de cantar de olhos fechados pra saborear cada frase. Outra assim é “Bathtub”, um mescla de MPB com Beatles em que, novamente, Sean destila sua destreza com a palavra cantada, principalmente na parte final, onde se cruzam três melodias de voz apresentadas durante a faixa.
Eu sei, eu sei! É óbvio que a dúvida surgiria: afinal, a música Sean se parece com a de John? Como TUDO em música pop depois dos The Beatles, sim; mas, surpreendentemente, menos do que seria normal pela consanguinidade. A voz, claro, lembra o timbre levemente infantil do beatle. Das músicas, “Wasted”, só ao piano e voz, e, principalmente, “Part One of the Cowboy Trilogy”, um country como os que John tinha incrível habilidade ao compor, remetem bastante. Mas fica por aí. No máximo, a parecença conceitual com álbuns do pai como “Plastic Ono Band” ou “Imagine” por conta da diversidade estilística – o que, convenhamos, não era uma característica só de sir. Lennon.
Outra marca de Sean é a composição no violão. Da ótima faixa de abertura, “Mystery Juice”, à balada “One Night”, passando pelas bossas – a já citada “Into the Sun” e “Breeze”, outra belíssima –, ele brande as cordas de nylon para extrair melodias muito pessoais e profundas. A mais intensa destas é, certamente, “Spaceship”, que começa só ao violão sobre ruídos eletrônicos e na qual vão se adicionando outros instrumentos e sons, até estourar em emoção no refrão, com guitarras distorcidas, bateria alta e a voz de Honda no backing. Ótima.
Mas a variedade musical de Sean não pára por aí. Depois de MPB, indie, country e balada, ele apresentaria ainda, se não melhor, a mais bem trabalhada música do álbum: “Photosynthesis”, um jazz-rock instrumental no melhor estilo Art Ensemble of Chicago. Puxado pelo baixo acústico, que mantém a base o tempo inteiro, tem samples, solos de flauta e de piano, até que, depois de um breve breque, a música volta com um impressionante solo de percussão latina e, emendando, um outro de trompete. Incrível! “Sean’s Theme”, mais um jazz, este mais piano-bar, fecha bem “Into the Sun”, que traz ainda “Queue”, um gostoso rock embaladinho que termina sob uma camada densa de guitarras, revelando, mais uma vez, a engenhosidade no trato com a melodia de voz.
Um “disco de cabeceira” para mim, que não canso de reouvir. Um baita disco de rock com a distinção de quem herdou o que de melhor seu pai tinha como gênio da música que foi: a sensibilidade artística.
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vídeo de "Home", Sean Lennon
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FAIXAS:
1. "Mystery Juice"
2. "Into the Sun"
3. "Home"
4. "Bathtub" (S. Lennon/Yuka Honda)
5. "One Night"
6. "Spaceship" (S. Lennon/Timo Ellis)
7. "Photosynthesis"
8. "Queue" (S. Lennon/Y. Honda)
9. "Two Fine Lovers"
10. "Part One of the Cowboy Trilogy"
11. "Wasted"
12. "Breeze"
13. "Sean's Theme"
Todas as músicas de autoria de Sean Lennon, exceto indicadas.
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Ouça:
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Oscar 2024 - Os Indicados
Pronto! Chega de especulações. Depois do Globo de Ouro, Sindicato, Critics Choice, etc., premiações que balizam e meio que alimentam as hipóteses e aumentam as apostas em relação aos indicados ao Oscar, finalmente os temos, oficialmente, os nominados pela Academia. Como era de se esperar, "Oppenheimer", de Christopher Nolan leva um caminhão de indicações (treze); "Barbie", a outra sensação da temporada, também tem bastantes indicações (oito) mas menos do que eu particularmente esperava; por mais que se reclamasse da duração, não tinha como se ignorar "Assassinos da Lua das Flores" que ficou com dez indicações; e o azarão, diante das superproduções badaladas, mas que vem ganhando reconhecimento e força, "Pobres Criaturas", do sempre intenso Yargos Lanthimos, corre por fora concorrendo também para onze categorias.
Devo admitir que, ao contrário da maioria das pessoas, não me surpreendi com a não indicação de Margot Robbie para melhor atriz por "Barbie", um papel meramente competente na minha opinião, mas não estranharia nada se a diretora Greta Gerwig tivesse seu nome entre os indicados para direção. A propósito de diretoras, Justine Triet, vencedora da Palma de Ouro em Cannes, por "Anatomia de uma Queda", é nome forte e também pode surpreender no prêmio principal, quem sabe igualando o recente "Parasita" com uma dobradinha das duas principais premiações do mundo do cinema.
No mais, imaginava que o "Napoleão" de Ridley Scott tivesse mais e melhores indicações, já prevejo histeria e gritaria das/dos leonardetes pelo fato de Leonardo DiCaprio não ter entrado para melhor ator, e celebro a indicação de Lily Gladstone para melhor atriz, a primeira indígena norte-americana a ser indicada para um Oscar.
Fique, abaixo, com todos os indicados ao Oscar 2024:
MELHOR FILME
• American Fiction
• Anatomia de uma Queda
• Barbie
• Os Rejeitados
• Assassinos da Lua das Flores
• Maestro
• Oppenheimer
• Vidas Passadas
• Pobres Criaturas
• A Zona de Interesse
MELHOR DIREÇÃO
• Justine Triet, por Anatomia de uma Queda
• Martin Scorsese, por Assassinos da Lua das Flores
• Christopher Nolan, por Oppenheimer
• Yorgos Lanthimos, por Pobres Criaturas
• Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse
MELHOR ATOR
• Bradley Cooper, por Maestro
• Colman Domingo, por Rustin
• Paul Giamatti, por Os Rejeitados
• Cillian Murphy, por Oppenheimer
• Jeffrey Wright, por American Fiction
MELHOR ATRIZ
• Annette Bening, por NYAD
• Lily Gladstone, por Assassinos da Lua das Flores
• Sandra Hüller, por Anatomia de uma Queda
• Carey Mulligan, por Maestro
• Emma Stone, por Pobres Criaturas
MELHOR ATOR COADJUVANTE
• Sterling K. Brown, por American Fiction
• Robert De Niro, por Assassinos da Lua das Flores
• Robert Downey Jr., por Oppenheimer
• Ryan Gosling, por Barbie
• Mark Ruffalo, por Pobres Criaturas
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
• Emily Blunt, por Oppenheimer
• Danielle Brooks, por A Cor Púrpura
• America Ferrera, por Barbie
• Jodie Foster, por NYAD
• Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
• Justine Triet & Arthur Harari, por Anatomia de uma Queda
• David Hemingson, por Os Rejeitados
• Bradley Cooper & Josh Singer, por Maestro
• Sammy Burch, por Segredos de um Escândalo
• Celine Song, por Vidas Passadas
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
• Cord Jefferson, por American Fiction
• Greta Gerwig & Noah Baumbach, por Barbie
• Christopher Nolan, por Oppenheimer
• Tony McNamara, por Pobres Criaturas
• Jonathan Glazer, por A Zona de Interesse
MELHOR ANIMAÇÃO
• O Menino e a Garça
• Elementos
• Nimona
• Meu Amigo Robô
• Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
MELHOR FILME INTERNACIONAL
• Io Capitano (Itália)
• Perfect Days (Japão)
• A Sociedade da Neve (Espanha)
• The Teacher's Lounge (Alemanha)
• A Zona de Interesse (Reino Unido)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
• Bobi Wine: The People's President
• The Eternal Memory
• Four Daughters
• To Kill a Tiger
• 20 Days in Mariupol
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
• The ABCs of Book Banning
• The Barber of Little Rock
• Island in Between
• The Last Repair Shop
• Nai Nai & Wai Po
MELHOR CURTA-METRAGEM
• The After
• Invincible
• Knight of Fortune
• Red, White & Blue
• The Wonderful Story of Henry Sugar
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
• Letter to a Pig
• 95 Senses
• Our Uniform
• Pachyderme
• War is Over (inspired by the music of John & Yoko)
MELHOR TRILHA SONORA
• Laura Karpman, por American Fiction
• John Williams, Indiana Jones e a Relíquia do Destino
• Robbie Robertson, por Assassinos da Lua das Flores
• Ludwig Göransson, por Oppenheimer
• Jerskin Fendrix, por Pobres Criaturas
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
• "The Fire Inside" (Flamin' Hot)
• "I'm Just Ken" (Barbie)
• "It Never Went Away" (American Symphony)
• "Wahzhazhe (A Song for My People)" (Assassinos da Lua das Flores)
• "What Was I Made For?" (Barbie)
MELHOR SOM
• Resistência
• Maestro
• Missão: Impossível - Acerto de Contas
• Oppenheimer
• A Zona de Interesse
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
• Sarah Greenwood, por Barbie
• Jack Fisk, por Assassinos da Lua das Flores
• Arthur Max, por Napoleão
• Ruth De Jong, por Oppenheimer
• Shona Heath, por Pobres Criaturas
MELHOR FOTOGRAFIA
• Edward Lachman, por El Conde
• Rodrigo Prieto, por Assassinos da Lua das Flores
• Matthew Libatique, por Maestro
• Hoyte van Hoytema, por Oppenheimer
• Robbie Ryan, por Pobres Criaturas
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
• Golda
• Maestro
• Oppenheimer
• Pobres Criaturas
• A Sociedade da Neve
MELHOR FIGURINO
• Jacqueline Durran, por Barbie
• Jacqueline West, por Assassinos da Lua das Flores
• Janty Yates, por Napoleão
• Ellen Mirojnick, por Oppenheimer
• Holly Waddington, por Pobres Criaturas
MELHOR MONTAGEM
• Laurent Sénéchal, por Anatomia de uma Queda
• Kevin Tent, por Os Rejeitados
• Thelma Schoonmaker, por Assassinos da Lua das Flores
• Jennifer Lame, por Oppenheimer
• Yorgos Mavropsaridis, por Pobres Criaturas
• MELHORES EFEITOS VISUAIS
• Resistência
• Godzilla Minus One
• Guardiões da Galáxia Vol. 3
• Missão: Impossível - Acerto de Contas
• Napoleão
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022
Música da Cabeça - Programa #255
22.02.2022? Mais raro ainda será o MDC de hoje! Afinal, só coisa legal, independentemente da ordem. Tom Zé, PJ Harvey, Yvonne Elliman, Stevie Wonder e Yoko Ono nos garantem isso. Ainda mais quando a gente tem "Cabeça dos Outros" e os quadros fixos "Palavra, Lê" e "Música de Fato". De frente pra trás, de trás pra frente, não importa: o programa vai ao ar mesmo é às 21h, na palíndroma Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Rodrigues Daniel (ou Daniel Rodrigues, tanto faz)
http://www.radioeletrica.com/
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
Exposição “Monet: Paisagens Impressionistas” - Praia de Belas Shopping - Porto Alegre/RS
Nunca vi um Monet ao vivo. Como admirador de arte e visitador contumaz de exposições (à exceção desse período pandêmico que obriga ao distanciamento), costumo dividir com minha esposa e meu irmão, adoradores e visitadores tanto como eu, a alegria (e a expectativa) de ver alguma obra de um grande artista presencialmente. Já tive a emoção de ver à minha frente, a poucos centímetros, Picasso, Dali, Frida, Miró, Renoir, Yoko, Warhol, Bansky, Goya, Van Gogh, Weiwei, Mondrian, Basquiat... Mas Claude Monet, não. Um pouco desta vontade foi, no entanto, muito bem suprida com a exposição “Monet: Paisagens Impressionistas”, que está até 20 de fevereiro no Praia de Bela Shopping, em Porto Alegre. Na esteira do que vem se tornando prática no mundo expositivo de se tematizar artistas de forma mais tecnológica e imersiva, a exposição sobre o impressionista francês se sai muito bem.
Com um tratamento curatorial bem realizado, a cargo de Patrícia Engel Secco e Karina Israel, a mostra me lembrou, dadas as devidas proporções, visto que menor em tamanho, algumas que assisti no CCBB do Rio de Janeiro devido a seu formato, que faz o visitante percorrer corredores que destacam a obra e a história ligada a Monet por meio de plataformas variadas (som, imagens, texto, luz, cenários, vídeos) e ambientes temáticos personalizados, que vão de bojos de som e proposições olfativas a salas escuras.
São sete espaços temáticos, cada um destacando algum aspecto importante da longa trajetória artística e de vida de Monet. Um desses nichos é, por exemplo, logo no começo, o que traz um cenário que remete a Rue de Paris, com sua calçada típica e um poste iluminado diante de lojas parisienses da Belle Èpoque. É onde se conhece o lado caricaturista do artista ainda início da carreira. A proposta imersiva, no entanto, de fato se catalisa na seção que trata das paisagens impressionistas. São telões em uma sala escura que, apoiados por uma música bastante debussyana, mostram diversos vídeos com pinturas, filmagens, animações, fotografias e letterings que causam uma impressionante (ou seria "impressionista"?...) profusão de cores, traços e movimentos. Mesmo aqui reproduzidos em vídeo e fotos não passam a ideia da real sensação que se sente presenciando.
Tanto para quem conhece Monet e o impressionismo quanto para quem ainda possa se interessar, a exposição é bastante prazerosa. Para quem, como eu, prefere sempre ver um original ao invés de reproduções, a substituição se torna satisfatória, visto que bem realizada dentro de sua concepção. Não é igual a ver um Monet a olhos nus, certamente, mas que vale o programa, vale.
Fiquem com algumas imagens e vídeos da exposição:
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A recepção, que coloca o visitante no atelier de Monet |
Seja bem-vindo à Rue de Paris! |
Reprodução de algumas das caricaturas que o jovem Monet fazia no início da carreira artística para levantar uma grana |
Áudio, espelhos e desenhos, tudo ambientando a Paris da Belle Èpoque |
Uma das atrações da mostra: reprodução do quadro que deu nome ao movimento impressionista: "Impressões, Nascer do Sol", de 1872 |
Janela aberta para a catedral da Catedral de Rouen, vista que inspirou Monet em vários quadros |
A famosa série de pinturas “Montes de Feno” reproduzida em sensações olfativas e visuais |
Obra dos primeiros anos de Monet, ainda clássico mas já com alguns traços que soltos que lhe caracterizariam |
Detalhe de outra obra impressionante em que Monet retratou a primeira esposa morta |
O impressionante salão com telões, mais de 10 minutos de deleite |
Que tal cruzar a ponte do jardim japonês de Giverny pra finalizar a visita ao mundo de Monet? |