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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

"Com Amor, Van Gogh", de Dorota Kobiela e Hugh Welchman (2017)



Cheia de cor, deslumbrante, uma verdadeira obra de arte, mas que ao mesmo tempo é carregada de uma enorme melancolia. O “Com Amor, Van Gogh” não poderia ter sido feito de uma maneira diferente: a melhor maneira de contar a vida de artista que pintava sua vida só poderia ser feita através de suas obras, e nesse aspecto o longa  é perfeito.
O filme é uma investigação aprofundada sobre a vida e a misteriosa morte de Vincent Van Gogh através das suas pinturas e dos personagens que habitam suas telas. Animado com a técnica de pintura a óleo do pintor holandês traz entrevistas com os personagens mais próximos e reconstruções dos acontecimentos que precederam sua morte.
A arte de "Com Amor, Van Gogh" é tão deslumbrante que o espectador quase nem se apercebe de sua narrativa um pouco travada. A história demora um pouco ganhar força e para fazer o espectador embarcar na ideia de investigar a morte (misteriosa) de Van Gogh.
A triste e solitária vida de um gênio.
Visualmente não há falhas. O filme é uma obra perfeita. Suas cores são fantásticas digna de uma obra do próprio artista. A historia carrega toda uma melancolia e por mais que tenha momentos alegres e tente passar uma bela imagem do artista (e consegue), sempre vem algo e puxa você para baixo. Como uma depressão, o que faz muito sentido com a vida do artista.
Você ter a honra de acompanhar os últimos dias de Van Gogh, por mais triste que seja, é uma grande experiência embora decididamente não seja não é algo tão positivo devido toda a depressão que recaía sobre Vincent em seus últimos momentos.
“Com Amor, Van Gogh” é baseado em relatos das pessoas que viveram com Van Gogh ou que moravam na cidade e o viam diariamente. É uma delicia passear por suas obras pois vão mostrando os locais de suas principais pinturas  e vê-las, assim, em movimento, realmente emociona demais.
Um equilíbrio entre o belo e o triste. O filme mostra-se bastante maduro ao encontrar esse ponto. Assim como Van Gogh, que transformava sua dor em arte, o preto e branco de sua vida em colorido em uma tela, o longa da dupla Dorota Kobiela e Hugh Welchman faz o mesmo com grande mérito e competência. Recheado de melancolia e tristeza ele não deixa de lado o colorido e mostra de maneira bela a trajetória de um dos gênios da arte que durante toda sua vida queria apenas ser reconhecido e fazer o que gostava, mas que infelizmente não passou de um homem incompreendido até mesmo considerado louco para muitos até sua morte.
Que trabalho, que empenho dessa equipe de arte!




por Vagner Rodrigues

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Exposição "O Triunfo da Cor - O pós-impressionismo" - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro/RJ









"A cor expressa,
por si só,
alguma coisa."
Vincent Van Gogh

Uma avalanche de cores perde a força.
A cor só atinge sua expressão plena quando é organizada,
quando corresponde à intensidade da emoção do artista."
Henry Matisse






Fiquei bastante impressionado positivamente com a exposição "O Triunfo da Cor - O pós-impressionismo", em cartaz no CCBB, aqui no Rio. Embora ciente do período que a mostra pretende destacar fui interessado porém mal munido de informações sobre o que ela trazia e que se deu minha "surpresa" quando me deparei com um grande e relevante acervo exposto e com nomes altamente significativos daquele período e momento de mudança de conceitos que a pintura passava no final do século XIX adentrando o início do século XX.
O pós-impressionismo, termo cunhado pelo crítico Roger Fry em 1912 para designar a geração de artistas que sucedeu o impressionismo e que propunha uma nova abordagem do uso da cor como elemento compositivo abrindo diversas possibilidades diante deste conceito, apresenta, até por isso, uma interessante gama de alternativas e formatos dentro de uma mesma linguagem, conseguindo, por sua amplitude de conceito abraçar em sua teia nomes de estilos diferentes como Van Gogh, Monet, Matisse, Cézanne, Gauguin e Tolouse-Lautrec, por exemplo.
Por conta destas variações, a mostra é dividida em quatro módulos, "A Cor Científica", No Núcleo Misteriosos do Pensamento. Gauguin e a Escola de Pont-Aven", "Os Nabis, Profetas de Uma Nova Arte" e "A Cor em Liberdade", cada um com ênfases diferentes mas com total unidade e coerência dentro da proposta estética promovida pelos pós-impressionistas.
Visita altamente recomendável. Se tiver a oportunidade de ir, não perca. São obras realmente impressionantes de artistas do mais elevado nível, ali à sua frente , à sua disposição para serem apreciadas. E, a propósito, outra coisa que me surpreendeu foi a facilidade para visitar a exposição. Achei que tivesse que encarar filas enormes, salas abarrotadas, transtornos, mas para minha boa surpresa a procura estava bastante moderada. Nada comparado a algumas que já fui e outras que tentei ver uma exposição e nem consegui com que filas dobravam esquina e faziam volta no quarteirão do CCBB. Mais uma vantagem para quem tiver interesse no evento. Ou seja, não tem desculpa. Tem que ir.

***
exposição "O Triunfo da Cor. O pós-impressionismo:
obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie"
local: CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil)
endereço: Rua Primeiro de Março, nº66- Centro
período: até 17 de outubro de 2016
visitação: de quarta-feira a segunda-feira, de 9h às 21h

Um belíssimo Van Gogh nos recebe já na entrada.
"Fritilárias coroa-imperial em vaso de cobre"

"A ceifa de feno na Bretanha", de Paul Gaughin,
a cor como reflexo de um mundo poético

"modelo de pé e de frente", obra que caracteriza bem
o pontilhismo de Georges Seurat

"Mulheres no poço ou jovens provençais", obra de Paul Signac.
A luz na própria cor.

Detalhe do retrato de Henry Edmond Cross pintado por Maximilien Luce
Incontáveis pontos coloridos mínimos compõe a tela.

Tolouse-Lautrec e sua "Ruiva"

" A italiana" do holandês VincentVan Gogh

E outro de Van Gogh, "As caravanas, acampamento de boêmios nos arredores de Arles"

Conjunto de Maurice Denis

"O sono" de Édouard Vuillard, de 1892.
O "preenchimento" perfazendo o contorno.


"Bruxa com gato preto" de Paul Ranson

Em detalhe o belíssimo "Perfil de mulher" de Aristide Maillol

O espiritualismo presente na obra dos nabis 

"As mulheres do Taiti" retratadas por Gaughin

A"A ponte de Chering Cross" de André Derain no módulo "A Cor em Liberdade"

Lebertação total das cores em "Salgueiro-chorão" de Claude Monet

Paul Cézanne, "No parque de Château Noir"

Natureza morta característica de Cézanne

Óleo sobre cartão de Józseph Rippl-Rónai, "Soldados franceses em marcha" (1914)

Um lindo Matisse, no final da exposição,
"Odalisca com calça vermelha" (óleo sobre tela)

No saguão do CCBB, crianças brincam sobre o Círculo Cromático

E este blogueiro visitando e registrando "O Triunfo da Cor"




Cly Reis

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ClyBlog 5+ Artistas Visuais



Como não falar das artes plásticas, das artes visuais? Impossível. Afinal, um dos objetivos do blog desde seu início, era exatamente servir de canal para a apresentação e expressão, inicialmente de minhas manifestações artísticas como gravuras, pituras, quadrinhos, etc., mas com o tempo ganhando possibilidades mais amplas. A seção COTIDIANAS, por exemplo, passou a ganhar ilustrações (de artistas conhecidos ou não) que tivessem alguma ligação visual ou referencial com os textos; as mini-HQ's foram ficando mais trabalhadas, mais ricas, mais artísticas; a  fotografia foi ganhando força e espaço mas admito que ainda merece um destaque maior no blog; e ainda exposições, mostras e espaços passaram a ser destacados com frequência e qualidade, tanto que criarmos uma página especialmente para isso, a VAL E VEJA, coordenada pela parceira Valéria Luna.
Como se vê, o que não falta no clyblog é arte e, sendo assim, nada mais justo do que convidarmos 5 pessoas para participarem de mais esse especial dos 5 anos: clyblog 5+ artistas visuais.



1. Valéria Luna
relações públicas
(Porto Alegre)


"Do espanhol Joan Miró tenho uma tatuagem no braço direito com o detalhe da pintura do artista.
Como toda boa lista não posso deixar de fora os clássicos e, no caso de Van Gogh, eu gosto do simplório,
quando ele retrata seu quarto e dos detalhes de Os Girassóis.
O expressionismo abstrato de Pollock me influenciou, mesmo sem querer, na época que resolvi pintar algumas telas.
Quando assisti ao filme, ("Pollock", 2000) apesar da vida conturbada do rapaz, vi também que ele era exatamente o retrato de suas obras.
Para uns o rei da Pop Arte é o Andy Warhol, para mim, sem dúvida é o Lichtenstein.
E não posso deixar de fora, de jeito nenhum, meu pai, Leonardo Filho.
Foi com ele que eu aprendi a maioria das coisas que sei sobre artes visuais e claro, que me influenciaram na criação desta lista."



1. Joan Miró
2. Vincent van Gogh
3. Jackson Pollock


4. Roy Lichtenstein
5. Leonardo Filho

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2. Carolina Costa
pedagoga
(Porto Alegre/RS)


"Todos estes artistas me completaram em algum momento da minha vida."


1 - Louise Bourgeois
2 - André Breton
3 - Henri-Cartier Bresson
4 - Leonardo Da Vinci
5 - Vincent Van Gogh


Van Gogh:O artista
por ele mesmo















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3. Tita Strapazzon
professora
(Porto Alegre/RS)
Uma das impressionantes imagens
produzidas pelo chinês Huan


"Coloquei mais ou menos assim: Hoje são os artistas visuais que gosto muito".



1 - Zhang Huan
2 - Barbara Kruger
3 - Rosangela Rennó
4 - Frida Kahlo
5 - Arthur Bispo do Rosário




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4. Gabriela Bohns
designer
(Porto Alegre/RS)


"Inspiração para o meu trabalho".




O trabalho
de Cassio Raabe


1- Henrique Oliveira
2- Cassio Raabe
3- Nara Amelia
4- Tulio Pinto
5- Nathalia Garcia




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5. Marion Velasco
artista visual e
musicista
(Porto Alegre/RS)

"Claro que dá vontade de colocar na lista, pelo menos, mais 5 artistas,
então, escolhi os que me inspiram na base, exatamente nesta ordem: 
Duchamp, pelo interesse nas coisas ao seu redor, viagens e todo tempo´perdido';
Matta-Clark, por ‘construir a demolição’ de coisas (e quebrar conceitos) ao seu redor;
Yoko, pela voz, proposições e vida;
Alys, pela criação com caminhadas, materiais pobres e micropinturas;
e Banksy pelo anonimato e ação política nas ruas do mundo."


1. Marcel Duchamp
2. Gordon Matta-Clark
3. Yoko Ono
4. Francis Alys
5. Banksy

Uma dos geniais grafites de Bansky
carregado de crítica e atitude.

















quinta-feira, 13 de abril de 2017

Exposição "Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do MASP" - Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - Rio de Janeiro/RJ









A impressionante "A arlesiana" de Van Gogh.
Encerrou-se na última segunda-feira, dia 10 de abril, e eu corri para ver antes que não tivesse mais tempo, a exposição "Entre Nós - A Figura Humana no Acervo do MASP", que estava em cartaz no CCBB aqui do Rio. Não podia deixar passar uma oportunidade como essa de ver mais uma vez de perto obras de Van Gogh, Picasso, Malfatti, Renoir, Portinari, Goya e outros mestres, numa exposição rara como esta em que o MASP empresta parte de seu acervo  para exibição em outro estado.
Absolutamente impressionantes as obras dos mestres. É interessante mas para mim é sempre emocionante estar diante de trabalhos destes gênios, por mais que já tenha visto suas obras em outras oportunidades. A exposição traça um interessante percurso cronológico, com algumas exceções, dividida em cinco núcleos que apresentam a evolução não apenas técnica mas também conceitual dessa representação do homem enquanto arte, seja enquanto pintura, desenho, escultura ou fotografia. Em "Presenças", a primeira parte, o foco está na religiosidade e na espiritualidade; na segunda, "Retratos", a ênfase é a inserção do humano nos contextos que o rodeiam, dotando-o de características que identifiquem isso como postura, vestimenta, comportamento, etc.; "Corpos" abre mais as possibilidades da anterior fazendo com que figura humana, numa expressão mais intensa, manifeste intenções, anseios, desejos, inquietações; "Ações" tenta mostrar a atividade do homem em diversas situações e contextos como guerra, trabalho, lar, demonstrando, naquele momento, um interesse da arte pela relação do homem com seu espaço representando-o então de uma forma mais crítica; já "Simultaneidades", o espaço contemporâneo da exposição aponta para a multiplicidade de formas de expressão artística de representação do homem, com uma certa ênfase na fotografia e a captura de cenas cotidianas.
O trecho mais impressionante, a meu ver, foi a seção corpos, onde puderam ser admirados o incrível "Busto de Homem (O Atleta)" de Pablo Picasso, a impressionante "A arlesiana" de Vincent Van Gogh e esculturas de Degas relativas ao quadro "As Bailarinas"; já o núcleo "Simultaneidades", para mim, ficou devendo, para não dizer que, apresentado como foi, tornou-se quase desnecessário. Salvo a instalação que retratava Roberto Carlos como uma espécie de santo, de ídolo religioso, diria que a maior parte dos demais trabalhos eram bastante pouco expressivos, não somente em relação à proposta, mas principalmente em relação às quatro alas que a precederam.


Abaixo, algumas imagens da exposição.

Começando a exposição, no setor "Presenças",
o retrato do Cardeal Cristóforo Madruzzo, de Ticiano (1552)

Sant'Ana e a Virgem criança, escultura do século XVIII

São Sebastião por Pietro Peruggino
(século XVI)

Escultura de ídolo Yorubá de autor desconhecido

Desconhecido pintado por Anton Van Dyk
abrindo a parte de "Retratos"

"A educação faz tudo" de Fragonard

Detalhe do sensual "Angélica Acorrentada",
de Jean-Auguste Dominique Ingres

Toda a riqueza de expressão do Menino
de Arthur Timótheo da Costa

O belíssimo "A amazona", de Édouard Monet 

"Iracema", de Antonio Parreiras (1909)
no segmento "Corpos" da exposição

O elegante Leopold Zborovsi no retrato de Modigliani

O notável "Busto de Homem" de Picasso

"Banhista enxugando a perna direita"
de Pierre-Auguste Renoir, de 1910

Esculturas das bailarinas de Degas

A sugestão de uma criança brincando
no início da sala "Ações"

"A Taça da Dúvida" de Victor Brauner

O expressivíssimo São Francisco de Portinari, de 1941

Victor Brecheret e seu autorretrato esculpido

A chocante imagem da guerra de Lasar Segall

A  fotografia tem destaque no núcleo "Simultaneidades"

Carlos Andujar fotografou os Yanomamis

Série de desenhos de Albino Braz

"O Herói", de Anna Maria Maiolinno


A "Capoeira", retratada por Maria Auxiliadora da Silva




Cly Reis