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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Os 20 melhores discos brasileiros da década de 2010

Macalé: um dos expoentes da geração dos 60
da MPB marcando também a década de 2010
Passou rápido essa última década, hein? Tanto que só fui notar que isso estava ocorrendo quando, próximo do Ano Novo, ouvi dizerem que uma nova estava por iniciar. Tá, eu sei que vão dizer que a década mesmo só termina quando chegar 2021. Mas, convenhamos, todo mundo começa a contar a partir de um novo “zero” no calendário. Foi o que fiz. Automaticamente, meu cérebro começou a resgatar acontecimentos importantes no campo da cultura, entre estes, de discos da música brasileira que dessem conta desse ciclo que se fechava. E avaliando os trabalhos lançados entre 2010 e 2019, o saldo, aliás, é bem positivo.

Pode-se notar desde a entrada de uma nova turma de compositores/produtores no cenário musical até a reafirmação dos que já haviam conquistado espaço. Igualmente, a estabilização da geração de vozes femininas (como Tulipa Ruiz, Céu, Xênia França, Anelis Assumpção, Karina Buhr, entre outras), vindas em enxurradas sem critérios na década passada, é outro fenômeno percebido nesses dez últimos anos. Também viu-se um passo adiante dado pelo rap nacional (seja em São Paulo, Rio, Bahia ou outros estados) e na música instrumental mais “cabeça”, bem como a confirmação de que os velhos deuses da nossa música - Caetano, JardsGil, Chico, Djavan e outros -, ainda são bússola para todo mundo. Mas uma peculiaridade se percebeu fortemente: o encontro de gerações. Músicos jovens, além de conduzirem seus projetos próprios, passam a servir de base para moldar os mais antigos na modernidade que a produção musical da atualidade, digital e pós-moderna, exige.

Kiko Dinucci, da Metá Metá: a cabeça da nova geração
por trás de discos de outros artistas
Para representar essa década inspirada, então, selecionamos, em ordem cronológica, já que estamos falando da entrada da década de 20, duas dezenas de discos essenciais da música no Brasil daquilo que, transcorridos mais de 90% de sua totalidade, podemos já chamar de anos 2010. Semelhanças com outras listas sobre o mesmo tema haverá, pois alguns destaques são bastante evidentes. Uma boa parte, por exemplo, figurou no seleto grupo de ÁLBUNS FUNDAMENTAIS do blog e outros, merecedores, estão em tempo de, nalgum momento, serem alçados a tal. Mas diferenças também se notarão, e é aí que reside o legal da formação de listas: poder compará-las, concordar, discordar e, quem sabe, motivar que novas sejam compostas.

****

1. “Recanto” Gal Costa (2011)

O brilhante disco que marcou o retorno de Gal ao nível de qualidade do qual ela nunca deveria ter se afastado. Álbum irmão de “Cantar”, de 1974, "Recanto" tem, igualmente àquele, a curadoria de Caetano Veloso. O disco, no entanto, vai além: é todo de autoria do mano Caetano, com a assinatura de Kassin e Moreno Veloso na produção e arranjos. Disco que revolucionaria não apenas a carreira da cantora, mas ditaria conceito e sonoridade pra quem não quisesse ficar de fora dessa evolução em termos de música no Brasil. Do krautrock tropicalista ao baião renascentista, da industrial-bossa ao funk-maculelê: uma obra-prima da MPB moderna.

1. Recanto Escuro
2. Cara do Mundo 
3. Autotune Autoerótico 
4. Tudo Dói 
5. Neguinho 
6. O Menino
7. Madre Deus 
8. Mansidão 
9. Sexo e Dinheiro 
10. Miami Maculelê 
11. Segunda



2. “Chico” Chico Buarque (2011)

Como seus livros, os discos de Chico têm sido cada vez mais espaçados. Porém, quando acontecem, são de uma síntese tremenda. Este, seu único trabalho musical da década além de “Caravanas”, de seis anos adiante, é o retrato de um artista maduro para com sua música e de um homem consciente para com sua história. Haja vista a autoavaliativa “Querido Diário” ou a romântico-realista “Essa Pequena”. A mais afinada parceria dele com o maestro Luis Cláudio Ramos, “Chico” ainda tem pelo menos outras duas obras-primas: “Tipo um Baião” e “Sinhá”, esta última, parceria com João Bosco, Melhor Canção daquele ano no Prêmio da Música Brasileira.


1. Querido Diário
2. Rubato
3. Essa pequena
4. Tipo um baião
5. Se eu soubesse
6. Sem você nº 2
7. Sou eu
8. Nina
9. Barafunda
10. Sinhá


3. “Nó na Orelha” Criolo (2011)

O ano de 2011 foi marcante não apenas pela alta qualidade de trabalhos de artistas tarimbados como Chico  e Gal, mas também por conta da chegada de uma figura que revolucionaria a música brasileira a partir de então: o paulista Criolo. E ele não o fez repetindo os mesmos passos dos mestres. Fez, sim, pela via do rap. Dono de uma musicalidade assombrosa e de versos imagináveis somente numa cabeça como a dele, Criolo, com o auxílio luxuoso de Daniel Ganjaman, cunhou um dos melhores discos da história da música brasileira e abriu caminho para uma renovação no rap nacional: um rap brasileiríssimo em cores, rimas e sons.


1. Bogotá
2. Subirusdoistiozin
3. Não Existe Amor em SP
4. Mariô
5. Freguês da Meia-Noite
6. Grajauex
7. Samba Sambei
8. Sucrilhos
9. Lion Man
10. Linha de Frente



4. “MetaL MetaL” Metá Metá (2012)

Quando a Metá Metá (Juçara Marçal, voz; Kiko Dinucci, guitarras; e Thiago França, sax) foram convidados, em 2017, para compor a trilha sonora do balé “Gira”, do Grupo Corpo, aquele grande trabalho tinha um evidente precedente: o abundante “MetaL MetaL”, segundo disco da banda paulistana dona do jazz-rock mais afro-brasileiro que já se viu. Uma explosão de sensações, musicalidade, timbres, sonoridades. Basta ouvir “Oyá”, “Logun” ou “Cobra Rasteira” para entender o que se está dizendo. “Incrível” é o mínimo do que se pode descrever.


1. Exu
2. Orunmila
3. Man Feriman
4. Cobra Rasteira
5. São Jorge
6. Oya
7. São Paulo No Shaking
8. Logun
9. Rainha Das Cabeças
10. Alakorô
11. Tristeza Não



5. “Abraçaço” Caetano Veloso (2012)

Não é de se estranhar que o sempre criativo e produtivo, mas também aberto e inovador Caetano tirasse proveito da parceria com os novos músicos. Mas para a sua mente tropicalista essa química foi ainda mais contributiva quando, em 2006, se deparou com a Banda Cê (Pedro Sá; Ricardo Dias Gomes e Marcello Callado). A formação/sonoridade rocker de baixo-guitarra-bateria deu condições ao baiano não apenas de compor uma elogiada trilogia (“Cê”, “Zii e Zie” e este) como, mais que isso, criar um quase subgênero: o transrock. “A Bossa Nova É Foda” (Grammy Latino de Melhor Canção Brasileira) e a faixa-título são apenas duas que confirmam ser este um dos grandes momentos da longa carreira de Caê.

1. A Bossa Nova é Foda
2. Um Abraçaço
3. Estou Triste
4. Império da Lei
5. Quero ser Justo
6. Um Comunista
7. Funk Melódico
8. Vinco
9. Quando o Galo Cantou
10. Parabéns
11. Gayana



6. “Não Tente Compreender” Mart’nália (2012)

Não dá pra dizer que Mart’nália, que já soma mais de 30 anos de carreira, pertença à nova geração. Mas que foi nos anos 2010 que ela se superou, isso sim, é possível afirmar. A filha mais famosa do mestre Martinho da Vila convoca ninguém menos que outro craque, Djavan, para produzir seu álbum, o que resulta no trabalho mais bem acabado dela. O mais legal é que é um disco fácil de se ouvir: suingado, melodioso, charmoso. Além de composições suas, Mart’nália grava figuras carimbadas da MPB, como Marisa Monte, Adriana Calcanhoto, Gil, Caetano, Ivan Lins, Nando Reis e outros. E, claro: não poderia faltar Martinho.

1. Namora Comigo
2. Surpresa
3. Daquele Jeito
4. Depois Cura
5. Que Pena, Que Pena...
6. Não Tente Compreender
7. Itinerário
8. Reverses Da Vida
9. Serei Eu?
10. Eu Te Ofereço
11. Os Sinais
12. Demorou
13. Zero Muito
14. Vai Saber



7. “Aquário” Tono (2013)

Se na década de 2000 foi a turma de Kassin, Domenico e Moreno quem ditou os padrões de “inteligentsia” da música no Brasil, Bem Gil e sua trupe deram um passo adiante nos 2010. Sonoridade moderna e ao mesmo tempo doméstica; melodias complexas que soam fáceis de ouvir; perfeição de timbres e execução que faz parecer algo simples de se fazer. Tamanha completude funcionou tão bem, que foi posta a serviço do genial pré-tropicalista Jorge Mautner em seu mais recente álbum “Não Há Abismo Em Que o Brasil Caiba”, do ano passado, produzido pela banda. Eis os novos caciques da MPB.

1. Murmúrios
2. Sonho com Som
3. Como Vês
4. Tu Cá Tu Lá
5. Chora Coração
6. Leve
7. Do Futuro (Dom)
8. UFO
9. Pistas de Luz
10. Da Bahia
11. A Cada Segundo



8. “Sambadi” Lucas Arruda (2013)

Certamente Marcos Valle, a Azymuth e a turma remanescente da primeira fase do jazz-soul-AOR brasileiro vibrou quanto, em 2013, viram o Espírito Santo operar um milagre: o nascimento de um músico multi-instrumentista e multitalentoso, o capixaba Lucas Arruda. O semi-instrumental “Sambadi”, seu disco de estreia, é um alento de resistência de uma música que o Brasil por muito tempo importara, mas que também há muito não se via representada. Foi Ed Motta quem disse: “Para mim, Lucas Arruda salva esse cenário supermedíocre de hoje”. Talvez nem tanto assim, mas dá a dimensão do acontecimento que foi a sua chegada.


1. Physis 
2. Tamba, Pt. 1 
3. Batuque 
4. Who's That Lady
5. Rio Afternoon 
6. Na Feira 
7. Sambadi 
8. Carnival 
9. Alma Nov
10. Tamba, Pt. 2



9. “Vira Lata na Via Láctea”Tom Zé (2014)

Mais do que os colegas tropicalistas Gal, Caetano e Gil, o que talvez seja o de espírito mais jovem e inquieto é Tom Zé. O baiano de Irará entra na roda da gurizada e produz seu mais poderoso disco da década. Criolo, Dinucci, Tim Bernardes, Trupe Chá De Boldo e Filarmônica de Pasárgada revigoram o sarcasmo poético-erudito do autor de “Brasil Ano 2000”. Mas também tem espaço para os contemporâneos Milton Nascimento (“Pour Elis”), Fernando Faro e uma inédita coautoria com Caetano na faixa que encerra o álbum: “A Pequena Suburbana”.

1. Geração Y
2. A Quantas Anda Você?
3. Banca de Jornal
4. Cabeça de Aluguel
5. Pour Elis
6. Esquerda, Grana e Direita
7. Mamon
8. Salva a Humanidade
9. Guga na Lavagem
10. Irará Irá Lá
11. Papa Perdoa Tom Zé
12. Retrato na Praça da Sé
13. A Boca da Cabeça
14. A Pequena Suburbana



10. “Passado de Glória: Monarco 80 Anos” Monarco (2014)

Último remanescente da Velha Guarda (sim, com letra maiúscula!) do samba brasileiro, Monarco gravou, desde os anos 70, quando já era um bamba da Portela, praticamente um disco por década. Já octogenário, o mestre, com seu barítono inconfundível e suas melodias e letras marcantes, desfila canções irreparáveis de seu vasto cancioneiro. Desde composições dos anos 40 (o gracioso maxixe “Crioulinho Sabu”, escrito quando tinha apenas 8 anos) até parcerias com sambistas célebres, como Mário Lago (“Poeta Apaixonado”), Ratinho (“Verifica-se De Fato”, “Pobre Passarinho”) e Mijunha (“Meu Criador”). Sabe aquele disco que tem caráter de registro histórico-antropológico? Pois é.

1. Poeta Apaixonado
2. Verifica-se De Fato
3. Não Reclame Pastorinha
4. Tristonha Saudade
5. Insensata E Rude
6.  Estação Primaveril
7. A Grande Vitória
8. Pobre Passarinho
9. Momentos Emocionais
10. Fingida
11. Meu Criador
12. Horas de Meditção
13. Crioulinho Sabu



11. “Mulher do Fim do Mundo” - Elza Soares (2015)

A deusa negra Elza Soares já vinha de um ótimo trabalho com músicos de São Paulo por meio do craque Zé Miguel Wisnik, “Do Cóccix Até O Pescoço”, de 2012. E foi dessa proximidade com a turma paulista que a grande cantora viva de sua geração e símbolo do empoderamento feminino chegou a Guilherme Kastrup. Deu liga. Ele arrumou o campo pra que Elza entrasse em campo com o que sabe fazer melhor do que ninguém: cantar. Clássico imediato, “Mulher. do Fim do Mundo” conta com joias como a faixa-título, “Maria de Vila Matilde” e “Pra Fuder”.

1. Coração do Mar
2. A Mulher do Fim do Mundo
3. Maria da Vila Matilde
4. Luz Vermelha 
5. Pra Fuder
6. Benedita
7. Firmeza?!
8. Dança
9. O Canal
10. Solto
11. Comigo



12. “Sangue Negro” Amaro Freitas (2016)

Justo na década em que o Hermeto Pascoal começa a dar sinais de cansaço, eis que surge, também do Nordeste, um novo talento do jazz brasileiro com domínio do piano, da composição, da harmonia e, claro, do improviso: o pernambucano Amaro Freitas. Seu disco de estreia, “Sangue Negro”, é uma ode ao caminho aberto pelo Bruxo e seus cultuadores de magias sonoras. Ora modal, ora hard-bop, ora vanguarda. Ora sertão e barracão. Sintonia perfeita entre ele e seus músicos, Jean Elton (baixo), Hugo Medeiros (bateria) e os sopros de Fabinho Costa e Elíudo Souza.



1. Encruzilhada
2. Norte
3. Subindo O Morro
4. Samba De Cesar
5. Estudo 0
6. Sangue Negro





13. “No Voo do Urubu” Arthur Verocai (2016)

Só o fato de ser um dos quatro discos do maestro e compositor mais cults da música brasileira e o único na década de 2010 já seria suficiente para ser considerado importante. Mas “No Voo do Urubu” alça mais alto que isso: vai aos céus. Essencial desde seu lançamento, como bem percebeu Ruy Castro, traz desde o primor das melodias jobinianas (“Oh! Juliana”, “O Tempo e o Vento”) ao contagiante suingue funk-soul nas parcerias com Vinícius Cantuária (“A Outra”), Mano Brown (“Cigana”) e Criolo (“O Tambor”). Claro, Verocai não deixa de lado também os arranjos de cordas mozartianos e o dedilhado erudito-popular do violão.

1. No Voo do Urubu 
2. O Tempo e o Vento
3. Oh! Juliana (
4. Minha Terra Tem Palmeiras 
5. A Outra 
6. Cigana 
7. O Tambor
8. Snake Eyes 
9. Na Malandragem 
10. Desabrochando 



14. “Duas Cidades” BaianaSystem (2016)

A Bahia de Todos os Santos é um dos polos da música brasileira desde que o samba é samba. Por isso, não é de se estranhar que tenha seus representantes nesta nova geração da música brasileira. É aí que entra o BaianaSystem. Misto de reggae, dub, samba, afro-beat, rap, axé e rock, eles trazem não só a Salvador idílica como também a urbana, como suas questões sociais, raciais e políticas à flor do asfalto. “Jah Jah Revolta – parte 2” abre o disco dizendo a que veio. Isso sem falar nas excelentes “Mercado”, “Dia da Caça” e “Panela”. Mais um pra conta de Daniel Ganjaman, aliás.

1. Jah Jah Revolta - Parte 2
2. Bala na Agulha
3. Lucro (Descomprimindo)
4. Mercado
5. Duas Cidades
6. Playsom
7. Dia da Caça
8. Cigano
9. Calamatraca
10. Panela
11. Barra Avenida Parte 2
12. Azul



15. “Tribalistas 2”Tribalistas (2017)

Ainda bem que não se confirmaram os versos ditos por eles mesmos em 2002 de que “o tribalismo” iria “se desintegrar no próximo momento”. Para sorte dos fãs e da música brasileira, 15 anos depois, Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes se reúnem novamente e, novamente, produzem um disco impecável de cabo a rabo. Das composições às execuções, das interpretações à produção. Que beleza infindável que são, por exemplo, "Diáspora", "Baião do Mundo" e "Fora da Memória"!

1. Diáspora
2. Um só
3. Fora da memória
4. Aliança
5. Trabalivre
6. Baião do mundo
7. Ânima
8. Feliz e saudável
9. Lutar e vencer
10. Os peixinhos




16. “Besta Fera”Jards Macalé (2018)

O “maldito” voltou com tudo, a se ver já pelo título. Com o aporte de um dos cabeças desta nova geração, o “Metá Metá” Kiko Dinucci, juntamente com outro talento eminente, Thomas Harres, Macao traz desde temas com esses jovens parceiros e outros, como Tim Bernardes e Rodrigo Campos, até o velho companheiro de estrada Capinam (em “Pacto de Sangue”) e a filha do amigo Glauber Rocha, Ava Rocha, com quem compôs “Limite”. Impossível ficar alheio à faixa de abertura, “Vampiro de Copacabana”, homenagem a Torquato Neto.

1. Vampiro de Copacabana
2. Besta Fera
3. Trevas
4. Buraco da Consolação
5. Pacto de Sangue
6. Obstáculos
7. Meu Amor e Meu Cansaço
8. Tempo e Contratempo
9. Peixe
10. Longo Caminho do Sol
11. Limite



17. “Abaixo de Zero: Hello Hell”Black Alien (2018)

Falando novamente em rap, não só a nova geração surpreendeu, mas também um velho militante do hip-hop brasileiro: o ex-Planet Hemp Black Alien. Após um período sabático, Gus ressignificou sua vida e sua música, lançando um disco curto, pungente e genial. Letras afiadíssimas sobre a sua realidade e vivência e também sobre sociedade, política e sistema, ganham a roupagem perfeita dada pelo produtor e parceiro Papatinho, outro “ás” da nova geração. Versos como “Quem me viu, mentiu, país das fake news/ Entre milhões de views e milhões de ninguém viu” dão a ideia do quanto o negócio é quente.


1. Área 51
2. Carta Pra Amy
3. Vai Baby
4. Que Nem O Meu Cachorro
5. Take Ten
6. Au Revoir
7. Aniversário De Sobriedade
8. Jamais Serão
9. Capítulo Zero





18. “Taurina”Anelis Assumpção (2018)

A responsabilidade de representar a tradição dos Assumpção na música não é tarefa fácil. Não para Anelis Assumpção. Após a perda do pai, o genial Itamar Assumpção, no início dos 2000, viu-se, em 2016, também sem a irmã mais velha, a igualmente musicista Serena. Toda essa hereditariedade e tradição, unidas à sua criatividade própria, resultaram no brilhante “Taurina”, terceiro disco dela. Sensibilidade feminina, empoderamento, Lira Paulistana, poesia maldita, ecos do Nego Dito: elementos musicais e conceituais não faltam, o que se pode notar em “Mergulho Interior”, “Chá de Jasmin”, “Paint my Dreams” e outras. 

1. Mergulho Interior
2. Chá De Jasmim
3. Segunda à Sexta
4.  Gosto Serena
5.  Pastel De Vento
6. Caroço
7. Mortal À Toa
8. Paint My Dreams
9.  Moela
10.  Escalafobética
11. Receita Rápida




19. "Bluesman" - Baco Exu do Blues (2018)

Na Bahia tem cururu, vatapá e... rap! Baco Exu do Blues, esse jovem talento vindo da terra de Caymmi, balançou a cena musical brasileira em 2017 com o marcante "Esu" e, logo em seguida, surpreendeu ainda mais com o premiado "Bluesman". Trap, gangsta, blues e funk se homogeinizam às mais profundas raízes da música afro-brasileira. Samples inteligentes e letras poderosas, viscerais, críticas e improváveis, como as de “Queima Minha Pele”, “Me Desculpa Jay Z” e Flamingos” e “Girassóis De Van Gogh”.


1. Bluesman
2. Queima Minha Pele
3. Me Desculpa Jay Z
4. Minotauro De Borges
5. Kanye West Da Bahia
6. Flamingos
7. Girassóis De Van Gogh
8. Preto E Prata
9. BB King




20. “Gil” Gilberto Gil (2019)

Se o autor de “Aquele Abraço” não tinha produzido nenhum disco à altura de seus grandes álbuns na década de 2010, ao apagar desta o mestre baiano tira da cartola a trilha sonora para a peça que o Grupo Corpo encenaria lindamente nos palcos. Mas, como acontece sempre com as trilhas da companhia de dança, o disco pode ser apreciado separadamente da coreografia com tranquilidade. E que maravilha Gil compôs! Espécie de réquiem em ritmos e cores brasileiras, Gil, de mãos dadas com o filho e igualmente talentoso Bem Gil, desfila suas inúmeras referências, tendo uma como principal: a própria obra. 

1. Intro Choro nº 1
2. Choro nº 1
3. Improviso Choro nº 1
4. Intro Seraphimu
5. seraphimu
6. Improviso Seraphimu
7. Intro Fragmento Lírico
8. Fragmento Lírico
9. Improviso Fragmento Lírico
10. Círculo
11. Triângulo
12. Quadrado
13. Retângulo
14. Pentágono
15. Gil


Daniel Rodrigues

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

49º Festival de Cinema de Gramado - Os Premiados

 

É curioso constatar que é mais comum fazermos aqui retrospectivas de festivais de cinema de fora, como Oscar e Cannes, do que de algum de dentro do Brasil, caso o Festival de Cinema de Gramado, que ocorre aqui no nosso pátio sulista. Embora um adorador do festival há muito tempo – como não poderia deixar de ser a qualquer cinéfilo do Brasil, que guarda um sentimento especial pelo maior e mais tradicional evento de cinema brasileiro –, nunca, porém, estive durante sua realização. Mesmo com os anos de crítica, Gramado sempre esteve, mesmo que perto geograficamente, muito longe em termos práticos, visto que a vida cotidiana com suas obrigações e afazeres sempre me impossibilitou de subir a Serra para passar uma semana imerso somente em filmes.

Acontece que, com a pandemia, não apenas eu como milhares de outros espectadores pude ter essa maior proximidade que a exigência de exclusividade do festival sempre afastou. Desde o ano passado, os filmes concorrentes passaram a ser exibidos não no icônico Palácio dos Festivais para poucos afortunados e com pessoas se acotovelando para conseguir uma poltrona, mas, sim, dada a necessidade de distanciamento social, através de sessões pelo Canal Brasil. No conforto da poltrona de casa. Aí, foi um abraço. Se em 2020 já havia conseguido assistir a alguns títulos como espectador, este ano, convidado pela organização do festival, tive a honra de compor, como membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul  o Júri da Crítica, na qual tive como colegas Ela Bittencourt, Pedro Butcher, André Bozetti e Joyce Pais. A missão: escolher os melhores filmes nas categorias de Curta-Metragem Brasileiro, Longa-Metragem Brasileiro e Longa-Metragem Estrangeiro, 24 títulos no total.

A maratona, embora um pouco cansativa, foi extremamente prazerosa, bem como o processo de seleção junto aos colegas de júri, com quem pude aprender mais sobre o papel do crítico, principalmente para situações como a de um corpo julgador a qual nos cabia. Com temas e abordagens variadas, tanto a seleção de curtas quanto a de longas trouxeram obras bem interessantes, algumas empolgantes. Particularmente, destaco dois títulos de duas das categorias que pude ter maior aprofundamento – Curta-metragem Brasileiro e Longa-Metragem Brasileiro – sem deixar, contudo, de abordar outros filmes juntamente:

"Entre Nós e o Mundo"
, de Fábio Rodrigo (2019)

Curta-metragem que já havia assistido, primeiramente na mostra competitiva do 1º Festival Cinema Negro em Ação, do qual participei também como jurado justamente para esta categoria, e, posteriormente, quando fui mediador de debates do 14º Cine Esquema Novo, em abril deste ano, ocasião em que tive a oportunidade de conversar diretamente com o cineasta e discutir mais sobre este pequeno documentário gigante em profundidade e sensibilidade. O filme relata a história de Erika, prima de Rodrigo e moradora da comunidade de Vila Ede, na periferia São Paulo. Ela sofre por ter perdido seu filho mais novo durante uma abordagem policial, ao mesmo tempo que teme pela vida de seu outro filho e da nova que está trazendo ao mundo, a pequena e resistente Alicia.

Impressiona em “Entre...”, escolhido por nós da crítica e também ganhador como Melhor Filme pelo Júri, é a abordagem não óbvia para um problema crônico da sociedade brasileira, que é a violência urbana e o racismo. Denunciativo sem ser escancarado, consciente sem ser agressivo, o curta deixa ao espectador, em sua montagem peculiar (aliás, vencedora nesta categoria em Gramado também) – que formula um “work in progress” cuja bússola é o processo emocional do diretor, também personagem da história – o sentimento raro em um momento de revolta da beleza e da continuidade da vida. Competente, bem à frente de seus concorrentes, “Entre...” ainda rendeu a Rodrigo Melhor Direção e Montagem.

"Animais na Pista", um dos destaques entre os curtas

Não posso deixar de mencionar, no entanto, outro filme que me surpreendeu bastante entre os curtas, que foi “A Fome de Lázaro”. Também documental, o filme do paraibano Diego Benevides traz um olhar antropológico e despido de crítica de um ritual de promessa à São Lázaro em uma pequena comunidade do interior da Paraíba, lembrando em certa medida filmes de “cinema direto” do cineasta e antropólogo francês Jean Rouch. Fotografia e enquadramentos precisos em um roteiro em que não se escuta um diálogo sequer, mas que o espectador o entende em sua completude. Embora não consensual entre nós jurados da crítica, posso dizer que minha percepção não estava de um todo equivocada, visto que o filme recebeu o prêmio de Melhor Filme de Curta-Metragem, premiação máxima para esta categoria no festival, além de também merecidamente o de Direção de Arte.

Menciono também outra produção paraibana: “Animais na Pista”, de Otto Cabral (vencedor de Melhor Trilha Musical e Melhor Fotografia), um ousado e difícil exercício de plano-sequência para um drama que faz uma crítica dura à sociedade e a raça humana; o paulista “Fotos Privadas”, de Marcelo Grabowsky (Melhor Ator para Lucas Galvino e Melhor Roteiro), de personagens e situações muito bem construídas; e o ousado doc-denúncia “O Que Há em Ti”, do igualmente paulista Carlos Adriano, que quebra os limites entre Brasil e Haiti – se é que ele “não é aqui”.

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“O Novelo”
, de Cláudia Pinheiro (2020)
Talvez o que mais tenha me impactado de todo o Festival, este longa é uma preciosidade. Drama humano e com carga emocional bastante bem conduzida no roteiro, traz, mesmo que numa narrativa mais regular, paralelos entre passado e presente sempre adequados à trama. Os diálogos são tão bem escritos, que parecem se dar em situações reais cotidianas. Contudo, principalmente, o forte do filme está, como poucas vezes se vê com tamanha qualidade no cinema nacional, na direção de atores. 

Cinco irmãos acabam sendo criados pelo irmão mais velho, após o desaparecimento do pai e, posteriormente, a morte da mãe. Um dia, já adultos, eles recebem a notícia de que um homem em coma em uma UTI pode ser seu pai. Na sala de espera do hospital os irmãos mergulham em seus conflitos e memórias através do tricô aprendido na infância. Além de retratar uma família de negros de classe média, contrariando a pecha brancocêntrica de “senzala” em relação ao lugar do negro no audiovisual brasileiro, o longa de Cláudia questiona também outros tabus, como os papeis sociais de homens e mulheres, a identidade e a essência das relações familiares, representadas todas na ideia de continuidade e de origem do novelo de lã.

As atuações, portanto, não se restringem a uma ou outra de destaque – principalmente se comparado com outros filmes da mostra competitiva, os bons “Homem Onça”, conduzido pelo personagem principal vivido por Chico Diaz, ou “A Suspeita”, protagonizado por Glória Pires, vencedora, inclusive do prêmio de Melhor Atriz – mas a pelo menos 16 atores, a excelente Isabél Zuaa o os irmãos, apresentados na história em três momentos temporais ao longo de três décadas. O feito de “O Novelo” neste sentido é, justamente, o de equalizar tantas atuações intensas que, por sua vez, entregaram o que lhes foi exigido.

trailer de "O Novelo"


Ajuda para este resultado cênico a construção muito sensível e precisa de cada personagem, principalmente os cinco irmãos, cada um com suas características pessoais/emocionais complementares entre si. Filme que vem para se somar a grandes produções brasileiras dos últimos anos, como “Três Verões”, “Pacarrete” e “Aos Olhos de Ernesto”, mas que não obteve o prêmio máximo do Festival de Gramado, dado ao pernambucano “Carro Rei”. Entretanto, o Júri Popular fez-lhe justiça entregando-lhe o Kikito de Melhor Filme, além dos de Melhor Ator (Nando Cunha) e as menções honrosas para Isabél Zuaa e para os jovens Fernando Lufer, Michel Gomes, Victor Alves, Kaike Pereira, Pedro Guilherme e Caio Patricio.

Carro Rei: vitória contestada
de Gramado 2021
Afora “O Novelo”, merece apreciação “A Primeira Morte de Joana”, da gaúcha Cristiane Oliveira, vencedor, aliás, do prêmio do Júri da Crítica. Embora tenha me encantado mais por “O Novelo”, a premiação ao filme de Cristiane, além do consenso entre nós, jurados, justifica-se plenamente pela proposta bastante mais “cinematográfica”, por assim dizer, em relação não apenas a “O Novelo”, mas talvez a todos os outros ao explorar aspectos gramaticais do cinema com maior profundidade. Isso porque “A Primeira...” é ao mesmo tempo uma investigação factual, pessoal e cinematográfica, capaz de traduzir o ponto de vista de uma adolescente com um trabalho de câmera sensível, atento aos elementos táteis, às texturas e aos silêncios. 

Curiosamente, nem “O Novelo” e nem “A Primeira...” – quanto menos outro forte concorrente, “Homem Onça” – ficaram perto em termos de realce do errático “Carro Rei”, o grande vencedor da noite, uma ficção futurista com seus méritos (venceu, entre seus 4 Kikitos, os de melhor Trilha Musical, Direção de Arte e Desenho de Som), mas que não se situa nem entre o filosofal e nem no pop. Até mesmo “Jesus Kid” obteve, no pesar das premiações, mais destaque. Comédia boa em direção de arte e fotografia, mas que se consagrou justamente naquilo mais peca: a direção, apressada e destoada do curitibano Aly Muritiba (muito em razão da fraca atuação do seu ator principal, Paulo Miklos), e o roteiro, que, embora baseada na obra do celebrado escritor Lourenço Mutarelli, é o responsável pelo resultado desigual do filme. Vai entender. 

O fato é que, diferentemente de outros anos, em que o principal premiado condizia com o tamanho de Gramado, este ano, mesmo que "Carro Rei" não seja desprezível, parece não estar-lhe à altura. Mas tudo bem. O que ficou foi o sentimento de resistência do único festival de cinema brasileiro ininterrupto a tantas edições e que, em 2022, se prepara para o cinquentenário. Todos torcendo para que a pandemia já tenha amenizado.

Conheça os vencedores do 49º Festival de Cinema de Gramado:

CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS

·         Melhor Filme – “A Fome de Lázaro”, de Diego Benevides

·         Melhor Direção – Fabio Rodrigo, por “Entre Nós e o Mundo”

·         Melhor Ator – Lucas Galvino em “Fotos Privadas”

·         Melhor Atriz – Tieta Macau em “Quanto Pesa”

·         Melhor Roteiro – Marcelo Grabowsky, Aline Portugal e Manoela Sawitzki, por “Fotos Privadas”

·         Melhor Fotografia – Rodolpho Barros, por “Animais na Pista”

·         Melhor Montagem – Caroline Neves, por “Entre nós e o Mundo”

·         Melhor Trilha Musical – Eli-Eri Moura, por “Animais na Pista”

·         Melhor Direção de Arte – Torquato Joel, por “A Fome de Lázaro”

·         Melhor Desenho de Som – Breno Nina, por “Quanto Pesa”

·         Melhor Filme pelo Júri Popular – “Desvirtude”, de Gautier Lee

·         Melhor Filme pelo Júri da Crítica – “Entre Nós e o Mundo”, de Fábio Rodrigo

·         Prêmio Especial do Júri – Fabio Rodrigo, por “Entre Nós e o Mundo” por responder de forma consciente em termos estéticos, afetivos e narrativos a pergunta “Como falar da dor da perda e ainda ter esperança?”.

·         Menção honrosa da Comissão Julgadora para os curtas brasileiros vai para o filme “A Beleza de Rose”, de Natal Portela, por fazer um delicado recorte da vida de muitas mulheres negras no nordeste do Brasil.

·         Prêmio Canal Brasil de Curtas – “A Beleza de Rose”, de Natal Portela


LONGAS-METRAGENS ESTRANGEIRO

·        Melhor Filme – “La Teoría De Los Vidrios Rotos”, de Diego Fernández Pujol

·         Melhor Filme Júri Popular – “La Teoría De Los Vidrios Rotos”, de Diego Fernández Pujol

·         Melhor Filme pelo Júri da Crítica – “Planta Permanente”, Ezequiel Radusky

·         Prêmio Especial do Júri – Pela abordagem de temas tão presentes em nossa sociedade, que refletem as consequências de um sistema corrompido e afetam diretamente os valores humanos; e pelas interpretações das protagonistas femininas que representam a força das mulheres latinas em nosso cinema. O Júri de Longas-metragens estrangeiros do 49º Festival de Cinema de Gramado decidiu conceder o Prêmio Especial do Júri ao filme “Planta Permanente”, de Ezequiel Radusky.


LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS

·         Melhor Filme – “Cavalo de Santo”, de Carlos Eduardo Caramez e Mirian Fichtner

·         Melhor Direção – Gilson Vargas, por “A Colmeia”

·         Melhor Ator – João Pedro Prates, por “A Colmeia”

·         Melhor Atriz – Luciana Renatha, Alexia Kobayashi e Veronica Challfom, por “Extermínio”

·         Melhor Roteiro – Carlos Eduardo Caramez, por “Cavalo de Santo”

·         Melhor Fotografia – Bruno Polidoro, por “A Colmeia”

·         Melhor Direção de Arte – Gilka Vargas e Iara Noemi, por “A Colmeia”

·         Melhor Montagem – Joana Bernardes e Mirela Kruel, por “Extermínio”

·         Melhor Desenho de Som – Gabriela Bervian, por “A Colmeia”

·         Melhor Trilha Musical – Cânticos Sagrados dos Orixás preservados pelos Terreiros gaúchos e Alabê Oni, por “Cavalo de Santo”

·         Melhor Filme pelo Júri Popular – “Cavalo de Santo”, de Carlos Eduardo Caramez e Mirian Fichtner


LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS

·         Melhor Filme – “Carro Rei”, de Renata Pinheiro

·         Melhor Direção – Aly Muritiba, por “Jesus Kid”

·         Melhor Ator – Nando Cunha, em “O Novelo”

·         Melhor Atriz – Glória Pires, em “A Suspeita”

·         Melhor Roteiro – Aly Muritiba, por “Jesus Kid”

·         Melhor Fotografia – Bruno Polidoro, por “A Primeira Morte de Joana”

·         Melhor Montagem – Tula Anagnostopoulos, por “A Primeira Morte de Joana”

·         Melhor Trilha Musical – Dj Dolores, por “Carro Rei”

·         Melhor Direção de Arte – Karen Araújo, por “Carro Rei”

·         Melhor Atriz Coadjuvante – Bianca Byington, por “Homem Onça”

·         Melhor Ator Coadjuvante – Leandro Daniel Colombo, por “Jesus Kid”

·         Melhor Desenho de Som – Guile Martins, por “Carro Rei”

·         Melhor Filme pelo Júri Popular – “O Novelo”, de Claudia Pinheiro

·         Melhor Filme pelo Júri da Crítica – “A Primeira Morte de Joana”, de Cristiane Oliveira

·         Prêmio Especial do Júri para Matheus Nachtergaele, em “Carro Rei”, pela construção e domínio do personagem e pela brilhante capacidade de se reinventar.

·         Menção honrosa para Fernando Lufer, Michel Gomes, Victor Alves, Kaike Pereira, Pedro Guilherme e Caio Patricio por seu talento e potência em “O Novelo”

·         Menção honrosa para Isabél Zuaa pela bela e impactante atuação em “O Novelo”


Daniel Rodrigues