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segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

A arte do MDC em 2023

E lá se foi mais um ano, ouvintes radioelétricos! Posso dizer, no entanto, o contrário: já se veio mais um ano. Afinal, são quase sete no ar de Música da Cabeça, o programa que comando com muita satisfação na Rádio Elétrica. E como todas as quartas-feiras tem programa novo, tornou-se habitual desde o início que a cada edição houvesse também uma arte. E é aí que a gente entra. Tal no ano passado, quando começamos a fazer essa retrospectiva específica do MDC a exemplo do "A arte do Clyblog", recorrente há mais tempo por aqui, selecionamos algumas das artes criadas para anunciar o programa em 2023, ano dos 15 do blog.

O aviso foi dado anteriormente, mas não custa repetir: não se esperem obras-primas do design gráfico, pois as ferramentas e as habilidades são, se não parcas, básicas. Sei que peco pelo acabamento (um designer profissional deve querer se enforcar a cada vez que vê). Mas não é por mal. Assim como o programa em si, a arte é fruto da vontade de fazer. Até porque, isso dá pra afirmar, busca-se sempre a criatividade, algo que instigue que vê/lê, e até que a coisa sai legal por vezes. Amparadas pelo texto, no qual também invariavelmente tento puxar por algo interessante, as artes se baseiam em acontecimentos da vida cotidiana do Brasil e do mundo que só podem resultar em algo, no mínimo, legal graficamente falando.

Houve a favor, no decorrer de 2023, um caldeirão de eventos para que isso acontecesse. Guerra na Croácia e na Faixa de Gaza, perdas de gente como Rita Lee, Ryuichi Sakamoto, João Donato e Zé Celso Martinez Corrêa, Camões de Chico Buarque, urso em Marte, submarino perdido, 8 de janeiro... É, entre fatos bons e não tão bons, a gente vai contando, quase como uma crônica semanal e musical, aquilo que nos cerca e nos interessa. As artes do MDC são um espelho disso. Então, fique aí com essa seleção do que mais de legal teve em 2023.

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Iniciamos o ano com nada mais, nada menos, que a edição especial de nº 200, que teve a participação à altura: o músico e jornalista pernambucano Fred Zero Quatro, líder da Mundo Livre S/A




Mas nesse Brasil, a festa demora pouco. Uma semana depois da posse do Presidente Lula, 
a barbárie do 8/1, que nos motivou a esta arte para o MDC 301


Enxergaram urso em Marte? A gente enxergou no MDC 304


Em março, ferviam as investigações sobre o "caso das joias"
apreendidas com a comitiva de Bolsonaro, mote pro MDC 311


Ainda em março, a edição 310 teve entrevista especial com meu primo-brother Lucio Agacê,
figura lendária do rock alternativo (e preto) gaúcho





Ramadã, em abril, e o programa também se inspirou pro 314. Ficou bonito


Chico finalmente pôs a mão no certificado do Camões, que, na verdade, era o MDC 316



Em maio, para o especial de nº 320, entrevistamos a psicóloga, musicista e ativista preta gaúcha Caroline Rodrigues


Em junho, a abertura do texto da chamada do programa 321 foi assim: "A gente fotografa a floresta assim,
neste ângulo, só pra que seu olhar se direcione para aquilo que deve". Cara de pau


Lembram daqueles ricaços excêntricos (e sem noção) que se meteram num
submarino sem socorro e não voltaram mais?


Foi uma reprise, mas nem por isso deixamos de comemorar com uma arte especial a primeira edição de julho com o anúncio (quase "ilegígel") da ilegibilidade do Bozo. Só de lembrar, dá vontade de gritar de novo: I-NELEGÍVEEEEL!!



Se houve o que celebrar, também tiveram perdas. E grandes. Ryuichi Sakamoto (abril),
Rita Lee (maio) e Zé Celso Martinez Corrêa (julho) foram três delas




As guerras também, infelizmente, mancharam o calendário, mas viraram arte de denúncia nas edições 324 (julho), 339 (outubro) e 346 (novembro). MDC NO WAR!





Mais perdas, algumas tristes, outras revoltantes: João Donato, em julho e, em agosto, Sinéad O'Connor, e Mãe Bernadete  


Mais uma arte legal, esta pro cabalístico programa 333, último de agosto


É "O Pequeno Príncipe de Maquiavel"? Não, só o MDC tirando sarro da cara de
gente ignorante, mas metida a sabe-tudo (setembro)


Mais uma vez, o 20 de novembro (que agora virou feriado) nos inspirando


Mais edição de data fechada, a de 340, que teve como convidado
a lenda do rock gaúcho Frank Jorge


Adentrando o último mês de 2023, uma arte baseada em grafismos


Talvez a perda mais sentida: Paulo Moreira, nosso "Cabeção", que virou "capa Blue Note"
a la Reid Miles para a nossa edição 349


Quem começa o ano com edição especial, acaba o ano com edição especial: MDC 350, que teve entrevista internacional com o produtor musical cabo-verdiano Djô da Silva (era pra ter  sido um vídeo na época, mas deu problema no programa...)



Daniel Rodrigues



segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

A arte do Clyblog em 2023

 

No ano que passou, o clyblog completou 15 Anos e por isso mesmo, como de  costume nosso logo ganhou um desenho especial de aniversário e as seções do blog incorporaram a nova marca. Mas também foi ano de Copa do Mundo feminina e,à parte do logo oficial, criamos uma marca para nossas publicações e homenageamos as nossas craques da bola com ilustrações de gols marcantes, no ClyArt.

Por falar em ClyArt, ao longo do ano tivemos, como sempre, dividindo espaço com dicas, mostras e exposições, nossa produção artística individual, fosse em tinta, grafite, digital, fotografia ou vídeo. Também tivemos as artes produzidas para publicações da seção Cotidianas, ilustrando contos, crônicas ou poemas e as tradicionais chamadas para as mídias sociais, sempre criativas e muito visuais, divulgando o blog e suas atrações.

Querem relembrar como foi? Dêem uma olhada aí abaixo e confiram o que rolou aqui, visualmente, no ano que passou:

 

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Daniel Rodrigues com o brilhante vídeopoema,"poeminverso"

O ClyArt continua abrigando todo tipo de possibilidades artísticas:
aqui, a ilustração a grafite "City Fog", de Cly Reis


Teve Copa do Mundo feminina em 2023!
Nosssas meninas não foram tão bem mas relembramos dois grandes momentos
delas no ClyARt em ilustrações digitais.

A música brasileira homenageada com ilustrações digitais
que imaginam como seria se nossos artistas de MPB fossem herois, personagens de cinema,
se as músicas fossem HQ's, filmes...

Astros pop também lembrados no nosso ClyArt.

A primeira imagem feita a partir de I.A. no ClyBlog,
produzida para o conto "Dulce", nas nossas Cotidianas


Ilustração digital para a música "Bebeto Loteria",
no cotidianas do ClyBlog



Mais uma feita para o Cotidianas:
arte produzida para o conto "Aberração"

Arte inspirada na canção Gothan City, de Jards Macalé,
que, na imagem, controla, impávido, a cidade, lá do alto.

No Dia da Consciência Negra, homenageamos
esses sambistas maravilhosos que 
levam a música negra para todos so brasileiros


As chamadas para a seção Ábuns Fundamentais, produzidas no ano passado.

E duas novas chamadas para a seção Lido

Campanha de aniversário do ClyBlog.
Aqui, alguns dos banners



Em 2022, depois de muito tempo criamos nosso logo para seção de tirinhas.
Tirinhas qualquer um tem, mas clytOOn, só o ClyBlog.

No ano que passou, chegamos à octagésima centésima publicação da seção Cotidianas e
para a ocasião especial, "roupa" especial.

Logo do ClyBlog para a Copa do Mundo feminina, disputada na Autrália e  Nova Zelândia,
usado nas postagens relacionadas a futebol e ao torneio.

Dentro do Clyblog, se tem um logo que está sempre mudando é o do ClyArt.
Ele se molda conforme a arte, o artista, a exposição,
e aí vão algumas mostras dessa constante mutação.


O próprio logo do blog é inquieto, dinâmico, variável e, volta e meia,
apresenta um visual diferente.

Ano anos dos nossos 15, não poderíamos deixar de ter um logo especial de aniversário que, 
é claro, também adquiriu variações e se incorporou às marcas das seções do blog.


Por fim, o vídeo comemorativo dos 15 anos do ClyBlog,
repassando todos os logos de aniversário já feitos até então.
Vamos firmes para os dezesseis!



C.R. e D.R.




domingo, 31 de dezembro de 2023

"Réveillon Maldito", de Emmett Alston (1980)

 


Sabe quando a gente brinca assim, "Já é ano novo na Austrália!"? Pois é, em "Réveillon Maldito" (New Year's Evil), a frase poderia ser "Alguém já morreu na Costa Leste!". Neste terror trash de ano novo, um psicopata pretende matar uma pessoa em cada fuso-horário dos Estados Unidos. O maluco liga para um programa de TV de rede nacional, uma espécie de Top of the Pops de boas vindas para o ano novo, para uma apresentadora que é uma espécie de diva punk-new wave, Diane Sullivan, conhecida como Blazee usando o codinome "Maldito", ameaça cometer crimes cada vez que o ano novo chegar em alguma parte do país. Promete matar pessoas próximas a ela, a cada hora e, por fim, a própria Blaze quando chegar no fuso de Chicago. Só que num programa cheio de bizarrices, jovens desajustados, comportamentos antissociais e artistas com apelidos tão esquisitos quanto o do misterioso homem ao telefone, ninguém leva o aviso muuuito a sério num primeiro momento (embora a pop-star fique levemente intrigada). Contudo, logo depois do primeiro assassinato, de uma enfermeira, gravado em K7 pelo maníaco, ele volta a ligar para Diane, rodando a gravação com os sons de golpes e gritos e só então ela e as autoridades passam a dar verdadeira atenção ao desequilibrado.

O filme não é nada de mais. Pra falar a verdade é bem fraco e tem problemas de amarração e estrutura bastante evidentes. Mas, além de ser um prato cheio para os apreciadores de um slasher trash de serial-killer, "Réveillon Maldito" até que tem alguns méritos e alguns momentos bem interessantes e tensos. Nosso assassino, por exemplo, é apresentado desde o início, sem máscaras, sombras, meios rostos, costas, etc., apenas vemos que ele utiliza um equipamento para modificar a voz ao fazer as ligações. Só que, embora conheçamos seu rosto, seus artifícios para chegar às vítimas, não sabemos, contudo, sua identidade nem sua motivação, o que só virá a ser revelado, mesmo, na parte final. Outro elemento interessante é o filho da estrela, Derek, um desajustado, desequilibrado, carente, ignorado por ela, que fala sozinho, se droga, usa roupas da mãe e meia de nylon na cabeça, ao melhor estilo dos personagens esquisitos de David Lynch.

No alto, à esquerda, a pop-star Blaze, à direita, os "tipos" que frequentam a plateia do programa;
abaixo, à esquerda, o filho esquisitão Derek, e, à direita, nosso matador, boa pinta, 'recrutando' sua primeira vítima. 

A indefinição na morte do terceiro fuso-horário é outro ponto legal do filme. O assassino até tem boas ideias, organização, tem bons planos, mas é amador e, em especial nessa vítima ele se complica. Tem dificuldades para capturar a vítima no drive-in, depois tem problemas com um motoqueiros, bate na moto de um deles, é perseguido pela gangue, se livra dos caras mas aí quase atropela dois bêbados e, nisso, a garota consegue escapar do carro e ele é obrigado a persegui-la mato a dentro. Toda essa situação gera a expectativa de se ele conseguirá cumprir o plano, se conseguirá recapturá-la antes da meia-noite, se conseguirá cumprir o prazo daquele fuso... Sua imperícia lembra um pouco o assassino do clássico "Pânico", de Wes Craven, imortalizado na máscara de Ghostface, mas muito incompetente e atrapalhado em diversas ocasiões.

A sequência final, sem dar spoiler, também é bem interessante, quando o criminoso, cercado pela polícia, sem muitas alternativas, recorre a um artifício que, se não lhe garante êxito total em seu intento, com um simples objeto, propõe que seu propósito seja levado adiante, deixando o desfecho em aberto. A indefinição fica ainda mais salientada pela voz do rádio que encerra o filme anunciando que no Hawaii, estado norte-americano no Pacífico, já é meia noite. 

Filme B, produção um tanto tosca, mas um bom exemplar de slasher do início dos anos 80, quando esta categoria do terror ainda não estava de todos consolidada mas ainda nos traria ícones como Jason, Freddy e outros.

Sem nenhum maluco mascarado nas festas de vocês, por aí, desejamos a todos um feliz ano novo.

Comemorem, comemorem! Afinal, no outro lado do mundo já é ano novo. 

(Ih, espero que todos estejam bem por lá...).


assista "Réveillon Maldito" (1980)




Cly Reis


terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Código Penal - Preto no Metal Festival - Bar Opinião - Porto Alegre/RS (17/12/2023)

 

Fazia tempo que queria ver a Código Penal, uma das bandas do meu primo-irmão-parceiro Lucio Agace. Digo uma das bandas, porque Lucio enfileira, desde os anos 80, algumas das bandas mais legais da cena alternativa gaúcha. A começar pela HímenElástico, projeto que tínhamos em conjunto com meu outro irmão e coeditor deste blog, Cly Reis, e meu outro primo e irmão do Lúcio, , com o adicional de nosso baterista oficial César “Pereba”. Mas a Hímen, há de se dizer, por mais legal que fosse nosso som (considero-a a grande banda gaúcha dos anos 90 que não aconteceu), foi talvez o projeto mais incipiente de Lucio. Vômitos & Náuseas, Causa Mortis e Câmbio Negro, pelo contrário, são alguns desses seus projetos mais consistentes. Mas também há de se dizer: a Código Penal é especial. O som, misto de hardcore, hip hop, funk e uma veia social e urbana muito evidente (em vários aspectos, parecida com a da Hímen) fazem da Código uma banda muito foda de se ouvir. Faltava vê-los no palco.

Pois o Festival Preto no Metal, ocorrido no célebre bar Opinião, trouxe esta oportunidade. A Código se apresentou na sequência de outras bandas muito legais com essa mesma vertente e ativismo, mas confesso que fomos mesmo lá para vê-los. E a expectativa foi totalmente atendida, numa apresentação enérgica, potente, dançante e... foda. A “arquitetura” da banda é apreciável, desde a visual até a sonora, com Lucio e Black to Face dividindo-se nos vocais como verdadeiros vocalistas MCs, dois guitarristas, Marcio Zuza e Eduardo Jack, um fazendo base e outro complementando o arranjo com efeitos e solos, o baixo poderoso de Luciano Tatu, a bateria pegada de Pereba e uma mesa eletrônica comandada pelo próprio Lucio. 

O tempo de show de festival, como de costume, curto. Então, o negócio é subir no palco e mostrar serviço, como a Código fez. Aí, foi só paulada, uma atrás da outra. “Terra de Ninguém” pra começar. “Os Dois Lados do Imoral”, na sequência, fez o ambiente pra ótima parceria da banda com Tonho Crocco em “Apologia”, que levantou a galera. “Marginalizado”,  “Justiça Injusta” e “Chove Bala”, idem. Pra finalizar, “Sexo nas Ruas” e a ótima “Gangs”, que já rodei no meu programa, o Música da Cabeça, mas que ao vivo ganha uma potência maior, tanto pela reação da galera quanto pela sonoridade própria, com seus samples da trilha de “Sexta-Feira 13”. Aliás, por falar no filme, mais uma das coisas legais da performance da banda e de Lucio, em especial, que é quando ele se ausenta um tempo do palco para voltar travestido de Jason Voorhees, com a máscara característica do personagem, um casaco com capuz preto e um temível taco de beisebol. Fez lembrar outro punk performático chamado John Cale.

Enfim, showzasso da Código, que Leocádia e eu vencemos os 48 graus de sensação de Porto Alegre àquele dia para estar no Opinião, mas que valeu totalmente a pena. Confere aí um pouco de como foi:

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A Código sobe ao palco do Opinião 

Lucio, performático, com a máscara do Jason junto com Black to Face

Black to Face mandando ver nas rimas

Um pedacinho de como foi o show 
da Código Penal no Opinião

Visão da mesa de som

Código in da house, motherfucker!

Mais rimas

Lucio ao centro do palco com a baita banda na "cozinha"

Preto no Metal olhando o Preto no Metal

A galera comemorando o baita show ao final:
Jamal, Val, Lucio, Leo e eu
 


Site da Código Penal: www.bandacodigopenal.com.br  


texto: Daniel Rodrigues
fotos e vídeos: Leocádia Costa e Daniel Rodrigues