Curta no Facebook

Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta João Bosco. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta João Bosco. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

domingo, 9 de janeiro de 2022

DOSSIÊ ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2021




O velho Wayne de olho no trono dos Beatles
Chegou a hora da verdade! A hora dos número. Mais um ano se foi e é chegada a hora de fazer aquele habitual levantamento dos álbuns que entraram para a seleta galeria dos Fundamentais do Clyblog. Lembrando sempre que, na verdade, a seção não tem por objetivo promover disputa ou qualquer tipo de comparação entre artistas e obras, mas a gente mesmo fica curioso para saber quais as marcas e quantitativos e aí, então, levantamos e, em forma de ranking, passamos para vocês. 

2021 foi o ano do jazz nos ÁLBUNS FUNDAMENTAISÁLBUNS. Das 29 obras destacas na nossa seção de discos, 11 foram do refinado estilo norte-americano. Se aproveitando desse predomínio, neste período, o craque Wayne Shorter encostou definitivamente no pessoal de cima. Ainda não alcançou os Beatles, que continuam liderando, mas, junto com seu companheiro de sopro, Miles Davis, que também chegou nas cabeças, já começam a botar uma certa pressão nos rapazes de Liverpool. A propósito da Terra da Rainha, curiosamente no último ano, não tivemos NENHUM artista britânico teve discos incluídos na nossa seção. as ações ficaram basicamente divididas entre norte-americanos e brasileiros, com destaque para o primeiro japonês na lista, o versátil Ryuichi Sakamoto.

No que diz respeito aos brasileiros, Caetano Veloso que dividia a liderança com Jorge Ben, agora toma a frente isoladamente por conta pela participação no disco "Brasil", com João Gilberto, Bethânia e Gilberto Gil. Mas  a disputa está tão apertada quanto no internacional e qualquer disco aqui, disco ali, no ano que chega, pode mudar o panorama.

Entre as décadas com mais obras mencionadas, os anos 70 continuam imbatíveis, embora o ano que aparece mais vezes seja o de 1986. Chama atenção que cada vez mais é inevitável que seja reconhecida a qualidade e se projete a relevância de trabalhos recentes, o que faz com que venham aparecendo com mais frequência, em maior número e cada vez mais fresquinhos, como foi o caso do recém lançado "Carnivore", do Body Count, que mal nasceu  e já figura entre os melhores.

Então, vamos aos números que é o que interessa. Chegou a hora da verdade!


  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones, Pink Floyd, Miles Davis e Wayne Shorter: 5 álbuns cada
  • Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Bob Dylan, John Coltrane e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Van Morrison, R.E.M., Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Lee Morgan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Dexter Gordon, Philip Glass, Body Count, Faith No More, McCoy Tyner, Vince Guaraldi, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 6 álbuns*
  • Jorge Ben: 5 álbuns **
  • Gilberto Gil*  **: 5 álbuns
  • Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs, Engenheiros do Hawaii e João Gilberto*  ****: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, João Bosco, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Roberto Carlos, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 

*contando com o álbum "Brasil", com João Gilberto, Maria Bethânia e Gilberto Gil
**contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
*** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
**** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"
**** contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 19
  • anos 60: 96
  • anos 70: 138
  • anos 80: 116
  • anos 90: 89
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 15
  • anos 2020: 2


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 22 álbuns
  • 1977: 19 álbuns
  • 1969 e 1985: 17 álbuns
  • 1967, 1972, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 ,1970 e 1991: 15 álbuns cada
  • 1971, 1979, 1980 e 1991: 14 álbuns
  • 1965, 1975 : 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1966, 1987,1989, 1990 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1978: 10 álbuns



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 192 obras de artistas*
  • Brasil: 139 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • Japão, País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

cotidianas #31 - "Mano a Mano"


*clique na imagem para ampliar

Mano a Mano
 Meu pára-choque com seu pára-choque
Era um toque
Era um pó que era um só
Eu e meu irmão
Era porreta
Carreta parelha a carreta
Dançando na reta
Meu irmão
Na beira de estrada valeu
O que era dele era meu
Eu era ele
Ele era eu

Ela era estrela
Era flor do sertão
Era pérola d'oeste
Era consolação
Era amor na boléia
Eram cem caminhões
Mas ela era nova
Viçosa, matriz
Era diamantina
Era imperatriz
Era só uma menina
De três corações
E então

Atravessando a garganta
Jamanta fechando jamanta
Na curva crucial
Era uma barra, era engano
Na certa, era cano
Na mão, mano a mano
Pau a pau
Na beira de estrada se deu
Se o que era dele era meu
Ou era ele ou era eu

Ela era estrela
Era flor do sertão
Era pérola d'oeste
Era consolação
Era amor na boléia
Eram cem caminhões
Mas ela era nova
Viçosa, matriz
Era diamantina
Era imperatriz
Era só uma menina
De três corações
E então

Então lavei as mãos
Do sangue do
Meu sangue do
Meu sangue irmão
Chão

de Chico Buarque e João Bosco
******************************************

"Mano a Mano" - Chico Buarque com João Bosco - 1984



Mano a Mano

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

cotidianas #53 - "Incompatibilidade de Gênios"


Dotô,
jogava o Flamengo, eu queria escutar.
Chegou,
Mudou de estação, começou a cantar.
Tem mais,
Um cisco no olho, ela em vez de assoprar,
Sem dó falou,
sem dó falou, que por ela eu podia cegar.
Se eu dou,
Um pulo, um pulinho, um instantinho no bar,
Bastou,
Durante dez noites me faz jejuar
Levou,
As minhas cuecas pro bruxo rezar.
Coou,
Meu café na calça prá me segurar
Se eu tô
Devendo dinheiro e vem um me cobrar
Dotô,
A peste abre a porta e ainda manda sentar
Depois,
Se eu mudo de emprego que é prá melhorar
Vê só,
Convida a mãe dela prá ir morar lá
Dotô,
Se eu peço feijão ela deixa salgar
Calor,
Mas veste o casaco prá me atazanar
E ontem,
Sonhando comigo mandou eu jogar
No burro,
E deu na cabeça a centena e o milhar
Ai, quero me separar

"Incompatibilidade de gênios"
João Bosco/Aldir Blanc
*************
Ouça:
João Bosco Incompatibilidade de Gênios

domingo, 13 de abril de 2014

cotidianas #285 - Linha de Passe



Toca de tatu, lingüiça e paio e boi zebu
Rabada com angu, rabo-de-saia
Naco de peru, lombo de porco com tutu
E bolo de fubá, barriga d'água
Há um diz que tem e no balaio tem também
Um som bordão bordando o som, dedão, violação
Diz um diz que viu e no balaio viu também
Um pega lá no toma-lá-dá-cá, do samba
Um caldo de feijão, um vatapá, e coração
Boca de siri, um namorado e um mexilhão
Água de benzê, linha de passe e chimarrão
Babaluaê, rabo de arraia e confusão...
Eh, yeah, yeah . . .
(Valeu, valeu, Dirceu do seu gado deu...)
Cana e cafuné, fandango e cassulê
Sereno e pé no chão, bala, camdomblé
E o meu café, cadê? Não tem, vai pão com pão
Já era Tirolesa, o Garrincha, a Galeria
A Mayrink Veiga, o Vai-da-Valsa, e hoje em dia
Rola a bola, é sola, esfola, cola, é pau a pau
E lá vem Portela que nem Marquês de Pombal
Mal, isso assim vai mal, mas viva o carnaval
Lights e sarongs, bondes, louras, King-Kongs
Meu pirão primeiro é muita marmelada
Puxa saco, cata-resto, pato, jogo-de-cabresto
E a pedalada
Quebra outro nariz, na cara do juiz
Aí, e há quem faça uma cachorrada
E fique na banheira, ou jogue pra torcida
Feliz da vida
Toca de tatu, lingüiça e paio e boi zebu
Rabada com angu, rabo-de-saia
Naco de peru, lombo de porco com tutu
E bolo de fubá, barriga d'água
Há um diz que tem e no balaio tem também
Um som bordão bordando o som, dedão, violação
Diz um diz que viu e no balaio viu também
Um pega lá no toma-lá-dá-cá do samba
Do samba, do samba, do samba, do samba
***********************************************
"Linha de Passe"
(letra: Aldir Blanc, música: João Bosco)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2022

 



O nigeriano Fela Kuti foi um dos destaques do ano
nos nossos Álbuns Fundamentais
Como fazemos todos os anos, recapitulamos e elencamos os discos que tiveram a honra de entrar para nossa seleta lista de ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. Não tem disputa, não tem ranking mas a gente sempre gosta de saber que artista tem mais obras indicadas, qual o país tem mais discos lembrados, que ano marcou mais com discos inesquecíveis e essas coisas assim. Sendo assim, levantamos esses números e publicamos aqui, até para nossa própria curiosidade.
No campo internacional, os Beatles ampliaram sua vantagem na liderança entre artistas, embora, entre os países, seja os Estados Unidos quem lideram com folga. Destaque na 'disputa' internacional para o primeiro nigeriano na lista, Fela Kuti, que aumenta o número de representantes africanos, ainda tímido, nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. O Brasil segue na segunda colocação, mesmo com a reação dos ingleses que não colocaram nenhum álbum em 2021 mas voltaram a ter destacados grandes discos em 22. Só que com três craques da música brasileira, Gil, Caetano, Paulinho e Milton, fazendo oitenta anos em 2022, ficou impossível não destacar discos deles e abrir vantagem novamente sobre os ingleses. A propósito, Milton Nascimento que, de início não tinha nenhum, depois colocou o "Clube da Esquina", com Lô Borges, depois a parceria com Criolo e agora, com os dois que emplacou nesse ano que marcou seus oitentinha, já desponta com destaque na lista nacional. Contudo, ele não era o único a completar oito décadas e Caetano Veloso, garantindo mais um na nossa lista de grandes discos, continua na liderança nacional.
Em 2022, o ano que mais teve discos na nossa lista foi o de 1992, embora a década de 80 tenha colocado 8 na lista, mas ainda não o suficiente para ultrapassar a de 70 que ainda é a que lidera nesse âmbito.

Vamos, então, aos números que é o que interessa.

Confira aí abaixo como ficou a situação dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS depois da temporada 2022:


*************


  • The Beatles: 7 álbuns
  • Wayne Shorter: 5 álbuns ***
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones, Pink Floyd, Miles Davis e Wayne Shorter: 5 álbuns cada
  • John Cale* **
  • Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Bob Dylan, John Coltrane e Lee Morgan: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Van Morrison, R.E.M., Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden ,Lou Reed** e Herbie Hancock***: 3 álbuns cada
  • Björk, Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Dexter Gordon, Philip Glass, PJ harvey, Rage Against Machine, Body Count, Suzanne Vega, Beatie Boys, Faith No More, McCoy Tyner, Vince Guaraldi, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"

**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"

*** contando o álbum "Five Star', do V.S.O.P.



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 7 álbuns*
  • Gilberto Gil: * **: 6 álbuns
  • Jorge Ben: 5 álbuns **
  • Tim Maia, Legião Urbana, Chico Buarque e Milton Nascimento +#: 4 álbuns
  • Gal Costa, Titãs,  Paulinho da Viola, Engenheiros do Hawaii e João Gilberto*  ****: 3 álbuns cada
  • Baden Powell***, João Bosco, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Ratos de Porão, Roberto Carlos, Criolo + e Sepultura : todos com 2 álbuns 


*contando com o álbum "Brasil", com João Gilberto, Maria Bethânia e Gilberto Gil

**contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"

*** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"

**** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"

+ contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" 
# contando com o álbum Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 120
  • anos 60: 97
  • anos 70: 145
  • anos 80: 124
  • anos 90: 96
  • anos 2000: 14
  • anos 2010: 16
  • anos 2020: 2


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 22 álbuns
  • 1977: 19 álbuns
  • 1969, 1972, 1976, 1985, 1992: 17 álbuns
  • 1967, 1968, 1971, 1973 e 1979: 16 álbuns cada
  • 1970 e 1991: 15 álbuns cada
  • 1965, 1975, 1980 e 1991: 14 álbuns
  • 1987 e 1988: 13 álbuns
  • 1989 e 1994: 12 álbuns cada
  • 1964, 1966 e 1990: 11 álbuns cada
  • 1978 e 1983: 10 álbuns



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 201 obras de artistas*
  • Brasil: 145 obras
  • Inglaterra: 118 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • Islândia, País de Gales: 3 obras
  • México, Austrália e Jamaica: 2 cada
  • Japão, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola, Nigéria e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de países diferentes, conta um para cada)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

“Poesia Total”, de Waly Salomão – Ed. Companhia das Letras (2013)


Where's Waly?
por Leocádia Costa




“Nascer não é antes, não é ficar a ver navios,
Nascer é depois, é nadar após se afundar e se afogar...” 
Waly Salomão,
trecho do poema “Sargaços”


“Que o leitor, livre dos lugares-comuns, possa agora,
perambular livremente entre as falanges das máscaras que povoam
os libanos de sonho da mente régia de Waly Salomão,
um dos poetas mais originais e vigorosos do nosso tempo.” 
Antonio Cícero





            Cada vez que escuto uma canção ou sua voz falando verborragicamente sobre algum tema, paro. Ler não é a mesma coisa. Parece que a voz de Waly Salomão ou a sua poesia transformada em canção tem que estar no volume máximo. Assim, daquele jeito que o coração dispara, os olhos se fixam no interlocutor e a mente divaga.
         Sempre uma cena mágica abre-se com sua presença. Ora pela risada estrondosa, ora pelo seu porte de Rei Salomão. Lá de cima, com o limite cacheado dos cabelos, observa com muita acidez o que ocorre nas entrelinhas da sociedade. E não perdoa. Solta as palavras como leões ferozes, coreografados como se fossem um cardume infindável de peixes dançarinos em nossa frente, chamando a atenção, hipnotizando.
Waly sempre intenso,
escrevendo ou falando
       Confesso que o conheci por vias tortas. Explico. Custo a perceber as autorias, e olha que minha desatenção já foi pior. Só quando alguma composição me toca é que mergulho nos créditos, senão deixo um espaço livre para que as informações que valem a pena se fixem. Talvez uma forma de backup saudável em tempos que tudo interessa, tudo é cool, tudo deve ser fixado, aprendido numa mente que não pode ser ampliada com acréscimos de memória eletrônica. Afinal “A memória é uma ilha de edição”, não?
            Não soube da existência e paradeiro de Waly por muitos anos. Tempo demais, mas que me permitiu escutá-lo numa palestra em Porto Alegre na Usina do Gasômetro, junto com a minha irmã, em 1998. E lá estava Waly, ocupando um dos lugares na mesa, o homem das Artes múltiplas, dos dizeres não-óbvios, das filosofias vãs e das frases sem comprometimento com o dever de dizermos o que deve ser dito. Diga você o que quiser, mas escute também o que vier. Dali em diante prestei atenção nele. E descobri muito lentamente onde ele estava morando. Em quais espaços estava presente. Desde então sempre quis saber por “Onde estava o nosso Waly?” como se um mapa sinônimo da personagem Wally criado pelo ilustrador americano Martin Handford pudesse avistá-lo, numa terra à vista, em meio a tantos cacarecos desnecessários à essência humana. Afinal é fundamental selecionar o que queremos receber, privilegiar aquelas produções que sejam sintonizadas conosco, abrir espaço para aquilo que nos desacomoda. A vida sem desafios torna-se muito tediosa e improdutiva.
Waly era assim, desafiava a todos, começando por si próprio. Não poupava os seus compatriotas, não poupava sua nação de escutá-lo. Baiano, filho de Xangô e virginiano (“Eu deliro, mas tenho os pés no chão porque sou de virgem”) sempre esteve ligado aos coletivos.  Gostava de dizer: “Chega do papo furado de que o sonho acabou: A Vida é Sonho. A Vida é Sonho. A Vida é Sonho.” como um cale-se a quem dizia que o sonho havia acabado, gerando uma onda de baixa estima a tudo que fosse revolucionário. Irreverente, sempre. Múltiplo também. Porque dizer algo que não tenha um pouco de poesia, humor e sarcasmo misturados? De origem síria, não escondia suas raízes “estrangeiras”, mas também sua relação com essa pátria em que todos vivemos paridos pelo caos. Isso não o assombrava: o que seria diferença para outros, para ele era semelhança.
            Lemisnki dizia que Waly “se não chegou a se tornar tudo, foi muitas coisas”. Isso, claro, para a nossa sorte que bebemos um pouco de lucidez através da sua poesia. Entre 1970 e 2000, Waly atuou como poeta, ensaísta, letrista, articulador cultural, diretor de espetáculos, artista visual e homem público. Dirigiu entre outros o espetáculo “FA-TAL – Gal a todo vapor”; de Gal Costa, esteve na Direção da Fundação Gregório de Matos de Salvador e coordenou o Carnaval da Bahia. Seus poemas foram musicados por muitos artistas, entre eles: Caetano VelosoGilberto GilJards MacaléJoão Bosco e Adriana Calcanhoto.
            Depois de 11 anos da sua passagem, em 2003, a editora Companhia da Letras lançou com a bênção dos herdeiros a poesia completa de Waly, “Poesia Total”. Cada vez que a família de algum artista faz essa ação de compartilhar de forma organizada e acessível à obra de quem não pode mais decidir sobre publicações, sinto-me esperançosa. As publicações são formas de perpetuar a obra de um artista, daí meu agradecimento pela reunião da produção do artista.
            Ali estão os poemas e as reflexões de Waly. Minhas prediletas são os poemas que viraram canções: “Vapor Barato” com Gal; “Mal Secreto” com Jards; “Mel” e “Cobra Coral”, ambas na voz de Caetano Veloso; “Fábrica do Poema”, em homenagem à arquiteta italiana Lina Bo Bardi, a hipnótica “Pista de Dança” e a recente “Teu nome mais secreto”, todas na voz de Adriana Calcanhoto; “Zumbi (A Felicidade Guerreira)” e “Ganga Zumba (O Poder da Bugiganga)”, que encantam no filme “Quilombo”, na voz de Gil; a descontraída e pontual “Assaltaram a Gramática”, musicada por Lulu Santos e gravada por Paralamas do Sucesso; “Memória da Pele”, musicada e gravada por João Bosco e outros poemas dedicados em pura palavra-sentimento a Solange Farkas, in memoriam à Lygia Clarck e a Luiz Zerbini, além do amoroso poema “Mãe dos Filhos Peixes” a sua Yemanjá: Martha.
            Waly, diferente da personagem americana que tem em seu protagonista um jovem adolescente, cresceu. Ele que diz: “Tenho fome de me tornar em tudo que não sou”, porém soube ser muitos sendo um só. Amadureceu cedo demais. O poeta Alexei Bueno comenta uma obra de Waly, “Lábia, 1998”, sua retomada cortante e límpida com as palavras, mais adiante na resenha diz que está na sintaxe sua mais poderosa característica. Senão isso, talvez a clareza e a assertividade de pensamento fazem de Waly um poeta que nos deixa suspensos numa ponte pênsil a cada palavra dita. Em Desejo&Ecolalia, de 1995, ele diz: “O que é que você quer ser quando crescer? Poeta polifônico”. E foi assim que ele nos alcançou em meio ao caos pertinentes da mesma pátria em que vivemos.




O "Pocket Waly", apresentado na
60ª Feira do Livro de POA
            Ainda no ano passado, uma dupla de músicos, Thiago Pirajira e Ricardo Pavão, levaram sua poesia em canção em plena Feira do Livro de Porto Alegre – 60ª edição no “Pocket Waly”. A performance sonora misturava canções e dizeres de Waly e lotou a Tenda de Pasárgada, tradicional palco para apresentações montado durante a Feira. Waly estava ali cintilando de dourado e negro em meio aos violões e vozes. Podia ver-se Waly vestido num parangolé pamplona junto com Oiticica, enfeitado de muita sensibilidade e delicadezas que ele possuía igualmente a sua capa de devaneio concreto. Vivo.
           Se você nunca esbarrou na obra de Waly Salomão ou nem pensou em procurá-lo, mude de rota. Estabeleça uma meta e persiga-o incessantemente. Se conseguir alcançá-lo não desista nas primeiras leituras: siga sereno, mas constante. Leia, cante e diga em voz alta sua poesia. Aos brados retumbando suas frases você sentirá o que ele tinha internamente. Um vulcão prestes a explodir! E sabemos que as terras próximas aos vulcões são sempre as mais férteis, mas suas lavas podem queimar. Mesmo assim siga em frente, rompa essa fronteira. Se necessário queime-se, transforme-se. Vale a pena. 


Adriana Calcanhoto canta Waly






quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2020

 


Corre pro abraçaço, Caetano!
Você tá na liderança.

Como de costume, todo início de ano, organizamos os dados, ordenamos as informações e conferimos como vai indo a contagem dos nossos  ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, quem tem mais discos indicados, que país se destaca e tudo mais. Se 2020 não foi lá um grande ano, nós do Clyblog não podemos reclamar no que diz repsito a grandes discos que apareceram por aqui, ótimos textos e colaborações importantes. O mês do nosso aniversário por exemplo, agosto, teve um convidado para cada semana, destacando um disco diferente, fechando as comemorações com a primeira participação internacional no nosso blog, da escritora angolana Marta Santos, que nos apresentou o excelente disco de Elias Dya Kymuezu, "Elia", de 1969
A propósito de país estreante nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, no ano que passou tivemos também a inclusão de belgas (Front 242) e russos (Sergei Prokofiev) na nossa seleta lista que, por sinal, continua com a inabalável liderança dos norte-americanos, seguidos por brasileiros e ingleses. 
Também não há mudanças nas décadas, em que os anos 70 continuam mandando no pedaço; nem no que diz respeito aos anos, onde o de 1986 continua na frente mesmo sem ter marcado nenhum disco nessa última temporada, embora haja alguma movimentação na segunda colocação.
A principal modificação que se dá é na ponta da lista de discos nacionais, onde, pela primeira vez em muito tempo, Jorge Ben é desbancado da primeira posição por Caetano Veloso. Jorge até tem o mesmo número de álbuns que o baiano, mas leva a desvantagem de um deles ser em parceria com Gil e todos os de Caetano, serem "solo". Sinto, muito, Babulina. São as regras.
Na lista internacional, a liderança continua nas mãos dos Beatles, mas temos novidade na vice-liderança onde Pink Floyd se junta a David Bowie, Kraftwerk e Rolling Stones no segundo degrau do pódio. Mas é bom a galera da frente começar a ficar esperta porque Wayne Shorter vem correndo por fora e se aproxima perigosamente.
Destaques, de um modo geral, para Milton Nascimento que, até este ano não tinha nenhum disco na nossa lista e que, de uma hora para outra já tem dois, embora ambos sejam de parcerias, e falando em parcerias, destaque também para John Cale, que com dois solos, uma parceria aqui, outra ali, também já chega a quatro discos indicados nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

Dá uma olhada , então, na nossa atualização de discos pra fechar o ano de 2020:



PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones e Pink Floyd: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Wayne Shorter e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Bob Dylan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 5 álbuns
  • Jorge Ben: 5 álbuns *
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**,, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
*** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto" ****
contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 90
  • anos 70: 132
  • anos 80: 110
  • anos 90: 86
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 13
  • anos 2020: 1


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985, 1969 e 1977: 17 álbuns
  • 1967, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1972: 15 álbuns cada
  • 1970, 1971, 1979 e 1991: 14 álbuns
  • 1975, e 1980: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1990: 10 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 171 obras de artistas*
  • Brasil: 131 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2019



O pessoal de Liverpool tá imbatível.
E não estou falando do time de Salah, Firmino e Mané.
Sei que já devia ter feito, o ano já começou e, por sinal está quase no final do primeiro mês, mas vida de blogueiro não se limita ao blog e até então não tinha dado tempo de fazer os levantamentos, retrospectos, somatórios e estatísticas para o Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS que sempre temos todo o início de ano aqui no ClyBlog. O ano que passou trouxe, além dos discos destacados por nós integrantes do blog, como de costume participações de convidados, com destaque para a resenha de Waldemar Falcão, para o lendário segundo disco de Zé Ramalho, "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", de 1979, do qual nosso convidado até mesmo participou, fazendo de seu texto um depoimento inestimável em relação a tudo que envolveu a obra e o artista naquele momento.
Na nossa tradicional atualização dos discos que pintaram por aqui no último ano, lá na frente, entre os artistas que têm mais obras citadas na nossa seção, entre os internacionais, Os Rapazes de Liverpool finalmente assumiram a liderança, uma vez que, nem Bowie nem Stones, que dividiam a dianteira com eles, tiveram novos discos incluídos nos A.F., mas é bom abrir o olho porque os alemães do Kraftwerk, considerado por muitos o outro nome mais influente na música de todos os tempos, botaram mais um disco na roda esse ano e subiram para o segundo degrau do pódio. Já pelo lado nacional, não houve mudança lá na frente e o destaque ficou com as estreias de Airto MoreiraTribalistas e o já citado Zé Ramalho.
Entre os países, os Estados Unidos se mantém à frente com boa folga, e, na disputa pela prata, os ingleses, com um bom número de artistas emplacando álbuns fundamentais, aproxima-se perigosamente dos brasileiros. Quanto às décadas, os anos 70 continuam mandando no pedaço, mas falando em anos, especificamente, ainda é o de 1986, que põe mais discos na nossa lista.
No ano atual, já temos um Álbum Fundamental mas que não entra para a contabilidade do ano passado. A expectativa para 2019 é se os Beatles confirmarão sua liderança e se, no Brasil, alguém vai desbancar Jorge Ben, que reina absoluto há um bom tempo na lista nacional.

Vamos conferir então como ficaram as coisas por aqui depois deste último ano:


PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk e Rolling Sones: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Wayne Shorter, John Cale* e Bob Dylan: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Lou Reed, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum de Brian Eno com JohnCale ¨Wrong Way Out"


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben: 5 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Caetano Veloso: 4 álbuns*
  • Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, Gal Costa, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão e Sepultura: todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas" 
*** Contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 84
  • anos 70: 125
  • anos 80: 104
  • anos 90: 77
  • anos 2000: 12
  • anos 2010: 13

*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985: 17 álbuns
  • 1976 e 1969: 16 álbuns cada
  • 1967, 1968 e 1977: 15 álbuns cada
  • 1971 e 1973: 14 álbuns
  • 1972, 1975, 1979 e 1991: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1970, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1980: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 155 obras de artistas*
  • Brasil: 121 obras
  • Inglaterra: 110 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país



C.R.