segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Agenda de shows em Porto Alegre
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Música da Cabeça - Programa #195
Se a pandemia cortou o barato até de se ouvir os fogos de fim de ano, não tem outra: o negócio é ouvir o MDC desta semana. No último programa de 2020, vai ter som muito melhor do que estouro de bomba. Saca só: tem Deee-Lite, Criolo, Tonho Crocco, Beach Boys, Philip Glass, Velha Guarda Da Portela e mais. No "Palavra, Lê" a gente ainda relembra Aldir Blanc, que partiu neste ano sem fogos. Mas também de muito MDC, como o de hoje, às 21h, na espoucante Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues. #Feliz2021 e, antes que me esqueça: #ForaBolsonaro
Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Meredith Monk - “Dolmen Music” (1980)
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2022
O nigeriano Fela Kuti foi um dos destaques do ano nos nossos Álbuns Fundamentais |
No campo internacional, os Beatles ampliaram sua vantagem na liderança entre artistas, embora, entre os países, seja os Estados Unidos quem lideram com folga. Destaque na 'disputa' internacional para o primeiro nigeriano na lista, Fela Kuti, que aumenta o número de representantes africanos, ainda tímido, nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. O Brasil segue na segunda colocação, mesmo com a reação dos ingleses que não colocaram nenhum álbum em 2021 mas voltaram a ter destacados grandes discos em 22. Só que com três craques da música brasileira, Gil, Caetano, Paulinho e Milton, fazendo oitenta anos em 2022, ficou impossível não destacar discos deles e abrir vantagem novamente sobre os ingleses. A propósito, Milton Nascimento que, de início não tinha nenhum, depois colocou o "Clube da Esquina", com Lô Borges, depois a parceria com Criolo e agora, com os dois que emplacou nesse ano que marcou seus oitentinha, já desponta com destaque na lista nacional. Contudo, ele não era o único a completar oito décadas e Caetano Veloso, garantindo mais um na nossa lista de grandes discos, continua na liderança nacional.
Em 2022, o ano que mais teve discos na nossa lista foi o de 1992, embora a década de 80 tenha colocado 8 na lista, mas ainda não o suficiente para ultrapassar a de 70 que ainda é a que lidera nesse âmbito.
Vamos, então, aos números que é o que interessa.
Confira aí abaixo como ficou a situação dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS depois da temporada 2022:
- The Beatles: 7 álbuns
- Wayne Shorter: 5 álbuns ***
- David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones, Pink Floyd, Miles Davis e Wayne Shorter: 5 álbuns cada
- John Cale* **
- Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Bob Dylan, John Coltrane e Lee Morgan: 4 álbuns cada
- Stevie Wonder, Cure, Van Morrison, R.E.M., Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden ,Lou Reed** e Herbie Hancock***: 3 álbuns cada
- Björk, Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Dexter Gordon, Philip Glass, PJ harvey, Rage Against Machine, Body Count, Suzanne Vega, Beatie Boys, Faith No More, McCoy Tyner, Vince Guaraldi, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)
- Caetano Veloso: 7 álbuns*
- Gilberto Gil: * **: 6 álbuns
- Jorge Ben: 5 álbuns **
- Tim Maia, Legião Urbana, Chico Buarque e Milton Nascimento +#: 4 álbuns
- Gal Costa, Titãs, Paulinho da Viola, Engenheiros do Hawaii e João Gilberto* ****: 3 álbuns cada
- Baden Powell***, João Bosco, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Ratos de Porão, Roberto Carlos, Criolo + e Sepultura : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum "Brasil", com João Gilberto, Maria Bethânia e Gilberto Gil
**contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
*** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
**** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"
PLACAR POR DÉCADA
- anos 20: 2
- anos 30: 3
- anos 40: -
- anos 50: 120
- anos 60: 97
- anos 70: 145
- anos 80: 124
- anos 90: 96
- anos 2000: 14
- anos 2010: 16
- anos 2020: 2
*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1
PLACAR POR ANO
- 1986: 22 álbuns
- 1977: 19 álbuns
- 1969, 1972, 1976, 1985, 1992: 17 álbuns
- 1967, 1968, 1971, 1973 e 1979: 16 álbuns cada
- 1970 e 1991: 15 álbuns cada
- 1965, 1975, 1980 e 1991: 14 álbuns
- 1987 e 1988: 13 álbuns
- 1989 e 1994: 12 álbuns cada
- 1964, 1966 e 1990: 11 álbuns cada
- 1978 e 1983: 10 álbuns
PLACAR POR NACIONALIDADE*
- Estados Unidos: 201 obras de artistas*
- Brasil: 145 obras
- Inglaterra: 118 obras
- Alemanha: 9 obras
- Irlanda: 6 obras
- Canadá: 4 obras
- Escócia: 4 obras
- Islândia, País de Gales: 3 obras
- México, Austrália e Jamaica: 2 cada
- Japão, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola, Nigéria e São Cristóvão e Névis: 1 cada
domingo, 9 de janeiro de 2022
DOSSIÊ ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2021
O velho Wayne de olho no trono dos Beatles |
2021 foi o ano do jazz nos ÁLBUNS FUNDAMENTAISÁLBUNS. Das 29 obras destacas na nossa seção de discos, 11 foram do refinado estilo norte-americano. Se aproveitando desse predomínio, neste período, o craque Wayne Shorter encostou definitivamente no pessoal de cima. Ainda não alcançou os Beatles, que continuam liderando, mas, junto com seu companheiro de sopro, Miles Davis, que também chegou nas cabeças, já começam a botar uma certa pressão nos rapazes de Liverpool. A propósito da Terra da Rainha, curiosamente no último ano, não tivemos NENHUM artista britânico teve discos incluídos na nossa seção. as ações ficaram basicamente divididas entre norte-americanos e brasileiros, com destaque para o primeiro japonês na lista, o versátil Ryuichi Sakamoto.
No que diz respeito aos brasileiros, Caetano Veloso que dividia a liderança com Jorge Ben, agora toma a frente isoladamente por conta pela participação no disco "Brasil", com João Gilberto, Bethânia e Gilberto Gil. Mas a disputa está tão apertada quanto no internacional e qualquer disco aqui, disco ali, no ano que chega, pode mudar o panorama.
Entre as décadas com mais obras mencionadas, os anos 70 continuam imbatíveis, embora o ano que aparece mais vezes seja o de 1986. Chama atenção que cada vez mais é inevitável que seja reconhecida a qualidade e se projete a relevância de trabalhos recentes, o que faz com que venham aparecendo com mais frequência, em maior número e cada vez mais fresquinhos, como foi o caso do recém lançado "Carnivore", do Body Count, que mal nasceu e já figura entre os melhores.
Então, vamos aos números que é o que interessa. Chegou a hora da verdade!
- The Beatles: 6 álbuns
- David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones, Pink Floyd, Miles Davis e Wayne Shorter: 5 álbuns cada
- Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Bob Dylan, John Coltrane e John Cale* **: 4 álbuns cada
- Stevie Wonder, Cure, Van Morrison, R.E.M., Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Lee Morgan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
- Björk, Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Dexter Gordon, Philip Glass, Body Count, Faith No More, McCoy Tyner, Vince Guaraldi, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)
- Caetano Veloso: 6 álbuns*
- Jorge Ben: 5 álbuns **
- Gilberto Gil* **: 5 álbuns
- Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
- Gal Costa, Legião Urbana, Titãs, Engenheiros do Hawaii e João Gilberto* ****: 3 álbuns cada
- Baden Powell**, João Bosco, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Roberto Carlos, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum "Brasil", com João Gilberto, Maria Bethânia e Gilberto Gil
**contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
*** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
**** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"
PLACAR POR DÉCADA
- anos 20: 2
- anos 30: 3
- anos 40: -
- anos 50: 19
- anos 60: 96
- anos 70: 138
- anos 80: 116
- anos 90: 89
- anos 2000: 13
- anos 2010: 15
- anos 2020: 2
*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1
PLACAR POR ANO
- 1986: 22 álbuns
- 1977: 19 álbuns
- 1969 e 1985: 17 álbuns
- 1967, 1972, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
- 1968 ,1970 e 1991: 15 álbuns cada
- 1971, 1979, 1980 e 1991: 14 álbuns
- 1965, 1975 : 13 álbuns
- 1965 e 1992: 12 álbuns cada
- 1964, 1966, 1987,1989, 1990 e 1994: 11 álbuns cada
- 1978: 10 álbuns
PLACAR POR NACIONALIDADE*
- Estados Unidos: 192 obras de artistas*
- Brasil: 139 obras
- Inglaterra: 114 obras
- Alemanha: 9 obras
- Irlanda: 6 obras
- Canadá: 4 obras
- Escócia: 4 obras
- México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
- Japão, País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada
terça-feira, 18 de setembro de 2018
"Alfa", de Albert Hughes (2018)
O faro quase instintivo para escolher um filme para assistir tendo em mãos poucas informações a seu respeito me ajudou a fazer uma escolha acertada dias atrás, quando Leocádia e eu aproveitamos a promoção “PartiuCinema”, do Praia de Belas Shopping, em Porto Alegre, para pegar um cineminha durante a semana. A opção foi pelo longa “Alfa”, de Albert Hughes (2018), no qual apostamos e não saímos decepcionados. Pelo contrário: ficamos muito surpreendidos positivamente. Muito bem conduzido em seu todo, com imagens exuberantes e fotografia caprichada, entre outras qualidades, o longa é uma daquelas atrações cinematográficas aptas a qualquer tipo de público sem desmerecer a inteligência de nenhum deles.
Na história, que se passa há 20 mil anos na Europa, na Era do Gelo, o jovem Keda (interpretado por Kodi Smit-McPhee), passa a lutar pela sobrevivência quando, após um acidente, é abandonado por sua tribo, que pensa que ele havia morrido. Dentre os diversos desafios que tem de enfrentar para tentar retornar à sua aldeia, Keda, já muito machucado, é atacado por uma matilha. Ele consegue ferir um dos lobos, mas decide não matar o animal, de quem passa a cuidar e com quem estabelece uma relação de amizade a partir de então.
A impressionante cena do ataque do javali a Keda |
Tudo no filme é conduzido, entretanto, com muito equilíbrio. Sem exageros nem vazios. Isso se reflete num dos trunfos de “Alfa”, que é seu equilíbrio de planos e movimentos de câmera. Hughes segue um storyboard bem desenhado, o qual usa com inteligência tanto nos enquadramentos mais próximos do objeto filmado (feições faciais, expressão dos olhos, “tomadas de ombro” do animal para o protagonista e vice-versa) como, principalmente, sabe se valer muito bem da imensidão da natureza selvagem do cenário – com montanhas, campos, cavernas, céu e outros – em ótimos plongées aéreos e planos longos, que requerem muita habilidade para serem utilizados sem causar sensação de distanciamento no espectador quando não deve ou precisa.
A fotografia bem cuidada, que explora a imensidão da natureza selvagem |
Até nas referências a outros filmes “Alfa” é certeiro. Há momentos em que, pela temática, estética e ambientação, lembre “O Regresso” (2016), porém com um protagonista não motivado pela vingança, como no longa de Alejandro González Iñárritu, mas, sim, por um sentimento muito mais elevado, que é o amor. Igualmente, Hughes faz breves e bem-vindas alusões ao oitentista “Koyanisquaatsi”, o clássico documentário-visual de Godfrey Reggio, nas cenas em que a câmera percorre rapidamente os vales sob a sonorização de uma música levemente minimalista, a qual lembra, obviamente, a que o genial compositor Philip Glass criou para a obra de 1983 e que se tornou escola para o audiovisual mundial desde então. Até "Era uma Vez no Oeste", o memorável faroeste spaghetti de Sergio Leone (1968) é resgatado com propriedade.
Enquadramento de "Alfa" inspirado no clássico "Era Uma Vez no Oeste" |
“Alfa” é um programão tanto para as crianças quanto para os vovôs, pois é apto a que todos se entretenham, vibrem e se envolvam com essa bem contada história. Feito cada vez mais raro no cinema, uma vez que os nichos temáticos e o empobrecimento dos conteúdos (mal ajudados pela febre dos remakes e franquias) tomam conta de boa parte da produção cinematográfica dos grandes estúdios. Neste sentido, o filme carrega também um pouco de “O Urso”, de Jean-Jaques Annaud, de 1989, capaz de unir todos os tipos de classificação – ou melhor, dissolvê-los. Por fim, “Alfa”, como um bom filme de busca, tal como no mais alto cinema de Abbas Kiarostami ou Win Wenders, nos impele a refletir sobre qual realmente é a maior aventura empreendida: a das emoções físicas vividas no percurso ou aquela que nos faz viajar pelas descobertas do próprio íntimo? A nós, espectadores e amantes dos pets, fica também a mostra do quanto os animais de estimação, em suas consciências discutivelmente irracionais, ensinam aquilo que é principal na vida - inclusive a apurar o faro para escolher um bom filme como este para assistir.