terça-feira, 4 de agosto de 2015
"David Bowie: Five Years", de Francis Whately (2013)
quinta-feira, 7 de abril de 2016
Hüsker Dü - "Warehouse: Songs and Stories" (1987)
Pode até não ser uma unanimidade mas pode-se afirmar sem medo que o Hüsker Dü é uma das bandas mais respeitadas da cena alternativa. Mesmo com a abertura musical promovida pela banda em "Warehouse: Songs and Stories" sua reputação permaneceu intocada diante de um público que não costuma tolerar muitas concessões mas que provavelmente viu na pequena mudança de comportamento musical do Hüsker Dü muito mais um amadurecimento do que uma traição, como muitas vezes costuma-se rotular os que desviam de sua linha original.
Neste disco de 1987, o Hüsker Dü deixava seu tradicional hardcore mais melódico sem, contudo, ficar meloso. Era apenas a admissão de influências e sonoridades dando vazão para outras possibilidades mas que não descaracterizavam de modo algum o som honesto da banda. "Warehouse..." é mais bem trabalhado, mais polido mas não menos original. A boa produção, a carga psicodélica e as alternativas sonoras experimentadas só fizeram dar mais valor ao som guitarrado e potente da banda, fazendo com que a verdadeira sonoridade e a qualidade da música ficasse mais evidenciada. Fruto de uma participação coletiva mais efetiva, ao contrário de outras ocasiões quando Bob Mould, o vocalista e guitarrista, centralizava as ações com raras exceções de concessão para o baterista Grant Hart, outro dos principais compositores da banda, o disco acabou gerando um material mais diversificado em relação a seus antecessores e mais numeroso também resultando na inevitabilidade de transformar aquele projeto em um álbum duplo. Mas é um daqueles poucos duplões que não cansam e, pelo contrário, deixam um gostinho de quero mais. Disco bom do começo ao fim. Uma musicaça depois da outra. Mas infelizmente, depois da obra-prima do Hüsker Dü o público ficou mesmo só no gostinho de quero mais pois "Warehouse: Songs and Stories" foi o último suspiro da banda que encerrou ainda naquele ano de 1987 suas atividades. Mas mais justo não seria chamar de "último suspiro" mas talvez de derradeiro sopro de criatividade e inspiração uma vez que o álbum, um clássico dos anos 80, da cena independente, do rock alternativo, perdura como um dos mais do rock contemporâneo sendo inspiração inegável e facilmente detectável na geração que se seguiria, especialmente no grunge e suas derivações.
Disco tão impecável que é quase injusto destacar algumas e deixar outras de fora mas, com certeza, não dá pra deixar de falar neste álbum sem lembrar de "Could Be the One?", "Standing in the Rain", "These Important Years", "She Floated Away", "Charity, Chastity, Prudence, and Hope" e... ah, todas!
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FAIXAS:
- "These Important Years" – 3:49
- "Charity, Chastity, Prudence, and Hope" – 3:11
- "Standing in the Rain" – 3:41
- "Back from Somewhere" – 2:16
- "Ice Cold Ice" – 4:23
- "You're a Soldier" – 3:03
- "Could You Be the One?" – 2:32
- "Too Much Spice" – 2:57
- "Friend, You've Got to Fall" – 3:20
- "Visionary" – 2:30
- "She Floated Away" – 3:32
- "Bed of Nails" – 4:44
- "Tell You Why Tomorrow" – 2:42
- "It's Not Peculiar" – 4:06
- "Actual Condition" – 1:50
- "No Reservations" – 3:40
- "Turn It Around" – 4:32
- "She's a Woman (And Now He Is a Man)" – 3:19
- "Up in the Air" – 3:03
- "You Can Live at Home" – 5:25
sexta-feira, 22 de março de 2024
Gene Vincent - "I'm Back and I'm Proud" (1969)
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FAIXAS:
1 Rockin' Robin2 In the Pines
3 Be Bop a Lula 69
4 Rainbow at Midnight
5 Black Letter
6 White Lightning
7 Sexy Ways
8 Ruby Baby
9 Lotta Lovin'
10 Circle Never Broken
11 I Heard That Lonesome Whistle
12 Scarlet Ribbons (For Her Hair)
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Ouça:
Gene Vincent - I'm Back and I'm Proud"https://www.youtube.com/watch?v=X_xURXbVhyA&list=OLAK5uy_ljNPj1atjQgPcahNjaugSGhO4XJfR3M5w
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
14 anos, 14 convidados
E o clyblog chega a seus 14 anos de idade.
Parabéns para nós!
E parabéns para nós, principalmente, por, durante todo esse período de existência, termos tido a honra de contar com colaborações valiosas de convidados das mais diversas áreas. Escritores, jornalistas, músicos, fotógrafos, artistas, deram suas contribuições a partir de suas experiências, preferências pessoais e respectivos repertórios culturais, abrilhantando momentos especiais do nosso blog em datas importantes, números redondos de publicações ou em nossos aniversários anteriores.
Para comemorar os 14 aninhos e essas colaborações maravilhosas, relembramos aqui, exatamente, 14 momentos, 14 participações especiais, 14 grandes convidados que nos proporcionaram publicações de altíssima qualidade e conteúdo valiosíssimo para o Clyblog.
Então aí vão 14 participações de convidados durante os 14 anos, até aqui, de ClyBlog:
Em 2013, o escritor, teólogo, filósofo, ensaísta, crítico de arte, poeta e cronista gaúcho, Armindo Trevisan, nos deu de presente de Natal uma belíssima crônica que sugeria uma merecida reverência silenciosa a um momento tão importante como é o caso do nascimento de Cristo, no nosso Cotidianas Especial de Natal.
"(...)Que maravilhoso seria se, na comemoração do Natal, as nações cristãs, concordassem em instituir um minuto de silêncio em homenagem a tão grande Mistério!
Seria preciso que não se ouvisse som algum em nosso mundo!
Seria preciso que a paz, silenciosa como as estrelas (ao contrário de nossos ícones que, para serem ovacionados, inflamam as multidões) entrasse nos corações na ponta dos pés, e aí fizesse adormecer as almas ao som da Noite Feliz, traduzida para o português por um frei franciscano de Petrópolis, o qual preferiu o adjetivo feliz ao adjetivo original alemão stille: Noite Silenciosa! (...)"
Leia o texto na íntegra:
domingo, 28 de maio de 2023
76º Festival de Cannes - Os Premiados
Justine Triet com seu prêmio |
Na cerimônia, realizada no último sábado, dia 27/05, e conduzida pelo presidente do júri, o sueco Ruben Östlund, "bicampeão" de Cannes com "The Square" e "Triângulo da Tristeza", também houve destaque para o Brasil com o prêmio d'Esamble, para o filme "A Flor de Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora, na Mostra Um Certo Olhar; e com o prêmio de melhor filme de estreia, na Mostra paralela, por "Levante", de Lilah Halah. Brasileiros também apareceram em produções: Karim Aïnouz teve seu "Firebrand", estrelado por Alicia Wikander, disputando o prêmio principal, e Kléber Mendonça Filho teve exibido, fora de competição, seu "Retratos Fantasmas".
Confira, abaixo, a lista completa com todos os premiados nesta edição do festival:
O julgamento em "Anatomia de uma queda" |
Grand Prix: The Zone of Interest, de Jonathan Glazer
Prêmio do júri: Fallen Leaves, de Aki Kaurismäki
Melhor diretor: Tran Anh Hùng, de The Pot au Feu
Melhor ator: Koji Yakusho, de Perfect Days
Melhor atriz: Merve Dizdar, de About Dry Glasses
Melhor roteiro: Sakamoto Yuji, de Monster
Palma de Ouro (Curta-metragem): 27, de Flóra Anna Buda
Menção Especial (Curta-metragem): Fár, de Gunnur Martinsdóttir Schlüte
Câmera de Ouro: Inside the Yellow Cocoon Shell, de Thien An Pham
C.R.
sábado, 2 de abril de 2011
The Stooges - "The Stooges" (1969)
[os negros] e das linhas melódicas também
Disco importantíssimo para a formação do punk e para as gerações seguintes do rock dali para a frente. Com sua sonoridade crua, suja e barulhenta contribuiu grandemente para a identidade sonora daquele momento. Bandas como Velvet Underground, Doors, Television, artistas como David Bowie já vinham trilhando um caminho que levaria ao que se caracterizou depois como o punk rock, mas parece que com os Stooges o passo final da evolução do conceito tinha finalmente acontecido. Provas desta linhagem são os fatos, por exemplo de Iggy ter se estimulado a ter uma banda depois de ter visto um show do Doors, de John Cale ex-integrante do Velvet ter produzido o primeiro disco dos Stooges ou mesmo de Bowie ter sido parceiro e produtor de Iggy depois em carreira solo. Os Stooges traziam o minimalismo, a sujeira, a agressividade que faltava para que a coisa tomasse forma e a partir dali o caminho estava pavimentado para nomes como Ramones, e Sex Pistols aparecerem alguns anos depois.
Mas falando propriamente do disco, o negócio já começa detonando com a grande “1969”, um daqueles clássicos eternos do rock; na seqüência, sem sair de cima, já vem outra das fantásticas, “I Wanna Be Your Dog”, básica, ‘burra’, simples e matadora. Quatro acordes incansavelemente repetidos o tempo inteiro e um piano insistente ao fundo numa nota só. Cru e genial. “No Fun”, que viria a ser gravada depois pelos Pistols, é outra das grandes do disco, igualmente com uma concepção simplérrima e acordes muito básicos; destaque também para “Not Right” e para a excelente “Little Doll” que passa a régua e fecha a conta.
Na época o disco foi praticamente ignorado, vendeu mal até por conta dos problemas que teve antes do lançamento quando já concluído teve que voltar para a mesa de mixagem uma vez que a gravadora desaprovou o resultado da produção de John Cale atrasando o lançamento e então já saindo com um certo descrédito e desconfiança. Como muitas grandes obras, este álbum acabou só sendo reconhecido alguns anos depois de seu lançamento e só então se percebeu o quanto ele havia sido realmente ousado e pioneiro.
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FAIXAS:
1."1969" – 4:05
2."I Wanna Be Your Dog" – 3:09
3."We Will Fall" – 10:18
4."No Fun" – 5:15
5."Real Cool Time" – 2:32
6."Ann" – 2:59
7."Not Right" – 2:51
8."Little Doll" – 3:20
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Ouça:
The Stooges 1969
quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
Música da Cabeça - Programa #44
Prontos para a sua dose maciça de música de toda quarta-feira? Nós estamos. Vai ter hoje no Música da Cabeça a diversidade de sempre, o ecletismo de sempre, a qualidade de sempre. Quer saber por quê? Ryuichi Sakamoto, The Fall - Music, The Glove, Chico Buarque e George Harrison serve? É, tem tudo isso e ainda mais. Não dá pra perder, né? Recomendamos. É hoje, às 21h, na Rádio Elétrica. Produção, apresentação e prescrição: Daniel Rodrigues.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Art Garfunkel – “Breakaway” (1975)
quarta-feira, 25 de maio de 2022
Música da Cabeça - Programa #268
Caiu mais um presidente da Petrobrás? Aqui no MDC tá tudo no mesmo lugar. Em alto e bom som, teremos hoje muitas e variadas coisas, de Stevie Wonder a De Falla, de Paul McCartney a The Fall, de Black Sabbath a Legião Urbana. Tem os quadros móveis e Cabeça dos Outros muito rock'n'roll. Sem mudanças, o programa vai ao ar às 21h, na estável Rádio Elétrica. Produção e apresentação, o Daniel Rodrigues de sempre.
Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/