- "Living In A Dream" (Doyle Bramhall II, Charlie Sexton) – 4:54
- "Paradise Cafe" (Charlie Sexton, Tonio K) - 5:14
- "Sent By Angels" (Doyle Bramhall II) – 5:44
- "Sweet Nadine" (Charlie Sexton, Tonio K) – 4:31
- "Good Time" (Doyle Bramhall II, S. Piazza) – 4:47
- "See What Tomorrow Brings" (Doyle Bramhall II) – 6:27
- "Always Believed In You" (Charlie Sexton, Tonio K) – 4:55
- "The Famous Jane" (Charlie Sexton, Tonio K) – 4:31
- "Spanish Moon" (Doyle Bramhall II, Charlie Sexton, Chris Layton) – 5:48
- "Carry Me On" (Doyle Bramhall II) – 4:09
- "Shape I'm In" (Doyle Bramhall II, Charlie Sexton, Marc Benno) – 4:07
- "Too Many Ways To Fall" (Chris Layton, Tommy Shannon, Charlie Sexton, Tonio K) – 5:52
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Arc Angels - "Arc Angels"(1992)
sábado, 18 de fevereiro de 2017
“Manchester À Beira-Mar”, de Kenneth Lonergan (2016)
Precisava escrever sobre “Manchester À Beira-Mar”
Um amigo, leitor assíduo e crítico construtivo do que escrevo, uma vez me disse: "seus textos, sem querer ofender, às vezes são muito para baixo".
Não me ofendeu. Ele tinha razão. Porém, respondi, não tenho muito o que fazer quanto a isso. Esse é o mundo que vejo. E já há tanta gente dizendo que a vida é maravilhosa, que os sonhos vão acontecer, que os amores serão eternos, que somos especiais, que não vejo motivo de ser mais um a contar essas mentiras - ainda que estes ganhem mais dinheiro e tenham mais leitores, evidentemente.
A vida é complexa, cinza e imprevisível. Somos contraditórios, egocêntricos - nossa geração mais ainda - e não temos controle sobre nosso próprio ser. Sinto-me mais útil apontando e rindo disso do que cantando glórias que não existem.
Talvez por isso o filme “Manchester À Beira-Mar”, escrito e dirigido por Kenneth Lonergan e com Casey Affleck – o irmão mais novo do Ben Affleck – no elenco, tenha me arrebatado ao ponto de dedicar muitas horas do meu dia em pensar na mensagem de seu texto.
O filme conta a história de Lee Chandler, um zelador de condomínio na cidade de Boston, com seus quase quarenta anos, frequentador de bares locais, adepto de brigas sem motivos e nada entusiasta dos ritos sociais fugazes – como as conversas supérfluas com os moradores dos prédios que atende ou um flerte com a garota que se interessa por pena, por exemplo. Ele é mais um entre tantos bilhões que vive o martírio de suportar a existência vazio de maiores realizações.
Chandler e Affleck na narrativa que suscita Crime e Castigo |
Disso nasce o drama que move a narrativa: tirar o jovem da cidade onde é querido, tem amigos, duas namoradas, a titularidade na equipe hóquei da escola, uma banda, casa e o barco do pai morto; ou permanecer e ter que lidar com o passado que ainda o tortura?
A memória que funciona quase como uma maldição sobre os ombros do protagonista faz lembrar Dostoievski e seu Raskólnikov: não existe nada mais desesperador do que um crime sem castigo. O drama de Lee é a perfeita metáfora que demonstra o quão tolo é o argumento de que a culpa não passa de uma ferramenta de opressão e manipulação da “sociedade patriarcal” e da tradição judaico-cristã.
O filme conta, através de flashbacks bem introduzidos, o que aconteceu a Lee. Não vou entregar a surpresa que é fundamental para o impacto que a história quer causar. Porém, diante de um reencontro inesperado com a ex-esposa (Michelle Williams, fantástica!) e um diálogo com falta de palavras – uma das cenas mais belas e chocantes do filme –, ele balbucia a chave que traduz a mensagem do filme:
- Eu não consigo superar isso.
Lee é inocentado perante a lei e segue livre externamente, mas internamente está acorrentado a um calabouço. Ele é torturado pelas forças incontroláveis que dominam e destroem a vida de um homem.
O filme é mais que um drama para lhe fazer chorar – e Lonergan acerta muito ao não forçar um sentimentalismo barato. A obra é uma perfeita tragédia – no sentido grego da coisa, mesmo: Lee é o sacrifício entregue a Dionísio, deus do vinho e da loucura, e atormentado pela completa falta de controle sobre a contingência da vida.
Michelle Williams, atuação de destaque |
Somos uma geração tola que realmente deposita fé na ilusão do controle. Os “medievais”, estes que seu professor “progressista” gosta de acusar de retrógrados, eram muito melhores do que nós neste quesito. Eles sabiam e temiam o terror que a vida, essa série de circunstâncias incontroláveis, pode causar.
“Manchester À Beira-Mar” reverencia a derrota inerente à nossa natureza. Vamos tombar. A vida em algum momento vai nos vencer. Assim como Lee, precisamos ter consciência de que para algumas coisas não vamos ter força. E tudo bem por isso.
O amigo que acha meus textos para baixo não vai gostar do filme, provavelmente. Ele vai preferir se emocionar com “La La Land” e com crônicas de outro amigo que escreve textos mais “cheirosos”.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Television - "Marquee Moon" (1977)
do New Musical Express,
em 1977
“Que música é essa?”, eu me perguntava quando ouvia aquela coisa maravilhosa no rádio. Aquele riff introdutório com uma guitarra minimalista, repetida e hipnótica, seguida de uma segunda guitarra, em outro riff mínimo e igualmente repetido, que se entrecruzava e confundia-se com a primeira; e então as duas permitiam a entrada de um baixo que se por um lado dialogava com ambas, também ocupava seus espaços vazios; até a entrada uma bateria marcada, sem excessos nem arroubos que constituía enfim o corpo básico daquela canção espetacular. Mas era só o início: ela ia-se enrobustecendo, mudando, variando, trocando bases, invertendo solos, cada um mais lindo e impressionante que o outro com verdadeiros duelos de guitarras, e a bateria agora tinha arrebatamentos entusiásticos, e o contrabaixo irrompia em ímpetos emocionantes, até alcançar, depois de mais de 10 minutos, uma espécie de um ápice sonoro, um êxtase, uma redenção musical. Ouvia com muita freqüência no programa da radialista Kátia Suman, na Rádio Ipanema de Porto Alegre, ficava impressionado com aquilo, mas por algum azar nunca conseguia descobrir o nome da música – já tinha sido anunciada no início do bloco; naquele dia a programação da rádio estava no ‘automático’; ou mesmo, simplesmente, não fora anunciada - mas uma hora seria inevitável descobrir, como acabou acontecendo: aquela obra de arte chamava-se “Marquee Moon” e quem a tocava era uma banda chamada Television. A música fazia parte do disco igualmente entitulado “Marquee Moon” , de 1977, que tratei logo de ter, num primeiro momento em cassete, mas hoje tenho devidamente em CD, que traz alguns extras inclusive.
O Television, vim a saber mais adiante ainda, fora um dos precursores do punk, e ainda que a canção que tinha me encantado fosse enorme, toda trabalhada, com partes, entrepartes, solos longos e virtuosismo técnico, ela verdadeiramente já anunciava com seu minimalismo, seu ritmo, sua produção, que trazia no rastro novos tempos e uma nova sonoridade.
“See no Evil” uma das grandes do disco, é uma prova mais concreta disso com sua base minimalista, mas com uma pegada mais consistente, mais pesada e repetitiva; “Friction” vai numa linha parecida, com aquela pinta de punk porém transbordando de técnica por todos os lados; “Vênus” é quase uma sinfonia; “Elevation”, marcante pelo refrão, é o que se poderia chamar de uma música ‘limpa’ trabalhada minuciosamente em todos os detalhes, onde tudo aparece com impressionante clareza e transparência; “Guiding Light” é uma balada levinha e deliciosa; “Prove It” também é mais solta e tem uma levada gostosa de baixo; Torn Curtain” que fecha o disco é arrastada mas não cansativa, é mais melancólica que as demais mas sua condução lenta só faz com que se possa perceber com mais limpidez as virtudes musicais e a técnica dos instrumentistas.
Um dos discos mais importantes da história do rock por ter ao mesmo tempo introduzido o punk e de certa forma negar seus princípios básicos, como os de músicas curtas, composições burras e músicos que não soubessem tocar. Mas se não bastasse sua importância, influência, sua inovação, só pela canção que dá nome ao disco já valeria. Uma das coisas mais incríveis que já ouvi. Um dos meus discos prediletos.
**************************
FAIXAS:
1. "See No Evil" 3:53
2. "Venus" 3:51
3. "Friction" 4:44
4. "Marquee Moon" 10:40
5. "Elevation" 5:07
6. "Guiding Light" (Lloyd, Verlaine) 5:35
7. "Prove It" 5:02
8. "Torn Curtain" 6:56
bônus da reedição em CD
9. "Little Johnny Jewel (Parts 1 e 2)" 7:09
10. "See No Evil (versão alternativa)" 4:40
11. "Friction (versão alternativa)" 4:52
12. "Marquee Moon (versão alternativa)" 10:54
13. Untitled (instrumental)
***************
Ouça:
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
"Coringa", de Todd Phillips (2019)
Uma obra de arte perigosa
Pura genialidade! Uma aula de atuação. Algo que não se esquece tão cedo. |
Coringa na escadaria: a definitiva descida para o seu inferno interior |
sexta-feira, 23 de junho de 2023
"A Menina que Morava no Sino", de Celso Gutfreind e ilustrações de Flávio Fargas, ed. Physalis Editora (2020)
"A nossa história já foi comprovada para além da imaginação. A menina morava aqui na Terra mesmo. Ela vivia sozinha no Sino. A bem da verdade, havia três sinos lá no alto. Eles tocavam juntos para a gente ouvir melhor. A menina achava que eles não precisavam de ninguém. Ou eles tocavam sozinhos para acompanhar o balanço dela."
Tive a oportunidade de ler o original do livro "A Menina que Morava no Sino" e me lembro do grande impacto que senti. Já nas primeiras páginas queria ser amiga dela e subir no sino que cresci escutando, e que existe mesmo, ali na Igreja (super gótica) conhecida como Santa Therezinha, em frente ao Brique da Redenção.
Ao ler essa estória você irá se deparar com temas como adoção, diferenças, deficiência auditiva, o cotidiano das cidades e seus personagens, poesia, música e literatura. São 136 páginas para leitores de todas as idades, mas também indicado a leitores do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental, cuja edição cuidadosa é da Physalis (Passo Fundo/RS) e foi lançada em 2020. O meu exemplar foi adquirido na AMA Livros.
Essa é a primeira novela infanto-juvenil do conhecido escritor e médico gaúcho Celso Gutfreind. Na trajetória de escritor, a poesia ocupa boa parte das publicações de Celso e a surdez é um tema recorrente em sua prática como psicanalista, e por isso faz parte dessa estória, “que não se sabe muito bem de onde vêm”, como a menina mesmo diz.De forma poética, divertida e cheia de referências as estórias dentro da estória da menina, vão trazendo emoções, dúvidas, e a oportunidade de discutir muitos aspectos ali contidos. Maria Antonieta Cunha, que apresenta o livro, diz que "A menina que morava no sino é um hino à humanidade e a algumas das melhores coisas que ela produz: por exemplo, a arte, em suas tantas manifestações (em especial, o ato de contar histórias) e o amor, nas suas mais diversas formas. Saímos dela com otimismo, com esperança, com vontade de experimentar um olhar mais atento e carinhoso para nosso mundo."
Premiadíssimo em 2021, "A Menina que Morava no Sino" ganhou os troféus: Açorianos de Literatura Infantojuvenil; Livro do Ano Juvenil AGES - Associação Gaúcha de Escritores e Carlos Urbim - Literatura Infantil, pela Academia Riograndense de Letras, e Prêmio Cidade de Passo Fundo RS. A edição traz as ilustrações do mineiro Flávio Fargas, formado em Belas Artes pela UFMG com bacharelado em Pintura e Desenho, que revela: “Já tive a oportunidade de ilustrar textos magníficos ao longo desta vida de ilustrador. Mas poucos mexeram comigo tanto quanto este. A menina que morava no sino é lindo, leve, divertido, emocionante. Tudo ao mesmo tempo...”
#ficaadica
Leocádia Costa
segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
Aimee Mann – “Magnolia – Music from the Motion Picture” (1999)
Acima, a capa original, de 1999, e, abaixo, com os sapos, da reedição de 2018. |
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Quatro Vezes Com Nico: Cada Vez Mais Perto, Mas Nunca de Fato
Nico Nicolaiewsky no Açorianos 2013
por Leocádia Costa
|
sábado, 30 de janeiro de 2016
Júpiter Maçã - “A Sétima Efervescência” (1997)
- "Um Lugar do Caralho" – 4:58
- "As Tortas e as Cucas" – 4:39
- "Querida Superhist x Mr. Frog" – 5:40
- "Pictures and Paintings" – 3:09
- "Eu e Minha Ex" – 5:52
- "Walter Victor" – 3:43
- "As Outras Que Me Querem" – 2:43
- "Sociedades Humanóides Fantásticas" – 6:42
- "O Novo Namorado" – 3:12
- "Miss Lexotan 6mg Garota" – 4:57
- "The Freaking Alice (Hippie Under Groove)" – 5:09
- "Essência Interior" – 7:00
- "Canção Para Dormir" – 3:13
- "A Sétima Efervescência Intergaláctica" – 2:38