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terça-feira, 19 de maio de 2015

Quadrinhos no Cinema #2 - "Superman - O Filme", de Richard Donner (1978)


O primeiro grande herói
por Vagner Rodrigues



Um personagem clássico, um elenco clássico, uma trilha sonora clássica, efeitos clássicos, um verdadeiro clássico do cinema, uma obra única, que abriu caminho para os super-heróis nos grandes estúdios.
O planeta Krypton está a beira de explodir e para salvar seu filho, Jor-El (Marlon Brando) o envia a um outro planeta onde ele possa sobreviver e crescer forte e feliz. Esse planeta é a Terra e esse garoto é Kal-El. Agora adulto usa o nome que seus pais adotivos lhe deram, Clark Kent (Christopher Reeve), e após passar um longo período na “Fortaleza da Solidão”, para conhecer mais sobre o seu passado, (o motivo deste autoexílio foi a morte de seu pai adotivo) após anos de estudo, ele decide retornar a sociedade, agora com uma missão, para ele um dever. Ao mesmo tempo que Clark é um desajeitado jornalista, torna-se o Superman, utilizando seus poderes sobre-humanos para ajudar o povo de Metrópolis, Com o decorrer do filme surge seu principal inimigo, Lex Luthor (Gene Hackman), um homem ambicioso, que não vai medir esforços para crescer no ramo imobiliário (é isso mesmo, esse é o seu objetivo).
Superman e Clark
Christopher Reeve fez o papel de sua vida, consegue fazer dois personagens no mesmo filme, Clark e Superman, que são completamente diferentes. Claro teve a maquiagem ajudou, mas diria que 99% dessa diferença vêm de sua atuação. Clark é tímido e cômico, um personagem que sentimos pena e simpatia. Esconde-se atrás de seus óculos e seu andar curvado, e parece que realmente não querer ser notado, já Superman é um escoteiro nato, o bom rapaz, parece estar sempre no lugar certo na hora certa para ajudar, e sem cobrar nada, faz porque acha justo. Sem falar no seu porte atlético e belo rosto, tudo isso somado aos seus poderes, o tornam um símbolo da cidade. E ele sabe lidar muito bem com tudo isso.
Os outros personagens foram bem representados, mas não também como Superman. Lois Lane (Margot Kidder), a repórter do Daily Planet, é o par romântico do nosso herói.  Lois é “uma mulher prafrentex”, independente, que tenta resolver os problemas sozinha, como boa repórter, sempre procura uma boa matéria, o que acaba a colocando em algumas situações de perigo. O que ficou exagerado em Lois é a questão da sexualidade. No filme ela é uma tarada, como diria Dona Bela (escolinha do Professor Raimundo)“Ela só pensa naquilo”. A principal cena que mostra que Lois não consegue se controlar, é quando ela recebe a visita do Superman em sua casa e pede para ele mostrar seus poderes. Ela poderia pedir qualquer coisa, tipo “me leve para dar uma volta voando” (eles até fazem isso, mas a ideia foi dele),  mas o pedido da moça é “você pode dizer qual a cor da minha roupa intima?”, perguntando sobre sua visão de Raio X.  Podemos dizer que o maior desafio de Superman foi resistir às investidas de Lois Lane ao longo do filme, mas no final ele acaba cedendo, provando que nem o “Homem de Aço” é feito de aço (boa piada!).
Nossos vilões planejando mais algum plano maligno.
Tenho que falar também de Lex Luthor (Gene Hackman), o grande vilão do filme e o maior inimigo das HQ’s do Superman. O personagem, embora esteja bem no filme, seu plano, assim como nas as HQ’s não era sair na porrada com o Homem de Aço, mas sim algo mais pensado e bem trabalhado (Tá, não tão bem pensado assim). Infelizmente assim como Lois, Lex Luthor também acaba caindo nos exageros, no seu caso, ele quase passa de vilão para o alívio cômico do filme. Junto com Otis (Ned Beatty), seu braço direto e Eve Teschmacher (Valerie Perrine) compõe uma trio de trapalhões. É engraçado? Sim, mas com o passar do filme vai ficando exagerado e às vezes o número de cenas cômicas os envolvendo torna-se desnecessário.
"Superman" é um filme incrível (não é um excelente filme, pois seu final tem uma solução, que só vendo para crer), obviamente tem os seus defeitos, mas suas qualidades e sua importância são muito maiores. Sua importância para os filmes de quadrinhos é enorme, por um motivo simples: o respeito da adaptação pelo espirito dos quadrinhos. O roteiro é simples, a trama quase não tem ação, as pessoas acostumadas com os filmes de Super-Heróis de hoje, podem ficar desapontadas, mas é o que o filme que precisava ser, foi feito na época certa, e foi a obra definidora do Super-Homen nos cinemas.
Você que já leu alguma HQ do Homem de Aço daquela época, sabe que o que os quadrinhos não apresentavam a violência que vemos hoje no cinema hoje. O romance de Lois e Clark (Superman) ficou ótimo, o toque de comédia também é muito bom, os efeitos especiais, embora datados, se sustentam até hoje, por que você tem que analisar como um filme de 1978, e aí os efeitos são grandiosos, você acredita mesmo que um homem pode voar, como dizia o slogan do filme. E o ponto alto é a trilha sonora do incrível, John Williams, o tema que ele criou não é só o tema do filme, mas sim o tema do SUPERMAN.
Para concluir, ficam meus parabéns pela direção de arte, para a direção, pois Richard Donner estava muito bem, e o elenco que abraçou bem os personagens, principalmente o saudoso Christopher Reeve que foi fantástico, eterno Superman...  Agora sobe O TEMA DO SUPERMAN!!!
A bela cena do voo noturno (depois disso o Superman levaria Lois às nuvens mais algumas vezes)

sábado, 17 de outubro de 2020

terça-feira, 30 de junho de 2015

Quadrinhos no Cinema #4 - "Scott Pilgrim Contra o Mundo", de Edgar Wright (2010)



A onda Cult dos Quadrinhos




Vamos misturar quadrinhos, música e videogame, depois colocar isso dentro de um filme, vai sair o excelente "Scott Pilgrim Contra o Mundo". Uma obra divertida, muito bem feita, com personagens fantásticos, cheio de referências sobre a cultura pop, mas que só vai funcionar se você estiver por dentro desta cultura.
Scott Pilgrim (Michael Cera) é um adolescente canadense, guitarrista de uma banda de garagem sem nenhuma fama chamada “Sex Bob-omb", que acaba de ser dispensado por sua namorada Kim Pine (Alison Pill), e essa sim passa a ser uma grande estrela da música. Para superar isso ele começa um namoro com Knives Chau (Ellen Wong) que se torna a fã número 1 de sua banda. Mas sua vida muda mesmo, quando ele conhece a entregadora de encomendas especiais do Amazon, Ramona Victoria Flowers (Mary Elizabeth Winstead), por quem ele acaba realmente se apaixonando. Porém, alguns "pequenos" empecilhos impedem os dois de ficarem juntos: "Os 7 ex-namorados do mal" de Ramona. Sim, para ficar com sua amada Scott terá que duelar e vencer todos os sete. 
O "belo" casal Scott e Ramona
A história é bem boba, mas funciona porque há diversos personagens interessantes. Além do casal Scott e Ramona, onde Michael Cera está perfeito como Scott Pilgrim, há outros excelentes, como os companheiros de banda de Scott, o amigo gay com quem Scott mora junto e sua irmã mais velha, que vive julgando as atitudes de seu irmão, todos grandes coadjuvantes que garantem muitas risadas. 
Scott Pilgrim é um filme que dialoga com outras artes, e tudo muito bem feito. O filme tem muitas referências aos jogos de videogames, toda vez que Scott luta contra um dos "sete ex-namorados do mal", o duelo é igual ao dos jogos de luta. Ele utiliza superpoderes, voa, tem super força, e sempre que Scott vence um combate, os adversários viram moedas como se cada namorado fosse um chefe de fase e o prêmio final de Scott é ficar ao lado de sua amada (Alô Mario!), e isso é fantástico, especialmente se você for fã dos jogos de videogames.
Outras referências vão aparecendo ao longo do filme, e são bem colocadas. É um filme que fala sobre jogos, sem necessariamente ser um filme sobre videogame. A trilha sonora também é muito boa, com uma pegada Rock Indie, bem dinâmica e dançante.
A 'porradaria' frenética que mistura
HQ's, games e rock'n roll.
A obra tem um andamento um pouco diferente da HQ escrita por Bryan Lee O'Malley por escolha dos roteiristas, algo que não me incomodou, mas pode desagradar alguns. O ponto positivo do filme, e também o negativo, é que por fazer muitas referências aos games e por conta desse cenário mais underground da música, o filme fica bastante específico para agradar certo público e as pessoas que conhecem essas referências, e se você não está na onda "nerd cult" dos últimos anos o filme certamente não vai dialogar muito bem com você. Isso fez com que o filme fosse um sucesso de crítica, porem não de público, e por conta disso, comercialmente o filme não foi bem.
Este é um filme super agradável de assistir, de fácil compressão, mas você tem que estar disposto a aceitar as maluquices dele e sua montagem frenética. É um filme diferente, quase que experimental, e se você aceitar isso, vai ser uma grande experiência assisti-lo. 
A ambientação bem feita, atuações convincentes, e a narrativa dinâmica de jogos de videogame, me conquistaram, por isso, peço para que você dê uma chance a ele, assopre os cartuchos do seu videogame, tire o pó das fitas K7 e assista ao filme!


O grande elenco do filme.
Destaque para dois "ex-namorados do mal": Chris Evans, o atual Capitão América da Marvel,
e Brandon Routh, o Superman, de "Superman Returns"



sábado, 30 de setembro de 2023

Santigold - "Santogold" (2008)

 





"Apesar de ser o seu primeiro álbum, 
parecia que ela já tinha caído na terra 
como uma superestrela totalmente formada. 
Quero dizer, de onde é que ela veio? 
Como é que alguém pode abranger 
todos os elementos mais excitantes 
do eletrônico, do punk, da new-wave e do reggae 
de forma tão fácil? 
Estas melodias fantásticas, 
e ainda fazer com que pareça que 
mal pestanejou enquanto as compunha.
Ela parecia ser a personificação 
do termo música do futuro 
e a síntese do cool."
Mark Ronson,
produtor musical


A música pop do século XXI, cá entre nós, não é nada, assim, de entusiasmar, não é mesmo? Tirando quem pintou da metade para o final dos anos 90 e entrou no novo século ainda com qualidade, como Björk, Beck, Daft Punk, por exemplo; o pessoal dos anos 80 que tinha uma fórmula eficiente edificada a partir do punk e da ascensão dos sintetizadores, como Depeche Mode, Pet Shop Boys e New Order, que sobreviveram, persistiram e continuaram sendo relevantes; os consagrados, os símbolos, ícones do pop, Prince, Michael Jackson e Madonna, que, influentes e insubstituíveis, continuaram dando as cartas mesmo tempo depois de seus respectivos auges; e gênios, como David Bowie, que conseguiam se reinventar e ainda dar grande contribuição para uma cena pouco inspirada; os anos 2000, de um modo geral, não nos apresentavam nada de especial. De vez em quando até aparecia uma coisa boa, uma Amy Winehouse, por exemplo, mas foi só. E para piorar, mal nos deu o gostinho do seu talento e nos deixou cedo. De resto, muita bunda, muita repetição de fórmula, batidas eletrônicas sempre muito parecidas, muito autotune, rappers mal-encarados, mas nada de novo ou de original.

Mas de vez em quando, mesmo em meio a toda essa pobreza, o universo pop nos presenteia com alguma coisa que vale a pena. Às vezes alguém com talento, criatividade e boas influências nos surpreende e traz alguma coisa que, se não é nova, original, é, no mínimo, interessante. Santigold, multiartista norte-americana, nos apresentava ali, quase no final da primeira década do século XXI, algo um pouco mais que interessante. Seu álbum de estreia "Santogold" (2008) é uma preciosidade repleta de muito do melhor que a música negra pode oferecer. "Santogold" é rhythm'n blues, é soul, é rap, é funk, é raggae, é dub, é blues, é afro. É animado, é melancólico, é seco, é irreverente, é contagiante. Tem glamour, tem força, tem ousadia. Hip-hop, pós-punk, eletrônico, disco, rock, new-wave... Aquele tipo de disco que possui todos os atributos de uma grande obra pop!

"L.E.S. Artistes", a abertura e um dos singles do álbum, já é o cartão de visita mostrando que Santigold está disposta a frequentar todos os terrenos possíveis: inicialmente um pop minimalista bem compassado, marcado na batida, a primeira faixa, ganha força em guitarras no refrão para culminar num pop-rock poderoso. "You'll Find Away", a segunda, é uma típica new-wave elétrica e empolgante; o reggae eletrônico, repleto de elementos e nuances, "Shove It" baixa a rotação das duas anteriores com muito estilo, mas a eletrizante "Say Aha", com sua base agressiva de baixo. logo põe tudo pra cima de novo.

"Creator", o primeiro single do álbum é uma "loucura" maravilhosa! Uma percussão tribal, literalmente selvagem, grunhidos, efeitos eletrônicos alucinados, ecos, um vocal enlouquecido e, dentro de tudo isso, um refrão incrivelmente eficaz. 

"My Superman", outra das joias do disco, é construída sobre, nada mais nada menos, que um sampler de "Red Light", de Siuoxsie and The Banshees, adicionado à sensualidade da nova canção, toda a atmosfera sombria do gótico oitentista.

A propósito de darkismo, "Starstruck", embora mais encaixada na linguagem sonora atual, do hip-hop e afins, também remete ao som do pós-punk dos anos 80. Mas aí, mudando radicalmente, temos "Lights Out", um pop radiofônico saborosíssimo, e a irresistível "Unstoppable, um ragga eletrônico dançante, ao ritmo do qual é impossível ficar parado. Imparável!

A elegante "I'm a Lady" encaminha o final do disco que, por fim, encerra-se com "Anne", um synth-popp sofisticado que só confirma a riqueza da experiência vivida nos últimos 40 minutos. Um baita disco!

Detalhe para a capa. Mais um destaque: uma colagem "tosca" quase ao estilo punk, com a artista expelindo purpurina dourada pela boca.

Vomitando "glamour". 

Precisa dizer mais?

***************

FAIXAS:

  1. L.E.S. Artistes 3:25
  2. You'll Find A Way 3:01
  3. Shove It 3:46
  4. Say Aha 3:35
  5. Creator 3:33
  6. My Superman 3:01
  7. Lights Out 3:13
  8. Starstruck 3:55
  9. Unstoppable 3:33
  10. I'm A Lady 3:44
  11. Anne 3:29
*******************
Ouça:




por Cly Reis

quinta-feira, 24 de março de 2022

"Duna", de David Lynch (1984) vs. "Duna", de Denis Villeneuve (2021)


Uma substância valiosa e a disputa pela administração e a exploração desse produto no planeta onde ele é extraído está  no centro das ações de ambas as versões de "Duna". O duque Atreides é incumbido pelo Imperador para a tarefa de chefiar o planeta Arrakis, mas o que parecia ser uma honra e benefício mostra-se, na verdade, uma armadilha tramada pelo Império com os perigosos Hakkonen para eliminar o duque e seu filho, o jovem Paul Atreides que, gerado da relação com uma bruxa, tem atributos um tanto especiais que se acentuam ainda mais quando o jovem chega a Arrakis. Seus talentos, sua sensitividade, seus poderes que ele própro não domina completamente, mostram-se fundamentais, especialmente depois que seu pai é traído e morto pelos Hakkonen, e o rapaz, fugitivo, é obrigado a se isolar no deserto com sua mãe, se aproximando a cada momento, a cada passo, de uma profecia que anuncia um "escolhido" que liderará o povo de Arrakis e acabará com a tirania do Império.
Não estou entre os tantos que deploram a adaptação de David Lynch, de 1984, para o romance de Frank Herbert. O filme tem bom elenco, com Jürgen Prochnow, de "O Barco", Sean Young, de "Blade Runner", Max Von Sydow, de "O Sétimo Selo", Patrick Stewart, que viria  estrelar a saga "Star Trek", o astro pop Sting, e Kyle McLachlan que estrelava seu primeiro longa mas que seria, a partir dali, um dos atores preferidos de David Lynch. Os figurinos são incríveis, a direção de arte é bem impressionante, os cenários muito interessantes, a fotografia, na maioria das vezes, é bem competente, e além de tudo isso, a trilha sonora ficava por conta de Toto e Brian Eno.
O grande problema do filme de Lynch foi a parte técnica. Os efeitos especiais, para um filme de ficção científica e com o bom orçamento que teve, são, no mínimo decepcionantes. Mesmo se levando em consideração a época, as limitações técnicas, a primariedade de alguns recursos, eles são, em determinados momentos, quase risíveis. A armadura, por exemplo, que envolve o corpo dos guerreiros de Atreides, uma espécie de campo de força, é simplesmente ridícula. Uma animação geométrica constrangedora. E não me venham dizer que era o que dava pra fazer em 1984 porque, àquelas alturas, já tinham sido feitos três "Star Wars" (1977, 1980, 1983), "Blade Runner" (1982), dois "Superman" (1978, 1980), só pra ficar em alguns, com efeitos visuais muito mais impressionantes e convincentes.
Mas se ficasse limitado a isso, dava pra dar um desconto. A narrativa é apressada, tem muito texto narrado, o que, ao invés de ajudar, atrapalha mais a compreensão, e a última meia hora é atropelada e confusa. Aí, o resto de boa vontade que podia-se ter com o filme de 1984, foi pro espaço.
O que podia ser um gol contra a nova versão de "Duna", que é o fato de não acabar a história (não estou dando spoiler pois todo mundo sabe que vão rodar uma sequência), acaba sendo positivo pelo fato de não correr com a trama pra resolver logo, como fez seu antecessor. O novo "Duna" usa mais tempo mas desenvolve bem a história, sem presa, com paciência, sem precisar recorrer a uma narração explicativa durante todo o filme, e ainda dá mais profundidade e destaque a alguns personagens subutilizados no primeiro, aproximando-os do espectador. Colabora para isso, também, o elenco, igualmente muito qualificado, como no original: Oscar Issac, de "Ex-Machina" e da nova saga "Star Wars", Rebecca Ferguson, de Doutor Sono" e da franquia "Missão Impossível", Jason Momoa ("Aquaman"l), a veterana Charlotte Rampling ("Coração Satânico", "Melancolia"), a carismática Zendaya, dos novos "Homem-Aranha", e, capitaneado o time, o grande queridinho do momento, Timothée Chalamet, de "Me Chame Pelo Seu Nome" e "Não Olhe Para Cima", ente outros, no papel do "messias" Paul Atreides.
A parte técnica, então, que era o ponto fraco do outro, é exatamente uma das maiores virtudes do novo, com efeitos visuais e som espetaculares, não à toa indicados ao Oscar, além da fotografia, com seu visual sombrio e suas locações no deserto simplesmente impressionantes.

"Duna" (1984) - trailer


"Duna" (2021) - trailer


Elenco por elenco, vamos deixar no empate; protagonista por protagonista, também não vejo grande vantagem para ninguém; no entanto, na caracterização e desenvolvimento dos personagens, o remake salta na frente no placar. E, a propósito de desenvolvimento, o andamento do filme e sua estrutura garantem mais um para a nova versão. Os cenários e a direção de arte, os figurinos do primeiro garantem um tento para o time de 1984, contudo, a fotografia, magistral, do novo filme acabam com a alegria do antigo "Duna" que tem que buscar mais uma no fundo das redes. De um modo geral, os efeitos especiais do filme de Villeneuve são muito melhores, mais espetaculares e, sem dúvida representam um golaço para o time de 2022, embora tenhamos que fazer justiça para com os vermes do primeiro filme que também era muito impressionantes, mesmo para as limitações da época. Em compensação, o que os habitantes subterrâneos do deserto de Arrakis acrescentam de positivo, a tal armadura que envolve o corpo dos guerreiros, tira. Quase um gol contra.
Quanto aos caras da casamata, ou seja, os diretores, são dois maestros competentíssimos e, apesar de ser fã de David Lynch, tenho que reconhecer que, mesmo com um bom material humano, com um bom investimento, ele comete alguns erros que comprometem o desempenho final de seu time, ao passo que Denis Villeneuve conduz seu time com precisão, usa um esquema mais adequado para a situação de jogo e, assim, extrai o melhor de cada um de seus atletas.
Duna '84 foi indicado ao Oscar de melhor som mas sua refilmagem atual, além de ser indicada na mesma categoria, ainda recebeu nomeações para outras nove, incluindo melhor filme. Por aí já dá pra ter um pouco da ideia da diferença entre os dois filmes. Duna '21 está muitos anos-luz à frente.

Alguns pontos de comparação entre os dois filmes:
No alto, a Reverenda Madre da ordem das Bene Gasserit nas duas versões.
 original, à esquerda, mais requintada e exótica, e à direita, a nova, mais sobria.
Na segunda linha, o barão Hakkonen, o original típico das bizarrices de David Lynch,
o outro, mais sério, sinistro é mais fiel ao livro.
Em seguida, os vermes do deserto, a esquerda o antigo e à direita, o novo.
Apesar das deficiências dos efeitos visuais do primeiro filme, os vermes de David Lynch se salvam 
e até se destacam como uma das coisas boas do filme.
Em compensação o escudo virtual do primeiro filme, à esquerda, na quarta faixa, é lamentável,
enquanto o outro, da nova versão. é meramente discreto, mas funciona melhor visualmente.
E para finalizar, os dois Paul Atreides.
Kyle McLaclan, do primeiro filme, não decepciona e vai bem no papel e a derrota não passa por ele,
 bem como o queridinho do momento, Timothée Chalamet, que se não é brilhante , não compromete também. 






Cly Reis 

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Quadrinhos no Cinema


"Watchmen', filme que divide opiniões
Devido ao enorme sucesso das adaptações do Estúdio Marvel para o cinema (sucesso de publico e crítica) e a corrida da DC para não ficar para trás, e também por eu ser um enorme fã de quadrinhos e cinema, resolvi me aventurar nesta maratona de filmes baseados em quadrinhos, e fui um pouco além dos filmes de super-heróis. Vou falar na influencia dos quadrinhos no cinema, não contar a historia dos quadrinhos, nem entrar muito no mundo das HQ's, mas sim nos filmes, por isso não falarei (já falando) do fabuloso Will Eisner, que tem muito da narrativa do cinema nos seus trabalhos.
A atual "era de ouro" dos Quadrinhos
A quantidade de filmes baseados em quadrinhos tem crescido muito nos últimos anos, em sua maioria há uma grande preocupação de manter o espirito dos quadrinhos na grande tela, infelizmente nem sempre e assim já que temos produções quase que diárias do “gênero” nos cinemas. Mas sempre tivemos boas adaptações desde os tempo dos seriados cinematográficos como Flash Gordon’s Trip To Mars (1938).
Akira não poderia faltar
Cinema e quadrinhos sempre foram muito próximos, por um motivo, os dois dão primazia à imagem, por isso essa relação de influencias tão fácil, esse é o motivo pelo qual as duas mídias dialogam tão bem. Esta proximidade fica clara ao analisarmos o uso do recurso das storybords, que é o planejamento da cena quadro a quadro, antes de se filmar. O storybord é quase uma HQ, muitos diretores utilizam esta ferramenta desde o saudoso Hitchcock , que foi um dos maiores adeptos da técnica, até James Cameron.
Nem só de "supers" vivem os quadrinhos
Está não é uma lista definitiva das melhores adaptações de todos os tempos, até porque eu não assisti todas as adaptações (são muitas, não tinha como) e sim as minhas melhores. A escolha foi feita de como eu vi o respeito do filme pela HQ, desde a escolha do diretor, se seu estilo combina, pois diretores muito autorais procuram mudar um pouco a história, e isso às vezes pode ser muito bom ou um enorme fracasso, passando pelos atores e como eles interpretam o personagem, a minha identificação com os mesmos, as mudanças de roteiro, tudo foi analisado. 
Assim, escolhi aquelas que mesmo com mudanças grandes no roteiro (nem todas), mantiveram o espirito da revista, podem não ter sido fieis às HQ's, mas o impacto da história em mim foi o mesmo, pois na minha visão, isso é o mais importante não precisa ser exatamente aquilo que eu vi na revista, mas o espírito da obra original tem que ser mantido. Haverá alguma comparação com HQ's, mas, dentro do possível, tentarei analisar apenas filme. Mas repito, é uma lista PESSOAL, pois adaptações sempre geram polêmicas, devido à paixão dos fãs por suas HQ's. Sinta-se a vontade para discordar, OK?
Então aguarde porque depois de invadirem a tela do cinema, os quadrinhos invadirão a tela do seu computador.
Prepare-se. Eles estão chegando.
Christopher Reeve, o Superman definitivo.



terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Oscar 2020 - Os Indicados




Saiu mais uma lista dos candidatos do ano ao Oscar! Para quem curte cinema, bate aquela fissura de assistir a tudo que for possível antes da cerimônia de premiação. A equipe cinematográfica do Clyblog, no entanto, já vem se empenhando nisso conferindo alguns dos títulos até então pré-indicados, caso, por exemplo, do ótimo “Coringa”, que lidera a lista, com 11 indicações, o “O Irlandês”, de Martin Scorsese, que não ficou muito atrás, com 10, e “Star Wars – A Ascensão Skywalter”, com três técnicas. Mas embora “Coringa” saia na frente e provavelmente leve algumas estatuetas, entre elas, a de Melhor Ator para Joaquim Phoenix, os adversários para Melhor Filme e Diretor, os mais cobiçados da noite, são bem valiosos. A começar pelo primeiro filme sul-coreano a disputar a categoria, o Palma de Ouro “Parasita”, que concorre também a Filme Estrangeiro. O vencedor do recente Globo de Ouro, “1917”, de Sam Mendes, vem com a pompa dos filmes de guerra, temática bem vista pela Academia, assim como “Jojo Rabbit”. E tem também os elogiados “Histórias de um Casamento”, “Adoráveis Mulheres”, “Era uma Vez em... Hollywood”... Há categorias, aliás, que chega a assombrar tamanho o peso, como Ator Coadjuvante, só com já vencedores ou já nomeados várias vezes: Tom Hanks, Anthony Hopkins, Al Pacino, Joe Pesci e Brad Pitt. Destaque também para o documentário “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, que, após muitos anos, põe um filme brasileiro novamente na disputa de um Oscar. Enfim, uma boa disputa, mas que tem os seus favoritos, claro. E nós do blog vamos continuar trazendo nossas impressões de filmes que figuram no Oscar 2020. Então, confira a listagem completa:


▪ MELHOR FILME
Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO

Martin Scorsese - O Irlandês
Todd Phillips - Coringa
Sam Mendes - 1917
Quentin Tarantino - Era Uma Vez Em... Hollywood
Bong Joon Hoo - Parasita

▪ MELHOR ATRIZ

Cynthia Erivo - Harriet
Scarlett Johansson - História de um Casamento
Saoirse Ronan - Adoráveis Mulheres
Renée Zellweger - Judy - Muito Além do Arco-Íris
Charlize Theron - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR

Antonio Banderas - Dor e Glória
Leonardo DiCaprio - Era Uma Vez Em... Hollywood
Adam Driver - História de um Casamento
Joaquin Phoenix - Coringa
Jonathan Pryce - Dois Papas

▪ MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Kathy Bates - O Caso Richard Jewell
Laura Dern - História de um Casamento
Scarlett Johansson - Jojo Rabbit
Florence Pugh - Adoráveis Mulheres
Margot Robbie - O Escândalo

▪ MELHOR ATOR COADJUVANTE

Tom Hanks - Um Lindo Dia na Vizinhança
Anthony Hopkins - Dois Papas
Al Pacino - O Irlandês
Joe Pesci - O Irlandês
Brad Pitt - Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Entre Facas e Segredos
História de um Casamento
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Parasita

▪ MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Dois Papas

▪ MELHOR FILME INTERNACIONAL

Corpus Christi (Polônia)
Honeyland (Macedônia do Norte)
Os Miseráveis (França)
Dor e Glória (Espanha)
Parasita (Coreia do Sul)

▪ MELHOR ANIMAÇÃO

Como Treinar o Seu Dragão 3
I Lost My Body
Klaus
Link Perdido
Toy Story 4

▪ MELHOR FOTOGRAFIA

O Irlandês
Coringa
O Farol
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MONTAGEM

Ford vs Ferrari
O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Parasita

▪ MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

O Irlandês
Jojo Rabbit
1917
Parasita
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR FIGURINO

O Irlandês
Jojo Rabbit
Coringa
Adoráveis Mulheres
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR MAQUIAGEM

O Escândalo
Coringa
Judy - Muito Além do Arco-Íris
Malévola - Dona do Mal
1917

▪ MELHORES EFEITOS VISUAIS

Vingadores: Ultimato
O Irlandês
O Rei Leão
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR MIXAGEM DE SOM

Ad Astra
Ford vs Ferrari
Coringa
1917
Era Uma Vez Em... Hollywood

▪ MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"I Can’t Let You Throw Yourself Away" - Toy Story 4
"I’m Gonna Love Me Again" - Rocketman
"I’m Standing With You" -  Superação - O Milagre da Fé
"Into the Unknown" - Frozen 2
"Stand Up" - Harriet

▪ MELHOR TRILHA SONORA

Coringa
Adoráveis Mulheres
História de Um Casamento
1917
Star Wars: A Ascensão Skywalker

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO

Indústria Americana
Democracia em Vertigem
The Cave
Honeyland
For Sama

▪ MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM

In the Absence
Learning to Skateborad in a War Zone (If You're a Girl)
A Vida em Mim
St. Louis Superman
Walk Run Cha-Cha

▪ MELHOR CURTA METRAGEM

Brotherhood
Nefta Footbal Club
A Sister
The Neighbor's Window
Saria

▪ MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM

Dcera (Daughter)
Hair Love
Kitbull
Memorable
Sister

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rio Comicon - Estação Leopoldina - Rio de Janeiro (23/10/11)









Fã de quadrinhos, desenhista, cartunista amador que sou, neste último domingo pela manhã dei uma fugida de casa, deixei minha bebê dormindo e fui dar aquela olhada na segunda edição do Rio Comicon. Nada de novo no que diz respeito ao formato, espaço físico ou distribuição em relação ao ano anterior, mas curiosamente, não sei porquê, este ano gostei mais, mesmo tendo menos tempo para apreciar. Não sei, talvez porque tenha me fixado mais na área de peineis mas, no geral, me pareceu ter destaques mais interessantes este ano do que no anterior. Mas o que se pode concluir facilmente desta pequena tour entre quadrinhos é que tem muita gente talentosíssima por aí e com os mais variados estilos.
painel dos irmãos Bá e Moon

no saguão principal
 Meus destaques para a dupla competentíssima de irmãos brasileiros Gabriel Bá e Fábio Moon, para o gringo Bob Schreck ex-editor da DC, para a paulista Erica Awano que fez uma adaptação mangá para Alice no País das Maravilhas e para o espaço da sensual personagem Valentina, do desenhista Guido Crepax.
O homenageado desta edição foi o norte-americano Will Eisner, criador do personagem Spirit, do qual não sou lá muito admirador. Nesta parte, devo admitir que gostei muito mais da homenagem da última edição ao italiano Milo Manara, ex-colaborador de Federico Fellini.
Também homenageadas a CLAMP, estúdio japonês de mangás, e a DC Comics, vovózinha com 75 anos de super-herois e aventuras, tiveram grandes murais ao longo da via férrea, mas particularmente, acho que ao menos esta segunda mereceria espaço melhor.
Este seu ilustre blogueiro entre quadrinhos
De quebra fiz algumas pequenas comprinhas: o sétimo número da irreverente e provocativa publicação Tarja Preta que conta com nomes como Alan Sieber e Matias Maxx; a Tune 8 de Rafael Albuquerque; e um independente bem legal que dá um ar todo macabro a algumas lendas brasileiras, chamado Salomão Ventura, o Caçador de Lendas, com roteiro e ilustrações do bom Giorgio Galli.
A ideia era dar uma passada rápida mas com tantas coisas pra ver, pra comprar, foi impossível ser breve. Só não pude participar de oficinas, debates e etc. (mas acho que não ia querer mesmo), mas de resto foi um ótimo programa para uma manhã de domingo.



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EXPOSIÇÃO, PAINEIS E DESTAQUES


O público viu, curtiu e comprou
Um artista mostra seu talento
A Comic Cow. Tem uma HQ nela, de verdade.
As mais diversas técnicas, temas e expressões

Bob Schreck, um dos mais legais
Trabalho do ilustrador Rafael Albuquerque

Painel do artista Rafael Coutinho

Ilustração do artista Dan Goldman
Chris Claremont, um dos destaques do evento...

... e seu trabalho com os X-Men


CLAP
A CLAP teve seus paineis expostos
ao longo da via férrea

A CLAP é um estúdo japonês conceituado
no que diz respeito a mangás

(gênero que não curto muito)


DC Comics


Assim como a CLAP, a DC Comics teve seus paineis
colocados ao longo dos antigos trilhos...
... e a meu juízo, merecia instalações melhores
Algumas das 'fardas' clássicas da DC:
Batman, Flash, Superman
Dois momentos marcantes do Homem-Morcego:
A clássica "Piada Mortal"...

... e o imortal HQ "Cavaleiro das Trevas".
O ensandecido Coringa de "Asilo Arkhan"


Valentina
O espaço dedicado à personagem
E ela, toda sensual


O Espírito Vivo de Will Eisner


A fachada do espaço dedicado a Eisner com seu
personagem marcante, The Spirit

Os diversos trabalhos de Eisner expostos

A loura fatal do The Spirit: Ellen Dolan

Projeções com imagens do material de Will Eisner
já na saída da exposição




Cly Reis