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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2020

 


Corre pro abraçaço, Caetano!
Você tá na liderança.

Como de costume, todo início de ano, organizamos os dados, ordenamos as informações e conferimos como vai indo a contagem dos nossos  ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, quem tem mais discos indicados, que país se destaca e tudo mais. Se 2020 não foi lá um grande ano, nós do Clyblog não podemos reclamar no que diz repsito a grandes discos que apareceram por aqui, ótimos textos e colaborações importantes. O mês do nosso aniversário por exemplo, agosto, teve um convidado para cada semana, destacando um disco diferente, fechando as comemorações com a primeira participação internacional no nosso blog, da escritora angolana Marta Santos, que nos apresentou o excelente disco de Elias Dya Kymuezu, "Elia", de 1969
A propósito de país estreante nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, no ano que passou tivemos também a inclusão de belgas (Front 242) e russos (Sergei Prokofiev) na nossa seleta lista que, por sinal, continua com a inabalável liderança dos norte-americanos, seguidos por brasileiros e ingleses. 
Também não há mudanças nas décadas, em que os anos 70 continuam mandando no pedaço; nem no que diz respeito aos anos, onde o de 1986 continua na frente mesmo sem ter marcado nenhum disco nessa última temporada, embora haja alguma movimentação na segunda colocação.
A principal modificação que se dá é na ponta da lista de discos nacionais, onde, pela primeira vez em muito tempo, Jorge Ben é desbancado da primeira posição por Caetano Veloso. Jorge até tem o mesmo número de álbuns que o baiano, mas leva a desvantagem de um deles ser em parceria com Gil e todos os de Caetano, serem "solo". Sinto, muito, Babulina. São as regras.
Na lista internacional, a liderança continua nas mãos dos Beatles, mas temos novidade na vice-liderança onde Pink Floyd se junta a David Bowie, Kraftwerk e Rolling Stones no segundo degrau do pódio. Mas é bom a galera da frente começar a ficar esperta porque Wayne Shorter vem correndo por fora e se aproxima perigosamente.
Destaques, de um modo geral, para Milton Nascimento que, até este ano não tinha nenhum disco na nossa lista e que, de uma hora para outra já tem dois, embora ambos sejam de parcerias, e falando em parcerias, destaque também para John Cale, que com dois solos, uma parceria aqui, outra ali, também já chega a quatro discos indicados nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

Dá uma olhada , então, na nossa atualização de discos pra fechar o ano de 2020:



PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones e Pink Floyd: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Wayne Shorter e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Bob Dylan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 5 álbuns
  • Jorge Ben: 5 álbuns *
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**,, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
*** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto" ****
contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 90
  • anos 70: 132
  • anos 80: 110
  • anos 90: 86
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 13
  • anos 2020: 1


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985, 1969 e 1977: 17 álbuns
  • 1967, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1972: 15 álbuns cada
  • 1970, 1971, 1979 e 1991: 14 álbuns
  • 1975, e 1980: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1990: 10 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 171 obras de artistas*
  • Brasil: 131 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Música da Cabeça - Programa #162


Faz horas que vem se dizendo que o rock morreu, e talvez esse dia tenha chegado quando o mundo perde na mesma semana Little Richard e Florian Schneider da Kraftwerk. Um dos criadores e um dos reinventores do rock ‘n’ roll serão devidamente lembrados no MDC de hoje, que também terá muita variedade e qualidade em suas homenagens: Smashing Pumpkins, Os Replicantes, Norah Jones, The B52’s, João Bosco e mais. Ainda, um “Palavra Lê” dedicado a um dos aniversariantes da semana, Nei Lopes. Tudo às 21h, na roqueira Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues. E lhes digo mais: “A-wop-bop-a-loo-wop-a-wop-bam-BOOM TSCHAK!”





segunda-feira, 11 de maio de 2020

As 5 melhores do Kraftwerk na escolha dos fãs - Homenagem a Florian Schneider

Florian Schneider, que morreu no último dia 6, foi, tanto quanto Ralf Hütter é, genial. Embora muito se hibridize a atuação de cada um na banda, não só pela coautoria de tudo, pela imagem/estética que se tem deles ou por conta da postura low profile e até arredia diante da mídia (principalmente de Florian), diz que é Florian a verdadeira cabeça da Kraftwerk.

Eberhard Kranemann, um dos integrantes da correligionária de krautrock Neu!, é categórico: “Para mim, Florian foi o fundador do Kraftwerk. Ele era a pessoa mais importante do Kraftwerk. Depois, as coisas mudaram, e eu tenho a impressão de que Ralf Hütter passou a ser o líder da banda, mas no começo a ideia toda foi do Florian”. Se Ralf passou a ter maior protagonismo no desenrolar da história de quase 50 anos da banda, Florian foi quem, por exemplo, construiu o primeiro drum machine (a partir de uma unidade de ritmo de um órgão!), a que se escuta em “Tanzmuzik”, de 1973, quando, a partir de então, a bateria tal como se conhecia passou a virar antiguidade. Mais do que isso: ele, Ralf e seus séquitos nos fizeram identificar/assimilar que som emite um computador. O imaginário da humanidade entende essa gênese sonora por causa deles. Isso não merecia um Grammy de Música, mas um Nobel de Ciência!

Como “Tanzmuzik”, poderia lançar aqui como exemplo inúmeras outras de autoria dele, esse esteta da era moderna. Várias da Kraftwerk, do "Radio-Activity", do "Trans-Europe Express", do "Authoban", do "The ManMachine". A precisa homenagem do Bowie a eles e a ele, "V-2 Schneider", também caberia. Mas não deixo só a mim esta tarefa. Convido fãs de Kraftwerk para escolherem a suas 5 preferidas, o que talvez nos faça conseguir exprimir um pouco da magnitude da genial obra de Florian Schneider-Esleben .

Daniel Rodrigues





"A Kraftwerk foi uma banda que eu conheci bem no momento que eu estava curtindo essas bandas antigas e mais experimentais, como New Order e Depeche Mode. A primeira música que eu ouvi foi 'The Robots' e vi o clipe naquele momento. Achei genial. Daí baixei o álbum deles chamado 'The Mix', que me marcou bastante. Hoje em dia as músicas todas têm elementos eletrônicos e, basicamente, eles foram os precursores nisso. Daí fico imaginando o pessoal do final dos anos 70 ouvindo Kraftwerk e pensando: 'Ouvir isso é dar um pulo para o futuro!' kkk."
- “Radio-Activity” (“Radio-Activity”, 1975)
- “Trans-Europe Express” (“Trans Europe Express“, 1977)
- “The Robots” (“The Man-Machine”, 1978)
- “Computer Love” (“Computer World”, 1981)
- “Pocket Calculator” (“Computer World”, 1981)




"Assisti à apresentação que o grupo Kraftwerk fez no Cais do Porto, aqui no Rio, em 2004. Foi o grande show da minha vida! Assisti Florian e Ralf fabricarem ali, aos meus olhos, o que definiu todo um mover musical posterior dentro do pop. Ali, bem na minha frente! Aquela apresentação me marcou para toda a vida."
- “Computer World” (“Computer World”, 1981)
- “Home Computer” (“Computer World”, 1981)
- “Numbers” (“Computer World”, 1981)
- “Tour de France” (single “Tour de France”, 1983, e “Tour de France Soundtracks”, 2003)
- “The Telephone Call” (Electric Café”, 1986)



"Muito triste o que aconteceu, mas faz parte não é? Difícil ver nossos heróis indo embora. Cinco músicas de uma das minhas bandas preferidas!"

- “Kometenmelodie II“ (“Autobhan”, 1974)
- “Antenna“ (“Radio-Activity”, 1975)
- “The Man-Machine“ (“The Man-Machine”, 1978)
- “Trans Europe Express“ 
- “Musique Non Stop” (Electric Café”, 1986)




"Eu conheci o Kraftwerk graças ao funk carioca! Viu como o funk salva?! Na verdade, conheci Africa Bambaata e Kraftwerk nos programas de funk da rádios Imprensa e Rádio 98. Entonces, eles fazem parte da minha vida desde criança, rárá!!  Isso também aconteceu com os desenhos animados e meu caso de amor com o jazz. Essas são as minhas preferidas."
- “The Man Machine” 
- “Computer World”
- “Sex Object” (Electric Café”, 1986)
- “Boing Boom Tschak” (Electric Café”, 1986)
- “Vitamin” (“Tour de France Soundtracks”, 2003)




"Difícil selecionar cinco músicas sendo que, pelo menos, dois álbuns da Kraftwerk são inteiramente indispensáveis: 'Trans-Europe Express' e 'Die Mensch-Maschine', que se tratam de instituições movidas por setores prazerosos que merecem muita atenção e preservação. Nossas sinapses agradecem."
- "Tanzmusik" (“Ralf und Florian” 1973)
- "Radio-Activity" 
- "Europe Endless" (“Trans-Europe Express”, 1977)
- "The Hall of Mirrors" (Trans-Europe Express”, 1977)
- “The Model" e "Neon Lights" (“The Man-Machine”, 1978)



"Minha escuta sempre se encantou com a atmosfera que o Kraftwerk possui. Tudo é  música, inclusive os silêncios e as performances. Tudo está  criado com um propósito . A contribuição é inegável e muito contagiou a todos."
- “Computer World”
- "The Hall of Mirrors"
- "Neon Lights"
- “Tour de France”
- “Kometenmelodie II“



"Curto muito Kraftwerk!"

- “The Model”
- “Autobahn” (“Autobahn”, 1974)
- “Radio-Activity”
- “The Robots”
- “The Hall of Mirrors”



"Impressiona-me que, assim como um Kubrick ou um Tarkovski no cinema, a obra da Kraftwerk é pequena em relação ao tempo de atividade, no caso da banda, quase 50 anos. São apenas 7 discos de músicas inéditas (tirando o de mixes e os ao vivo) e, grosso modo, todos essenciais. Um pouco como fiz lá na adolescência, quando apresentei meu primeiro programa de rádio na antiga Ipanema, em 1995, no saudoso Clube do Ouvinte, seleciono um pouco de cada época da banda para dar esse panorama de 5 faixas. Afinal, considero-lhes tudo essencial."
- “Airwaves” (“Radio-Activity”, 1975)
- “Trans-Europe Express”/ “Metal on Metal” (“Trans-Europe Express”, 1977)
- "Neon Lights"
- “Home Computer”
- "Elektro Kardiogramm" (“Tour de France Soundtracks”, 2003)




"Que tarefa difícil escolher só cinco!!! A gente fica pensando: 'Mas e aquela...', 'E aquela outra...' e 'Como é que aquela outra vai ficar de fora?'. É  um dilema. Esforçando-me, brigando comigo mesmo pra deixar alguma de fora, aí vão minhas cinco."
- “Ruckzuck” (“Kraftwerk”, 1971)
- “Kometenmelodie II“
- “Airwaves”
- “The Model”
- “It's More Fun to Computer” (“Computer World”, 1981)




“O Kraftwerk é mesmo uma raça rara: em uma carreira que se estende por 40 anos*, este é um grupo que nunca gravou um disco ruim sequer. De 1973 em diante, o Kraftwerk desenvolveu um estilo eletrônico único e completamente sedutor, alcançando seu auge em três álbuns essenciais: ‘Trans-Europe Express’, ‘The Man-Machine’ e ‘Computer World’, este último sem dúvida sua melhor definição. Não havendo uma compilação final de maiores sucessos de mercado, eis a seguir meu guia para as músicas* essenciais do Kraftwerk”.
- “Kristallo” (“Ralf und Florian”, 1973)
- “Autobahn” (single “Autobahn”, 1975)
- “Spacelab” (“The Man-Machine”, 1978)
- “Radioactivity” (“The Mix”, 1991)
- “La Forme” (“Tour de France Soundtracks”, 2003)

* Trecho do livro “Kraftwerk Publikation: A Biografia”, de 2012, quando a banda havia completado pouco mais de quatro décadas
** Buckley listou os “20 Bits” clássicos da Kraftwerk. Extraímos dessa lista 5 músicas não mencionadas nas outras listas








sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2019



O pessoal de Liverpool tá imbatível.
E não estou falando do time de Salah, Firmino e Mané.
Sei que já devia ter feito, o ano já começou e, por sinal está quase no final do primeiro mês, mas vida de blogueiro não se limita ao blog e até então não tinha dado tempo de fazer os levantamentos, retrospectos, somatórios e estatísticas para o Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS que sempre temos todo o início de ano aqui no ClyBlog. O ano que passou trouxe, além dos discos destacados por nós integrantes do blog, como de costume participações de convidados, com destaque para a resenha de Waldemar Falcão, para o lendário segundo disco de Zé Ramalho, "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", de 1979, do qual nosso convidado até mesmo participou, fazendo de seu texto um depoimento inestimável em relação a tudo que envolveu a obra e o artista naquele momento.
Na nossa tradicional atualização dos discos que pintaram por aqui no último ano, lá na frente, entre os artistas que têm mais obras citadas na nossa seção, entre os internacionais, Os Rapazes de Liverpool finalmente assumiram a liderança, uma vez que, nem Bowie nem Stones, que dividiam a dianteira com eles, tiveram novos discos incluídos nos A.F., mas é bom abrir o olho porque os alemães do Kraftwerk, considerado por muitos o outro nome mais influente na música de todos os tempos, botaram mais um disco na roda esse ano e subiram para o segundo degrau do pódio. Já pelo lado nacional, não houve mudança lá na frente e o destaque ficou com as estreias de Airto MoreiraTribalistas e o já citado Zé Ramalho.
Entre os países, os Estados Unidos se mantém à frente com boa folga, e, na disputa pela prata, os ingleses, com um bom número de artistas emplacando álbuns fundamentais, aproxima-se perigosamente dos brasileiros. Quanto às décadas, os anos 70 continuam mandando no pedaço, mas falando em anos, especificamente, ainda é o de 1986, que põe mais discos na nossa lista.
No ano atual, já temos um Álbum Fundamental mas que não entra para a contabilidade do ano passado. A expectativa para 2019 é se os Beatles confirmarão sua liderança e se, no Brasil, alguém vai desbancar Jorge Ben, que reina absoluto há um bom tempo na lista nacional.

Vamos conferir então como ficaram as coisas por aqui depois deste último ano:


PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk e Rolling Sones: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Wayne Shorter, John Cale* e Bob Dylan: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Lou Reed, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum de Brian Eno com JohnCale ¨Wrong Way Out"


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben: 5 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Caetano Veloso: 4 álbuns*
  • Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, Gal Costa, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão e Sepultura: todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas" 
*** Contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 84
  • anos 70: 125
  • anos 80: 104
  • anos 90: 77
  • anos 2000: 12
  • anos 2010: 13

*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985: 17 álbuns
  • 1976 e 1969: 16 álbuns cada
  • 1967, 1968 e 1977: 15 álbuns cada
  • 1971 e 1973: 14 álbuns
  • 1972, 1975, 1979 e 1991: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1970, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1980: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 155 obras de artistas*
  • Brasil: 121 obras
  • Inglaterra: 110 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país



C.R.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Kraftwerk - "The Man-Machine" (1978)





“É uma relação bem mais sofisticada.
Existe uma interação.
Uma interação de ambas as partes.
A máquina ajuda o homem
e o homem admira a máquina.
Este aparelho é uma
extensão de seu cérebro.
[apontando para o gravador]
Ele ajuda você a se lembrar.
É o terceiro homem
sentado a esta mesa.
Quanto a nós,
nós amamos nossas máquinas.
Temos uma relação erótica com elas.”
Florian Schneider,
sobre a relação homem/máquina



Era a hora de, finalmente, o Kraftwerk deitar na cama que ele havia preparado tão generosamente para um monte de gente. No final dos anos 70, a tecnologia musical havia avançado bastante, os sintetizadores já eram relativamente populares, a música eletrônica não era mais um alienígena, a disco music, em alta naquele momento, a utilizava de maneira bastante efetiva, e até correntes do punk ousavam inseri-la em suas sonoridades. Ou seja, o eletrônico já era usado com sucesso, gerando dinheiro, sem toda aquela resistência inicial, e só o Kraftwerk, logo o Kraftwerk, que pacientemente construíra aquela linguagem, ainda era visto sob o preconceituoso olhar da esquisitice e do experimentalismo.
Em 1978, então, pela primeira vez, o Kraftwerk fazia um disco que se aproximava do que costumamos chamar de pop. "Autobhan" já era (e continua sendo) a base de toda a música eletrônica, "Trans-Europe Express" já era reverenciada e extremamente influente, mas ambos faziam parte de projetos musicais mais complexos e por isso de menor potencial comercial. "The Man-Machine", no entanto, sem apelar para o pop óbvio, cheio de vícios e clichês, trazia formatos musicais mais convencionais e estruturas um pouco mais familiares ao ouvinte comum, sem abrir mão de princípios artísticos e de ambições conceituais. O álbum, de marcante capa escarlate, na qual o design inspirado no construtivismo russo interage brilhantemente com o expressionismo alemão da foto da banda, antecipava a relação homem-máquina, hoje algo tão corriqueiro para nós com inteligências artificiais, perfis robôs, próteses médicas, drones e funções humanas automatizadas, transitando por outros assuntos como a corrida espacial, as grandes metrópoles e a moda, fazendo com que o tema central funcionasse como uma espécie de fio-condutor que estabelecia relações e conexões com os demais.
"The Robots" abre o disco reforçando aquilo que, no fundo, todos desconfiamos: que aqueles caras só podem ser robôs! Mas a afirmação que se repete como verso principal da vigorosa peça musical de abertura, não se resume a essa ambígua "confissão", ela é provocativa, na sua aparente simplicidade, sugerindo uma reflexão sobre a rotina, o cotidiano, sobre o automatismo que muitas vezes toma conta de nossas vidas, mas também sobre as relações humanas de trabalho e sobre como muitas vezes nós somos os robôs de um sistema que só visa produção. "Ja tvoi sluga/ Ja tvoi Rabotnik" ("Eu sou seus escravo/ Eu sou seu trabalhador"), afirma, em russo, uma voz robótica na música.
A reflexão se estende a "Metropolis", que ao mesmo tempo que é uma constatação do crescimento  das grandes cidades e de suas novas possibilidades naquele momento, é uma evidente ode à grandiosa obra de Fritz Lang de mesmo nome, marco da ficção-científica, que muito antes do Kraftwerk já antevia a era da robótica, a relação homem-máquina, e levantava questões, entre outras coisas, sobre trabalho abusivo e exploração humana. Um filme que retratava homens que, como desejavam os poderosos daquela cidade futurista, deviam trabalhar como máquinas.
O elemento metrópole é a chave para outra conexão dentro dos disco. Desta vez a ligação dá-se com "Neon Lights", a faixa mais longa de um disco em que as durações são mais comedidas para os padrões Kraftwerk. A canção é uma belíssima e elegante declaração de amor à cidade no que talvez seja o momento mais humano do álbum. Mas a amarração não se esgota por aí, uma vez que a alusão às luzes de neon também dialoga, de certa forma, com a era dos robôs proposta pelo disco. Hoje, às voltas com telas HD, lasers e painéis de LED, talvez não tenhamos exata noção de que, ali pelos anos 70, o neon com seus letreiros luminosos e coloridos, de certa forma, transmitia uma certa sensação de futurismo, o que fica evidente até mesmo pela sua presença em diversos filmes que, na época, e ainda hoje, pretendem ilustrar uma imagem de futuro.
Os manequins idênticos frequentemente 
presentes no palco, na época.
Outra que, por um momento, até nos faz pensar que o quarteto Hütter, Schneider, Bartos e Flür talvez fosse formado por humanos é "The Model", um pop perfeito, lição de casa pro pessoal do synthpop dos anos 80, uma melodia elegantemente simples e de uma levada comedidamente contagiante, que descreve em sua letra uma fascinação quase platônica por uma modelo, deixando transparecer em si uma série de "pequenas emoções" como desejo, frustração, recalque, desprezo... "Ela é uma modelo e ela está bonita/ Eu gostaria de levá-la para casa, isso é certo/ Ela se faz de difícil, sorri de vez em quando/ Basta uma câmera pra fazê-la mudar de ideia". Mas o olhar sobre essas musas da beleza vai um pouco além de uma mera e rara manifestação de emoções dos nossos robôs de Düsseldorf. Com "The Model", o Kraftwerk, de certa forma, também antecipa a sociedade de consumo, superficialidade e aparências na qual vivemos hoje, onde tudo tem seu preço, inclusive o prazer e a beleza. Se pode adquirir, por exemplo, bonecas em tamanho natural que imitam quase que perfeitamente formas e feições humanas e que satisfazem desejos e fantasias sexuais. Prazer. Beleza. Robôs.
A opção de Ralph Hütter, o letrista e líder da banda, em simbolizar esse aparente rasgo de emoção diante da beleza física feminina, na figura da modelo, não é por acaso, uma vez que essas "mestras da sedução calculada", como definiu certa vez Fausto Fawcett, na passarela ou diante de câmeras, são, se definidas de maneira bem objetiva, seres de semblantes impassíveis com movimentos padronizados e poses programáveis que utilizam seu equipamento físico, talhado especificamente para aquele fim, para apresentar variedades de indumentárias humanas para consumo e provocar sensações das mais diversas. Quase robôs. Completando o conceito e a ironia, na época do lançamento do álbum, a banda utilizava-se com frequência de um conjunto de manequins, feitos à imagem e semelhança dos quatro integrantes, deixando-os no palco, nas posições dos verdadeiros, dos humanos, causando no público um misto de curiosidade, espanto, dúvida e inquietação. Definitivamente "The Model" era muito mais que uma recaída emocional.
"The Model " era uma aula de música pop que só comprovava a capacidade do Kraftwerk, já demonstrada em músicas como "Showroon Dummies" e "Airwaves", de álbuns anteriores, de simplificar sua linguagem e compor canções mais adaptadas a um padrão mais convencional. E não que isso fosse uma concessão em nome de aceitação ou "sucesso", era simplesmente o ponto onde sua trajetória havia levado, tendo, muitas vezes para chegar até ali, que extrair sons sons de onde não havia, inventar equipamentos e inovar em métodos de gravação. No entanto, naquele momento, diante das tendências musicais vigentes, repletas de sintetizadores e repetições eletrônicas, era o Kraftwerk que soava como oportunista. "Metropolis" e "Spacelab", ambas de ritmo repetido e pulsante, eram frequentemente comparadas a trabalhos de Giorgio Moroder, compositor e produtor de grande sucesso no universo disco-music daquela metade para o final dos anos 70, em especial a "I Feel Love", música gravada por Donna Summer e que havia sido lançada no ano antes. Semelhanças existem mas o "usurpador", no caso era o produtor italiano que encontrara pronto um modelo que os alemães vinham lapidando há muito tempo, o que pode ser observado, por exemplo, na música "Kristallo", do disco "Ralph und Florian", ainda da era pré-Kraftwerk que já continha o embrião daquela ideia. A mencionada "Spacelab", no que diz respeito à temática, por sua vez, mantém a linha de coerência e amarração do álbum uma vez que o espaço, as pesquisas, as descobertas, os desbravamentos, sempre tiveram no nosso imaginário, alimentadas pela ficção-científica, ligação com os robôs e humanoides.
Mas toda a questão homem-máquina converge para a faixa que encerra o disco e com ele divide o nome. "The Man-Machine", consegue com seus parcos e sucintos versos sintetizar toda a ideia do álbum, deixando em aberto questões como quem domina quem e quem, na verdade, é o robô: "Man-machine, pseudo human being/ Man-machine, super human being..." ("Homem-máquina, semi ser humano/ Homem-máquina, super ser humano...). Uma composição magistral que habilmente inverte a hierarquia melódica, fazendo com que, sobre uma percussão eletrônica bem marcada e uma base praticamente fixa, um vocal sintético guie ritmicamente a música até culminar numa repetição da palavra "machine", subindo em escala, até concluir com um último MACHINE prolongado, pronunciado como algo entre o agonizante e o ameaçador.
Apesar da flexibilização do Kraftwerk em "The Man-Machine" e da identificação com a sonoridade do momento, o disco não foi muito bem comercialmente, com exceção de "The Model", que acabou frequentando as paradas, mas mesmo assim, apenas em uma segunda investida, num relançamento três anos depois, como lado-B do single "Computer Love" do álbum sucessor, "Computer World", que daria continuidade ao conceito de "The Man-Machine" e confirmaria sua importância como consolidador da linguagem da banda dali em frente.
Um trabalho impressionante e assombrosamente profético. Em seis faixas o Kraftwerk antecipava elementos tecnológicos, urbanos, sociológicos e comportamentais do mundo atual como se tivesse visto tudo isso antes... Ei! Peraí...
Não, não pode ser...
...
Será?

********************

FAIXAS:
01 The Robots - 6:15
02 Spacelab - 5:57
03 Metropolis - 6:05
04 Model - 3:44
05 Neon Lights - 8:57
06 Man Machine - 5:30


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Ouça:
Kratwerk - The Man-Machine

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Música da Cabeça - Programa #122


Agosto é mês de cachorro louco? Então haja loucura pra começar o mês defendendo o Xingu, comemorando o aniversário de Caetano Veloso ou lembrando dos 50 anos do primeiro disco da The Stooges. Tudo isso e mais um montão de coisas loucas e importantes vão estar no Música da Cabeça desta quarta, como Black Alien, Jamiroquai, Gal Costa, Kraftwerk, Cyndi Lauper e mais. Se liga no MDC de hoje, então, às 21h, na Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues - sem antirrábica.


quarta-feira, 1 de maio de 2019

Música da Cabeça - Programa #108


Não tem controvérsia e nem voltar atrás com o que se pensa: aqui é Música da Cabeça mesmo! O programa completa 2 anos firme em suas ideias, como as de hoje: Kraftwerk, Caetano Veloso, Th Faith Healers, George Duke, Paul McCartney e mais. Ainda, homenagem à Madrinha do Samba Beth Carvalho, que nos deixou, e a o setentão Paulo César Pinheiro. Todos os palhaços armamentistas vão ter que aguentar, pois hoje tem MDC na Rádio Elétrica, às 21h, com produção e apresentação de Daniel Rodrigues - e sem cancelamento.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/