Curta no Facebook

Mostrando postagens classificadas por data para a consulta paulo moreira. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta paulo moreira. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

4ª Feira de Vinil Gira Música - Casa da Polônia - Rio de Janeiro/RJ (1º/09/2019)



O dias em que passamos Leocádia e eu no Rio de Janeiro foram invariavelmente lotados. Só coisa boa, mas lotados. Mas sempre se tem espaço para encaixar mais uma programação, ainda mais quando esta trata de música. Ou melhor: quando esta trata de música E discos, o que para um colecionador é um prato cheio. Minha mãe, sabendo de nosso gosto, havia avisado dias antes que ocorreria, no domingo, a Feira de Vinil Gira Música, na Casa da Polônia, no próprio bairro e avenida onde estávamos instalados, Laranjeiras. Pois que, voltando de um passeio no bairro Jardim Botânico neste dia, eis que cruzamos em frente à feira. Obviamente que descemos e fomos dar uma conferida, o que não só valeu a pena a título de passeio como, claro, de compras.

A feira trazia food trucks, bancas com artesanato e bijuterias e uma exposição sobre o célebre músico, arranjador e produtor Lincoln Olivetti, morto há  4 anos, infelizmente muito primária e amadora e que não dimensionava nem de perto a relevância do homenageado. Mas isso não era o mais importante e, sim, aquilo que nos levou até lá: os discos. Com expositores cariocas mas também vindos de Minas Gerais e São Paulo, a feira estava muito boa em termos de quantidade e variedade. Todos os gêneros musicais contemplados, mas principalmente rock, MPB e jazz. O nível dos expositores chamou atenção, uma vez que todos sabem muito bem o acervo que oferecem. Ou seja: os discos raros tinham preços que justificavam suas particularidades. Títulos como "A Bad Donato", de João Donato, "Stand", da Sly & Family Stone, o primeiro disco de Arthur Verocai, "Spirit of the Times", de Dom Um Romão, "Blue Train", de John Coltrane, ou o disco do próprio Lincoln em parceria com Robson Jorge, clássico da AOR brasileira, não saíam por menos que 500, 400, 350, 200, 180 Reais ou valores parecidos.

Galera percorrendo as prateleiras em busca "daquele" vinil
Clima descontraído e musical da Feira de Vinil na Laranjeiras
Não só vinil tinha na feira
Eu vasculhando as preciosidades da banda do Sonzera, um dos expositores
Pedaço da miniexposição sobre Lincoln Olivetti: deixou a desejar

Em compensação, vários balaios. E bons! Com muita variedade e, às vezes, até discos raros, era possível encontrar unidades a 10, 20 ou 30 Reais. E foi aí que me esbaldei, passando algumas horas na feira percorrendo as caixas com promoções enquanto Leocádia aproveitava outras atividades ou simplesmente me aguardava. Uma das atrações da feira seria a presença do cantor e compositor Hyldon, lenda da soul brasileira, que estaria à tarde autografando seu disco relançado, mas não ficamos para isso. Afinal, já estávamos muito bem alimentados com o que encontramos de variedade e qualidade de bolachões, inclusive esses, os que levamos para casa:



“Limite das Águas” – Edu Lobo (1976)
Edu tem vários discos solo cultuados, como “Missa Breve”, “Camaleão” e “Jogos de Dança”, mas não raro este aparece como o preferido do autor de “Ponteio”. Afinal, não tem como não adorar as parcerias como Capinan, Cacaso e Guarnieri, além do primor dos arranjos do próprio Edu e as participações de músicos do calibre de Oberdan Magalhães, Cristóvão Bastos, Joyce, Toninho Horta, Danilo Caymmi e o grupo vocal Os 3 Morais. Coisa fina da MPB.


“Libertango” – Astor Piazzola (1974)
Um dos gênios da música do século XX em seu disco mais icônico. Gravado em Milão, é a representação máxima do tango argentino moderno, tanto que as próprias faixas, assim como a que o intitula, trazem o termo “tango” no nome: Meditango, Violentango, Undertango, entre outras. De ouvir ajoelhado - ou tangueando.



“Brazilian Romance – Sarah Vaughn with Milton Nascimento” ou “Love and Passion”  Sarah Vaughn (1987)
A grande cantora norte-americana Sarah Vaughn, amante da MPB, recorrentemente voltava ao gênero. Depois de gravar discos como “Exclusivamente Brasil” e “O Som Brasileiro de Sarah Vaughn”, nos ano 70, em 1987 ela torna à sonoridade do Brasil por meio de um de seus mais admirados compositores: Milton Nascimento. E o faz isso com alto grau de requinte, haja vista a produção de Sérgio Mendes, os arranjos de Dori Caymmi e participações de gente como George Duke e Hubert Laws. Ela quase levou um Grammy de melhor performance feminina por este álbum.

“Merry Christmas, Mr. Lawrence (Music From The Original Motion Picture Soundtrack)”  Ryuichi Sakamoto (1983)
Tenho adoração por este filme intitulado no Brasil como “Furyo - em Nome da Honra”, e tanto quanto pela trilha sonora, escrita pelo genial Ryuichi Sakamoto. Que, aliás, atua neste filme de Segunda Guerra do mestre Nagisa Oshima, o qual conta no elenco (e só no elenco, o que acho legal também em nível de desprendimento) e como ator principal David Bowie em espetacular atuação. A faixa-título é não só linda como um marco das trilhas sonoras feitas para cinema.


“Stories to Tell” – Flora Purim (1974)
Terceiro disco solo de Flora e segundo dela em terras norte-americanas. Ou seja, vindo um ano após o seu debut “Butterfly Dreams”, no mesmo ano de“Hot Sand”, do então marido Airto Moreira, e dois da estreia com Chick Corea na Return to Forever, “Stories...” a consolida como a musa do jazz brasileiro. Ainda por cima tem Carlos Santana, George Duke, Ron Carter e o próprio Airto compondo a “bandinha”. E que voz é essa a dela?! 




“Amor de Índio” – Beto Guedes (1978)
Dos discos mais célebres da chamada “segunda fase” do Clube da Esquina. A galera tá toda lá: Milton, Brant, Toninho, Tiso, Venturini, Tavinho, Caetano e, claro, Ronaldo Bastos, produtor, compositor com Beto da faixa-título e autor da icônica foto dele enrolado no cobertor usada por Cafi na arte da capa.



texto: Daniel Rodrigues
fotos: Leocádia Costa e fanpage Gira Brazil - Gira Música

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ESPECIAL 11 anos do Clyblog - Zé Ramalho - "Zé Ramalho 2" ou "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu" (1979)



"Foi o meu segundo disco. Veio implacável, com letras furiosas e políticas, ditas num tom profético e nordestino, passando para a época uma fornada de músicas, que marcaram a minha carreira para sempre." 
Zé Ramalho

Quanto mais o tempo passa, mais nos damos conta de que ele na verdade voa mesmo... Quando penso que se passaram 40 anos desde que gravamos esse lendário LP (permitam-me...), chega a ser difícil de acreditar.

Zé Ramalho tinha “estourado” para o grande público no ano anterior, 1978, com “Avôhai”, “Vila do Sossego”, “Chão de Giz” e tantos outros sucessos que são cantados até hoje. Já tínhamos começado a entrar em uma rotina de shows e viagens que só cresceria nos anos seguintes. A banda que o acompanhava, da qual eu fiz parte durante inesquecíveis cinco anos, já estava com um grande entrosamento, justamente por conta da sucessão de shows que fazíamos por todo o país. Com isso, a entrada em estúdio para gravar foi algo feito com muita tranquilidade e segurança. Quero dizer, com muito ensaio mesmo...

O saudoso estúdio da não menos saudosa CBS, situado no centro do Rio de Janeiro, era a nossa casa: lá tínhamos um espaço para ensaios onde preparávamos o repertório para os shows – e também para os discos. No fundo do corredor do clássico prédio, o enorme pé direito de um estúdio imenso, mas com apenas oito canais de gravação. Isso nos dias de hoje é quase incompreensível pelas novas gerações que só conheceram os equipamentos digitais. O “nosso” era analógico mesmo. E só oito canais mesmo...

Mas o equipamento era excelente e os técnicos também, então tudo fluía como se estivéssemos em casa. E de certa forma, estávamos: Zé Ramalho estava se tornando o principal artista da gravadora, e trazia consigo uma galera de respeito, já com “nome na praça”, mas às vésperas de alcançarem seus grandes sucessos individuais: Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Amelinha, Cátia de França, entre tantos outros. Com tudo isso, a CBS estava totalmente voltada para esse time, e proporcionava as melhores condições para que pudéssemos trabalhar com calma.

E a capa do disco? Com sua original criatividade, Zé Ramalho convidou a excêntrica e genial figura de Zé do Caixão para representar o Diabo, enquanto ele próprio, vestido de branco, assumia o papel do “Dono do Céu”. A encenação da peleja para a foto de capa, com Zé Mojica Marins e suas enormes unhas diabólicas e duas lindas atrizes, Xuxa Lopes e Monica Schmidt cercando ambos, é um registro inesquecível na memória de todos nós que vivemos aquela época.


Arte do encarte e da capa do disco de autoria de Zé Ramalho
em parceria com o cineasta "udigrudi" Ivan Cardoso
Comandando essa galera toda estava o produtor Carlos Alberto Sion, assistido por Lygia Itiberê e por meu irmão Marcelo Falcão, que posteriormente se tornaria empresário e produtor do grande Moraes Moreira. O pianista, compositor e arranjador Paulinho Machado cuidava dos arranjos de base junto com o próprio Zé Ramalho, e se encarregava dos arranjos de orquestra, mestre que era das partituras e do bom gosto.

A sensação que tínhamos, como músicos da banda, era de uma grande animação, por percebermos que estávamos testemunhando ao vivo a ascensão de um grande artista, e nós fazíamos parte dessa interminável aventura.

Por trás da mesa de som, Manoel Magalhães, com a paciência de um monge, e Eugênio de Carvalho, aquele que perdia o amigo, mas não perdia a piada, conduziam as sessões com a habilidade de dois mestres da engenharia de gravação com anos de estrada.

No repertório, além da música-título, outros futuros sucessos já se enfileiravam: “Frevo Mulher” já mostrava sua primeira versão, mas que acabou explodindo mesmo pouco tempo depois na voz de Amelinha.
Waldemar, em 1981, em show com
a banda de Zé Ramalho

“Admirável Gado Novo” era outro sucesso aguardando a sua vez de entrar em cena. Lembro-me como se tivesse sido ontem uma noite, em 1978, quando Zé Ramalho bateu no meu quarto de hotel para me mostrar em primeira mão a “Vida de Gado” que tinha acabado de compor. Nós, na época, fazíamos o show de lançamento do primeiro disco em São Paulo e já se pressentia todo o sucesso se aproximando.

“Falas do povo”, uma homenagem a outro conterrâneo famoso, Geraldo Vandré, resumia sua força poética em dois versos simples e diretos do seu refrão: “falo da vida do povo/nada de velho ou de novo”.

A linda “Beira Mar”, que como diz o título, é um “Galope à Beira-Mar”, um dos formatos poéticos mais utilizados pelos cantadores nordestinos, também estava no repertório. Aprendi com meu compadre Zé (sou o orgulhoso padrinho de sua filha caçula, a Linda, outra artista de grande personalidade) todas as regras destes modos poéticos dos repentistas e cantadores: além do “Galope à Beira-Mar”, existem o “Martelo Alagoano”, o “Martelo Agalopado”, entre muitos outros martelos e galopes.

Lembro-me também com clareza – e sei de cor até hoje – um martelo alagoano que escrevi para ele quando estávamos em Porto Alegre em 1981 numa turnê do saudoso Projeto Pixinguinha e ele completava trinta e dois anos de idade. O aluno mostrando para o mestre que aprendeu a lição direitinho. Aí vai:

"Aproveito feliz ocasião
Pra saudar meu amigo Zé Ramalho
Companheiro de vida e de trabalho
Na batalha diária pelo pão.
Como artista é um grande criador
Seja em prosa, em canto ou em verso
É autor de inúmeros sucessos
Na sua voz de moderno cantador.
Lá do Brejo do Cruz paraibano
Caminhou sob as vistas de Avôhai
O seu velho irmão, avô e pai
Que o viu nascer há 32 anos.
Aproveito o vento minuano
Não preciso usar o dicionário
Lhe desejo Feliz Aniversário
Nos dez pés de martelo alagoano”.

Apesar dos quarenta anos de estrada, todas estas lembranças permanecem vivas na minha memória, e o melhor de tudo, a amizade continua a mesma. No ano passado, quando foi lançada uma regravação de todo este repertório com “apenas” a voz de Zé Ramalho e o seu firme violão, recebi na dedicatória que ele escreveu para mim: “Para o Mazinho, com quarenta anos de música e amizade”.

Além de tudo, este ano de 2019 comemora os setenta anos de vida deste cantador, deste grande artista e compositor, do meu compadre Zé Ramalho.


Vida longa e próspera, Compadre!


W A L D E M A R   F A L C Ã O

***************

FAIXAS:
1. A Peleja do Diabo Com o Dono do Céu - 04:24
2. Admirável Gado Novo - 04:53
3. Falas do Povo - 04:11
4. Beira-Mar - 03:54
5. Garoto de Aluguel (Taxi Boy) - 03:03
6. Pelo Vinho e pelo Pão - 03:19
7. Mote das Amplidões - 03:57
8. Jardim das Acácias - 05:10
9. Agônico - 01:43
10. Frevo Mulher - 03:38
11. Admirável Gado Novo (instrumental) - 4:49*
12. Mr Tambourine Man - 2:26* (Bob Dylan)
13. Hino Amizade - 3:06*
14. O Desafio do Século - 3:41*
* Faixas-bônus da reedição de 2003
Todas as composições de autoria de Zé Ramalho, exceto indicada

***************

OUÇA O DISCO:
Zé Ramalho - "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu"

***************


Waldemar Falcão é músico, astrólogo e escritor. Atua como músico, compositor e produtor musical desde 1975. De 1978 a 1982, fez parte da banda do cantor e compositor Zé Ramalho, excursionando por todo o Brasil como flautista, vocalista e percussionista. Trabalhou como produtor  e engenheiro de som de músicos como Steve Hackett e Moraes Moreira. Em 1985, durante o primeiro Rock in Rio, foi assessor artístico de Nina Hagen e James Taylor. Astrólogo profissional desde 1987, foi membro fundador do Sindicato de Astrólogos do Rio de Janeiro (SINARJ) e do Conselho Deliberativo da Central Nacional de Astrologia (CNA). Tem quatro livros publicados: "Encontros com Médiuns Notáveis", "O Deus de cada Um", " Conversa sobre a Fé e a Ciência" com Marcelo Gleiser e Frei Betto, e "A História da Astrologia para quem Tem Pressa". 

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Rick Wakeman - "The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table" ou "King Arthur" (1975)



"Tudo começou em 1957 quando eu estava em Cornwall e fui levado para Tintagel e comprei um livro sobre o Rei Arthur. Foi tão mágico, e eu amei todos os mitos e lendas. Nos anos seguintes, comprei muitos livros sobre o Rei Arthur e visitei Tintagel muitas vezes. Depois de "Journey to the Centre of the Earth", eu já havia decidido que o King Arthur seria o meu próximo grande projeto musical".
Rick Wakeman

Um dos discos que marcaram minha história é "The Myths and Legends of king Arthur and the Knights of the Round Table", ou simplesmente "Rei Arthur", de Rick Wakeman. Quem foi adolescente nos anos 70 e curtia rock progressivo, foi assaltado e sequestrado pelos teclados de Wakeman desde os discos do Yes - especialmente "Close to the Edge" - e dos seus trabalhos solo "The Six Wives of Henry VIII" e o lendário "Journey to the Center of the Earth", que foi apresentado na íntegra aqui em Porto Alegre em dezembro de 1975.

Aliás, foi o anúncio de que ele viria a Porto Alegre com a Sinfônica Brasileira regida por Isaac Karabtchevsky que me fez ir à Casa Victor (bah, mas tu és velho, hein??) lá na Rua da Praia e decidir entre "Viagem ao Centro da Terra", que todo mundo tinha e ouvia o dia inteiro, ou "Rei Arthur", que era a novidade. Depois de muito pensar, comprei o "Arthur" e me deliciei durante anos com "Guinnevere" e "Sir Lancelot and the Black Knight".

O LP tinha um super encarte com as letras das músicas e ilustrações imitando desenhos medievais. O som era aquela lance grandiloquente que o Rick fazia e faz até hoje. Lá pelas tantas, meu disco sumiu e nunca mais tinha ouvido até ser convidado pelo professor e agitador cultural Francisco Marshall, em 2 de abril de 2008, para dividir com o historiador José Rivair Macedo um almoço cultural, onde ele falava das histórias reais do mito do "Rei Arthur" e eu destrinchava o disco do tecladista. Foi muito bom. Hoje não tenho este disco mas seus sons ficaram na minha memória e nas minhas lembranças de adolescente.

*******************
FAIXAS:
1. "Arthur" - 7:26
2. "Lady of the Lake" - 0:45
3. "Guinevere" - 6:45
4. "Sir Lancelot and the Black Knight" - 5:20
5. "Merlin the Magician" - 8:51
6. "Sir Galahad" - 5:51
7. "The Last Battle" - 9:41
Todas as composições de autoria de Rick Wakeman

*******************
OUÇA O DISCO::
Rick Wakeman - "The Myths and Legends of king Arthur and the Knights of the Round Table"



Paulo Moreira

sexta-feira, 29 de março de 2019

Kamasi Washington - Bar Opinião - Porto Alegre/RS (26/03/2019)


Considerações a respeito do show de Kamasi Washington no Opinião

por Paulo Moreira

1 - Há dois anos, eu e os queridos amigos Cuscos (José Beltrame Cusco e Jucemara Beltrame) fomos ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro ver o show de lançamento de "The Epic", o álbum triplo de estreia do saxofonista Kamasi Washington. A banda era basicamente a mesma, com o acréscimo de um trompete, um sax alto e flauta (o pai de Kamasi) e até mesmo um DJ. Foi intenso e MUITO jazzístico e a cantora cantou e não fez aeróbica, como bem disse meu amigo Sérgio Karam.

2 - Desde então, Kamasi tem participado do trabalho do rapper Kendrick Lamar, que tem preponderante vínculo com a música negra, especialmente dos anos 70.

3 - O terceiro disco de Kamasi, "Heaven And Earth", já demonstra esta influência marcada da black music setentista, inclusive na canção "Fists of Fury", trilha de um filme de Bruce Lee.

Kamasi, o trombonista Ryan Porter  à frente no palco
do Opinião (foto: Roger Lerina)
4 - Como música é momento, o show de Kamasi de ontem apresentou todas estas influências. Em determinados momentos, me senti ouvindo um daqueles discos da CTI (soul jazz) com o fusion de Herbie Hancock e seus Headhunters mais a soul music de George Clinton e seus Parliament/ Funkadelic. As influências estavam todas à mostra. Junto com isso, pitadas de free jazz a la Archie Shepp. Até um mini-moog foi ressuscitado. Uma grande mistura intensa e, como diriam os americanos, "in your face". Com esta intensidade toda, é normal que se "jogue pra torcida". Foi o que Kamasi e seu grupo fizeram. O que não quer dizer que não foi bom. Eu curti. Mas é da série: "Azar, eu gosto". Entretanto, tenho de confessar que a apresentação do Rio foi melhor.

5 - Durante o show, encontrei o Pedro Verissimo que estava curtindo. Até comentei que não era bem o estilo do pai dele, ao que retrucou: "ele quase veio....". Fiquei imaginando o Verissimo sendo assaltado por todo aquele som.

6 - Entendo o que disse o Karam mas Kamasi faz parte desta turma nova (Robert Glasper, Snarky Puppy, Thundercat) que mistura tudo numa linguagem jazzística. É jazz?? Também é!!

7 - Ah, roubei a foto do Roger Lerina. Obrigado, Roger.

8 - O Marcelo Figueiredo matou a charada!! 10 de maio tem Ron Carter no Centro de Eventos do BarraShopping no lançamento da quinta edição do POA Jazz Festival. Jazz acústico e de primeira! Todo mundo lá!!!!

********************

Lindeza e fúria

por Daniel Rodrigues

Parece mentira, mas um baita show que foi o de Kamasi Washington em Porto Alegre, inédito, raro, de casa cheia e da mais alta qualidade técnica, conseguiu render críticas negativas e até reclamações. Para quem estava lá sem a viseira do preconceito, a apresentação foi um arraso, garanto. O grande acontecimento do jazz na cidade em um ano, considerando o fraco line up dos últimos POA Jazz Festival e a vinda, lá em março de 2018, de John Pizzarelli à cidade, o último grande artista de jazz a tocar na cidade bem dizer.

Com uma banda afiadíssima (Ryan Porter, trombone; Brandon Coleman, teclados; Miles Mosley, baixo; Tony Austin e Ronald Bruner, baterias; e Patrice Quinn, vocal) e disposta a doar-se até o último acorde, Kamasi, grande revelação do jazz norte-americano dos últimos anos, desfilou temas do seu repertório, que passeiam pelos mais diferentes estilos jazzísticos e da música pop, do hard bop ao funk, do fusion ao trip hop, do free jazz ao rock, da vanguarda ao blues, do modal à bossa nova. Não raro, a plateia é pega ouvindo um suingue da primeira metade do século XX e, logo em seguida, a coisa evolui para heavy metal setentista. Sim! Mesmo sem guitarra, o baixo com arco de Mosley e o moog de Coleman cumpriram muito bem a ausência desse instrumento, encorpando um som a la Led Zeppelin em meio aos acordes livres do jazz.
"Muito lindo", disse o próprio Kamasi
As referências são claras a ídolos do jazz-soul dos anos 70 (Herbie Hancock, Weather Report, Stanley Clarke, George Duke, George Clinton), o que talvez para os críticos tire da obra de Kamasi a tão imputada “inovação”. Mas do que isso importa? Não seria mais fácil simplesmente ouvir e admirar? Como não se tocar pelo funk-soul “Street Fighter Mas” ou a meditativa “Truth”, épicas? Ou a suingada “The Rhythm Changes”, com o voz aveludada de Patrice? “Miss Understanding”, um retorno consciente aos mestres Dexter Gordon, John Coltrane e Pharoah Sanders? Ou “Re Run”, irresistível misto de latin jazz e funk. E o que dizer da gigante “Fists of Fury”, um soundtrack soul de arranjo elaboradíssimo? Como não se tocar por tudo isso?

Chamou-me atenção em especial, no que diz respeito às harmonias, as evoluções comandadas por Kamasi, que faz com que a música tenha, através não só dos improvisos e variações de intensidade, espécies de microriffs, os quais vão dando aos temas diferentes personalidades no seu decorrer, mas, transitando dentro da mesma escala, não menos espelhadas em sua célula matriz. Tudo sob a égide do sax alto tenor imponente mas afagador de Kamasi, tão gigante quanto aquele que o faz extrair sons. Magia pura de um coração docemente furioso. Como o emocionado Kamasi dizia repetidamente em limitado português: “Muito lindo, muito lindo”.

Li comentários pós-show de que Kamasi Washington é moderno, mas não tão inovador assim, como se ele tivesse entrado no palco e prometido que haveria inovação e não música. Li que sua performática vocalista, a quem os movimentos no palco não atrapalharam em nenhum momento o principal, o seu canto, mexia-se demais. Li que o Opinião, que sempre foi assim, não dispunha de cadeiras suficientes para se sentar. Li que a banda estava lá para tocar para a... galera (afinal, para QUEM MAIS queriam que a banda tocasse?). Li, inclusive, o descabimento de alguém dizendo que o show não foi bom mesmo sem que essa própria pessoa tivesse ido! Olha, que cidade atrasada essa Porto Alegre, irritante. Um atraso até moral, que chega ao ponto de não querer admitir que a cidade recebeu um evento empolgante, de alta qualidade e que conseguiu atrair um público maior do que somente os ardorosos fãs do gênero. Não é isso que sempre se quer para a boa arte: que mais pessoas apreciem? Eu estava lá e foi o que fiz.

quinta-feira, 28 de março de 2019

Elton John - "Don't Shoot me, I'm Only the Piano Player" (1973)



"O coração do álbum é uma sequência de fantasias de filmes 
americanos cujo principal objetivo 
é encantar."
Stephen Holden, em matéria 
da Rolling Stone de 1973

Um disco que comprei em 1973, chamado "Don't Shoot me, I'm Only the Piano Player", de Elton John, depois de ouvir "Daniel" no programa de inglês do Professor Fisk, que praticamente abria a programação da TV Gaúcha, lá pelas 10h30 da manhã. Me encantei com a música e a letra - apesar de ser ingênuo e não entender que era uma declaração de amor do Elton para um rapaz - e fui comprar na loja de discos do Krahe (bah, mas tu és velho mesmo!!!).

Sexto disco da carreira do Elton, eu já tinha ficado fascinado com "Rocket Man" no ano anterior. Neste trabalho, Reginald Kenneth Dwight tem a seu lado a banda que lhe acompanhou durante quase toda a sua carreira de mega sucessos nos anos 70: Davey Johnstone na guitarra e que toca com ele até hoje, sem interrupções; Dee Murray no baixo, que morreu em 1992, e o batera Nigel Olsson.

Além de "Daniel" e Crocodile Rock" (o hit radiofônico de Elton), o disco tem "Have Mercy on the Criminal" e "High Flying Bird" como outros destaques. Mas o disco inteiro é muito bom. Daí pra frente, Elton John se transformou no hitmaker dos anos 70. Todos os LPs e compactos que lançava faziam o maior sucesso. Dois anos depois, lança o que eu considero seu melhor disco, "Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy" mas aí já é outro papo.

**************************

FAIXAS:
1. "Daniel" – 3:54
2. "Teacher I Need You" – 4:10
3. "Elderberry Wine" – 3:34
4. "Blues for My Baby and Me" – 5:42
5. "Midnight Creeper" – 3:55
6. "Have Mercy on the Criminal" – 5:57
7. "I'm Gonna Be a Teenage Idol" – 3:55
8. "Texan Love Song" – 3:33
9. "Crocodile Rock" – 3:58
10. "High Flying Bird" – 4:12
Todas as composições de autoria de Elton John e Bernie Taupin

**************************

OUÇA O DISCO:

por Paulo Moreira

quinta-feira, 7 de março de 2019

Led Zeppelin - "Led Zeppelin II" (1969)



"Nosso segundo álbum tem o fogo e a energia de 
nós na estrada. 
Eu realmente acredito que você pode ouvir isso." 
Jimmy Page

Tinha eu tenros 11 aninhos de idade quando ganhei meu toca-discos Phillips, daqueles cuja caixa de som é a tampa, bem pequeno, mas que me servia muito bem na época. Como não tinha muita grana pra comprar LPs, comecei a atacar as discotecas dos primos. As primeiras vítimas foram a Tania e o Clebar Derivi Barros, que moravam na César Lombroso. Peguei emprestado com eles três discos: "The Best of The Ventures", com a banda de surf music tocando o tema da série Batman; o disco psicodélico dos Stones, "Their Satanic Majesties Request", e o "Led Zeppelin II".

Fiquei fissurado pelos três mas o Led Zeppelin me impressionou, porque era “roquenrou” de verdade. Peso, muito peso. De cara, curti "Living Loving Maid" e "Whole Lotta Love". Aos poucos, fui entrando no clima da banda e passei a ouvir com atenção "The Lemon Song", "Heartbreaker", "Ramble On" e mais o resto do disco. Posso dizer que este LP preparou minha pobre cabecinha de guri para o que vinha pela frente. Continuei comprando os compactos da moda e ouvindo a Continental mas nunca mais me recuperei do "trauma" de ouvir Led Zeppelin aos 11 anos.

Tempos depois, aos 17, quando estava no cursinho IPV, a Yes Discos ainda na Rua da Praia fez uma superpromoção com todos os discos do Led sendo vendidos a um precinho razoável. Tentei convencer minha mãe a me dar de presente mas ela achou muito caro. Me vinguei anos depois, na era do CD, comprando TODOS os discos oficiais da banda. E descobri que alguém mais gosta de Led, especialmente do "Led IV", que sumiu lá de casa.


*******************
FAIXAS:
1. "Whole Lotta Love" (Jimmy Page/Robert Plant/John Paul Jones/John Bonham/Willie Dixon) - 5:34
2. "What Is and What Should Never Be" (Page/Plant) - 4:47
3. "The Lemon Song" (Page/Plant/Jones/Bonham/Howlin' Wolf) - 6:20
4. "Thank You" (Page/Plant) 4:47
5. "Heartbreaker" (Page/Plant/Jones/Bonham) - 4:15
6. "Living Loving Maid” (“She's Just a Woman”) (Page/Plant) - 2:40
7. "Ramble On" (Page/Plant) 4:35
8. "Moby Dick" (instrumental) (Page/Jones/Bonham) - 4:25
9. "Bring It On Home" (Page/Plant/Dixon) - 4:19


*******************
OUÇA O DISCO:

Paulo Moreira

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Air - "80º Below '82" (1983)



"'80° Below '82' foi o 'canto do cisne' do trio, um retorno ao formato e à magia dos primeiros anos. Como improvisador, Threadgill parecia criar um vocabulário e uma persona diferentes para cada instrumento que tocava. Todos eles compartilhavam uma paixão quase científica pela complexidade."
Piero Scaruffi,
historiador e crítico musical



Entre os discos que marcaram a minha história, está "80º Below '82", do trio Air, que não é o grupo francês. Este disco foi trazido para Porto Alegre pelo meu querido amigo David Barcellos, em 1982, a partir de uma lista feita por mim e pelo Mauro Magalhães.

O trio formado pelo saxofonista e flautista Henry Threadgill, pelo baixista Fred Hopkins e pelo baterista Steve McCall estava com tudo na época. A Down Beat só falava neles. É claro que aproveitamos a viagem do Davizinho pra Inglaterra, e ele trouxe esta maravilha pra gente. Gravei um cassete imediatamente e, quando surgiram os CDs graváveis, fiz uma cópia pra mim, que toquei muitas vezes no programa Sessão Jazz.

Como dizem os americanos, o interplay entre os caras é impressionante. O CD tem uma versão de "Chicago Breakdown", do Jelly Roll Morton, que vale o preço do disco. Infelizmente, o trio terminou. Em 1989, morreu o baterista McCall e, dez anos depois, o baixista Hopkins. Pra nossa sorte, o Threadgill está vivíssimo e esteve em São Paulo no Festival Jazz na Fábrica do SESC, em 2018, com seu grupo Zooid.

*********************

FAIXAS:
1. "Chicago Breakdown" (Jelly Roll Morton) – 7:58
2. "The Traveller" – 9:28
3. "80° Below '82" – 8:02
4. "Do Tell" – 9:50
Todas as composições de autoria de Henry Threadgill, exceto indicada

***********************

OUÇA O DISCO:

Paulo Moreira

domingo, 13 de janeiro de 2019

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2018




Abre o olho, Babulina, porque Caê tá chegando
e o Síndico tá chamando pra briga.
O ano de 2018 foi especial por ter sido o que marcou os 10 anos do ClyBlog e para comemorar isso tivemos uma série de convidados escrevendo sobre seus discos favoritos nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. Já abrimos o ano com o especial de número 400 da seção, com o convidado Michel Pozzebon, e ao longo do ano tivemos as mais ricas e valorosas participações de convidados que deram suas brilhantes contribuições para o nosso blog, como foi o caso de Ticiano Paludo, Samir Alhazred, Arthur de Faria, Helson Trindade, Rodrigo Lemos e Lucio Brancato. A todos eles, nossos sinceros agradecimentos.
Além disso, foi ano de Copa do Mundo e, como temos feito, unimos música e futebol em publicações espaciais onde o artista ou sua obra tivesse alguma relação com o esporte mais amado do mundo, como foi o caso do apaixonado por futebol Bob Marley, dO Rappa cujas letrar volta e meia remetem a futebol e do Iron Maiden, cujo baixista é quase um hooligan e que já tentou inclusive jogar no seu time de coração.
Isto colocado, como sempre fazemos, todo ano, vamos àquela repassada na nossa seção de grandes discos atualizando os números e verificando aqueles que têm mais discos indicados, países com maior número de representantes, os anos e as décadas que mais se destacam em número de grandes obras citadas e o que mais mereça destaque neste ano que passou nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, como, por exemplo, o fato de 2018 ter sido um ano de muitas estreias nos AF's. Muitos artistas que, por sua biografia, importância em sua época, seu segmento ou no cenário musical geral, já deviam ter dado as caras por aqui há muito tempo, apareceram pela primeira vez neste ano, como é o caso de nomes como Bob Marley, que foi um dos nossos AF ClyBola, da diva Aretha Franklin, do Kiss, T-Rex e do lendário Queen que fez seu debut por aqui. Por outro lado, poucos se repetiram e, assim, especialmente nos internacionais, as posições de cima não se alteraram muito, apenas com o Iron Maiden e os Kinks entrando para o time dos que têm três álbuns fundamentais e aproximando-se do pessoal com quatro álbuns (Who, Floyd, Kraftwerk...) e um pouco mais dos líderes Beatles, Stones e Bowie que seguem na ponta com cinco discos cada.
Nos nacionais a movimentação também não foi grande mas dois artistas deram uma emoção à "disputa pela liderança": com um disco de Caetano Veloso e um de Tim Maia, poderíamos tê-los empatados na ponta com Gilberto Gil e Jorge Ben. Mas isso se, lá no início do ano, o Babulina não tivesse colocado mais um entre os fundamentais e garantido sua posição no topo entre os brasucas.
Na disputa por países, ainda que os norte-americanos ainda mantenham um boa vantagem na liderança, em 2018 os ingleses fizeram quase o dobro de indicações que os yankees e diminuíram um pouco a desvantagem para os brasileiros que haviam se distanciado no ano anterior
No que diz respeito a épocas, a marcante década de 70 continua liderando, acompanhada, com uma distância bem confortável, pela década de 80. Só que quando falamos em anos, é o de 1986 que manda, com nada menos que 20 discos, seguido pelo seu ano anterior, o de 1985 e o ano de 1976, cada um com 16 álbuns na nossa lista.
O ano que entra promete movimentação nos placares, especialmente de artistas, tanto nacionais quanto internacionais, uma vez que a vantagem dos líderes é pequena e quem vem logo atrás não tá pra brincadeira. 
As comemorações dos dez anos acabaram mas não é por isso que não continuaremos tendo participações especias nos AF. Além das habituais colaborações de Paulo Moreira, Leocádia Costa, Lucio Agacê, com certeza teremos durante ao ano a contribuição de amigos tão apaixonados por música quanto nós e que sabem que os álbuns de suas coleções e de seus corações são simplesmente fundamentais.

Vamos conferir então como ficaram as coisas por aqui depois deste último ano:


PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles, David Bowie  e The Rolling Stones: 5 álbuns cada
  • Kraftwerk, Miles Davis, Talking Heads, The Who e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Smiths, Led Zeppelin, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, John Cale* e Bob Dylan: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Brian Eno*, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Lou Reed, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Velvet Underground e Wayne Shorter: todos com 2 álbuns
*contando com o álbum de Brian Eno com JohnCale ¨Wrong Way Out"


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben: 5 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Caetano Veloso: 4 álbuns*
  • Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, Gal Costa, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão e Sepultura: todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas" 
*** Contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 79
  • anos 70: 117
  • anos 80: 100
  • anos 90: 75
  • anos 2000: 11
  • anos 2010: 11

*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1976 e 1985: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1977: 15 álbuns cada
  • 1967: 14 álbuns
  • 1971, 1972, 1973 e 1991: 13 álbuns
  • 1965, 1969, 1975, 1979 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1970, 1987 e 1989: 11 álbuns cada
  • 1966 e 1980: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 146 obras de artistas*
  • Brasil: 116 obras
  • Inglaterra: 102 obras
  • Alemanha: 8 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica e Islândia: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça e França: 1 cada

*artista oriundo daquele país




C.R.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Música da Cabeça - Programa #84


Não só os super-heróis prestaram sua homenagem ao mago dos quadrinhos Stan Lee, morto esta semana, mas a gente aqui também. A ele e ao mestre das trilhas sonoras do cinema Ennio Morricone, que completou nove décadas de vida. E as homenagens não param por aí! Além dos quadros “Música de Fato” e “Palavra, Lê”, tem ainda um “Sete-List” especial sobre a banda Queen, cujo filme “Bohemian Rhapsody” vem fazendo estrondoso sucesso nos cinemas, e por isso a gente chamou quem entende do assunto: o jornalista Paulo Moreira, que nos indicou uma lista para os iniciados em Freddie Mercury & Cia. se deliciarem. O programa ainda tem Secos & Molhados, New Order, Clementina de Jesus, Roxy Music e mais. Bastante coisa legal para venerar, e é pra isso que o Música da Cabeça de hoje te convida. É às 21h, pela Rádio Elétrica. Produção, apresentação e trombetas: Daniel Rodrigues.



Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/