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quarta-feira, 26 de julho de 2017

"Led Zeppelin IV: Led Zeppelin", de Erik Davis, coleção O Livro do Disco - ed. Cobogó (2014)



A coleção “O Livro do Disco” sempre acaba nos reservando uma certa surpresa a cada exemplar. Depois da análise pormenorizada com detalhes técnicos do "Unknown Pleasures" do Joy Division; da avaliação também faixa a faixa, mas muito mais emocional de "Daydream Nation" do Sonic Youth; e de uma abordagem mais ampla e temática da obra "A Tábua de Emeralda" de Jorge Ben; agora este “Led Zeppelin IV” traz outro tipo de apreciação.  O trabalho examina o disco clássico do Led Zeppelin predominantemente sob o prisma do misticismo que envolve não somente a obra mas também, é claro, por origem, a banda. O jornalista Erik Davis debruça-se com afinco e seriedade sobre todos os aspectos que compõe a mística em torno das lendas que envolvem a banda e seus integrantes e amplia esta investigação para a obra por eles produzida procurando, sem muita dificuldade dada toda o material que a banda proporciona, mistérios e significados contidos nela. No que diz respeito especificamente ao quarto disco do Led Zeppelin, o autor entende que o próprio conjunto de símbolos que sugere um nome intraduzível para a obra por si só já determina que ele contenha elementos místicos e informações ocultas, o que já o torna digno de uma análise aprofundada. Assim, o livro vai desde os quatro ícones gráficos; passa pela capa com seu velhote misterioso; pelo monge com o candeeiro no encarte; pelas referências literárias; pelas supostas relações demoníacas do guitarrista Jimmy Page; pela ordem das faixas e por possíveis significados ocultos em seus títulos; pela lenda da satânica rotação ao contrário de “Stairway to Heaven”; e, inevitavelmente, dentro de tudo isso, uma análise musical faixa a faixa, não sem deixar de considerar também os aspectos místicos que possam ter influenciado em suas letras ou composições.
De modo a manter coerente uma linha de pensamento, estabelecendo uma ligação de uma canção com a seguinte, atravessando o disco da primeira à última faixa, o autor cria uma espécie de trajetória hipotética de um personagem ficcional, Percy, que enquanto imagem, devo dizer que não me agradou muito e em alguns momentos pareceu-me forçado e em outros uma liberdade autoral pretensiosa. Mas de um modo geral o produto final vale e é muito rico e instrutivo trazendo diversas informações e curiosidades para fãs e aficionados por música e pelo lado obscuro dos artistas, especialmente uma banda tão envolta em lendas como é o caso do Led Zeppelin.




Cly Reis

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Sean Lennon - "Into the Sun" (1998)


“Sean Lennon inteligentemente se posicionou entre o pop e o experimental, propondo uma ideia caleidoscópica como fizeram os multiculturais dos anos ‘90 Beastie Boys, Beck e Cibo Matto.” 
 Stephen Thomas

A estas alturas, segunda década dos anos 2000, já é possível identificar com clareza quais foram os grandes discos da última década do século passado, os anos 90. Depois dos anos 50, marco do nascimento do rock, dos explosivos e extrapolados ’60, dos psicodélicos e revoltados ’70 e dos criativos e inteligentes ’80, o que restaria à música pop nos ’90? Repetir-se? Não! Alguns artistas souberam recriar e até trazer coisas bem novas. "Broken" , do 9 Inch Nails, "Nevermind" , do Nirvana, ou "Loveless", do My Bloody Valentine, já elencados como Álbuns Fundamentais neste blog, são bons exemplos. “Moon Safari”, do Air, “Odelay”, do Beck, e “Big Calm”, do Morcheeba, provavelmente darão as caras por aqui ainda. Mas mesmo gostando mais de alguns destes, um que a mim marcou muito os anos 90 e com o qual me delicio a cada audição é “Into the Sun”, do cantor, compositor e multi-instrumentista Sean Lennon, o “filho do homem”.
“Into the Sun” é, simplesmente, apaixonante. De sonoridade sofisticada, experimental e com um toque artesanal, o CD de estreia deste abençoado ser – resultado da cruza de John Lennon com Yoko Ono – emenda uma pérola atrás da outra, numa explosão de criatividade e técnica. O referido ar “caseiro” não é à toa: exceto algumas participações, Sean compõe, produz, canta e toca todos os instrumentos. A delicada faixa-título – uma bossa-nova de rara beleza com direito à batida de violão a la João Gilberto – é a única em que divide o microfone, acompanhado de Miho Hatori, vocalista da banda Cibo Matto. A outra integrante deste grupo, a então namorada Yuka Honda, co-produtora e “musa inspiradora” da obra, dá sua contribuição com samples, programações e no vocal de “Two Fine Lovers”, um jazz-lounge funkeado ao mesmo tempo romântico e dançante, e de “Spaceship”, outra das melhores.
Uma peculiaridade que impressiona na música de Sean é a sua capacidade de inventar melodias de voz absolutamente belas. É o caso de “Home”, single do CD que rodava direto na MTV com o ótimo clipe de Spike Jonze. Por trás das guitarradas estilo Sonic Youth e da bateria possante do refrão, a melodia de voz é doce, linda, daquelas de cantar de olhos fechados pra saborear cada frase. Outra assim é “Bathtub”, um mescla de MPB com Beatles em que, novamente, Sean destila sua destreza com a palavra cantada, principalmente na parte final, onde se cruzam três melodias de voz apresentadas durante a faixa.
Eu sei, eu sei! É óbvio que a dúvida surgiria: afinal, a música Sean se parece com a de John? Como TUDO em música pop depois dos  The Beatles, sim; mas, surpreendentemente, menos do que seria normal pela consanguinidade. A voz, claro, lembra o timbre levemente infantil do beatle. Das músicas, “Wasted”, só ao piano e voz, e, principalmente, “Part One of the Cowboy Trilogy”, um country como os que John tinha incrível habilidade ao compor, remetem bastante. Mas fica por aí. No máximo, a parecença conceitual com álbuns do pai como “Plastic Ono Band” ou “Imagine” por conta da diversidade estilística – o que, convenhamos, não era uma característica só de sir. Lennon.
Outra marca de Sean é a composição no violão. Da ótima faixa de abertura, “Mystery Juice”, à balada “One Night”, passando pelas bossas – a já citada “Into the Sun” e “Breeze”, outra belíssima –, ele brande as cordas de nylon para extrair melodias muito pessoais e profundas. A mais intensa destas é, certamente, “Spaceship”, que começa só ao violão sobre ruídos eletrônicos e na qual vão se adicionando outros instrumentos e sons, até estourar em emoção no refrão, com guitarras distorcidas, bateria alta e a voz de Honda no backing. Ótima.
Mas a variedade musical de Sean não pára por aí. Depois de MPB, indie, country e balada, ele apresentaria ainda, se não melhor, a mais bem trabalhada música do álbum: “Photosynthesis”, um jazz-rock instrumental no melhor estilo Art Ensemble of Chicago. Puxado pelo baixo acústico, que mantém a base o tempo inteiro, tem samples, solos de flauta e de piano, até que, depois de um breve breque, a música volta com um impressionante solo de percussão latina e, emendando, um outro de trompete. Incrível! “Sean’s Theme”, mais um jazz, este mais piano-bar, fecha bem “Into the Sun”, que traz ainda “Queue”, um gostoso rock embaladinho que termina sob uma camada densa de guitarras, revelando, mais uma vez, a engenhosidade no trato com a melodia de voz.
Um “disco de cabeceira” para mim, que não canso de reouvir. Um baita disco de rock com a distinção de quem herdou o que de melhor seu pai tinha como gênio da música que foi: a sensibilidade artística.

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vídeo de "Home", Sean Lennon



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FAIXAS:
1. "Mystery Juice"
2. "Into the Sun"
3. "Home"
4. "Bathtub" (S. Lennon/Yuka Honda)
5. "One Night"
6. "Spaceship" (S. Lennon/Timo Ellis)
7. "Photosynthesis"
8. "Queue" (S. Lennon/Y. Honda)
9. "Two Fine Lovers"
10. "Part One of the Cowboy Trilogy"
11. "Wasted"
12. "Breeze"
13. "Sean's Theme"

Todas as músicas de autoria de Sean Lennon, exceto indicadas.
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Ouça:

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2014


Sim, amigos, Chegou a hora da verdade! Os números não mentem e falam por si. é hora de fazer aquele pequeno balanço de 2014 e da atual situação dos A.F. do Clyblog. Qual artista tem mais discos indicados, que país botou mais álbuns, qual o ano que mais apresenta destaques ou qual a década mais recheada de grandes obras da música, além dos principais destaques do ano que passou.
Em 2014 o blog continuou tendo participações especiais como vem acontecendo costumeiramente em datas ou momentos importantes e não foi diferente com os ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, que, por sinal, já começou o ano com a resenha especialíssima do jornalista e crítico musical Márcio Pinheiro, com o ótimo "Quem é Quem" de João Donato, além do essencial "Rubber Soul" dos Beatles, resenhado pelo convidado Eduardo Lattes, numa espécie de postagem-dobradinha com o álbum antagonista, "Pet Sounds" dos Beach Boys, que por sua vez estrearam, antes tarde do que nunca, no seleto time do A.F.
E falando em estreia, o ano passado marcou outros ingressos significativos no hall dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, como os de Ella Fitzgerald, The Police, Funkadelic e Gal Costa, que já saiu metendo dois logo de cara, por exemplo, e algumas reafirmações como as de Prince, Sepultura, Sonic Youth, R.E.M. e Madonna que botaram na roda seu segundo álbum fundamental, cada.
Mas enquanto alguns, recém, levam seu segundo trabalho ao pódio, alguns disparam na liderança, e os Rapazes de Liverpool que no último ano haviam finalmente tomado a ponta, este ano viram o Camaleão, David Bowie, empatar a parada e dividir com eles o topo da tabela, e de quebra, os rivais, Rolling Stones, aproximarem-se perigosamente. Isso no geral, porque se ficarmos no âmbito nacional, Titãs, Legião e Jorge Ben, estão mandando no pedaço. Mas se é para sermos bem exatos mesmo, quem está na frente mesmo é o Babulina que com o ingresso de seu fantástico "África Brasil", se somarmos ao clássico "Gil & Jorge" chega isoladamente à primeira posição de álbuns resenhados nos A.F.entre os brasileiros. "África Brasil" que, a propósito foi um dos que integraram a seleção diferenciada de álbuns que tinham alguma coisa a ver com futebol nas edições especiais dedicadas à Copa do Mundo chamada ÁLBUNS FUNDAMENTAIS ClyBola, que também contou com discos como o "Novos Baianos F.C.", "Chico Buarque vol.4" e "Nuvens" de Tim Maia.
Outra coisa bacana que rolou nos A.F. em 2014 foi que, no ano em que a Blue Note Records, gravadora pioneira do jazz americano, completaria 50 anos, resenhas de grandes artistas do gênero pintaram por aqui pelas mãos de Daniel Rodrigues, destacando "Empyrean Isles" de Herbie Hncock e "The Sidewinder" de Lee Morgan.
Como curiosidades, tivemos o fato de que Richard Strauss com seu "Zaratustra" de 1895 tornou-se o 3º mais antigo da seção, só atrás em antiguidade da "9ª de Bethooven" de 1824, e d"As Quatro Estações" de Vivaldi, de 1725; e lá na outra ponta, entre  os mais atuais, o interessante é que só este ano tivemos destacados mais álbuns do século XXI do que tivéramos até então em 5 anos de blog.
Mas paremos com essa conversa fiada e vamos aos números. Vamos ao que interessa.

PLACAR POR ARTISTA (GERAL)

  • The Beatles: 5 álbuns
  • David Bowie 5 álbuns
  • The Rolling Stones 4 álbuns
  • Stevie Wonder, Cure, Led Zeppelin, Miles Davis, Pink Floyd e Kraftwerk: 3 álbuns cada


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben (4)
  • Titãs (3)
  • Legião Urbana (3)
  • Gilberto Gil (3)


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 12
  • anos 60: 55
  • anos 70: 79
  • anos 80: 76
  • anos 90: 55
  • anos 2000: 7
  • anos 2010: 4


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1

PLACAR POR ANO

  • 1986: 14 álbuns
  • 1985: 13 álbuns
  • 1972 E 1991: 12 álbuns cada
  • 1967: 11 álbuns
  • 1968, 1969, 1970, 1971, 1976 e 1992: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE

  • Estados Unidos: 110 ártistas
  • Inglaterra: 77 artistas
  • Brasil: 70 artistas
  • Alemanha: 6 artistas
  • Canadá e Irlanda: 4 artistas cada
  • Escócia: 3 artistas
  • México: 2 artistas
  • Suiça, Jamaica, Islândia, Gales, Itália, Austrália e Hungria: 1 cada










terça-feira, 26 de agosto de 2008

Spin1/2


O blog já mudou de nome, já virou ClyBlog, mas mantenho esta postagem como marco do início de uma ideia. Uma deia meio sem ideia no início mas que aos poucos foi evoluindo para um projeto pessoal muito legal e que me dá muita satisfação em tocar pra em diante. Em relação ao que foi escito na época desta postagem, só muda o nome e o fato de que agora meu computador tem os acentos. De resto, a proposta é a mesma: muita arte, música, livros, opiniões, textos, poemas, crônicas, contos, um futebolzinho de vez em quando e tudo mais que der vontade de fazer. enfim, um espaço livre.
Eis a primeira postagem do ClyBlog.




Olá! Nunca tive um blog, entao e' meio estranho nao saber a quem estar se dirigindo, se e' que estarei me dirigindo a alguem. Na verdade, em primeiro lugar estou escrevendo para mim, e acho que todo mundo que tem um blog, o faz mais para si, mesmo.

Spin 1/2 na verdade e' o nome de uma m'usica dos Th' Faith Healers, da qual gosto demais. Demais, mesmo!!! E achei legal pra ser o nome do meu blog.

A proposito dos Healers, e' uma banda que lembra um pouco o Sonic Youth, tambem tem vocais feminino e masculino assim como elese faz aquela linha noise, experimental mas com linhas bem melodicas, por vezes.

A cancao em questao e' do album chamado "Lido" (capa ai' ao lado), que eu descobri meio que por acaso e acabei ficando vidrado nele.

Pra quem gosta dessa linhagem de bandas, vale conferir.

Esta e' uma postagem mais para apresentacao, mas vou falar aqui de tudo: de musica que eu adoro, de filmes, de livros, de futebol, as vezes vou postar so' pra fazer um comentariozinho bobo, as vezes pode ser uma opiniao seria sobre algum assunto relevante.

Nao quero regras!

O Spin 1/2 e' pra ser meu espaco livre.

Espero que meus visitantes apreciem, comentem e visitem sempre.


Eis minha primeira postagem.




segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2017



Gilberto Gil e Jorge Ben lideram o quadro nacional
graças a seu disco conjunto de 1975
Chegou a hora da verdade! A hora dos números! É hora de atualizar a situação dos nossos discos favoritos e seus autores depois de mais um ano. Não, a nossa seção ÁLBUNS FUNDAMENTAIS não é uma disputa, um campeonato, mas é sempre divertido e interessante fazer este levantamento e expô-lo desta maneira "competitiva".
Em 2018 a discografia nacional deu uma belo salto na nossa lista abrindo uma certa distância para os ingleses que, até nosso último levantamento, disputavam palmo a palmo a vice-liderança entre os países. Para que se tenha uma ideia, dos vinte e nove álbuns fundamentais apontados este ano, treze foram brasileiros deixando todo o restante distribuído entre outros quatro países. Mas a dianteira continua, é claro, com os norte-americanos que, apesar de terem, em média, registrado números menores do que nos últimos anos, continuam numa situação muito confortável.
A propósito de liderança, entre os artistas internacionais a ponta de cima não teve alteração, uma vez que tanto Beatles quanto Stones quanto Bowie não colocaram mais nenhum disco na lista durante este ano. Mas é bom abrirem o olho porque Miles Davis, Talking Heads, The Who e Pink Floyd que se igualaram aos alemães do Kraftwerk, se aproximam ameaçadoramente da ponta. Já no quadro nacional só o que mantém Jorge Ben e Gilberto Gil à frente de Tim Maia, Chico Buarque, Titãs, Legião, Caetano e Engenheiros, é o disco que fizeram em parceria em 1975, porque tirando isso, todos estariam empatados com três álbuns cada.
Em épocas, a década de 70 continua mandando ver, seguida lá de longe pelos anos 80; em compensação o ano de 1986 é o que continua tendo maior número de indicados, com 19 obras, vendo o ano de 1976 segui-lo de perto com 16 álbuns. O que chama  a atenção é o aumento de títulos do século XXI, sendo quatro somente este ano, que também registrou o álbum fundamental mais recente até então, o ótimo "No Voo do Urubu" de Arthur Verocai, de 2016.
E 2018, ano da primeira década de existência do ClyBlog, virá repleto de publicações especiais comemorativas por esta data e outras ainda envolvendo futebol e Copa do Mundo como já aconteceu em 2014. Já demos início aos festejos com o número 400 dos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS com o convidado especial Michel Pozzebon e vem mais por aí com outros amigos dando suas contribuições e falando de seus discos do coração.
Mas por enquanto é isso aí. Fiquem com os números de 2017 e vamos em frente:



PLACAR POR ARTISTA (GERAL)

  • The Beatles, David Bowie  e The Rolling Stones: 5 álbuns cada
  • Kraftwerk, Miles Davis, Talking Heads, The Who e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Smiths, Led Zeppelin, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth e Bob Dylan: 3 álbuns cada


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben e Gilberto Gil: 4 álbuns*
  • Caetano Veloso, Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs, Engenheiros do Hawaii e Tim Maia; 3 álbuns cada
*contando o álbum Gil & Jorge

PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 71
  • anos 70: 108
  • anos 80: 97
  • anos 90: 71
  • anos 2000: 10
  • anos 2010: 10


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1

PLACAR POR ANO

  • 1986: 19 álbuns
  • 1976: 16 álbuns
  • 1985: 16 álbuns
  • 1977: 15 álbuns
  • 1967, 1991: 13 álbuns
  • 1968, 1972, 1979 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1965, 1969, 1970, 1971, 1972 e 1987: 11 álbuns cada
  • 1980, 1989 e 1994: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 140 obras de artistas*
  • Brasil: 107 obras
  • Inglaterra: 93 obras
  • Alemanha: 8 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália e Islândia: 2 cada
  • Jamaica, Gales, Itália, Hungria, Suíça e França: 1 cada

*artista oriundo daquele país


C.R.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Pixies - "Doolitle" (1989)


O Disco que Inventou o Nirvana
"Quando escrevi 'Smells Like Teen Spirit'
eu estava basicamente tentado 'sugar' os Pixies.
Eu tenho que admitir isso."
"Kurt Cobain, Nirvana


Aquele contrabaixo bem cadenciado, a bateria só marcando o tempo, um vocal ainda contido, sereno; todos só esperando o refrão para explodirem juntos em ímpeto, histeria, barulho e loucura. Não, eu não estou falando de “Smells Like Teen Spirit” ou de “ Lithium”, mas é fato que esta fórmula que o Nirvana utilizou como sendo sua linha principal de composição, sobremaneira em “Nevermind”, já era praticamente marca registrada do som dos Pixies, aparecendo de forma mais evidente em “Doolitle”.
Se em “Surfer Rosa” Steve Albini (que depois viria também a trabalhar com o Nirvana em “In Utero”) tratou de “sujar” (num bom sentido) o som dos Pixies, Gil Norton, que assumiu a produção em “Doolitle” deu uma polida no som, deixando palatével até mesmo para as o grande público como no caso de “La La Love You” e “Here Comes Your Man” que chegaram a tocar nas rádios. Isto não os tornava uma banda pop ou de fácil aceitação geral. Apenas encorpava e dava, a partir dali, características fundamentais para a sonoridade do grupo.
A adorável “Hey” com sua delicadeza suja foi outra que se não virou hit, foi daquelas que fez “sucesso” no underground e passou a ser uma das favoritas dos fãs. Além dela, a ótima “Monkey is Gone to Heaven” é outra que marca bem aquela característica com o doce baixo de Kim Deal marcando para um refrão mais poderoso. Também nesta linha aparece “Tame” mas com um ápice bem mais gritado e barulhento. A propósito é bom salientar que guitarradas ensurdecedoras como esta ou outras que aparecem invariavelmente no disco, não conseguem esconder a grande qualidade não só de composição como de técnica de Black Francis, um baita guitarrista; tampouco a aparente simplicidade da condução da base de Kim Deal, uma baixista não muito virtuosa, diminuir os méritos das composições da banda, normalmente bem básicas mas extremamente apropriadas para cada canção e para a proposta geral.“I Bleed”, é prova disso, conduzida com uma linha muito simplória mas eficiente e perfeita.
“Debaser” que abre o disco com sua linha meio surf-music é ótima, “Crackity Jones” é alucinada, “Silver” baixa a rotação e traz uma sonoridade beirando o dark e “Gouge Away”, uma das melhores, fecha o disco de forma magnífica. Baita disco!!!
É lógico que os Pixies não foram a única inspiração do Nirvana, nem influenciaram apenas o pessoal do Kurt, muito menos se limitavam apenas àquela fórmula. Com sua sonoridade normalmente pesada, com um pé no punk, mas sempre melódicos e criativos, incrementando tudo com toques latinos, religiosos e letras beirando ao surreal; provavelmente no universo dito alternativo, o Pixies, juntamente com o Sonic Youth, sejam as bandas mais influentes deste meio, e “Doolitle”, enquanto obra, pelo encaixe destes elementos e a tradução deles em rock de primeira, seja um dos álbuns mais importantes de todos os tempos.
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FAIXAS:
1. "Debaser" – 2:52
2. "Tame" – 1:55
3. "Wave of Mutilation" – 2:04
4. "I Bleed" – 2:34
5. "Here Comes Your Man" – 3:21
6. "Dead" – 2:21
7. "Monkey Gone to Heaven" – 2:56
8. "Mr. Grieves" – 2:05
9. "Crackity Jones" – 1:24
10. "La La Love You" – 2:43
11. "No. 13 Baby" – 3:51
12. "There Goes My Gun" – 1:49
13. "Hey" – 3:31
14. "Silver" *(Francis, Kim Deal) – 2:25
15. "Gouge Away" – 2:45
*todas as músicas compostas por Black Francis, exceto a indicada.

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Ouça:
Pixies Doolitle


quinta-feira, 29 de março de 2012

The Horrors - "Primary Colours" (2008)


"E quando eu lhe disse
que tinha uma outra garota
havia me chamado a atenção,
Ela chorou.
E eu a beijei,
com um beijo que
só poderia significar um adeus"
trecho de "Who Can Say"




Descobri o The Horrors em Londres.
Eu estava em uma loja de CD's, a HMV, quando ouço aquele som muito interessante tocar nos alto-falantes da loja. Puxa! Que bom isso, hein! Talvez até já fosse conhecido no Brasil, mas pra mim era novidade. Lembrava o som dos góticos dos anos 80 mas tinha identidade própria. A voz era algo entre um Ian Curtis e um Peter Murphy, o som tinha a crueza do punk do Joy Division, as atmosferas do The Cure, o barulho de Jesus and Mary Chain, o experimentalismo de um Sonic Youth. Bom isso, hein!
Perguntei a uma vendedora que som era aquele e ela me disse que era de uma banda chamada The Horrors, e me mostrou o CD que estava em destaque no balcão. Para minha surpresa, não apenas o som remetia aos darks oitentistas, a capa do álbum era uma referência clara (ou escura) ao disco clássico do The Cure, "Pornography" de 1982. Aí fui ver o nome das músicas e as referências àquele pessoal da minha época aumentava na medida que muitos dos nomes das canções remetiam de certa forma a títulos da banda Joy Division, como "The New Ice Age" (quase igual a "Ice Age" do Joy Division); Can You Remember (lembrando "I Remember Nothing", também do Joy); Three Decades, de certa forma remetendo a "Decades" e "I Can't Control Myself" ao controle perdido do clássico "She's Lost Control" da banda de Ian Curtis. Coincidência?
Até acho que não. Mas em defesa deles, deve-se dizer que mesmo os nomes tendo certa semelhança, tais faixas não tem nenhuma relação direta com a sua correspondente do grupo de Manchester.
Mas semelhanças à parte, o fato é que nem todas essas referências, homenagens, inspirações fazem de "Primary Colours" de 2008 um arremedo dos discos do pós-punk do início da década de 80. Com personalidade, com qualidade, com incremento de elementos mais atuais e com uma produção caprichada do Portishead Geoff Barrow, trouxeram de volta o climão pesado e sombrio de outrora, a melancolia barulhenta dos shoegazers e a tradicional psicodelia do rock britânico, em um dos melhores trabalhos de bandas dos últimos tempos.
Rigorosamente todas as faixas são ótimas mas em especial a de abertura, "Mirror's Image", ruidosa, perturbadora e viajante; "Who Can Say", canção de amor triste cheia de guitarras flutuantes ao melhor estilo My Bloody Valentine; a que dá nome ao disco, "Primary Colours", colorida sob os matizes do punk na faixa provavelmente mais pegada e básica do disco; e a excepcional "Sea Within' a Sea", faixa longa, de estrutura um pouco mais complexa, bem trabalhada e encantadoramente sombria que encerra de maneira gloriosa este ótimo álbum.
Soube depois que o grupo não era bem assim em seu primeiro disco, que passou por uma certa transformação e que era algo tipo um Strokes, um Libertines ou algo do tipo, só que ruim. Bom..., ainda bem que o que eu conheci foi a banda do segundo disco. Nunca me interessei em ouvir o trabalho anterior e nem preciso. Tenho certeza que não pode ser melhor que isso e que a transformação, que dizem ter ocorrido, por certo foi para melhor. E mesmo, se um dia 'der na veneta' e venham a desistir dessa linha, dessa sonoridade, mudem de ideia de novo, resolvam ser extremamente pop e fazer música para o grande público, já terão deixado um dos grandes discos deste início de século.
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FAIXAS:
1."Mirror's Image" – 4:51
2."Three Decades" – 2:50
3."Who Can Say" – 3:41
4."Do You Remember" – 3:28
5."New Ice Age" – 4:25
6."Scarlet Fields" – 4:43
7."I Only Think of You" – 7:07
8."I Can't Control Myself" – 3:28
9."Primary Colours" – 3:02
10."Sea Within a Sea" – 7:59
*************************************
Ouça:
The Horrors Primary Colours


Cly Reis

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

The Velvet Underground & Nico - "The Velvet Underground & Nico" (1967)

"Andy Warhol me disse que estávamos fazendo na música o mesmo que ele na pintura, no cinema e na literatura."
Lou Reed


"Todos nós sabíamos que algo revolucionário estava acontecendo. A gente sentiu isso. As coisas não pareceriam estranhas e novas se alguma barreira não estivesse sendo quebrada."
Andy Warhol


No embalo da exposicão de Andy Warhol aqui no Rio, aproveito pra destacar aqui nos FUNDAMENTAIS um dos discos mais influentes de todos os tempos, "The Velvet Underground and Nico" de 1967. Como uma espécie de 'tentáculo' musical do projeto multimídia de Warhol, que também incluía artes plásticas, cinema, moda e literatura, o Velvet Underground apadrinhado pelo gênio da pop-art, era composto por músicos extremamente inventivos, ainda que nem todos brilhantes, como eram os casos da limitada percussionista Maureen Tucker e do esforçado Sterling Morrisson, por outro lado destacavam-se especialmente o guitarrista e vocalista Lou Reed com suas influências folk, suas levadas pesadas e letras cáusticas; e o multi-instrumentista criativíssimo John Cale, cara técnico, metódico mas aberto a todas as possibilidades e experimentações musicais. No entanto o projeto musical de Warhol ficaria completo mesmo com o acréscimo da modelo alemã Nico, agregando aos vocais da banda sua voz singela e aveludada, cheia de sotaque e sex-appeal apesar de toda a relutância inicial de Lou Reed. O resultado de tudo isso, Warhol+Velvet+Nico, foi um álbum brilhante, notável, uma referência musical e artística, um dos discos mais influentes da hstória do rock.
O produtor (na verdade, financiador)
Andy Wahol
"The Velvet Underground and Nico" é marcante antes mesmo de ser ouvido, já por sua capa concebida pelo mentor e produtor Andy Warhol, com a clássica e conhecidíssima banana; mas é inegavelmente na parte musical que as coisas foram verdadeiramente impressionantes: "Sunday Morning" que abre a obra lembra uma canção de ninar embalada ao som de uma caixinha de música. Em "I'm Waiting for My Man" a guitarra ganha peso acompanhada por um piano insistente e barulhento com o vocal  de Lou Reed soando escrachado enquanto versa sobre as drogas nas ruas de Nova Iorque.
"Venus in Furs", a melhor do álbum e uma das maiores da história do rock, é um épico arrastado com uma batida marcial, pontuada pela viola elétrica de Cale e com Reed, desta vez, cantando de maneira quase hipnótica.
"Heroin" outra das grandiosas do disco vai serpenteando como uma montanha-russa sonora com variações de aceleração, intensidade, ênfases e ruídos como fundo para que Reed conte detalhadamente o uso e as sensações causadas pela droga, com a bateria de Mo Tucker chegando a parecer desordenada em determinados momentos e com tudo culminando numa loucura instrumental total e o violino alucinado de Cale 'bagunce' tudo de vez num final caótico-apoteótico. Aliás, bagunça mesmo (num bom sentido), é o que não falta em "European Son" que chega a ficar praticamente inaudível tal a aceleração, a mistura de sons, as microfonias, a distorção que alcança; mas afinal o que seria do Sonic Youth, do Jesus and Mary Chain, do My Bloody Valentine sem isso?
Nico, a vocalista que Warhol praticamente impôs
mas que deu grande contribuição
Nico aparece apenas como vocal de apoio em "Sunday Morning" mas faz as vezes de principal na lenta "I'll Be Your Mirror", na intensa "All Tomorrow's Parties" e na luxuriante "Femme Fatale" com um vocal sensualíssimo e uma interpretação de 'melar a cueca'.
De resto tem também a galopante e elétrica "Run Run Run", tem outra interpretação bárbara de Reed em "There She Goes Again" falando sobre prostituição, tem outra vez o violino esquizofrênico de Cale em "The Black Angel's Death Song", cara... todas demais, porra!
O disco na época não foi lá muito apreciado; vendeu mal e não obteve grande sucesso. Sua importância foi sendo notada aos poucos e já na década seguinte se sentiria sua influência com a explosão do punk rock. Mas foi só um pouco depois ainda, com o passar do tempo, que se reconheceu definitivamente seu justo status de obra-prima.
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FAIXAS:
  1. "Sunday Morning" (Reed, Cale) - 2:56
  2. "I'm Waiting for the Man" - 4:39
  3. "Femme Fatale" - 2:38
  4. "Venus in Furs" - 5:12
  5. "Run Run Run" - 4:22
  6. "All Tomorrow's Parties" - 6:00
  7. "Heroin" - 7:12
  8. "There She Goes Again" - 2:41
  9. "I'll Be Your Mirror" - 2:14
  10. "The Black Angel's Death Song" (Reed, Cale) - 3:11
  11. "European Son" (Reed, Cale, Morrison, Tucker) - 7:46
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Ouça:
The Velvet Underground & Nico 1967



Cly Reis

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"Escuta Só, Do Clássico ao Pop', de Alex Ross




Acabei de ler o "Escuta Só" do jornalista norte-americano Alex Ross e não gostei tanto quanto eu imaginava que gostaria. Em poucos momentos ele realmente traça paralelos e estabelece analogias entre a música clássica e o universo pop- rock, o que supunha eu, fosse a tônica do livro. Até o faz no início do livro com uma interessante progressão cronológica e inter-relações de épocas e estilos, mas depois até pelo fato de ser uma coletânea de matérias, perde um pouco este foco.
De bem bacana mesmo o capítulo em que fala da cantora islandesa Björk, atribuindo a ela o devido valor no cenário da música atual; o capítulo sobre o Sonic Youth no qual faz ver que por trás de todo um aparente barulho há um conceito e músicas extremamente bem construídas; a parte toda sobre Mozart e sobre como este gênio sabia agradar populares e eruditos; e também quando demonstra a evolução das linguagens musicais que desembocaram na formação do blues. No mais, é interessante quando fala de uma instalação natural-musical chamada O lugar onde você vai para ouvir, e toda a reverência que presta ao mito Bob Dylan refazendo sua trajetória e analisando letras e composições.
Esperava mais do livro mas está longe de ter sido uma decepção. Vale pela tentativa de desmitificação do 'monstro sagrado' que é a música tida como erudita, e o autor se empenha especialmente em mostrar que, no fim de tudo, tudo é apenas música.
Uma boa leitura, no fim das contas.



Cly Reis

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2019



O pessoal de Liverpool tá imbatível.
E não estou falando do time de Salah, Firmino e Mané.
Sei que já devia ter feito, o ano já começou e, por sinal está quase no final do primeiro mês, mas vida de blogueiro não se limita ao blog e até então não tinha dado tempo de fazer os levantamentos, retrospectos, somatórios e estatísticas para o Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS que sempre temos todo o início de ano aqui no ClyBlog. O ano que passou trouxe, além dos discos destacados por nós integrantes do blog, como de costume participações de convidados, com destaque para a resenha de Waldemar Falcão, para o lendário segundo disco de Zé Ramalho, "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", de 1979, do qual nosso convidado até mesmo participou, fazendo de seu texto um depoimento inestimável em relação a tudo que envolveu a obra e o artista naquele momento.
Na nossa tradicional atualização dos discos que pintaram por aqui no último ano, lá na frente, entre os artistas que têm mais obras citadas na nossa seção, entre os internacionais, Os Rapazes de Liverpool finalmente assumiram a liderança, uma vez que, nem Bowie nem Stones, que dividiam a dianteira com eles, tiveram novos discos incluídos nos A.F., mas é bom abrir o olho porque os alemães do Kraftwerk, considerado por muitos o outro nome mais influente na música de todos os tempos, botaram mais um disco na roda esse ano e subiram para o segundo degrau do pódio. Já pelo lado nacional, não houve mudança lá na frente e o destaque ficou com as estreias de Airto MoreiraTribalistas e o já citado Zé Ramalho.
Entre os países, os Estados Unidos se mantém à frente com boa folga, e, na disputa pela prata, os ingleses, com um bom número de artistas emplacando álbuns fundamentais, aproxima-se perigosamente dos brasileiros. Quanto às décadas, os anos 70 continuam mandando no pedaço, mas falando em anos, especificamente, ainda é o de 1986, que põe mais discos na nossa lista.
No ano atual, já temos um Álbum Fundamental mas que não entra para a contabilidade do ano passado. A expectativa para 2019 é se os Beatles confirmarão sua liderança e se, no Brasil, alguém vai desbancar Jorge Ben, que reina absoluto há um bom tempo na lista nacional.

Vamos conferir então como ficaram as coisas por aqui depois deste último ano:


PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk e Rolling Sones: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Wayne Shorter, John Cale* e Bob Dylan: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Lou Reed, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum de Brian Eno com JohnCale ¨Wrong Way Out"


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben: 5 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Caetano Veloso: 4 álbuns*
  • Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, Gal Costa, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão e Sepultura: todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas" 
*** Contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 84
  • anos 70: 125
  • anos 80: 104
  • anos 90: 77
  • anos 2000: 12
  • anos 2010: 13

*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985: 17 álbuns
  • 1976 e 1969: 16 álbuns cada
  • 1967, 1968 e 1977: 15 álbuns cada
  • 1971 e 1973: 14 álbuns
  • 1972, 1975, 1979 e 1991: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1970, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1980: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 155 obras de artistas*
  • Brasil: 121 obras
  • Inglaterra: 110 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país



C.R.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

My Bloody Valentine - "Loveless" (1991)


O Disco Que Eu Levaria Para Uma Ilha Deserta

"Muitos dos samples eram de feedbacks. Nós aprendemos que do feedback da guitarra, com muita distorção, que você pode fazer qualquer instrumento, qualquer um que você possa imaginar."
Kevin Shields



- Não interessa, só pode escolher um.
- Só um? Uns dez que seja. Pra ter mais variedade, mais opções...
- Só um.
- Então...então..., vai o "Loveless" do My Bloody Valentine.
Este hipotético diálogo não seria muito diferente do real se, algum dia por alguma circunstância qualquer, um incêndio, uma enchente, um terremoto, um roubo, uma divisão de bens, um exílio, fosse obrigado ter que apenas escolher UM álbum na minha discoteca para levar comigo para qualquer lugar, para uma ilha deserta, por exemplo. Não que seja o melhor CD que tenho, se fosse por isso o por exemplo "Let It Bleed" estaria à frente; não que seja a banda que mais gosto, se prevalecesse este critério provavelmente Cure e Smiths teriam prioridade, mas o "Loveless" é um daqueles discos que poderia-se chamar um xodó. Mas não um xodó injustificável, daqueles que a gente sabe que é ruim, não contraria o fato, mas morre abraçado com ele, por qualquer motivo que... só Deus sabe. Não, é um álbum absolutamente prazeroso de se ouvir, com seu harmonioso e cativante ruído que constrói a todo tempo inusitadas sinfonias. Além do mais, este disco do My Bloody Valentine é um dos melhores, mais significativos e influentes das últimas décadas e a banda é uma das mais cultuadas e respeitadas no universo underground mesmo com uma discografia rigorosamente pequena.
Com inegáveis influências do noise-rock, caracteristico de bandas como Sonic Youth, por exemplo, do gótico dos '80 e de bandas como Jesus and Mary Chain , o MBV conseguiu em apenas dois álbuns incorporar novas características a estes estilos, praticamente reinventando-os, conferindo-lhe então uma assinatura própria de tal forma original que tornam o som da banda absolutamente peculiar e inconfundível.
"Loveless" o segundo álbum da banda é avanço em relação ao bom "Isn't Anything", seu trabalho de estreia, agregando às distorções, aos efeitos, aos ruídos e à criatividade do cérebro da banda, Kevin Shields, mais vocais femininos de Belinda Butcher, arranjos mais melodiosos e muito mais ousadia nas experimentações.
"Only Shalow", a primeira do disco, é daquelas coisas que a gente mal acredita que esteja ouvindo algo daquele tipo: depois de uma introdução com uma tempestade de guitarras e distorções, que poderia fazer supor algo enérgico, violento, inaudível; tudo desemboca numa canção cantada suave e melodiosamente por uma doce voz feminina, até voltar, a cada 'refrão', a maravilhosas e improváveis explosões sonoras .
"Loomer", que a segue é cheia, concentrada e suavemente barulhenta; "Touched", a terceira, é uma pequena sinfonia 'desafinada' com a rotação alterada que provoca algum descons(c)erto de sentidos no ouvinte. Uma mistura de sensações de belo e bizarro, de harmônico e desrítmico, de clássico e contemporâneo.
A segue a fantástica "To Here Knows When", lindíssima a seu modo; uma cortina sonora que vai se dissipando aos poucos até ficar praticamente dissolvida, restando ao final apenas uma tênue conexão que ainda possa identificá-la em meio à névoa sonora que se transforma.
"When You Sleep" é outra grandiosa, com outro inusitado e indefinível riff conseguido por Kevin Shields em suas muitas experimentações de estúdio.
 A lindíssima "I Only Said" já introduz com uma emocionante 'explosão estrelar' que conduz a uma base fantástica que de certa forma, cheia de guitarras, efeitos, samples e tudo mais, lembra uma orquestra de violinos, e os violinos de Kevin Shields são suas guitarras, suas distorções, seus efeitos.
"Come in Alone" é forte, completa e funciona como um catalisador de elementos; "Sometimes" é doce e agradável; "Blown a Wish" apenas compõe bem; "What You Want" é acelerada, empolgante e numa passagem mágica, quase que vacilante, introduz às baterias sampleadas da fantástica "Soon", uma joia cheia de efeitos de marcação, ruídos de fundo e incríveis guitarras que sobrevoam uma base ritmada e carregada de peso e beleza, tudo isso sob a maviosa voz de Belinda Butcher que quase desaparece em meio ao barulho. Num final absolutamente emocionante e épico, "Soon" atinge um clímax sonoro, um êxtase instrumental até praticamente se apagar, se desvanecer, com uma guitarra ao fundo ainda tentando sobreviver  ao final inevitável. Um encerramento digno de um disco como este!
Um dos meus preferidos da discoteca, um dos meus xodós da coleção, um dos discos mais cultuados, um dos melhores discos dos anos 90 e um dos grandes da história do rock. Por todas estas razões, pelas sensações que causa, por toda essa estranha beleza, "Loveless" passaria à frente de discos mais completos, mais perfeitos, mais clássicos, mais geniais talvez e seria o disco que eu, se por uma inevitável e cruel escolha tivesse que optar, levaria para uma ilha deserta.
Mas aí penso no meu "Trans-Europe Express", no meu "Gil e Jorge", no meu "Aftermath" e lembro que felizmente, trata-se apenas de um exemplo, de uma hipótese absurda e totalmente improvável, e posso ir curtindo todos os outros também.
Ufa!

FAIXAS:
1."Only Shallow" (Butcher, Shields) - 4:17
2."Loomer" (Butcher, Shields) - 2:38
3."Touched" ( Colm Ó Cíosóig ) – 0:56
4."To Here Knows When" (Butcher, Shields) - 5:31
5."When You Sleep" - 4:11
6."I Only Said" – 5:34
7."Come in Alone" – 3:58
8."Sometimes" – 5:19
9."Blown a Wish" (Butcher, Shields) - 3:36
10."What You Want" - 5:33
11."Soon" – 6:58



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Baixe e ouça:
My Bloody Valentine Loveless