Curta no Facebook

Mostrando postagens com marcador jazz. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador jazz. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Música da Cabeça - Programa #275

 

Tá certo: não vamos competir com as lindas imagens espaciais do telescópio James Webb divulgadas esta semana. Mas que a gente pode aproveitar essa beleza pra anunciar nosso programa de hoje, pode. Neste Dia do Rock, vai ter além de Morcheeba, Nervosa, U2 o jazz muito rocker de Herbie Hancock  e mais. Além disso, Cabeça dos Outros rodando o saudoso Belchior. O  MDC entra às 21h, na estelar Rádio Elétrica. Produção, apresentação e fotos em alta definição: Daniel Rodrigues.



Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Música da Cabeça - Programa #274

 

Sabe a CPI do MEC? Vai ficar pra depois das eleições. O que não fica para depois das eleições é o MDC, que hoje tem The Sugarcubes, Emílio Santiago, Sepultura, The Beach Boys, Eumir Deodato e mais. Ainda tem um Cabeção sobre o pianista e compositor de jazz Ahmad Jamal. Sem procrastinação, o programa vai ao ar às 21h na investigativa Rádio Elétrica. Produção, apresentação e comissão instalada: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
www.radioeletrica.com

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Música da Cabeça - Programa #273

 

Sentimos orgulho. E que orgulho de ver essas cores emoldurando o nosso homenageado do MDC de hoje! Na Semana do Orgulho LGBTQIA+, além de celebrar os 80 anos de Gilberto Gil em letras, quadros e músicas, teremos também Towa Tei, Lee Morgan, Tom Zé, Gil Scott-Heron e mais. Aproveitando a vazante da infomaré, o programa parte direto de Bonsucesso às 21h na baiana e imortal Rádio Elétrica. Produção, apresentação e alma cheirando a talco: Daniel Rodrigues

#orgulholgbtqia
#SomosDiversos
#lgbtqiamais
#respeitoasdiferenças

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Música da Cabeça - Programa #272

 

É McCartney, é Chico, é Bethânia, é Ray, é Brian, é Hermeto, é Ivan...! Quanta gente pra celebrar esta semana! Mas deixa que a gente dá um jeito. No MDC de hoje, além de rodar alguns destes aniversariantes, ainda teremos David Bowie, Geraldo Azevedo, Zeca Pagodinho, Reverend Horton Heat, Sinéad Oconnor e mais. Também tem quadro móvel e fixo, de Música de Fato a Sete-List. Não deixa de apagar as velinhas com a gente hoje, 21h, na comemorativa Rádio Elétrica. Produção, apresentação e rá-tim-bum: Daniel Rodrigues.



Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Música da Cabeça - Programa #263

 

Mais um MDC especial pelos nossos 5 anos! Claro, com muita coisa legal, como sempre: Criolo, George Duke, Ivan Lins, Miles Davis, Leo Jaime e mais. Na retrospectiva, um Cabeção de junho de 2019. Tudo hoje, na Rádio Elétrica, 21h. E se liga na nossa #promo5anosmdc em parceria com a Regentag, que vai sortear 3 camisetas personalizadas!

A dinâmica para participar do sorteio tem quatro etapas:

1) Responder nos comentários desse post a seguinte pergunta: "Quem você gostaria de ter estampado em sua camiseta para comemorar os 05 anos do MDC?" 

2) Marcar 03 (três) amigos para eles também participarem do sorteio.

3) Marcar a hashtag #promo5anosmdc

4) Curtir a página do Música da Cabeça no Facebook e/ou seguir no Instagram.

Os três sorteados serão conhecidos durante o programa, no final de abril. 



Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

quarta-feira, 9 de março de 2022

Música da Cabeça - Programa 257

 

Não é por acaso que a palavra "música" é feminina. Na semana que se comemora com beleza e consciência o Dia Internacional da Mulher, o MDC traz algumas delas para formar o programa 257. Vai ter Juçara Marçal (Metá Metá), Ana Terra (com Danilo Caymmi) e uma homenagem aos 80 anos de uma das lendas vivas do jazz mundial, a carioca Flora Purim. Além disso, os quadros fixos e móvel. Não perde: 21h, na feminíssima Rádio Elétrica. Produção e apresentação dela: Daniel Rodrigues

Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Lucas Brum Big Band - Espaço 373 - Porto Alegre/RS (10/02/2022)

 

Paulo Moreira fazendo as vezes de mestre-de-cerimônias 
para a estreia da Lucas Brum Big Band
No último dia 10, fui ao Espaço 373, em Porto Alegre, gerenciado pela Silvana Beduschi e pelo Sepeh de los Santos, ver a estreia da Lucas Brum Big Band, um grupo de 16 músicos - quatro trompetes, três trombones, cinco saxofones e guitarra, piano, baixo e bateria, a maioria da novíssima geração - que encarou a bronca de fazer música em Porto Alegre numa formação dessas. A ideia veio do guitarrista Lucas Brum, ele próprio um guitarrista de mão cheia. Já tivemos, uns anos atrás, a The Brothers Orchestra, uma big band que se apresentava todas as segundas-feiras no InSano Pub, na Lima e Silva, com quem eu atuava apresentando a banda e fazendo rápidos comentários sobre o repertório. Ficamos por lá por mais de cinco anos mas a dificuldade econômica de manter uma formação dessas acabou por encerrar as atividades. Isso é tudo o que eu NÃO desejo à LBBB. 

Pela estreia, o negócio é muito sério, tanto musical quanto profissionalmente. Com um repertório diversificado que teve "Straight Ahead", da orquestra de Count Basie, passando por "Bala com Bala", de João Bosco e Aldir Blanc, homenageando os tenoristas Joe Henderson com "Inner Urge" e John Coltrane com "Central Park West" e encerrando com uma explosiva "Caravan", de Duke Ellington, na qual o baterista Bruno Braga mostrou porque é um dos grandes talentos de seu instrumento na cidade.

Outros destaques foram o sax tenor Ronaldo Pereira. o sax alto e flautista Cleomenes Jr., o líder na guitarra e, para mim, uma surpresa: o trompetista Bruno Silva, que não tinha visto tocar anteriormente e que me deixou a melhor das impressões, mas a banda inteira é de altíssima qualidade  Quem não viu, terá duas oportunidades em 8 e 9 de abril. no Espaço 373 (Rua Comendador Coruja, 373). Parabéns aos guris pela maravilhosa música e para o Sepé e a Silvana por terem a ousadia de abrir suas portas em pleno verão para uma big band em sua estreia.





texto: Paulo Moreira
fotos: Nilton Santolin

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Música da Cabeça - Programa #252

 

Antes de qualquer coisa, justiça. Nossa trilha pra combater o racismo e a xenofobia tem, entre outros, The The, Lenny Kravitz, Tom Zé, Neil Young e Lee Morgan. No Cabeção, o talento de Robert Wyatt, aniversariante da semana, cadeirante que também enfrenta o preconceito. MDC 252 é 21h, hoje, na indignada Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Moïse Rodrigues. #JustiçaporMoise

Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Fela Kuti & The Africa '70 with Ginger Baker – “Why Black Man Dey Suffer” (1971)

 

“Havia alto-falantes nas ruas de Lagos tocando várias músicas, mas uma se destacava. Eu perguntei: ‘Que música é esta?’. E me disseram: ‘É o Fela’. Eu nunca tinha ouvido uma música tão linda”. 
Carlos Moore, jornalista, amigo e biógrafo de Fela Kuti

“O afrobeat de Fela não era apenas música, era um manifesto político-cultural”. 
Ray Lema, Músico e amigo de Fela Kuti

“Minha música não é de entretenimento, é de revolução. Quero ser um grande homem, e não farei concessões”. 
Fela Kuti

Na arte, um choque de realidade social, quando não inibe e amedronta, é capaz de provocar transformações revolucionárias. Há artistas que, saídos espontânea ou forçadamente e de seu habitat natural, depararam-se em determinado momento com uma situação-limite a qual entenderam estar ali o seu ponto de virada. A partir de então, nunca mais foram os mesmos. Heitor Villa-Lobos não se contentou com a música aprendida nos conservatórios cariocas nos anos 10 e embrenhou-se no Brasil profundo para, enfim, engendrar sua obra fundadora da música brasileira moderna. O compositor francês Oliver Messiaen, feito prisioneiro pelos nazistas na II Guerra, compôs em pleno campo de concentração aquela que é considerada sua obra-prima, "Quarteto pelo fim dos tempos", para os únicos quatro instrumentos disponíveis naquela condição: piano, violino, violoncelo e clarinete, a qual estreou na própria prisão para um público de guardas alemães e outros prisioneiros como ele.

Pode-se dizer que com Fela Kuti aconteceu o mesmo choque transformador. Nascido na cidade de Abeokuta, no estado de Ogum, na Nigéria, em uma família de classe média alta, o músico, performer, agitador cultural e ativista Fela Anikulapo Ransome-Kuti tinha exemplos dentro de casa para autovalorizar-se. A mãe, Funmilayo Ransome-Kuti, foi a primeira mulher ativista dos direitos em seu país, e seu pai, Reverendo Israel Oludotun Ransome-Kuti, um pastor protestante e diretor de escola. É em Londres, onde foi estudar Medicina nos anos 50, que migra definitivamente para e faculdade de Música, retornando a Lagos posteriormente para formar a banda Nigeria ‘70. Porém, só em 1969, quando, em meio da Guerra Civil da Nigéria, vai para os Estados Unidos e se depara com efervescência do movimento Black Power, que Fela encontra-se consigo mesmo. Relaciona-se com a ativista Sandra Smith, membra dos Panteras Negras, que o influencia fortemente em sua música e visões políticas. Fela despe sua música de qualquer resquício colonizador e mergulha nas raízes de seu povo, de sua gente. É ali que, então, retorna novamente à capital nigeriana Lagos recarregado para assumir o posto ao qual agora entendera estar destinado: tornar-se um símbolo de resistência política. 

O referencial Fela: revolução
que perdura
Fela compreenderia melhor a luta de sua mãe pelos direitos dos africanos que estavam sob o regime colonial, assim como o apoio que ela dava à doutrina do Pan-Africanismo exposta por Kwame Nkrumah. Mas a tomada de consciência refletiu-se não só em seu pensamento e postura quanto, principalmente, em seu trabalho. Essas ideias também o inspiraram a criar seu próprio estilo musical, que ficaria conhecido como afrobeat, uma mistura do jazz americano com o rock e o highlife da África Ocidental. Símbolo desta explosão criativa, o grito militante “Why Black Man Dey Suffer”, que completou 50 anos de lançamento em 2021, é o primeiro e talvez mais emblemático de sua profícua e polêmica carreira. Sintetizador de suas ideias musicais, visuais, políticas e filosóficas, o álbum traz sua competente banda, renomeada Africa ‘70, com Tony Allen na percussão, Igo Chico, no sax, e Tonny Njoku, ao trompete, além da participação de uma lenda do rock psicodélico: o baterista britânico ex-Cream Ginger Baker, cujas batidas potentes e jazzísticas promovem um reencontro mágico com o som originalmente africano. 

Composto por apenas duas longas sessões, uma de cada lado do vinil (expediente que usaria várias outras vezes em sua vasta discografia), “Why Black...” explora a musicalidade do multi-instrumentista Fela e de seus parceiros em temas que se desenvolvem de forma crescente e aglutinante. Cantos tradicionais africanos, percussão marcada num compasso ritualístico e vocais e estrutura musical que passam pelo jazz e linhas de metais funk. O endless groove também é usado, com um ritmo básico com baterias, muted guitar e baixo, que são repetidos durante o andamento, algo que influenciaria sobremaneira o funk e o hip-hop. Além disso, Fela fazia questão de cantar em um Pidgin baseado no inglês, de forma que sua música pudesse ser apreciada por indivíduos de toda a África, onde as línguas faladas locais são diversas e numerosas. 

Ambas as músicas carregam um discurso fortemente desafiador e engajado, como jamais havia se ouvido antes na oprimida África. Sua República Kalakuta, que reunia uma comuna, um estúdio de gravação e uma casa, além do Afrika Shrine, boate onde apresentava regularmente suas performances, era declaradamente independente da Nigéria. Ou seja: uma pedra no sapato para a ditadura nigeriana. A letra da faixa-título, questiona: “Por que os negros sofrem hoje”? “Por que homem negro não ganha dinheiro hoje?”. Sob um ritmo “chamado Kanginni Koko, usado em algum tipo particular de santuários na minha cidade natal, Abeokuta City”, explica Fela na letra, a música não deixa dúvida do quanto era perigosa a sua mensagem para o governo militar:

“Nossas riquezas foram levadas para suas terras
Em troca, eles nos deram sua colônia
Eles tiram nossa cultura de nós
Eles nos deram uma cultura que não entendemos
Negros, não nos conhecemos
Não conhecemos nossa herança ancestral
Nós brigamos todos os dias
Nunca estamos juntos, nunca estamos juntos
É por isso que os negros sofrem hoje”.

Já a outra faixa do disco, valendo-se bastantemente dos dialetos, “Ikoyi Mentality Versus Mushin Mentality”, escancara as diferenças de “mentalidade” dos bairros rico (Ikoyi) e pobre (Mushin) de Lagos, exigindo que todos sejam respeitados como seres humanos. Enquanto o Ikoyi representa o “homem de fora” que viajou o mundo todo e levou para a Nigéria uma “civilização que não entendemos”, o “Homem Mushin”, nativo, mesmo nunca tendo se deslocado fisicamente para lugar nenhum devido a suas condições, é capaz de entender “a linguagem das pessoas”, de falar a “língua da África”.

A própria arte da capa, de autoria de Lemi Ghariokwu, artista visual e designer autor das principais capas de discos de Fela Kuti, trazia essa força de ativismo. Em traços muito característicos, Lemi monta uma espécie de hieróglifos pictográfico iorubá, representando questões sociais, religiosas e existenciais.

As tensões foram se avolumando em relação a Fela ao longo dos anos, o qual se tornou uma espécie de inimigo nº 1 do ditador Olusegun Obasanjo. Tanto foi que, em 1977, mil soldados atacaram a comuna. Fela foi severamente espancado e sua mãe, já idosa, arremessada de uma janela, provocando-lhe a morte. A República Kalakuta foi incendiada e o estúdio e a boate destruídos. O que não foi motivo para o combativo Fela baixar a guarda. Aliás, não faltaram episódios polêmicos ou controversos na vida de Fela: além de outros discos e shows, perseguição por parte do governo, prisões forjadas, candidaturas à presidência da Nigéria, poligamia e a conversão a uma corrente mística bastante duvidosa. A resistência genuína acabaria em 2 de agosto de 1997 quando, atingido pelo então irremediável vírus HIV, Fela Kuti, enfim, rendia as armas.

Não apenas a sonoridade, com suas texturas e polirritmia, quanto a concepção da arquitetura melódica, seriam largamente inspiradoras daquilo que alguns anos depois passaria a se chamar world music. David Byrne, Brian Eno, Stevie Wonder, Peter Gabriel, Malcolm McLaren e Beyoncé foram alguns dos ocidentais que beberam em sua fonte baseada nas difíceis harmonias pentatônicas. Gilberto Gil, igualmente, foi outro que chegou a visitar Shrine na metade dos anos 70, retornando para o Brasil com uma nova concepção de negritude a qual desaguou no disco “Refavela”. Como Gil, outros brasileiros tal Criolo, BaianaSystem, Metá Metá e Rincon Sapiência também prestam tributo à música de Fela. Está no novo afropop, no left-field rap, no alternative R&B, no jazz contemporâneo. O afrobeat representa, de fato, uma revolução travada a partir da luta de alguém que entendeu o tamanho da sua responsabilidade e cujos ecos seguem sendo ouvidos até hoje. Uma luta que lhe valeu a vida, mas que, no entanto, fez-lhe cumprir com seu objetivo revolucionário: tornar-se um grande homem.

*********
FAIXAS:
1. "Why Black Man Dey Suffer" - 15:09
2. "Ikoyi Mentality Versus Mushin Mentality" - 13:01
Todas as composições e autoria de Fela Anikulapo Ransome-Kuti

*********
OUÇA O DISCO:


Daniel Rodrigues

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

The Blue Mitchell Quintet - “Down With It!” (1965)

 


"Hoje quero dizer à cidade de Selma, hoje quero dizer ao estado do Alabama, hoje quero dizer ao povo da América e às nações do mundo, que não estamos prestes a dar a volta por cima. Já estamos em movimento. A verdade Dele está a marchar."
Martin Luther King, no discurso de 25 de junho de 1965 ao final da Marcha de Selma a Montgomery

Alguns seres humanos pisam sobre a Terra de tempos em tempos para que o mundo, em permanente crise, cure-se ao menos um pouco de suas chagas. Jesus, Da Vinci, São Francisco, Buda, Madre Teresa e Gandhi são desses iluminados que parecem descer de outro plano para virem fazer a diferença em meio aos mortais. Porque, claro, eles não morrem nunca. É o caso de Martin Luther King Jr., o pastor batista e ativista político norte-americano que viveu menos de 40 anos para deixar não só o justo legado de reivindicação pelos Direitos Civis de seu país, pelo qual se tornou um ícone, como, mais do que isso, um exemplo de resistência negra e de igualdade para todo o mundo, o qual nunca mais foi igual depois de sua passagem pelas bandas terrenas. De 1955 a 1968, quando foi covardemente assassinado, Dr. King transformou todos os lugares no qual pisou através da palavra e do exemplo.

O jovem Blue Mitchell viveu isso. Como milhares de norte-americanos negros, o trompetista e compositor de jazz e R&B nascido em Miami via na figura de Luther King um sopro de esperança e mudança social tão necessária a um país marcadamente desumano e desigual para com pessoas como ele. Mitchell, no entanto, ao contrário de muitos de seus pares soterrados pelo preconceito, tinha um canal para exprimir seu assombro e admiração: a música. Em “Down With It!”, de 1965, seu 11º da carreira e segundo pela Blue Note, pela a qual havia trocado sua então gravadora Riverside recentemente, não apenas avisa já no significativo título (algo como "abaixo tudo isso!", referindo-se ao racismo, à violência, à segregação) como tematiza um dos mais célebres momentos da trajetória de Luther King: a marcha sobre a cidade de Selma até Montgomery, no abertamente segregador estado do Alabama, pelo direito dos negros norte-americanos ao voto. 

O disco, lançado em julho daquele ano, é claramente tocado por este acontecimento, ocorrido menos de três meses antes e que significou, depois do revoltante Domingo Sangrento, no dia 7, a primeira grande vitória pelos direitos civis da população negra nos EUA duas semanas depois da repressão policial que comoveu o país e o mundo. Tamanho é o impacto positivo sobre Mitchell do feito de Luther King e suas centenas de corajosos correligionários, que o fato lhe inspira um blues alegre, composto em notas altas na escala. Nada estranho a quem traz o estilo musical de raiz no nome. “March on Selma” não só contraria a compreensível seriedade geralmente dada a um tema tão pesado e triste como este como, principalmente, demostra como pessoas como Mitchell se sentiram diante daquele momento histórico e tão simbólico para suas vidas. Era uma conquista pela cidadania, pelo direito de ser quem se é. Por isso, merecia mesmo que se comemorasse – até porque, talvez pressentindo que naquele mesmo ano o presidente Johnson acataria a reivindicação, mas também que, três anos dali, a celebração poderia acabar a qualquer instante com um tiro.

Bastaria, mas “Down...” não se resume somente a “March...”. Há ainda outras maravilhas do quinteto de Mitchell. "Hi-Heel Sneakers" abre o álbum num jazz-funk inspiradíssimo. Todos se esmeram e mostram de pronto a que vieram: Gene Taylor, ao baixo; Aloysius Foster, na bateria; Junior Cook, no sax tenor; e um talentoso jovem pianista que se tornaria um dos maiores nomes do jazz contemporâneo de todos os tempos: Chick Corea, com apenas 24 anos à época. Na linha do Lee Morgan e Herbie Hancock vinham realizando naquele meado de anos 60 ao introjetarem o groove pop de James Brown às linhas melódicas do hard bop, Mitchell ousa em “Hi-Heel...” para, também desta forma, valorizar as raízes negras da música.

Dr. King liderando a famosa Marcha sobre Selma, que tocou profundamente Mitchell

Já “Perception” muda todo o clima, tornado a ambiência mais contemplativa e lírica. O dedilhado do piano, claramente inspirados na bossa nova, denota um Corea já totalmente familiarizado com as harmonias jobinianas as quais aprofundaria como band leader junto a sua mezzo brazuca banda Return to Forever alguns anos depois. A bateria de Foster, cujo ritmo puxado na borda da caixa é igualmente brasileiríssimo, faz uma tabelinha afinada com o gingado do piano e do baixo de Taylor. Os sopros não ficam para trás, contudo. Perfeitos na fluidez do chorus e na elegância dos solos, primeiro Mitchell e depois Cook.

Não podia faltar ao menos uma balada no repertório, especialidade dos be-bopers da linhagem de Cannonball Adderley, Earl Bostic e Horace Silver e como foi Mitchell. "Alone, Alone, and Alone", com seus solfejos lânguidos e suplicante de trompete, faz-se a melhor e única companhia para quem quer ficar na sua sofrendo por um amor. “One Shirt”, por sua vez, exercita com maestria a linguagem do hard bop sobre um antigo tema do ragtime. Já em “Samba de Stacy” Corea e Foster retomam a química para um tema ainda mais gingado e tipicamente brasileiro. De sonoridade mais aberta e vibrante que “Perception”, no entanto, a música encerra o disco no clima de positividade que Mitchell fez questão de imprimir desde a capa de Reid Miles, a qual traz uma foto em p&b estourada de uma mulher de feições afro-americanas sorrindo. Dr. King havia triunfado.

Na semana em que os Estados Unidos celebram o Dia de Martin Luther King, um dos poucos feriados nacionais do país, este dia 17, “Down...” é mais do que um dos melhores discos de Blue Mitchell e uma trilha sonora de uma época áurea do gênero musical mais norte-americano de todos, mas também um registro socioantropológico de quem vivenciou e elaborou um acontecimento social transformador. Os feitos e a existência de figuras como Luther King são tão intensas que perduram eternamente, e a música certamente um dos mais poderosos veículos para esta perpetuação. O mundo nunca esquecerá de Martin Luther King Jr., e Blue Mitchell, testemunha ocular da história, colabora lindamente com este legado universal.

**********
FAIXAS:
1. "Hi-Heel Sneakers" (Robert Higginbotham) – 8:23
2. "Perception" (Chick Corea, Blue Mitchell) – 5:41
3. "Alone, Alone, and Alone" (Terumasa Hino) – 7:45
4. "March on Selma" (Mitchell) – 6:16
5. "One Shirt" (William Boone) – 7:30
6. "Samba de Stacy" (Boone) – 5:59

**********
OUÇA O DISCO:


Daniel Rodrigues

sábado, 8 de janeiro de 2022

83 anos da Blue Note - Os 10 discos preferidos

Entre as gravadoras, o nome Blue Note é certamente o mais mencionado entre todos aqui no blog quando falamos de música. Mais do que qualquer outro selo do jazz, como Atlantic, Impulse!, Columbia ou ECM, ou mesmo da música pop, como Motown, Chess, Factory e DefJam, a Blue Note Records já foi destacada em nossas postagens em pelo menos um cem número de vezes, aparecendo em diversos de nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS como informação essencial para, inclusive, a essencialidade das próprias obras. Não à toa. O selo nova-iorquino, que completou 83 anos de fundação esta semana, feito encabeçado pelos produtores musicais Alfred Lion e Max Margulis nos idos de 1939, transformou-se, no transcorrer das décadas, num sinônimo de jazz moderno de alta qualidade e bom gosto.

O conceito, aliás, já está impregnado nas caprichadas e conceituais artes dos discos, como nas capas emblemáticas de Reid Miles, as fotos de Francis Wolff e, por vezes, a participação de designers convidados, como Burt Goldblatt, Jerome Kuhl e, nos anos 50, um então jovem artista visual de Pittsburgh chamado Andy Wahrol. Tudo encapsulado pela mais fina qualidade sonora e técnica, geralmente gerenciada pelas hábeis mãos do engenheiro de som Rudy Van Gelder em seus mágicos estúdios Englewood Cliffs, em New Jersey, outro emblema de qualidade associado à marca Blue Noite.

Mas, claro, o principal é a música em si. Musicalmente falando, a gravadora em diferentes épocas reuniu em seu elenco nomes como Horace Silver, Herbie Nichols, Lou Donaldson, Clifford Brown, Jimmy Smith, Kenny Burrell, Jackie McLean, Freddie Hubbard, Donald Byrd, Wynton Marsalis, Andrew Hill, Eric Dolphy, Cecil Taylor, Hank Mobley, Lee Morgan, Sonny Clark, Kenny Dorham, Sonny Rollins e tantos outros. Há, inclusive, os que lhe tiveram passagem rápida, mas que, mesmo assim, não passaram despercebidos, como Miles Davis, nos primeiros anos de vida do selo, ou Cannonball Adderley e John Coltrane, que em seus únicos exemplares Blue Note, no final dos anos 50, deixaram marcas indeléveis na história do jazz.

Pode-se dizer sem medo que pela Blue Note passaram bem dizer todos os maiores músicos do jazz. Se escapou um que outro – Charles Mingus, Chet Baker, Albert Ayler, Ahmad Jamal – é muito. Outros, mesmo que tenham andando por outras editoras musicais, tiveram, inegavelmente, alguns de seus melhores anos sob essa assinatura, tal Wayne Shorter, Dexter Gordon e McCoyTyner.

Tanta riqueza que a gente não poderia deixar passar a data sem, ao menos, destacar alguma lista como gostamos de fazer aqui. Melhor, então: destacamos cinco delas! Para isso, chamamos nossos amigos jornalistas – e profundos conhecedores de jazz – Márcio Pinheiro e Paulo Moreira, contumazes colaboradores do blog, para darem, juntamente conosco, Cly e eu, suas listagens de 10 discos preferidos da Blue Note Records. Ainda, para completar, puxamos uma seleção feita pelo site de música britânico JazzFuel, em matéria escrita pelo jornalista especializado em jazz Charles Waring no ano passado. A recomendação, então, é a seguinte: não compare uma lista com outra e, sim, aproveite para ouvir ou reouvir o máximo possível de tudo que cada uma traz. Garantia de que as mais harmoniosas notas azuis vão entrar em sua cabeça.


Márcio Pinheiro
Jornalista

2 - Eric Dolphy - "Out to Lunch" (1964)
3 - Grant Green - "The Latin Bit" (1962)
4 - Herbie Hancock - "Takin' Off" (1962)
6 - Joe Henderson - "Mode for Joe" (1966)
7 - John Coltrane - "Blue Train" (1958)
9 - Ron Carter - "The Golden Striker" (2002)
10 - Sonny Rollins - "Newk's Time" (1959)



Paulo Moreira
Jornalista

1 - Thelonious Monk - "Genius Of Modern Music Vols. 1 e 2" (1951/52) 
3 - Eric Dolphy - "Out to Lunch"
4 - John Coltrane - "Blue Train"
5 - Bud Powell - "The Amazing Bud Powell Vol. 1 e 2" (1949/51)
6 - Art Blakey And The Jazz Messengers - "Moanin'" (1959)
8 - Sonny Clark - "Cool Struttin'" (1958)
10 - Grant Green - "The Complete Quartets With Sonny Clark" (1997)
Mais Três Discos Bônus: 
11 - Freddie Hubbard & Woody Shaw - "The Freddie Hubbard And Woody Shaw Sessions" (1995)
12 - Hank Mobley - "The Turnaround" (1965)
13 - James Newton - "The African Flower" (1985)


Cly Reis
Arquiteto, cartunista e blogueiro

1. Cannonball Aderley - "Sonethin' Else"
3. Horace Silver - "Song for My Father"
4. Lee Morgan - "The Sidewinder"
8. Wayne Shorter - "Speak No Evil"
9. Herbie Hancock - "Maiden Voyage" 


Daniel Rodrigues
Jornalista, radialista e blogueiro

1 - Herbie Hancock – "Maiden Voyage" (foto)
2 - Cannonball Adderley - "Somethin Else"
3 - Lee Morgan - "The Sidewinder"
4 - Wayne Shorter - "Night Dreamer"
5 - Grant Green - "Matador"
6 - McCoy Tyner - "Extensions"
7 - Horace Silver - "Song for my Father"
8 - John Coltrane - "Blue Train"
9 - Dexter Gordon - "Go"
10 - Cecil Taylor - "Unit Structures" (1965)


Charles Waring
Jornalista da JazzFuel

1 - Bud Powell – "The Amazing Bud Powell (Vol 1)" (1949)
2 - Clifford Brown – "Memorial Album" (1956)
3 - Sonny Rollins – "A Night At The Village Vanguard" (1957)
4 - John Coltrane – "Blue Train"
5 - Art Blakey and The Jazz Massangers – "Moanin’" 
6 - Kenny Burrell – "Midnight Blue" (1963)
7 - Horace Silver – "Song For My Father" 
8 - Lee Morgan – "The Sidewinder" 
9 - Eric Dolphy – "Out to Lunch"
10 - Herbie Hancock – "Maiden Voyage" 

 Daniel Rodrigues

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Música da Cabeça - Programa #244

 

Passaporte vacinal? Sim, mas aqui o seu passaporte já está emitido: é só embarcar e curtir o MDC. Poltronas reservadas para Dave Brubeck, Jorge Benjor, Jah Wobble, Lana Del Rey, Isaac Hayes, Black Alien e os quadros móveis e fixo. Esquema vacinal completo no programa de hoje, às 21h, na imunizada Rádio Elétrica. Produção, apresentação e dose de reforço: Daniel Rodrigues


quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Bento Jazz & Wine Festival - Casa das Artes - Bento Gonçalves/RS (19, 20 e 21/11/2021)

 

Estive no último final de semana em Bento Gonçalves acompanhando a segunda edição do Bento Jazz & Wine Festival, que tem a curadoria do meu amigo Carlos Badia. Depois de uma abertura festiva com o Secretário da Cultura, Evandro Soares, o ex-prefeito Guilherme Pasin e do atual Diogo Siqueira, foi feita a homenagem à pianista, tecladista e cantora Ana Mazzotti, que deu nome ao palco da Rua Coberta. Pra começar a função na sexta-feira, tivemos o Quarteto New Orleans, formado por Roberto Scopel no trompete; Luis Carlos Zeni no sax tenor; Jhonatas Soares na tuba e Edemur Pereira, na percussão. Nos moldes da POA Jazz Band, o grupo toca clássicos do dixieland, como a clássica "When The Saints Go Marching In". No final da apresentação, o Quarteto New Orleans desceu do palco e se misturou ao público, bem ao estilo da cidade americana. 

Na sequência, no palco do teatro da Casa das Artes - um moderno centro cultural incrustrado na Serra - o Quartchêto iniciou as comemorações de seus 20 anos de estrada. Com sua formação inusitada de trombone, violão, acordeon e bateria e percussão, a banda desfilou composições de seus três discos com destaque para "Mas Tá Bonito". A novidade nesta apresentação foi a adição de Matheus Kleber no acordeon em substituição a Luciano Maia, que segue sua carreira solo. Como sempre, o Quartchêto demonstrou sua competência em mesclar os ritmos gaúchos à sonoridade do trombone de Julio Rizzo. Hilton Vacari mantém a base rítmica enquanto Ricardo Arenhaldt mostra todo o veneno do percussionista brasileiro. 

Depois tivemos uma das surpresas do festival: o trio Blue Jasmine, formado por Fran Duarte na voz, Débora Oliveira na harmônica e Karina Komin na guitarra. As meninas fizeram um repertório de blues, R&B e rock com segurança e musicalidade. Entre as músicas apresentadas, estava "See See Rider", gravada originalmente pela blueseira Ma Rainey. A primeira noite foi fechada pelos caxienses do De Boni Quarteto. Liderada pelo acordeonista Rafael De Boni, a formação, que tem ainda Lázaro Rodrigues na guitarra, Gustavo Viegas no baixo elétrico e Cristiano Tedesco na bateria, passeia pelas sonoridades portenhas, com forte influência de Astor Piazzolla. 

A El Trio, abrindo a tarde de sábado com jazz moderno

A tarde de sábado iniciou com as evoluções jazzísticas do DJ Zonatão, tocando Miles Davis, Jeff Beck e George Benson. A música ao vivo começou com El Trio, que tem Leonardo Ribeiro no violão e voz, Cláudio Sander nos saxes tenor e alto e Giovani Berti na percussão. Com forte acento nos ritmos latino-americanos, o El Trio também acerta no repertório de clássicos do jazz como "Tutu", de Miles, e "A Night in Tunisia", de Dizzy Gillespie. Leonardo mantém a harmonia e Giovani no ritmo, enquanto Sander mostra porque é um dos melhores saxofonistas do estado. 

O trio de Leonardo Bitencoutrt
Seguiu-se o Mazin Silva Trio, com o guitarrista de Blumenau com um trio integrado por Caio Fernando no Baixo e o sensacional Jimi Allen na bateria. Mazin circulou pelas composições de seus inúmeros discos, com muita qualidade instrumental, mesmo que calcada nas sonoridades de Pat Metheny. Um dos grandes pianistas da novíssima geração da música gaúcha, Leonardo Bittencourt, apresentou um trio All-Star com seu colega de Marmota, André Mendonça no baixo acústico, e a revelação da bateria dos últimos anos, o riograndino Lucas Fê. Eles interpretaram standards do jazz com altíssima octanagem. 

Uma das bandas mais interessantes surgidas no Rio Grande do Sul, o Quinteto Canjerana cativou o público da Rua Coberta com as músicas de seus dois discos gravados. Com Zoca Jungs na guitarra, violão e viola; Maurício Horn no acordeon, Alex Zanotelli no baixo elétrico, Maurício Malaggi na bateria e Fernando Graciola no violão, o grupo mostrou como se pode fazer música gaúcha instrumental contemporânea, dosando as sonoridades dos ritmos do Sul com uma abordagem moderna. A noite de sábado encerrou com um dos destaques de todo o festival, o violonista Lúcio Yanel. Argentino mas radicado há 38 anos aqui no Brasil, Yanel deu uma verdadeira aula do violão portenho e pampiano, passando por chacareras, milongas e valsas. Somente com seu violão, o músico conseguiu fazer com que o público ficasse hipnotizado com sua técnica exuberante. 

Yanel: aula de violão portenho

O domingo começou com o trio de Bento Teia Jazz, que misturou composições próprias com standards. A proposta é interessante e mais estrada vai solidificar o som do grupo. O blues esteve representado pelo Alê Lucietto Trio que interpretou Muddy Waters, Jimi Hendrix e Eric Clapton junto com músicas da banda e animou o público com uma linguagem mais roqueira. 

Um dos shows mais esperados do Bento Jazz & Wine Festival foi o de Renato Borghetti Quarteto, que mostrou uma grata surpresa: a participação de Jorginho do Trompete, substituindo o flautista e saxofonista Pedrinho Figueiredo, que estava em outro compromisso. Foi muito interessante ver e ouvir como as composições de Borghetti como "Passo Fundo" e "Milonga Para as Missões" se modificaram com a sonoridade rascante do trompete. Acompanhando os dois e mostrando suas habilidades musicais, estiveram os habituais Daniel Sá ao violão e Vitor Peixoto ao teclado. 

Após a música vibrante de Borghettinho, o teatro da Casa das Artes recebeu um dos grupos mais instigantes surgidos no estado, a Marmota. Com os integrantes Leonardo Bittencourt e André Mendonça, que já haviam participado no sábado, tivemos o baterista Bruno Braga e o substituto de Pedro Moser, a revelação Lucas Brum na guitarra. Este se mostrou plenamente integrado ao intrincado e desafiador som da banda. Apresentando as músicas de seus dois discos, "Prospecto" e "À Margem", o quarteto ainda deu lugar a novas composições. O público aplaudiu de pé as evoluções instrumentais de rapaziada. 

Para fechar o Bento Jazz & Wine Festival, o palco da Rua Coberta recebeu o Paulinho Cardoso Quarteto em sua formação clássica: Paulinho no aocrdeon, Zé Ramos na guitarra, Miguel Tejera no baixo e Daniel Vargas na bateria. Fazendo sua mistura bem sucedida de música regional com ritmos brasileiros, o grupo foi o perfeito fechamento para três dias de intensa atividade musical. Obrigado, Carlos Badia, e à cidade de Bento Gonçalves por abrir espaço para o instrumental, especialmente após a pandemia. Esperamos ansiosamente a terceira edição do evento em 2022.

Confira mais fotos dos shows do Bento Jazz & Wine Festival:







Paulo Moreira
fotos: Facebook Bento Jazz & Wine Festival
(@bentojazzwine)