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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2020

 


Corre pro abraçaço, Caetano!
Você tá na liderança.

Como de costume, todo início de ano, organizamos os dados, ordenamos as informações e conferimos como vai indo a contagem dos nossos  ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, quem tem mais discos indicados, que país se destaca e tudo mais. Se 2020 não foi lá um grande ano, nós do Clyblog não podemos reclamar no que diz repsito a grandes discos que apareceram por aqui, ótimos textos e colaborações importantes. O mês do nosso aniversário por exemplo, agosto, teve um convidado para cada semana, destacando um disco diferente, fechando as comemorações com a primeira participação internacional no nosso blog, da escritora angolana Marta Santos, que nos apresentou o excelente disco de Elias Dya Kymuezu, "Elia", de 1969
A propósito de país estreante nos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, no ano que passou tivemos também a inclusão de belgas (Front 242) e russos (Sergei Prokofiev) na nossa seleta lista que, por sinal, continua com a inabalável liderança dos norte-americanos, seguidos por brasileiros e ingleses. 
Também não há mudanças nas décadas, em que os anos 70 continuam mandando no pedaço; nem no que diz respeito aos anos, onde o de 1986 continua na frente mesmo sem ter marcado nenhum disco nessa última temporada, embora haja alguma movimentação na segunda colocação.
A principal modificação que se dá é na ponta da lista de discos nacionais, onde, pela primeira vez em muito tempo, Jorge Ben é desbancado da primeira posição por Caetano Veloso. Jorge até tem o mesmo número de álbuns que o baiano, mas leva a desvantagem de um deles ser em parceria com Gil e todos os de Caetano, serem "solo". Sinto, muito, Babulina. São as regras.
Na lista internacional, a liderança continua nas mãos dos Beatles, mas temos novidade na vice-liderança onde Pink Floyd se junta a David Bowie, Kraftwerk e Rolling Stones no segundo degrau do pódio. Mas é bom a galera da frente começar a ficar esperta porque Wayne Shorter vem correndo por fora e se aproxima perigosamente.
Destaques, de um modo geral, para Milton Nascimento que, até este ano não tinha nenhum disco na nossa lista e que, de uma hora para outra já tem dois, embora ambos sejam de parcerias, e falando em parcerias, destaque também para John Cale, que com dois solos, uma parceria aqui, outra ali, também já chega a quatro discos indicados nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS.

Dá uma olhada , então, na nossa atualização de discos pra fechar o ano de 2020:



PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk, Rolling Sones e Pink Floyd: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin, Wayne Shorter e John Cale*  **: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Bob Dylan e Lou Reed**: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground, Metallica, Grant Green e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum  Brian Eno e John Cale , ¨Wrong Way Out"
**contando com o álbum Lou Reed e John Cale,  "Songs for Drella"



PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Caetano Veloso: 5 álbuns
  • Jorge Ben: 5 álbuns *
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Chico Buarque: 4 álbuns
  • Gal Costa, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**,, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão, Sepultura e Milton Nascimento**** : todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas"
*** contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto" ****
contando com os álbuns Milton Nascimento e Criolo, "Existe Amor" e Milton Nascimento e Lô Borges, "Clube da Esquina"



PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 3
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 90
  • anos 70: 132
  • anos 80: 110
  • anos 90: 86
  • anos 2000: 13
  • anos 2010: 13
  • anos 2020: 1


*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985, 1969 e 1977: 17 álbuns
  • 1967, 1973 e 1976: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1972: 15 álbuns cada
  • 1970, 1971, 1979 e 1991: 14 álbuns
  • 1975, e 1980: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1964, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1990: 10 álbuns cada



PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 171 obras de artistas*
  • Brasil: 131 obras
  • Inglaterra: 114 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França, Bélgica, Rússia, Angola e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país
(em caso de parcerias de artistas de páises diferentes, conta um para cada)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2019



O pessoal de Liverpool tá imbatível.
E não estou falando do time de Salah, Firmino e Mané.
Sei que já devia ter feito, o ano já começou e, por sinal está quase no final do primeiro mês, mas vida de blogueiro não se limita ao blog e até então não tinha dado tempo de fazer os levantamentos, retrospectos, somatórios e estatísticas para o Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS que sempre temos todo o início de ano aqui no ClyBlog. O ano que passou trouxe, além dos discos destacados por nós integrantes do blog, como de costume participações de convidados, com destaque para a resenha de Waldemar Falcão, para o lendário segundo disco de Zé Ramalho, "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", de 1979, do qual nosso convidado até mesmo participou, fazendo de seu texto um depoimento inestimável em relação a tudo que envolveu a obra e o artista naquele momento.
Na nossa tradicional atualização dos discos que pintaram por aqui no último ano, lá na frente, entre os artistas que têm mais obras citadas na nossa seção, entre os internacionais, Os Rapazes de Liverpool finalmente assumiram a liderança, uma vez que, nem Bowie nem Stones, que dividiam a dianteira com eles, tiveram novos discos incluídos nos A.F., mas é bom abrir o olho porque os alemães do Kraftwerk, considerado por muitos o outro nome mais influente na música de todos os tempos, botaram mais um disco na roda esse ano e subiram para o segundo degrau do pódio. Já pelo lado nacional, não houve mudança lá na frente e o destaque ficou com as estreias de Airto MoreiraTribalistas e o já citado Zé Ramalho.
Entre os países, os Estados Unidos se mantém à frente com boa folga, e, na disputa pela prata, os ingleses, com um bom número de artistas emplacando álbuns fundamentais, aproxima-se perigosamente dos brasileiros. Quanto às décadas, os anos 70 continuam mandando no pedaço, mas falando em anos, especificamente, ainda é o de 1986, que põe mais discos na nossa lista.
No ano atual, já temos um Álbum Fundamental mas que não entra para a contabilidade do ano passado. A expectativa para 2019 é se os Beatles confirmarão sua liderança e se, no Brasil, alguém vai desbancar Jorge Ben, que reina absoluto há um bom tempo na lista nacional.

Vamos conferir então como ficaram as coisas por aqui depois deste último ano:


PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles: 6 álbuns
  • David Bowie, Kraftwerk e Rolling Sones: 5 álbuns cada
  • Miles Davis, Talking Heads, The Who, Smiths, Led Zeppelin e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, Wayne Shorter, John Cale* e Bob Dylan: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Elton John, Queen, Creedence Clarwater Revival, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Lou Reed, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Pixies, Dead Kennedy's, Velvet Underground e Brian Eno* : todos com 2 álbuns
*contando com o álbum de Brian Eno com JohnCale ¨Wrong Way Out"


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben: 5 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Caetano Veloso: 4 álbuns*
  • Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, Gal Costa, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão e Sepultura: todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas" 
*** Contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 84
  • anos 70: 125
  • anos 80: 104
  • anos 90: 77
  • anos 2000: 12
  • anos 2010: 13

*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1985: 17 álbuns
  • 1976 e 1969: 16 álbuns cada
  • 1967, 1968 e 1977: 15 álbuns cada
  • 1971 e 1973: 14 álbuns
  • 1972, 1975, 1979 e 1991: 13 álbuns
  • 1965 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1970, 1987,1989 e 1994: 11 álbuns cada
  • 1966, 1978 e 1980: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 155 obras de artistas*
  • Brasil: 121 obras
  • Inglaterra: 110 obras
  • Alemanha: 9 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica, Islândia, País de Gales: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça, França e São Cristóvão e Névis: 1 cada

*artista oriundo daquele país



C.R.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Música da Cabeça - Programa #130



Entrar e sair da música pop e travar uma saudável guerra sensorial com o underground. Ideias como esta e muitas outras alimentam a instigante conversa que teremos com o jornalista, professor e escritor Fabricio Silveira no quadro “Uma Palavra”. Além da entrevista, o programa especial 130 do Música da Cabeça vai ter preciosidades sonoras como Tribalistas, Jamiroquai, Wire, Lobão, Joy Division e Prince. Tudo isso e mais um pouco no MDC de hoje à noite, às 21h, na pop e alternativa Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues.




terça-feira, 14 de maio de 2019

Young Marble Giants – “Colossal Youth” (1980)



“Lá vem os jovens gigantes de mármore/
Trazendo anzóis na palma da mão.”
Renato Russo
da música “L’Age D’Or”, 
da Legião Urbana, de 1992

A história do rock é escrita por linhas tortas. Aliás, não poderia ser diferente em se tratando do gênero mais subversivo da história da arte musical. Seria superficial traçar um caminho direto que fosse de Berry-Elvis nos anos 50, Beatles-Stones-Velvet-Floyd nos 60, Led-Sabbath-Bowie-Pistols nos 70 e U2-Prince-Madonna-Metallica nos 80, chegando aos 90 da Nirvana-Beck-Radiohead. Às vezes, trabalhos distintos surgem para riscar um traço transversal no mapa do rock, demarcando algo novo e que se incluirá nessa linha evolutiva, influenciando artistas que virão dali para frente. Ou o que mais seria a Can, intersecção entre a psicodelia dos anos 60 e o krautcock alemão, que alimentaria as cabeças da galera da britpop dos 90? Ou Grace Jones, que, no início dos 80, se pôs entre o reggae jamaicano e a new wave para apontar rumos ao pop que viria logo em seguida?

Um desses acidentes altamente influentes na trajetória rock é a Young Marble Giants, trio indie galês que, com um único disco, “Colossal Youth”, lançado pelo icônico selo Rough Trade, em 1980, foi capaz de abrir caminho para toda uma geração influenciada pelos acordes básicos do punk mas, naquele início de década, já desejosa de uma maior leveza pop – a qual os punks, definitivamente, não entregavam em seu grito de protesto. Era o chamado pós-punk, subgênero a que a YMG é considerada precursora. Motivos para esse apontamento existem, haja vista as marcas que a música da banda deixou em ícones como R.E.M., 10.000 Maniacs, Everything But the Girl, Nirvana, Massive Attack, Air e MGMT.

E o mais legal: a YMG fez tudo isso se valendo do mínimo. O som é calcado em um riff de guitarra, base de baixo, teclados econômicos, leve percussão eletrônica e voz. Dito assim parece simplório. Mas aí é que começam as particularidades da banda. Não se trata de apenas uma voz, mas sim o belo canto de Alison Statton em inspiradíssimas melodias vocais. Os riffs, geralmente tirados da guitarra ou dos teclados de Stuart Moxham, cabeça do grupo, são bastante inventivos. Curtos, mas inteligentes, certeiros. As bases de baixo do irmão de Stuart, Phillip, seguem a linha minimalista assim como as programações rítmicas, as quais cumprem sempre um papel essencial em termos de harmonia e texturas.

"Searching for Mr. Right", que abre “Colossal...”, de cara apresenta isso: um reggae estilizado em que baixo e guitarra funcionam em complemento fazendo a cama para um vocal doce e cantarolável. Já o country rock "Include Me Out" lembra o som que outra banda britânica da Rough Trade faria alguns anos deli e se tornaria famosa: uma tal de The Smiths.

O estilo sóbrio e produzido com exatidão dá ao som da YMG uma aura de art rock, lembrando o minimalismo da The Residents mas sem o tom sombrio ou da Throbbing Gristle sem a dureza do industrial rock. Pelo contrário: a sonoridade é delicada e lírica. Até mesmo quando namoram com a dissonância, como em “The Man Amplifier” e na ótima “Wurlitzer Jukebox”, a intenção soa melodiosa.

A lista de fãs da YMG impressiona pela quantidade de ilustres. Kurt Cobain e Courtney Love, especialmente, teceram os maiores elogios aos galeses, revelando o quanto os influenciaram. ”Music for Evenings" e “Constantly Changing” deixam isso bem claro no estilo de compor, tanto no riff da guitarra, na função contrapositiva do baixo e na melodia de voz. Mas a que deixa a reverência do casal Cobain/Love mais evidente é "Credit in the Straight World", das melhores do disco e que traz todas as características do que tanto Nirvana quanto Hole produziriam anos mais tarde. Tanto é que a Hole fez-lhe uma versão em 1994, no seu exitoso disco de estreia “Live Through This”. Se o Pixies é “a banda que inventou o Nirvana”, "Credit...”, da YMG, pode ser considerada a música que cumpriu esse papel gerativo da principal banda do grunge.

A influência da YMG, no entanto, não termina aí. Percebem-se em outras faixas de “Colossal...” o quanto previram tendências do rock, que se revelariam somente mais adiante. As instrumentais “The Tax” e “Wind in the Rigging” lembram o gothic punk minimalista que Steve Severin e Robert Smith fariam no icônico “Blue Sunshine”, de três anos depois (assim como “Colossal...”, o único disco da The Glove); “Choci loni” e “N.I.T.A.” antecipam ideias da Cocteau Twins de “Treasure”, de 1984, e da Air de “Moon Safari”, de 1998; "Eating Noddemix" é tudo que a Frente!, banda dos anos 90, queria ter feito; “Violet”, maior sucesso da Hole, poderia ser denunciada como plágio de "Brand - New - Life"; e até mesmo no Brasil a bossa nova pós-punk da Fellini traz muito da construção melódica da YMG.

A considerar o hermetismo de P.I.L, Joy Division e The Pop Group, a pegada avant-garde de Polyrock e Gang of Four, a guinada para o reggae/ska da segunda fase The Clash ou a preferência synth de Suicide e New Order, a YMG pode ser considerada, sim, a precursora do pós-punk tal como este gênero ficou conhecido. Eles conseguiram unir todas essas forças sonoras advindas com o punk e a new wave e sintetizá-las de forma concisa e pop. Como que com “anzóis na palma da mão” muito bem arremessados, os“Jovens Gigantes de Mármore” lançaram ao longe as linhas que fariam içar uma série de outros organismos vivos do rock nas décadas subsequentes, marcando, com sua simplicidade e criatividade, o pop-rock até hoje. Linhas estas, aliás, tortas, evidentemente.

**********************

FAIXAS:
1.    "Searching for Mr. Right" – 3:03
2.    "Include Me Out" – 2:01
3.    "The Taxi" – 2:07
4.    "Eating Noddemix" (Phillip Moxham/ Alison Statton) – 2:04
5.    "Constantly Changing" – 2:04
6.    "N.I.T.A." – 3:31
7.    "Colossal Youth" – 1:54
8.    "Music for Evenings" – 3:02
9.    "The Man Amplifier" – 3:15
10.  "Choci Loni" (Moxham/ Moxham) – 2:37
11.  "Wurlitzer Jukebox" – 2:45
12.  "Salad Days" (Moxham/ Statton) – 2:01
13.  "Credit in the Straight World" – 2:29
14.  "Brand - New - Life" – 2:55
15.  "Wind in the Rigging" – 2:25
Todas as músicas de autoria de Stuart Moxham, exceto indicadas.

**********************************

OUÇA O DISCO:


Daniel Rodrigues

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Música da Cabeça - Programa #109


Neguinha, pode tirar selfie à vontade, que aqui não é BB, mas MDC, rapá! Sim, o Música da Cabeça vem como sempre calcado na diversão e na diversidade. Rolling Stones, GilbertoGil, Kula Shaker, Ira!Prince  e Lô Borges provam isso. A notícia musicada do “Música de Fato” e a letra lida do “Palavra, Lê” também teremos em nosso caldeirão de ideias e gêneros. Ah, também um “Sete List” com uma lista mais beijoqueira que a moça aí da propagada. Marcado o encontro hoje à noite, 21h, na Rádio Elétrica, então? Podem vir, que aqui não tem veto! A produção e a apresentação são de Daniel Rodrigues. 


quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Música da Cabeça - Programa #93


Quem diria que, ao se celebrarem os 90 anos de nascimento do pacifista Martin Luther King, estaríamos, aqui no Brasil, avançando (ou regredindo) no acesso a armas de fogo... Pois se é pra dar tiro, então aqui vai uma rajada de música boa pra todos os lados! Tem The Beatles, tem Prince, tem Marcos Valle, tem Marina Lima, tem Milton Nascimento. Tem até Beethoven no programa de hoje! Artilharia pesada de sons e canções! Então, prepare a pontaria e acerte no Música da Cabeça, às 21h, na Rádio Elétrica. Produção e apresentação: Daniel Rodrigues. Na mosca.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

domingo, 13 de janeiro de 2019

Dossiê ÁLBUNS FUNDAMENTAIS 2018




Abre o olho, Babulina, porque Caê tá chegando
e o Síndico tá chamando pra briga.
O ano de 2018 foi especial por ter sido o que marcou os 10 anos do ClyBlog e para comemorar isso tivemos uma série de convidados escrevendo sobre seus discos favoritos nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS. Já abrimos o ano com o especial de número 400 da seção, com o convidado Michel Pozzebon, e ao longo do ano tivemos as mais ricas e valorosas participações de convidados que deram suas brilhantes contribuições para o nosso blog, como foi o caso de Ticiano Paludo, Samir Alhazred, Arthur de Faria, Helson Trindade, Rodrigo Lemos e Lucio Brancato. A todos eles, nossos sinceros agradecimentos.
Além disso, foi ano de Copa do Mundo e, como temos feito, unimos música e futebol em publicações espaciais onde o artista ou sua obra tivesse alguma relação com o esporte mais amado do mundo, como foi o caso do apaixonado por futebol Bob Marley, dO Rappa cujas letrar volta e meia remetem a futebol e do Iron Maiden, cujo baixista é quase um hooligan e que já tentou inclusive jogar no seu time de coração.
Isto colocado, como sempre fazemos, todo ano, vamos àquela repassada na nossa seção de grandes discos atualizando os números e verificando aqueles que têm mais discos indicados, países com maior número de representantes, os anos e as décadas que mais se destacam em número de grandes obras citadas e o que mais mereça destaque neste ano que passou nos nossos ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, como, por exemplo, o fato de 2018 ter sido um ano de muitas estreias nos AF's. Muitos artistas que, por sua biografia, importância em sua época, seu segmento ou no cenário musical geral, já deviam ter dado as caras por aqui há muito tempo, apareceram pela primeira vez neste ano, como é o caso de nomes como Bob Marley, que foi um dos nossos AF ClyBola, da diva Aretha Franklin, do Kiss, T-Rex e do lendário Queen que fez seu debut por aqui. Por outro lado, poucos se repetiram e, assim, especialmente nos internacionais, as posições de cima não se alteraram muito, apenas com o Iron Maiden e os Kinks entrando para o time dos que têm três álbuns fundamentais e aproximando-se do pessoal com quatro álbuns (Who, Floyd, Kraftwerk...) e um pouco mais dos líderes Beatles, Stones e Bowie que seguem na ponta com cinco discos cada.
Nos nacionais a movimentação também não foi grande mas dois artistas deram uma emoção à "disputa pela liderança": com um disco de Caetano Veloso e um de Tim Maia, poderíamos tê-los empatados na ponta com Gilberto Gil e Jorge Ben. Mas isso se, lá no início do ano, o Babulina não tivesse colocado mais um entre os fundamentais e garantido sua posição no topo entre os brasucas.
Na disputa por países, ainda que os norte-americanos ainda mantenham um boa vantagem na liderança, em 2018 os ingleses fizeram quase o dobro de indicações que os yankees e diminuíram um pouco a desvantagem para os brasileiros que haviam se distanciado no ano anterior
No que diz respeito a épocas, a marcante década de 70 continua liderando, acompanhada, com uma distância bem confortável, pela década de 80. Só que quando falamos em anos, é o de 1986 que manda, com nada menos que 20 discos, seguido pelo seu ano anterior, o de 1985 e o ano de 1976, cada um com 16 álbuns na nossa lista.
O ano que entra promete movimentação nos placares, especialmente de artistas, tanto nacionais quanto internacionais, uma vez que a vantagem dos líderes é pequena e quem vem logo atrás não tá pra brincadeira. 
As comemorações dos dez anos acabaram mas não é por isso que não continuaremos tendo participações especias nos AF. Além das habituais colaborações de Paulo Moreira, Leocádia Costa, Lucio Agacê, com certeza teremos durante ao ano a contribuição de amigos tão apaixonados por música quanto nós e que sabem que os álbuns de suas coleções e de seus corações são simplesmente fundamentais.

Vamos conferir então como ficaram as coisas por aqui depois deste último ano:


PLACAR POR ARTISTA INTERNACIONAL (GERAL)

  • The Beatles, David Bowie  e The Rolling Stones: 5 álbuns cada
  • Kraftwerk, Miles Davis, Talking Heads, The Who e Pink Floyd: 4 álbuns cada
  • Stevie Wonder, Cure, Smiths, Led Zeppelin, John Coltrane, Van Morrison, Sonic Youth, Kinks, Iron Maiden, John Cale* e Bob Dylan: 3 álbuns cada
  • Björk, The Beach Boys, Brian Eno*, Cocteau Twins, Cream, Deep Purple, The Doors, Echo and The Bunnymen, Elvis Presley, Herbie Hancock, Janis Joplin, Johnny Cash, Joy Division, Lee Morgan, Lou Reed, Madonna, Massive Attack, Morrissey, Muddy Waters, Neil Young and The Crazy Horse, New Order, Nivana, Nine Inch Nails, PIL, Prince, Prodigy, Public Enemy, R.E.M., Ramones, Siouxsie and The Banshees, The Stooges, U2, Velvet Underground e Wayne Shorter: todos com 2 álbuns
*contando com o álbum de Brian Eno com JohnCale ¨Wrong Way Out"


PLACAR POR ARTISTA (NACIONAL)

  • Jorge Ben: 5 álbuns*
  • Gilberto Gil*, Tim Maia e Caetano Veloso: 4 álbuns*
  • Chico Buarque, Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii: 3 álbuns cada
  • Baden Powell**, Gal Costa, João Bosco, João Gilberto***, Lobão, Novos Baianos, Paralamas do Sucesso, Paulinho da Viola, Ratos de Porão e Sepultura: todos com 2 álbuns 
*contando o álbum Gilberto Gil e Jorge Ben, "Gil e Jorge"
** contando o álbum Baden Powell e Vinícius de Moraes, "Afro-sambas" 
*** Contando o álbum Stan Getz e João Gilberto, "Getz/Gilberto"


PLACAR POR DÉCADA

  • anos 20: 2
  • anos 30: 2
  • anos 40: -
  • anos 50: 15
  • anos 60: 79
  • anos 70: 117
  • anos 80: 100
  • anos 90: 75
  • anos 2000: 11
  • anos 2010: 11

*séc. XIX: 2
*séc. XVIII: 1


PLACAR POR ANO

  • 1986: 21 álbuns
  • 1976 e 1985: 16 álbuns cada
  • 1968 e 1977: 15 álbuns cada
  • 1967: 14 álbuns
  • 1971, 1972, 1973 e 1991: 13 álbuns
  • 1965, 1969, 1975, 1979 e 1992: 12 álbuns cada
  • 1970, 1987 e 1989: 11 álbuns cada
  • 1966 e 1980: 10 álbuns cada


PLACAR POR NACIONALIDADE*

  • Estados Unidos: 146 obras de artistas*
  • Brasil: 116 obras
  • Inglaterra: 102 obras
  • Alemanha: 8 obras
  • Irlanda: 6 obras
  • Canadá: 4 obras
  • Escócia: 4 obras
  • México, Austrália, Jamaica e Islândia: 2 cada
  • País de Gales, Itália, Hungria, Suíça e França: 1 cada

*artista oriundo daquele país




C.R.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Nei Lisboa - Show "Duplo H" - Teatro Renascença - Porto Alegre/RS (12/06/2018)




Sou daqueles diletantes que comemoram datas de aniversários dos discos que gosto. Tenho feito isso direito no Clyblog por meio, principalmente, de resenhas da seção ÁLBUNS FUNDAMENTAIS, que me dão oportunidade de falar a respeito de obras que admiro e ainda homenageá-las por estarem completando alguma idade fechada. Agora, nas comemorações de 10 anos do blog, tivemos o prazer de ter um desses discos aniversariantes resenhado pelo músico, escritor e jornalista Arthur de Faria: o “Hein?!”, do Nei Lisboa, que completa 30 anos de lançamento em 2018. Pois que, justo no Dia dos Namorados, tive – junto com Leocádia Costa, obviamente –, a felicidade de conferir pela primeira vez um show desse talentoso artista gaúcho especial não somente às três décadas do referido “Hein?!” como, igualmente, aos 20 de outro ótimo trabalho de sua discografia: o ao vivo “Hi-Fi”.

O show, muito bem intitulado “Duplo H”, referência às letras iniciais em comum do título de cada disco, fez lotar o Teatro Renascença em duas sessões naquele dia, sendo a anterior a que assistimos extra, devido à grande procura. Tocando os dois discos inteiros e na sequência, um simpático e sempre sagaz Nei Lisboa hipnotizou o público com o repertório ao mesmo conhecido, mas capaz de emocionar ao ser reouvido – ainda mais considerando a egrégora particular da ocasião.

Com Nei e Paulinho Supekóvia no violão/guitarra e Luis Mauro Filho ao piano/teclados, a apresentação deu a largada, conscientemente, pelas 14 faixas de “Hi-Fi”, cujo formato acústico original mostrou-se ideal para “começar os trabalhos” e por caber mais a este tipo de formação do conjunto. Os standarts, hits e AOR da música pop internacional, muito bem pescados por Nei para o set-list de “Hi-Fi”, são imbatíveis, visto que muito afins com o estilo e gosto pessoal dele. Tocando e, principalmente, cantando muito bem, Nei e a banda executaram as versões já tão queridas quanto suas originais, oscilando entre o folk, o blues, o country rock e as baladas no estilo da “Mellow Mafia” dos californianos anos 60/70. Casos de “Everbody's Talking”, do norte-americano Fred Neil; a linda “Summer Breeze”, da dupla setentista Seals & Croft; a beatle “Norwegian Wood”; “Fifity Ways to Leave you Lover”, do craque Paul Simon; e a sensibilíssima releitura de “Still... You Turn Me On”, da Emerson, Lake & Palmer.

Nei, ao centro, com sua enxuta e competente banda
Isso sem falar na emocionante “Cool Water”, de Bob Nolan e imortalizada na voz de Joni Mitchell, no reggae estilizado para “I Shot the Sherif”, de Bob Marley, no bluesão “Walking Away Blues”, de Ry Cooder, e em “Ruby Tuesday”, dos Rolling Stones, que, segundo Nei, embora não tenha entrado no show acústico em 1998, foi gravada em estúdio obedecendo a mesma ideia de arranjo, pois, “se tinha Beatles, não poderia faltar uma dos Stones”.

Completado “Hi-Fi”, agora era partir para as desafiadoras 11 faixas de “Hein?!”. Desafio duplo: primeiro, porque a formação do grupo não contava com bateria, fator essencial para a sonoridade do disco de 1988. “Como Nei vai resolver o arranjo?”, perguntava-me enquanto curtia o primeiro “H” da noite. O segundo desafio era mais íntimo ao próprio autor, uma vez que o disco foi composto sob a aura de uma tragédia na vida de Nei: a perda da então namorada, Leila Espellet, com quem se acidentou de carro na estrada, matando-a. “Como está o coração dele hoje, passadas três décadas, depois daquele acontecimento fatal? O que guarda no peito ainda: culpa, remorso, saudade, serenidade?”, passava-me à mente.

Parte da resposta veio na conversa com a plateia antes de começarem os números. De forma muito aberta e bonita, Nei pediu uma salva de palmas à memória da ex-companheira e executou na íntegra aquela que é apenas uma vinheta de abertura no álbum, “Zen”, escrita para o filho de Leila, à época com apenas 6 anos de vida. A música, a qual não conhecia por completo, apenas os poucos versos que foram parar na edição final de “Hein?!”, são um tocante recado de conforto de um padrasto talvez tão perdido e triste quanto àquele então pequeno órfão. “A vó da gente é mãe/ Da mãe da filha/ A filha da tia/ O pai do filho/ O espírito são/ Gente do bem, do mal/ Gente gorda, gente fina/ Quando vai pro céu/ O céu se ilumina”, diz a letra. Noutra parte (que também não consta no disco), Nei mostra o quanto aquelas palavras são tanto para ele quanto para o garoto: “Não tem desculpa, não tem culpa/ A culpa é sempre minha/ A culpa é da vizinha/ É uma chatice infernal.”

Um show carregado de canções fortes e emocionais já começou assim! O coração seguiu batendo forte com “No Fundo” e a brilhante faixa-título, uma das melhores do cancioneiro do gaúcho de Caxias do Sul. Nela foi possível conferir o acerto na escolha do arranjo, visto que se trata de uma música-chave do disco e que, se não funcionasse sem a bateria (possante nas baquetas de Renato Mujeiko no disco de 1988), correria sério risco de perder intensidade e, por consequência, identidade. Não foi o que aconteceu. Harmonizando com o arranjo dado à primeira parte do show, o formato violão/guitarra/teclado se encaixou muito bem também na segunda metade da apresentação. A mesma sensação ficou em outras duas igualmente adoradas por mim e pela plateia: a sentida “Nem Por Força” (“Nem por força do diabo/ Eu volto a vegetar/ Nessas malditas esquinas/ Na pressa de te encontrar”) e “A Fábula (Dos 3 Poréns”), debochada mas igualmente ferida pela perda que a motivou ser escrita: “Quebrei uns vinte, trinta espelhos/ De perguntar/ Se tinha alguém mais bela que ela/ Noutro lugar/ Comi todas maçãs da feira/ Pra adormecer/ E em vez do príncipe encantado/ Veio um baixinho assim”.

“Faxineira”, um blues elétrico, ganhou uma sonoridade de piano-bar muito adequada, além de uma leve modernização na letra que, segundo Nei, são para a “faxineira empoderada” dos tempos atuais. Outras que sofreram adaptação para o arranjo foram a country-rock “Fim do Dia”, menos acelerada, e o sucesso “Telhados de Paris”, que, embora parecesse a mais fácil de se adaptar – haja vista que é originalmente só no violão e voz –, ganhou o acertado acompanhamento do piano de Mauro Filho e teve a linha vocal levemente modificada. Nada que comprometesse um dos hinos da Porto Alegre moderna.

Mas os questionamentos que levantei intimamente no início do show sobre o envolvimento emocional de Nei Lisboa com o marcante motivo de “Hein?!”, mesmo que não tenham sido respondidos totalmente, deram-me a entender que permanecem de alguma maneira ainda latente nele, homem amadurecido e vivido em relação àquela época da composição do disco, anos 80. O que talvez tenha me passado a impressão de que as baladas não eram de uma época, assim, tão remota foi a supressão dos últimos versos de uma das preferidas da galera: “Baladas”. Emotiva, a canção fala sobre a referida perda de Leila e a briga interna para manter-se íntegro e desvencilhado do passado. Porém, os versos de “Baladas” escritos depois do acidente, como relatou Arthur de Faria, desta vez não foram cantados: "Só, muito além do jardim/ Viajo atrás de sombras/ Não sei a quem chamar/ Mas sei que ela diria ao acordar/ ‘Tudo bem/ Você me arrasou, meu bem/ E qualquer dia desses eu como as tuas bolas/ Mas agora esqueça o drama na sacola/ Não puxe o cobertor/ Não tape o sol que resta nessa dor’/ Foi bom: não durou”.

Se Nei optou por não cantá-los por não enxergar-lhes mais sentido ou por qualquer outro motivo, os da talvez ainda mais carregada “Teletransporte nº 4” foram ditos na íntegra. Faixa que finaliza o disco num clima de balada triste, foi tocada exatamente como é originalmente: violão, guitarra, piano e muita dor. E que versos fortes! “Porém o céu parece estúdio/ Nem o silêncio não diz nada/ Mesmo essas frases vão pro lixo/ São como lenços de papel/ Ainda por cima aquelas pernas/ Algumas coisas serão eternas/ Que bela ideia acreditar/ Que o mundo te aprendeu.” Para arrebatar os corações apaixonados em pleno 12 de junho.

Depois de 25 sessões em que a carga emocional só foi aumentando, partindo das músicas de “Hi-Fi” para as de “Hein?!”, Nei Lisboa encerra com uma que não entrou no repertório do primeiro por acaso: “Live and Let Die”, de Paul McCartney, numa competentíssima versão que dispensou até a orquestra que embala as aventuras de James Bond. Show perfeito do início ao fim deste que é um dos ícones da cultura de Porto Alegre. Se já tinha assistido ao vivo Tangos & Tragédias, Replicantes, De Falla, Renato Borghetti e Orquestra da Ospa na Praça da Matriz, faltava-me um show de Nei Lisboa para completar a lista dos patrimônios culturais da minha cidade. Uma estreia de luxo.

SET-LIST:

"Hi-Fi":
1 Everbody's talking   
(Fred Neil)
2 Bennie & The Jets  
(Bernie Taupin, Elton John)
3 Summer breeze  
(Dash Crofts, Jim Seals)
4 Norwegian wood  
(John Lennon, Paul McCartney)
5 Sometimes it snows in April  
(Lisa Coleman, Rogers Nelson, Prince, Wendy Melvoin)
6 Fifty ways to leave your lover   
(Paul Simon)
7 I'm having a gay time  
(Alberta Hunter)
8 That's why God made the movies  
(Paul Simon)
9 Walking away blues  
(Ry Cooder, Sonny Terry)
10 Still... you turn me on  
(Lake)
11 Cool water  
(Nolan)
12 Ventura highway  
(Deney Bunnel)
13 I shot the sheriff   
(Bob Marley)
14 Ruby Tuesday  
(Mick Jagger, Keith Richards)


"Hein?!"
15 Zen [Vinheta] 
16 No fundo 
17 Hein!? 
18 Nem por força 
(Ricardo Cordeiro, Nei Lisboa)
19 A fábula [Dos três poréns] 
20 Faxineira 
21 Baladas 
22 Rima rica / Frase feita 
23 Fim do dia 
24 Telhados de Paris 
25 Teletransporte n 4 
(Glauco Sagebin, Nei Lisboa)
Todas composições de Nei Lisboa, exceto indicadas

Bis:
26. Live and Let Die
(Paul McCartney) 



texto: Daniel Rodrigues
fotos: Daniel Rodrigues e Leocádia Costa