02. Paranoid Android
03. Subterranean Homesick Alien
04. Exit Music (For A Film)
05. Let Down
06. Karma Police
07. Fitter Happier
08. Electioneering
09. Climbing Up The Wall
10. No Surprises
11. Lucky
12. The Tourist
Tem muita coisa boa nesse filme mas, sem sombra de dúvidas, Kristen Stewart é a maior delas. Sua atuação é um assombro! Palmas!!!
1991. Durante os feriados de fim
de ano, a Princesa Diana (Kristen Stewart) percebe que seu casamento com o
Príncipe Charles não está dando mais certo e resolve renegar um caminho que a
colocava na linha de sucessão da coroa.
"Spencer" é um longa muito certinho, no qual dificilmente você vai ver algum erro. Particularmente, não vi nada que atrapalhe a narrativa ou a experiência com o filme, ou ainda a aproximação e o vinculo com a personagem. Meu único aviso é que é interessante que o espectador já tenha um certo conhecimento prévio do que é família real britânica e de como estavam suas relações internamente no final dos anos 80 e inicio dos 90. Não é fundamental, mas conhecendo todo o contexto, você acaba imergindo ainda mais no filme.
O longa
tem seus muitos méritos, mas o maior de todos , além da bela fotografia e
enquadramentos (mais um longa que usa muito bem a câmera, ao seu favor) é, como já antecipei, a atuação de Kristen Stewart que domina tudo e consegue nos entregar uma das melhores atuações de sua
carreira.
Tudo muito bem feito, nada no longa sai dos trilhos, câmera sempre muito bem posicionada e uma parte
técnica impecável. A fotografia é espetacular, criando uma nevoa que confere todo um clima de sonho ou pesadelo, com uns
enquadramentos e sequências que lembram filmes de terror psicológico,
aumentando a tensão de algumas cenas, mesmo estando longe de ser um terror, o que é bom deixar claro. Esse
clima de sonho ou realidade nos coloca na mente da personagem e nos faz acompanhar
as mesmas coisas que ela e, às vezes, tanto quanto ela, não entender bem o que se passa. Por isso, a dor de Diana dói em quem assiste e tem noção da
real história. Uma direção, a cargo do chileno Pablo Larraín, que sabe o que quer, uma
trilha competente e bem pontual do Radiohead Jonny Greenwood , aliada à atuação fora do comum da estrela
principal, fazem de "Spencer" um dos grandes destaques para a temporada de premiações desse
ano.
Esse olhar... Estou apaixonado por uma atuação. |
por Vagner Rodrigues
“Ataque...” se passa numa rústica Montana dos anos 20 em que os irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons) possuem uma das maiores fazendas da região. Quando George se casa em segredo com a viúva Rose (Kirsten Dunst), dona de uma pequena pensão em que vive com o sensível filho Peter (Kodi Smit-McPhee), a cumplicidade familiar entra em jogo. Phil, de postura rígida e sedutora, faz o possível para atrapalhar a vida de Rose e de Peter, a quem ele cria certa obsessão. Apoiado pelos vaqueiros em suas zombarias, ele não pretende parar até criar conflitos maiores. No entanto, a investida do caubói leva a rumos inesperados – principalmente, para ele próprio.
A trama, construída em capítulos – o que dá ao filme um caráter autoral a exemplo do que fizeram com propriedade Kubrick, Godard e Tarantino – vale-se dos conceitos não só da feminilidade, mas também de masculinidade e da homossexualidade para dissolver mitologias e criticar estereótipos. Em uma sociedade bruta como a do Velho Oeste dos Estados Unidos, em que os instintos se sobrepõem, principalmente a tudo que for de natureza sensível e “feminina”, Campion põe em xeque a macheza do famoso homem “durão”, bem como subjetiva a fraqueza do homossexual e, realista, não inventa nenhuma falsa imagem de uma mulher forte e corajosa diante de uma condição social irrespirável. Tempos antigos, inspirações atuais.
trailer de "Ataque dos Cães"
O longa, embora não seja genial, é muito bem engendrado, uma vez que sabe dispor os elementos narrativos econômica e gradativamente, o que mantém a atenção do espectador que venceu os primeiros 20 minutos de história e diálogos naturalmente (e propositalmente) ainda vagos. Alguns méritos são evidentes. Faroeste sem um disparo de pistola sequer, o filme consegue manter a sensação de tensão quase permanentemente – seja pelo temperamento explosivo de Phil, pela iminência da doença dos animais ou pelo mistério que as montanhas do extremo Norte dos Estados Unidos guardam. O elemento sonoro-musical é outro ponto bem tratado, quase uma chave que liga dois mundos, o selvagem e o desenvolvido, isso tanto na trilha sonora invariavelmente dissonante, assinada pelo Radiohead Jonny Greenwood, quanto nas músicas incidentais.
Fica claro que não é por acaso que Jane escolheu o faroeste como metáfora para refletir ideologicamente a sociedade atual. Embora não seja novidade a tentativa de Hollywood de mostrar que os brutos também amam, é inegável que o gênero mais yankee do cinema representa em boa medida a ideologia que os Estados Unidos vendem ao mundo, arraigado em boa parte em concepções machistas e patriarcais. Isso explica porque o western, enquanto símbolo cultural e hipérbole dessa ideologia, tenha perdido o passo ao galopar paralela e anacronicamente com o desenvolvimento sociocultural de sua nação. Neste processo, sofreu um considerável desgaste ao longo das décadas até quase sumir das telas nos anos 80-90, salvo por um clássico temporão, "Os Imperdoáveis", de Clint Eastwood (1992) . Hoje, sua revitalização só poderia vir em forma de crítica. O protagonismo de um caubói negro na refilmagem de "Sete Homens e Um Destino" (Fuqua, 2016), a descrença na natureza humana de “A Balada de Buster Scruggs” (irmãos Coen, 2018) e a feminização do herói valentão de “Cry Macho” (Eastwood, 2021) juntam-se a “Ataque...” nessa tendência de um olhar racional e reflexivo sobre a sociedade e seus padrões. O rei está nu e não se fazem mais John Wayne como antigamente. Ainda bem.
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Cão que ladra forteTenho que admitir que tinha um certo preconceito quanto a filmes dirigidos por mulheres. Jane Campion era uma exceção. Desde o primeiro momento, com seu brilhante "O Piano", vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 1995, a diretora neozelandesa conquistou meu respeito e admiração. Agora, quando soube que seu novo filme, "Ataque dos Cães" era um faroeste fiquei bastante intrigado sobre como funcionaria um gênero tão rústico e pesado nas tão delicadas e talentosas mãos desta diretora. Certamente não poderia se tratar de um western convencional. E, efetivamente, não o é. Além de não ser exatamente um faroeste dentro dos moldes tradicionais, nem a época é exatamente a dos conflitos mais brutais e ignóbeis do oeste americano como duelos, assaltos a diligências ou corrida por ouro. "Ataque dos Cães" se passa no final dessa era sem lei, é o início da "civilização", onde há vaqueiros, há revolveres, há cavalos, mas também há homens de terno que administram as fazendas, a caneta muitas vezes resolve mais do que a bala e o automóvel começa a dividir espaço com as montarias, sinalizando um novo tempo.
Cumberbatch e Smth-McPhee: faroeste com requintes de um drama sensível e perspicaz |
A fotografia exuberante de "Ataque dos Cães" |
Terá sido "Smells Like Teen Spirit"
a melhor música dos anos 90?
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