Dei de presente pra ‘patroa’ o novo CD da Madonna, o “MDNA”,
e mesmo não tento lá grandes expectativas por conta do último trabalho da
cantora, 'Hardy Candy", uma vez o tendo em casa, então, resolvi escutá-lo e dar
uma chance. Mas,contrariando a minha má vontade, minha desconfiança para minha
agradável surpresa o disco é bem interessante. Bom disco, mesmo! Havia lido em algum lugar que o
disco era excessivamente diversificado e por isso não tinha uma identidade, mas
na minha opinião a variedade de possibilidades propostas por Madonna e seus
produtores, é exatamente um dos principais méritos do trabalho. Se é pra ter
uma linha e ficar na mesmice do álbum anterior, tal coerência de linguagem é
completamente contraproducente, mas neste, a exemplo de “Like a Prayer”, onde
atacava na música negra (‘Like a Prayer”), pop básico (“Express Yourself”),
funk minimalista (“Love Song”), balada à espanhola (“Spanish Eyes”), Madonna e seus parceiros, dentro de uma
linguagem de música eletrônica, desfilam diversas facetas e alternativas, tendo como resultado um produto final altamente interessante.
Já havia gostado muito de “Give me All Your Lovin” quando a
ouvi pela primeira vez no intervalo do Superbowl e ouvindo agora, a sensação só
se confirma, nesta música que tem um dos refrões mais bacanas da música pop nos
últimos tempos com aqueles gritos de cheerleaders e aquele clima super up. Mas
surpreenderam-me muito positivamente também a primeira faixa do álbum “Girl
Gone”, um bom cartão de visitas; a minimalista, agressiva, de batida forte e
marcada, “Gang Bang”; a lenta “Masterpiece”, uma espécie de ragga com tons
espanhóis; e a excelente “I’m Addicted” com sua levada furiosa e uma
performance impecável da cantora, num 'punk-eletrônico' que lembra de certo modo
Kraftwerk (sei que é redundância dizer que música eletrônica lembra os robôs,
mas em especial remete às músicas do “Computer World”). Madonna ainda se aventura
em “Free Falling” que fecha o disco, a cantar sobre uma base orquestrada de
cordas, numa canção que soa quase como uma oração, e, surpreendam-se, senhores,
sai-se muitíssimo bem dando um final mais que digno pra o álbum.
De resto, algumas são popzinhos competentes, outras, na
verdade, descartáveis outras poucas dispensáveis, mas no geral, Madonna,
cercada de uma boa retaguarda (William Orbit, Martin Solveig, Benny Bennassi) consegue
de novo nos proporcionar mais um bom trabalho em sua discografia.
Não chega a ser um "True Blue", um “Erotica”, um “Like a
Prayer” mas é um filho legítimo que não pode negar que ali tem o DNA da Rainha
do Pop.
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