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sábado, 4 de março de 2023

"Os Fabelmans", de Steven Spielberg (2022)

 





O Amor pelo cinema como espelho da vida
por Vagner Rodrigues


Você realmente gosta de cinema? Então assista esse filme.

Apesar do ritmo lento em muitos momentos, "Os Fabelmans" consegue construir uma narrativa envolvente. Tenho que admitir que ele demora um pouco engrenar e fazer a história avançar, mas depois que você compra a vibe, só vai.

O filme de Steven Spielberg é baseado nas memórias da infância do próprio cineasta, mais especificamente em um garoto vivendo no Arizona. O jovem Sammy Fabelman se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver "O Maior Espetáculo da Terra", do lendário diretor Cecil B. DeMille. Armado com uma câmera, Sammy começa a fazer seus próprios filmes em casa, para o deleite de sua mãe solidária.

O filme tem uma mensagem linda de amor ao cinema mas, além disso, quando a história da família começa, e as camadas dos personagens vão sendo tiradas, é que, sem dúvida, acontece o grande momento do filme. Gabriel LaBelle como Sammy Fabelman, o personagem que seria a representação de Steven Spielberg (uma vez que é praticamente uma cinebiografia), carrega boa parte do drama do filme e está muito bem no papel, conseguindo passar verdade tanto nas cenas de drama, quanto nas que demonstra sua paixão pelo cinema. Se você ama alguma coisa, seu trabalho, seu hobby, você entende todo o amor e encanto do garoto pelo cinema e isso fica claro ao longo de todo filme, sendo ainda mais evidente e salientado na cena final.

O longa se desenvolve muito bem, tudo se encaixa na história e ele reduz o ritmo apenas por pouco tempo no início sem, no entanto, deixar o espectador entediado. Temos ótimas atuações, principalmente dos pais de Mitzi Fabelman (Michelle Williams) e Burt Fabelman (Paul Dano), que entregam muito do emocional do filme, frio e quente. 

"Os Fabelmans" é um filme que, sobretudo, mostra a paixão de alguém pelo cinema e como essa pessoa consegue perceber detalhes da vida que são pegos apenas pelas câmeras, para o bem o para o mal. Enquanto assistimos às dificuldades e a paixão de se fazer um filme, vemos também a paixão e a dificuldade de se viver a vida.

O jovem Sammy Fabelman, capturando o mundo em torno de si
com sua câmera.



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Rodar demais sem muito a dizer
por Daniel Rodrigues


“Os Fablemans” não é o melhor Spielberg. Acima de vários filmes da longa e desigual carreira do cineasta norte-americano, mas também inferior a algumas de suas várias importantes contribuições para a história do cinema. Midas de Hollywood e criador de uma escola, Spielberg é o principal reinventor da arte cinematográfica dos últimos 50 anos e edificador de uma nova indústria de entretenimento, que vai muito além das telas. Somente isso, já garante seu trono no Olimpo. Mas ele não se contenta. Seu último filme, embora não supere nem de longe realizações anteriores como “A Lista de Schindler” (1993), “Tubarão” (1975) ou “O Resgate do Soldado Ryan” (1998), tem a qualidade de voltar suas lentes justamente para o fazer cinematográfico, num tom bastante autobiográfico. E como tudo que se refere a Spielberg, tem seu lado bom e outro nem tanto.

Em “Os Fabelmans”, o pequeno Sammy Fabelman (Gabriel LaBelle) cresce no Arizona do pós-Guerra e se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver "O Maior Espetáculo da Terra", de Cecil B. de Mille (1952). Armado com uma câmera, Sammy começa a fazer seus próprios filmes em casa, para o deleite de sua solidária mãe (vivida por Michelle Williams, ótima no papel da srª Fableman). Porém, quando o jovem descobre um segredo de família devastador, ele encontra no poder dos filmes a chave para desvendar verdades sobre sua realidade e sobre si próprio. 

O fato de Spielberg ter construído uma trajetória um tanto irregular é até um mérito. Mesmo com domínio total das ações da indústria, preferiu não seguir sempre pelo caminho confiável. Ao contrário: se expôs e se arriscou. Isso se deu em vários momentos de sua história, seja como diretor ou produtor. Após o estrondoso sucesso dos dois primeiros “Indiana Jones” (1981-1984), aposta no drama étnico-racial “A Cor Púrpura” (1985); depois do estelar “Guerra dos Mundos” (2005), investe no mesmo ano no denso trhiller político “Munique”; ou ainda ao sair da bilheteria de “Minority Report – A Nova Lei” (2002), não hesita em, logo depois, fazer seu filme mais scorseseano, “Prenda-me se For Capaz” (2002). Isso para ficar em três exemplos destes altos e baixos propositais, que denotam o quanto Spielberg sempre relativizou a condição de mito. 

Isso já o habilita a contar uma história como a de “Os Fablemans” com autoridade e consciência limpa. O encontro inicial dele com o cinema ao qual o filme retrata, por mais que tenha havido desdobramentos talvez impensáveis a um jovem amante da arte nas décadas seguintes, tornando-o um ícone, guarda coerência com tudo que ele desenvolveria, dos projetos mais populares aos mais ambiciosos, das megaproduções às de menor orçamento. O resultado disso é uma inconstância qualitativa justificável e até corajosa. Como Woody Allen e Scorsese, Spielberg já filmou tanto e há tantos anos, tocou dezenas e dezenas de projetos, que é impossível acertar sempre, ainda mais numa arte de complexas equações para que a obra final reste em alto nível. 

Afora isso, no entanto, “Os Fablemans”  deixa uma certa sensação de que o movimento de se autorepresentar seja o velho artifício de não ter muito mais a se dizer. Federico Fellini, talvez mais fluido para com suas inquietações e frustrações, soube explorar o vazio criativo para cunhar “8 ½” (1963), o qual recheou-o também de vazios existenciais. O mesmo fez Agnès Varda em “As Praias de Agnès” (2008) e “Varda por Agnès” (2019), em que olhar feminino prescruta o lugar no mundo. Ou seja: soluções bastante europeias de se achar caminhos poéticos dificilmente sondados. Diante da dureza da grande indústria e talvez da natureza judia bastante destacada no filme, nem mesmo o coração aventureiro de Spielberg é capaz de se desvencilhar.

Um tanto longo – aliás, como a maioria dos filmes atuais, espécie de epidemia fílmica gerada pela concorrência com as séries de streaming – “Os Fablemans” tem lances muito bonitos, ainda mais para admiradores do fazer cinematográfico. Cenas como a do início, em que o personagem vai pela primeira vez a uma sala de cinema, ou quando instintivamente começa a brincar de criar sets de filmagens com suas irmãos e amigos, dão a ideia do porquê da paixão lúdica do cineasta por sua profissão. A mais bonita delas, sem querer dar spoiler, é quando se encontra com seu grande ídolo detrás das câmeras, cena que, inclusive, “resolve” o filme de uma maneira um tanto chapliniana. Nem esta cena, porém, é devidamente construída em toda a narrativa que a antecede. Em certa medida, o fato cai meio de paraquedas mesmo tendo havido chance anterior de se criar tal conexão. É como se o cineasta tivesse perdido a oportunidade de preparar melhor o espectador para a catarse. Isso deixa uma sensação de que se rodou tudo aquilo para não se explorar de fato o que precisava. Como diz o ditado: falar demais por não ter nada (ou pouco) a dizer. Porém, acima de tudo, Spielberg é sincero consigo mesmo, o que o faz acertar mesmo quando erra.

O pequeno Sammy, no centro, descobrindo a magia do cinema.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Música da Cabeça - Programa #148


Nosso canto não pode se esconder como o de um bando de Yanomamis na floresta, como disse o poeta. Nosso canto, o canto do Música da Cabeça, tem que se posto pra fora! E é isso que vamos ter hoje, com a ajuda de Nei Lisboa, Johnny Hooker, Nino Rota, Brian Eno, Marlui Miranda e outros. A situação dos índios isolados também é tema do programa, que também vai trazer homenagens a Federico Fellini e a Elisa Lucinda. O ritual indígena começa às 21h, na oca da Rádio Elétrica. Produção, apresentação e cocar: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

"Roma", de Alfonso Cuarón (2018)



"Roma" é um filme lento. Mas isso não é demérito algum. De desenvolvimento é lento, sua dinâmica é lenta, os movimentos de câmera são lentos e ele não tem a menor pressa para, utilizando bem suas mais de duas horas, conquistar o espectador. O filme é focado na personagem Cleodegaria Gutiérrez, ou simplesmente Cleo, ( Yalitza Aparicio) uma empregada de uma família de classe média no México, no início dos anos '70, que se envolve com um rapaz, engravida dele e é abandonada por ele. Ela teme ser despedida da casa onde trabalha e mantém uma relação afetiva muito próxima com os filhos dos patrões, mas ao contrário do que imaginava, é acolhida pela patroa que, com uma viagem do marido sob pretexto profissional, vê-se sozinha e fragilizada para cuidar dos filhos. Em meio ao momento político conturbado, manifestações estudantis, conflitos, guerrilhas, , terremoto, recessão, vamos acompanhando a jornada de Cleo, o andamento de sua gravidez e as mudanças ocorridas no ambiente familiar da casa em que trabalha com a ausência do pai.
Cleo, ao fundo, com a família para a qual trabalha.
Alfonso Cuarón, vencedor do Oscar de melhor diretor por "Gravidade", em 2014, vai construindo seu filme e nos aproximando dos personagens, da doce e tímida protagonista; da mãe, Sofia, que sabendo que o marido não vai voltar decide ir à luta e seguir a vida; das crianças que vivem sua infância da melhor maneira possível em meio àquele turbilhão social, familiar e emocional, e com tudo isso, quando percebemos, na segunda metade, estamos completamente envolvidos com eles, o que culmina na emocionante cena da praia que, praticamente define o filme. A propósito desta cena de feitura notável, a opção por uma fotografia em preto e branco, sempre plasticamente interessante, e por uma câmera, na maioria das vezes, praticamente estática num ponto, percorrendo a cena de um lado a outro, cobrindo três ou quatro situações de cena ao mesmo tempo, são acertos estéticos e formais do diretor, que qualificam sobremaneira seu trabalho e seu produto final.
"Roma" que, na verdade não tem nada a ver diretamente com a capital italiana e, sim, com o bairro Colonia Roma, onde vive a família do filme e onde viveu o diretor na infância, não à toa é repleto de referências ao cinema italiano, ao neo-realismo de Rosselini e a seu "Roma, Cidade Aberta", a "Mamma Roma" de Pasolini, e em muitos momentos a Fellini, mas curiosamente não ao filme homônimo do mestre italiano que homenageia Cidade Eterna, e sim a "8 1/2" como na cena da chegada de Cleo à favela e na do túnel que são as mais evidentes.
Por mais que seja inegavelmente belo e tocante, acredito que o longa de Cuarón não deva levar o Oscar de melhor filme. Por mais que a Academia já tenha me surpreendido com prêmios para "Birdman" e "O Artista", acredito que um filme como "Roma" faça, menos que os citados, o tipo de filme que agrada o americano e se distancia do que o grande público espera do "vencedor de melhor filme". Isso sem falar na questão do streaming que ainda é um certo tabu para Hollywood e que, embora com um grande número de indicações este ano, representaria, para mim, uma grande surpresa se superasse essa barreira tão cedo e ainda mais no nível de premiação máxima. Porém, pelos méritos de direção de Cuarón, pelo capricho, pela beleza, não duvido que, no fim da noite do dia 24 de fevereiro, este talentoso mexicano tenha outra estatueta de melhor diretor para colocar na prateleira ao lado da que ele já tem.
A fotografia, assinada pelo próprio Cuarón, é um dos grandes destaques do filme.



Cly Reis

domingo, 22 de maio de 2016

"Histórias Extraordinárias", de Roger Vadim, Louis Malle e Federico Fellini (1968)



Três mestres do cinema adaptando a obra de um dos grandes mestres da literatura só poderia dar boa coisa. aliás,sendo Edgar Allan Poe o referido gênio das letras, não poderia dar boa coisa uma vez que inevitavelmente a história vai acabar em sangue, morte tragédia ou em qualquer outro aterrador desfecho. Roger Vadim, Louis Malle e Federico Fellini apropriam-se de 3 contos do soturno escritor norte-americano de sua notável coletânea "Histórias Extraordinárias" para compor esta admirável colaboração conjunta.
O francês Roger Vadim, muitas vezes mais lembrado pelas beldades com quem teve o privilégio (e, imagino, sobretudo o prazer) de ter sido casado, dirige a adaptação para "Metzengerstein" e grava sua marca particular à trama substituindo o jovem Frederique, recém elevado à condição de conde pela morte do pai, por uma mulher, aliás uma das referidas esposas, Jane Fonda, conferindo assim um toque muito sensual ao conflito de famílias tradicionais que é o fio condutor do conto de Poe. Atraída pelo primo da casa rival, mas orgulhosa e mimada, além de alimentada pelo ódio entre as famílias, a impulsiva e sórdida, Frederique toma uma atitude nada simpática com a propriedade dos desafetos vizinhos o que trará a ela uma consequência que nunca poderia imaginar.
Luis Malle aproxima-se mais do original de Allan Poe em seu "William Wilson", embora garanta por sua conta uma maior dramaticidade à situação mudando a confissão em carta, original do livro, por uma desesperada num confessionário. O conto estrelado por Alain Delon e que narra o drama de um homem atormentado desde a infância por um outro absolutamente igual a ele que lhe surge sempre como uma espécie de espelho moral de seu caráter desregrado, desonesto e devasso, traz também a sensualíssima Brigitte Bardot substituindo o original adversário de jogo do livro, um homem, na cena do carteado. A narrativa de Malle é ágil, dinâmica e precisa, fazendo crescer o interesse e o suspense da história até chegar ao final que, em suas mãos fica ainda mais dramático do que no livro.
A sinistra menina com a bola branca,
"visão" constante do atormentado Toby Dammit.
Mas o grande momento do filme fica para o final com a adaptação de "Nunca Aposte sua Cabeça com o Diabo", que nas mãos do mestre Federico Fellini ganhou apenas o nome de seu personagem principal, "Toby Dammit". Fellini, mais do que os outros dois diretores, dá um contexto todo diferente para o conto de Poe. Toby Dammit (Terence Stamp) é um astro de cinema decadente e perturbado que vai a Roma participar de uma premiação e lançar seu novo filme, pelo qual pedira nada menos que uma Ferrari para participar, mal sabendo ele que a máquina, um dos grandes símbolos italianos, viria a ser sua ruína e desgraça. Fellini desfila por aquele seu tradicional universo de figurinos extravagantes, personagens exagerados, acontecimentos simultâneos no mesmo ambiente, aproveitando para fazer mesmo em um curta de terror sua crítica ao materialismo, ao mundo do entretenimento, à futilidade e, ainda que apaixonadamente, como já fizera em seu "Roma", à própria Cidade Eterna. O final, considerando o título original do conto, é bastante previsível, embora Fellini garanta uma certa surpresa pela ambientação, cenário e originalidade do desfecho.
Se quem leu as histórias de Edgar Allan Poe já as considera geniais por si só, assistindo a "Histórias Extraordinárias" chega à conclusão que a genialidade pode ser ampliada quando o mesmo material cai nas mãos certas. Três mestres do cinema que não se limitaram a meramente adaptar a obra de um grande escritor, antes disso, o que conceberam foi nada menos que uma recriação.




Cly Reis



terça-feira, 5 de novembro de 2013

ClyBlog 5+ Cineastas


introdução por Daniel Rodrigues


Jean-Claude Carrière disse certa vez que “quem faz cinema é herdeiro dos grandes contadores de histórias do passado”. Pois é isso: cineastas são contadores de histórias. Afinal, quase invariavelmente, quanto mais original a obra cinematográfica, mais se sente a “mão” do seu realizador. Um filme, na essência, vem da cabeça de seu diretor. Fato. Tendo em vista a importância inequívoca do cineasta, convidamos 5 apaixonados por cinema que, cada um à sua maneira – seja atrás ou na frente das câmeras –, admiram aqueles que dominam a arte de nos contar histórias em audiovisual e em tela grande.
Então, dando sequência às listas dos 5 preferidos nos 5 anos do clyblog5+ cineastas:



1. Gustavo Spolidoro
cineasta e
professor
(Porto Alegre/RS)

"Se Deus existe, ele se chama Woody Allen"



O pequeno gênio,
Woody Allen

1 - Woody Allen
2 - Stanley Kubrick
3 - Rogário Sganzerla
4 - François Truffaut
5 - Agnes Varda






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2. Patrícia Dantas
designer de moda
(Caxias do Sul/RS)


"Gosto destes"


1 - Quentin Tarantino
2 - Stanley Kubrick



3 - Sofia Coppola
4 - Woody Allen
5 - Steven Spielberg

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3. Camilo Cassoli
"Felizes Juntos" rendeu ao chinês
o prêmio de melhor direção
em Cannes
jornalista e
documentarista
(São Paulo/SP)


"Não sei se exatamente nessa ordem,
mas esses são os cinco com quem me identifico."


1 - Wong Kar-Wai
2 - Federico Fellini
3 - Wim Wenders
4 - Eroll morris
5 - Werner Herzog






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4 . Jorge Damasceno
biblioteconomista
(Porto Alegre/RS)


"Fiquei louco para incluir o Robert Altman e o Buñuel na lista."


1 - Stanley Kubrick
2 - Francis Ford Coppola
3 - Werner Herzog
4 - Ingmar Bergman
5 - Fritz Lang
Um dos clássicos de Lang,
"M- O Vampiro de Dusseldorf''












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5. Alessa Flores
empresária
(Porto Alegre/RS)


"Greenway mudou a minha vida com "O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante".
Um filme que resume o que é arte pelo roteiro, fotografia, figurinos, trilha e direção impecáveis.
Não consegui achar mais nada que fosse tão bom quanto."


Cena marcante do impressionante
"O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante"












1 - Peter Greenway
2 - Pedro Almodóvar
3 - Sofia Coppola
4 - Roman Polanski
5 - David Cronenberg






quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ClyBlog 5+ Filmes


Ah, se tem um assunto que nos fascina aqui no clyblog é cinema. Tenho certeza que não falo só por mim. Daniel Rodrigues, Leocádia Costa, José Júnior, Luan Pires, parceiros-colaboradores do blog, todos, assim como eu, são fanáticos pela arte dos Lumière.
No embalo das listas comemorativas dos nosso 5 anos, é a vez então de 5 amigos qualificadíssimos escolherem seus 5 grandes representantes da 7ª Arte.
(Ih, no número da arte não deu pra ficar no CINCO. Mas isso é o de menos...)
Enfim, com vocês, clyblog 5+ filmes preferidos.





1 Ana Nicolino
estudante de filosofia
professora de inglês
(Niterói/RJ)
"Meus cinco melhores. 
(Não estão em ordem)
Vai assim mesmo!"

1. "Solaris" - Andrei Tarkovski
2. "Rashomon - Akira Kurosawa


3.  "Morangos Silvestres" - Ingmar Bergman
4. "Fahrenheit 451" - François Truffaut
5. "8 e 1/2" - Federico Fellini

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2 Roberta de Azevedo Miranda
professora
(Niterói)

"Depois de muto pensar em qual seria o tema da minha lista,
achei que este combinaria mais comigo.
Sou amante dos filmes de terror psicológico, por assim dizer."


1. "Psicose" - Alfred Hitchcock
2. "O Bebê de Rosemary" - Roman Polanski
3.  "O Exorcista" - William Friedkin
4. "O Iluminado" - Stanley Kubrick
5. "O Exorcismo de Emily Rose" - Scott Derricson


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3 Álvaro Bertani
empresário
proprietário da locadora "E o Vídeo Levou"
(Porto Alegre/RS)

"Decidi nortear a escolha pela quantidade de vezes que assisti a cada um deles,
e se houvesse a possibilidade de passar o resto da minha vida dentro de um filme,
não restaria qualquer dúvida que seria um dos cinco escolhidos."


1. "8 e 1/2" - Federico Fellini
2. "Cidadão Kane" - Orson Welles
3. "Cópia Fiel" - Abbas Kiarostami
 

 4. "Ponto de Mutação" - Bernt Capra
5.  "Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos" - Marcelo Masagão

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4 Daniel Rodrigues
jornalista
editor do blog O Estado das Coisas Cine
colaborador do ClyBlog
(Porto Alegre/RS)

" O fato de eu amar “Bagdad Café” é quase que uma tradução de mim mesmo. 
Zelo por aquilo que gosto, e, se gosto, acabo naturalmente mantendo este laço intacto anos a fio.
Assisti pela primeira vez em 1998 e desde lá, a paixão nunca se dissipou.. 
"O Chefão" tem a maior interpretação/personificação do cinema; "Fahrenheit 451" é poesia pura;
"Laranja Mecânica" considero a obra-prima do gênio Kubrick. Jamais imaginaria Beethoven ser tão transgressor;
e 'Stalker", com sua fotografia pictórica e esverdeada, a forte poesia visual,
o andamento contemplativo, o namoro com a literatura russa, a água como elemento sonoro e simbólico
 é para mim, a mais completa e bela obra de Tarkowski."


1. "Bagdad Café" - Percy Adlon
2. "O Poderoso Chefão I" - Francis Ford Copolla
3.  "Fahrenheit 451" - François Truffaut
4. "Laranja Mecânica" - Stanley Kubrick
5. "Stalker" - Andrei Tarkovski

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5 José Júnior
bancário
colaborador do ClyBlog
(Niterói/RJ)

"É a pergunta mais difícil que você poderia me fazer! 
Se eu parar pra pensar tem muitos de muitos estilos variados.
Ih, ferrou!
Não consigo para de pensar em filmes."

O texto de William Burrougs se presta perfeitamente
para as geniais bizarrices de Cronenberg,
em "Mistérios e Paixões"














1. "Mistérios e Paixões" - David Cronenberg
2. "O Exorcista" - William Friedkin
3.  "O Império Contra-Ataca" - Irvin Kershner
4. "Matrix" - Andy e Larry Wachowski
5. "O Bebê de Rosemary" - Roman Polanski



domingo, 14 de novembro de 2010

Rio Comicon - Estação Leopoldina - Rio de Janeiro (14/11/2010)









Visitei hoje à tarde, em seu último dia, a Rio Comicon Internacional, que aconteceu na antiga estação ferroviária Leopoldina, um lugar interessantíssimo, de fantástico potencial para abrigar este tipo de evento ou mesmo um permanente centro cultural, mas que infelizmente encontra-se em mau-estado de conservação e num local bem degradado da cidade. Mas no que diz respeito ao evento que esteve ausente do Rio por 20 anos, este reúne o que há de melhor, mais atual e interessante nas manifestações gráficas de artistas, cartunistas, ilustradores, desenhistas, criadores, roteiristas, especialmente no tocante a quadrinhos mas também abrangendo outros âmbitos como animação, 3D, games, etc. Na exposição encontra-se desde emergentes no cenário cartunista nacional como o pessoal da Beleléu, que cada vez mais se consolida como uma das publicações mais legais do gênero no país; até consagrados como Angeli, Laerte ou o Ota, os meus preferidos na matéria, por sinal. Destaque também para, Fábio Zimbres da ótima publicação "Vida Boa" e para os excelentes Fábio Moon e Gabriel Bá, que estavam inclusive em tarde de autógrafos neste domingo, realizadores da, já citada aqui, adaptação de "O Alienista" de Machado de Assis para HQ e de outras tantas obras elogiadíssimas até mesmo em nível internacional.
A Estação Leopoldina -  potencial para um belíssimo centro cultural
Mas o destaque principal desta festa dos quadrinhos e homenageado do Comicon nesta edição era mesmo Milo Manara. Um dos maiores nomes do desenho, da gravura, do cartoon internacional, colaborador e amigo de Federico Fellini, que teve lá expostas mais de 100 obras originais. O que dizer do cara? Mestre! Mestre!!! Simplesmente fantástico: O traço, o movimento, a sensibilidade, a sensualidade. Gênio da sua matéria! Infelizmente não pude vê-lo falar no sábado à noite, quando aconteceu sua palestra. Deve ter sido ótima, acredito. Mas o simples fato de VER, assim, sua obra, para um cara como eu, desenhista, amante de quadrinhos, do cinema de Fellini,  e tudo mais, já é algo fora do comum.
No interior, o público curtindo a exposição - painéis de diversos artistas.
Aproveitei minha ida e a farta oferta e exposição de material de artistas e editoras independentes e adquiri meu exemplar da revista-zine Golden Shower, idealizada e realizada por amigos e da qual, um pouco por não concordar muito com o caminho que as coisas estavam tomando no início, um pouco pela minha dificuldade de trabalho em equipe, outro tanto por causa do meu egoísmo cavalar e meu individualismo exagerado, acabei por não fazer parte. Mas, desde já, mesmo só com uma breve olhada, recomendo. Ficou bem legal. Parabéns, Pati, Cynthia, Daniel e a todos os outros que fazem parte do projeto mas com quem não cheguei a ter contato.

Todos os estilos, desde traços mais básicos a acabamentos mais elaborados como este

Um dos meus favoritos: Laerte
E outro dos preferidos, Angeli
Este ilustre blogueiro em companhia do 'Homem-Aranha'.

"A pátria Desenhada", a história da argentina em quadrinhos (em destaque, a Guerra das Malvinas)


Milo Manara
Como grande destaque e principal nome do evento, vai aí uma seçãozinha à parte:
Entrada da exposição de Milo Manara



Gravuras do mestre, sempre com mulheres formosas.
As colaborações com o amigo Fellini;
Aqui, "Satyricon"
...o clássico "8 e 1/2",
meu filme preferido de  Fellini
... "Ginger e Fred"

...e o próprio Fellini ao telefone
E ainda, os nus, corpos femininos, sensualidade, erotismo,
marcas registradas da obra de Manara.