quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Capas de K7 VII - "Elastica"
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Zumbi - Senhor das Guerras, Senhor das Demandas
![]() |
| Zumbi - Senhor das Guerras, Senhor das Demandas - REIS, Cly arte estilo HQ inspirada na canção "África Brasil (Zumbi)", de Jorge Ben |
Ouça: África Brasil (Zumbi) - Jorge Ben
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
sábado, 8 de novembro de 2025
Jardim Esculturas - Museu de Arte Brasileira - Fundação Armando Alvares Penteado (MAB FAAP) - São Paulo/SP
![]() |
| Fachada do histórico prédio projetado pelo francês Augueste Perret para a FAAP |
Com projeto arquitetônico do francês Auguste Perret, um dos mais importantes arquitetos da primeira metade do século 20, o belo edifício-sede da FAAP, de 1947, é conhecido por abrigar um painel de vitrais assinado por artistas como Lasar Segall, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral e Tomie Ohtake.
Porém, além destes atributos, que normalmente já seriam suficientes para justificar uma visita a FAAP, há também atração a céu aberto no próprio jardim. Ali, tanto na área frontal quanto na interna, é possível encontrar esculturas de grande porte permanentes de ótimos artistas brasileiros, como Bruno Giorgi, Sérgio Camargo e Amílcar de Castro. Aliás, não só de brasileiros, mas também o austríaco Franz Weissman ("Estrutura Vazada", de 1978).
Há obras ainda, entre outros artistas, de Arcangelo Ianelli, com a linda "Forma Rompida" (1999), Maria Guilhermina e do gaúcho Cleber Machado, com duas: "Avesso II" (aço inox, aço carbono e titânio, de 2007) e "Pré-Octopus VIII" (ferro e cristal temperado em poliéster, 1981).
Ou seja: mesmo que não se vá a alguma exposição específica, é muito legal dar uma passeada pelo menos no pátio do campus da FAAP. Já vale por uma vista.
🎨🎨🎨🎨🎨🎨🎨🎨
![]() |
| Já na entrada, um Amílcar de Castro, sempre exuberante |
![]() |
| Do austríaco Franz Weissman, "Estrutura Vazada", de 1978 |
![]() |
| Do paulista Caciporé Torres, obra em aço inox de 1976 |
![]() |
| O gaúcho Cléber Machado com uma de suas esculturas, "Avesso II" |
![]() |
| Uma das maravilhas de Bruno Giorgi, feita em mármore, dos destaques do jardim |
![]() |
| Outra preciosidade de Giorgi: "Esfinge, c", em bronze patinado, de 1953 |
![]() |
| Detalhe de "Forma Rompida", de Arcangeli Ianelli (mármore Espírito Santo, 1999) |
![]() |
| Próxima a de Ianelli, outra escultura em mármore, esta de Sérgio Camargo: "Chiaro" (1973) |
![]() |
| O expressivo "Monumento à Gravura", de Maria Guilermina (pedra esteatita, 1979) |
![]() |
| Na parte lateral do prédio, ainda há outro Weissman: "Estrutura em Diagonal", de 1978 |
![]() |
| E outro Machado, o já mencionado "Pré-Octopus VIII" |
![]() |
| E a "Praça do Sol", assinada por três alunos de Arquitetura e Urbanismo da FAAP: Andréa dos Reis, Lígia Martins e Sílvia de Freitas (2002) |
terça-feira, 28 de outubro de 2025
Exposição "Cinco Ensaios sobre o Masp - Renoir", de Pierre-Auguste Renoir - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) - São Paulo/SP
Já passou um bom tempo, visto que foi lá em junho, mas não poderia deixar de fazer minimamente um registro desta pequena, mas enorme em beleza, exposição que Leocádia e eu presenciamos (mais uma) no Masp, em São Paulo: a do pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). Pai de um dos cineastas que mais admiro, Jean Renoir (responsável por obras indissociáveis à história do cinema, como “A Regra do Jogo” e “Boudu Salvo das Águas”), este referencial pintor deu os passos iniciais da geração impressionista de Monet, Cézanne e Manet. Porém, dono de uma técnica de impressão de luz adorável, com pinceladas soltas, tonalidades vibrantes e um olhar sensível para cenas do cotidiano, retratos e paisagens, Renoir é desses colossos da história da arte.
O que vimos no Masp foi, no entanto, uma mostra de sua maestria em 12 pinturas, que ficaram expostas no novo prédio do museu, o edifício Pietro Maria Bardi, ao lado do famoso edifício do mesmo museu, na Av. Paulista, até final de agosto dentro do ciclo Cinco Ensaios sobre o Masp. A seleção, embora diminuta, oferece um panorama abrangente da trajetória do artista. Dentre elas, estão as pinturas de alguns dos seus filhos, Claude e Jean, usando técnica de tinta a óleo opaca.
Conhecido por seus retratos femininos, os da condessa de Pourtalès, óleo sobre tela de 1877, bem como o de Marthe Bérard, de dois anos adiante, são exemplares em técnica. Lindo também o retrato "Menina com as espigas", em que a vivacidade dos olhos contrasta com a pincelada difusa do entorno do rosto.
![]() |
| "Retrato da condessa de Pourtalès", uma das 12 belas obras de Renoir expostas no MASP |
Porém, é impossível não vidrar naquele que é talvez o seu quadro mais conhecido: "Rosa e azul – As meninas Cahen d’Anvers" (1881), que retrata as pequenas Elisabeth e Alice, tão maravilhosamente pintado, que dá a impressão de que elas estão vivas. Ele não se opunha ao movimento dos seus modelos durante o ato da pintura, o que dava um caráter naturalista e bastante moderno à sua arte.
Há também os belos nus “Lise à beira do Sena” (1870) e “Banhista enxugando o braço direito” (1912). Contudo, não era só com o pincel trabalhava Renoir: também tem a imponente escultura em bronze “Vênus Vitoriosa”, de sua última fase, e que muito lembra suas rechonchudas banhistas.
Para finalizar esse breve, mas empolgante passeio pela obra de Renoir, um realista retrato, “O pintor Le Coeur caçando na floresta de Fontainebleau” (1866), em que o destaque maior fica não para o retratado, mas para a cena na natureza e a forma como o artista mistura as cores. Privilégio ver Renoir, assim, presencialmente, mesmo que numa pequena amostragem de sua grande obra.
🎨🎨🎨🎨🎨🎨🎨🎨🎨
![]() |
| O filho Claude retratado pela palheta do pai |
![]() |
| Outro filho pequeno, o posteriormente ilustre Jean, em "Quatro Cabeças" (1903-04) |
![]() |
| Esmero dos retratos femininos (Marthe Bérard) |
![]() |
| O impressionante realismo de "Menina com as espigas" |
![]() |
| Por falar em impressionante, o que dizer de "Rosa e Azul", um dos quadros mais famosos do mundo? |
![]() |
| Os nus, que remete à Mitologia Grega |
![]() |
| A banhista de Renoir |
![]() |
| Já no fim da vida, o artista aventurou-se com excelência na escultura |
![]() |
| Retrato sob uma perspectiva diferente e inovadora para a época |
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Rainha dos Raios
sábado, 11 de outubro de 2025
domingo, 5 de outubro de 2025
Trem das Onze
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
cotidianas #874 - Pílula Surrealista #60
Não via a hora de chegar em casa e, enfim, descansar do dia corrido. Havia ainda de dar atenção aos filhos, fazer uma última reunião online, passear com o cachorro no quarteirão, tratar das contas com a esposa, preparar o lanche, comer o lanche, por as crianças para dormir, esperá-las se aquietarem, tomar banho, rezar pra Deus e... até que enfim! Dormir. Era tudo que precisava: dormir, repousar a cabeça no travesseiro.
Era tanto cansaço, que sentia que não era apenas uma cabeça a depositar na cama. Era o peso de muitas. Não deu outra: como ocorria todos os dias, era o último na casa a adormecer. Por isso, ninguém via as outras cabeças, que da sua brotavam como plantas adubadas em acelerado crescimento. Nem mesmo ele próprio, já absorvido pela sonolência. Eram umas sete, oito, além da sua, centralizada, em decúbito dorsal, num sono de boca aberta, ressonando de leve e continuamente. As outras, sobressalentes, menores que a original e de crâneos desproporcionais, como que malformadas, patógenas, purulentas, irrompiam das laterais, coco e testa. Algumas cabeças se mexiam, é bem verdade, virando os olhos avermelhados, num sono mais intranquilo (o que deviam estar sonhando?). Mas a maioria acompanhava-se na tranquilidade daquela merecida noite de repouso.Depois, bem depois, as cabeças se recolhiam longe dos olhos da família e antes que seu dono percebesse. A alvorada surgiria resplandecente, e ele sustentaria, com a ajuda do seu Deus, tudo aquilo dentro de si.
Daniel Rodrigues
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
sábado, 27 de setembro de 2025
Exposição “Teatro Experimental do Negro nas fotografias de José Medeiros” - Instituto Tomie Ohtake - São Paulo/SP
São Paulo, entre as várias delícias culturais e gastronômicas que vivenciamos nos dias em que estivemos lá em junho, trouxe a mim especialmente uma aproximação com um tema o qual já venho perscrutando cada vez mais: a negritude. Afora passar horas percorrendo os corredores do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, extremamente ricos em obras e referências ao tema, outro espaço que fizemos questão de visitar foi o Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, onde estava em cartaz a exposição “Teatro Experimental do Negro nas fotografias de José Medeiros”.
Projeto coletivo pioneiro iniciado em 1944 por Abdias
Nascimento, o TEN foi criado para transformar, por meio do teatro, “as
estruturas de dominação, opressão e exploração raciais implícitas na sociedade
brasileira dominante”. Ativo e militante nos palcos até a década de 1960, o
grupo desenvolveu obras de forte impacto, enfrentou o racismo e abriu caminhos
para a formação e o reconhecimento de expoentes como Ruth de Souza e Léa
Garcia.
![]() |
| A magnífica arquitetura interna do Instituto recebendo a expo sobre o TEN |
Presenciar essa exposição fotográfica foi um reencontro. Primeiro, no que se refere ao Instituto Tomie Ohtake, o belíssimo prédio em homenagem à artista visual nipo-brasileira projetado pelo seu filho, o arquiteto Ruy Ohtake e o qual havia conhecido em 2010, em visita a São Paulo na companhia de minha mãe. Desta vez, a parceria foi de Leocádia, que pisava neste espaço cultural pela primeira vez como eu fazia há 15 anos. Hoje, é possível perceber que a programação do local conta com diversas atividades e parcerias que tocam na questão da negritude, seja por meio de cursos, debates, exposições, etc.
Mas o reencontro maior se deu, claro, pelo objeto da
exposição: o TeatroExperimental do Negro. No curso sobre cinema negro que ministro,
há cruzamentos que traço com o TEN, como a presença dos atores Aguinaldo
Camargo e Ruth de Souza em um dos filmes clássicos dessa temática no Brasil, “Também
Somos Irmãos”, de 1948, que bebe bastante na fonte da companhia teatral através
do conceito de atuação e, mais que isso, no protagonismo dado a eles e à
questão racial, bastante abafada àqueles idos.
Além de Ruth, Léa e Aguinaldo, já mencionadas, as fotos de
Medeiros trazem outras figuras emblemáticas das artes cênicas pretas
brasileiras, como Haroldo Costa, Marina Gonçalves, José Monteiro, Renée
Ferreira e, claro, o próprio Abdias, descrito pelo Ipeafro como o mais completo
intelectual e homem de cultura do mundo africano do século XX. Poeta, escritor,
dramaturgo, artista visual e ativista pan-africanista, é ele quem mobiliza as
ações do TEN, montando a pioneira peça “O imperador Jones”, em 1945, e diversas
outras, como “Todos os Filhos de Deus têm Asas” (1946), “Auto da Noiva” (1947)
e “Othello” (1949).
![]() |
| Abdias, a mente pro trás do TEN |
Na sequência, alguns registros das fotos de José Medeiros, que carregam a força e a expressividade da arte preta brasileira nos palcos e nos seus arredores de coxias, camarins e ensaios. As fotos mesmo falam por si, tendo em vista que algumas foram tiradas em condições de iluminação precárias, mas que, mesmo assim, e com muita habilidade técnica do fotógrafo, existiram. Persistiram. Resistiram.
🎭🎭🎭🎭🎭🎭🎭🎭![]() |
| Então, vamos à exposição! |
![]() |
| Ensaio da peça O filho pródigo, com Ruth de Souza, Abdias Nascimento, José Monteiro, Aguinaldo Camargo, Marina Gonçalves e Roney da Silva |
![]() |
| Ruth de Souza e Ilena Teixeira na peça "Todos os filhos de Deus têm asas" |
![]() |
| Ruth novamente, em Othello, totalmente diva negra |
![]() |
| Elenco masculino ensaiando a pioneira peça "O Imperador Jones", de 1945 |
![]() |
| Abdias e Léa Garcia em cena: que dupla |
![]() |
| Detalhe de cena com Aguinaldo Camargo e Fernando Araújo |
![]() |
| A Orquestra Afro-Brasileira, que mantinha parceria com o TEN |
![]() |
| José Medeiros captou também o momento de pausa na aula de balé |
![]() |
| O jovem Haroldo Costa |
![]() |
| Aula de alfabetização oferecida pelo TEN à comunidade preta dos anos 40. Revolucionário |
![]() |
| Em "Filhos de santo", Addias contracena com Ruth (1949) |
![]() |
| Retratos: Haroldo, Abdias, Ruth e Léa |
![]() |
| Foto imperfeita tecnicamente, mas brilhante em expressividade |
![]() |
| Outro pioneirismo do TEN: o jornal Quilombo, publicação só sobre assuntos da negritude |
![]() |
| A bela Renée Ferreira em "Aruanda", de 1948 |
![]() |
| Outra preciosidade de José Medeiros: Abdias e Léa encenando Shakespeare |













.jpeg)
.jpeg)


.jpeg)
.jpeg)



.jpeg)
.jpeg)


.jpeg)
.jpeg)

.jpeg)
.jpeg)












.jpeg)





.jpeg)


.jpeg)









