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segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Lançamento do livro “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”, da ACCIRS, na Feira do Livro de Porto Alegre - 05/11/2022


 

Foto coletiva da turma de críticos da ACCIRS
Foi uma tarde cheia de encontros – e autógrafos, claro – pro lançamento do livro “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”. Agora, na Feira do Livro de Porto Alegre, em sua 68ª edição, onde não poderíamos deixar de estar. Cerca de 20 de nós membros da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS), e foi possível conversar entre nós e os amigos, parentes e convidados que nos prestigiaram. Editado pela ACCIRS, a coletânea traz 50 artigos sobre filmes gaúchos lançados entre as décadas de 1950 e 2020 no Rio Grande do Sul. Mas com um diferencial editorial-conceitual interessante: não se trata de um apanhado dos “melhores filmes’, mas, sim, aqueles títulos que fazem sentido para cada autor dentro do universo do cinema gaúcho. Ou seja, propõe uma abordagem muito pessoal sobre cada obra, o que, indiretamente, cria ligações diferentes e próprias entre um artigo e outro.

Caso, por exemplo, dos textos de Alice Dubina Trusz e Jaqueline Chala – com quem pude trocar algumas proveitosas ideias durante a sessão – os quais, juntamente com o de Ivonete Pinto, formam uma trinca complementar que avaliou os três principais títulos do novo cinema gaúcho: “Deu pra ti, Anos 70” (Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti, 1981), “Inverno” (Carlos Gerbase e Giba, 1983) e “Verdes Anos” (Gerbase e Giba, 1984), respectivamente.

Enfim, uma tarde linda em Porto Alegre, de temperatura agradável, final de semana e começo de mês (ou seja, pessoal com mais grana no bolso) motivou a que a feira estivesse lotada, inclusive com algumas sessões de autógrafos com filmas bem extensas. Muito legal ver a Feira do Livro, mesmo com todas suas ressalvas (preços não tão mais atrativos, ausência de uma praça de alimentação e de área internacional, entre outras coisas), mobilizando a população a circular na praça aberta em razão das letras. Depois do pesadelo do pior da pandemia, que reclusou a Feira ao universo online, poder voltar a circular e ver pessoas, cores, cheiros, artes, sons e tudo que os sentimentos possam captar é muito bom.

Confira aí, então, alguns cliques da sessão de autógrafos e do clima da feira em si conosco aproveitando esse dia encantado em nossa cidade:

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Fileira para os autógrafos coletivos da ACCIRS


Autografando o exemplar do amigo Rodrigo,
que foi com sua querida mãe prestigiar a gente


Aqui com o colega de ACCIRS e trabalho Conrado Oliveira, também autor do livro


Depois de passar a fila, chegou minha vez de autografar!


Com a querida colega e coautora Jaque Chala,
voz do cinema da minha adolescência da rádio FM Cultura


Deu também pra adquirir o "Cruber", livro de contos das andanças de Uber
do querido colega de ACCIRS Cristiano "Criba" Mentz


Nós em plena praça, onde tudo começou há 11 anos...


Clima da praça com pessoal circulando sob a bênção dos jacarandás



Os corredores cheios da área infantil


Palhaço fazendo bolhas de sabão gigantes no meio da praça


E deu tempo de encontrar a hermana Carol, que foi ao nosso encontro


Céu azulzinho na linda tarde de sábado na Feira do Livro


Filas e filas pras sessões de autógrafos



Daniel Rodrigues

sábado, 5 de novembro de 2022

Drops lançamento do livro “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”, da ACCIRS, na Feira do Livro de Porto Alegre - 05/11/2022





E lá vamos nós para mais uma etapa do lançamento do “50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho”! E desta vez onde não poderíamos deixar de estar: na estimada Feira do Livro de Porto Alegre! Depois do lançamento oficial, lá em março, no Araújo Vianna, em Porto Alegre, e do Festival de Cinema de Gramado, em agosto, agora é a vez de celebrarmos este projeto naquele que é o evento cultural-literário mais antigo (e provavelmente, o mais querido) da cidade.

O livro, editado pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS), da qual orgulhosamente faço parte como membro fundador e, hoje, secretário, traz uma coletânea de 50 brilhantes artigos sobre 50 filmes gaúchos lançados entre as décadas de 1950 e 2020 no Rio Grande do Sul. Olha: é só texto bom!

Estaremos lá nós membros da ACCIRS em mais de 20, e a previsão do tempo, tão instável nesta época do ano, promete ser boazinha conosco.

Então, quem tiver por POA, aparece lá, que a pena e a tinta já estão aguardando os autógrafos. Depois a gente volta aqui com registros desta tarde, que promete ser ensolarada de sol e de gente bonita.

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lançamento do livro “50 Olhares da Crítica sobre o Cinema Gaúcho”
da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS)  
onde: 68ª Feira do Livro de Porto Alegre (Praça da Alfândega, s/ nº, Centro Histórico - Porto Alegre).
quando: dia 05/11 (sábado) - 15h
organizadores: Daniel Feix, Fatimarlei Lunardelli, Ivonete Pinto, Mônica Kanitz e Rafael Valles
Valor do livro: R$ 50,00*

*Os exemplares poderão ser adquiridos na Feira do Livro ou pelo site da ACCIRS e locais parceiros: accirs.com.br


Daniel Rodrigues

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Live "Hertha Spier - A Sobrevivente A21646", com Tailor Diniz, Mário Spier, Lúcio Spier, Luiz Gustavo Guilhermano e Cíntia Moscovitch - Ed. BesouroBox - 66ª Feira do Livro de Porto Alegre

Anne, Olga e Hertha


Anne Frank 
(Assassinada em fevereiro de 1945 em Bergen Belsen/Al)

Olga Benário 
(Assassinada em 23 de abril de 1942 no Campo de extermínio de Bernburg/Al)

Hertha Spier
(Faleceu em 09 de fevereiro de 2020, aos 101 anos, em Porto Alegre-RS) 

A história da 2ª Guerra Mundial chegou a minha vida, muito cedo. Minha mãe Anita nasceu em 1941 e cresceu escutando a história de Olga Benário e sua filha Anita Leocádia. Sempre me contou que muito pequena folheava as revistas da época, onde fotos da pequena Anita Leocadia ilustravam reportagens sobre a tragédia que ela, sua mãe e Luiz Carlos Prestes vivenciaram. Contemporânea de Anita Leocadia, minha mãe solidária a história dela, dizia que quando tivesse uma filha colocaria o nome de Leocadia, e assim eu nasci e recebi meu nome. Além do nome, tenho uma descendência judaica nunca muito bem esclarecida, mas que veio da França e foi acolhida em Satolep na geração dos bisavós maternos, Lhullier. Na escola, quando pré-adolescente tive a oportunidade de ler "O Diário de Anne Frank" e, anos mais tarde, "Olga", que ampliaram meu conhecimento em relação ao cenário dos campos de concentração e as atrocidades ocorridas na 2ª Guerra, dirigidas ao extermínio principalmente da comunidade judaica. 

Recentemente quando iniciou a pandemia no Brasil senti uma atmosfera que me lembrou muito os relatos das Guerras, dos exílios e dos cárceres onde sempre a bestialidade, a violência, o medo, a vulnerabilidade física e mental, o genocídio estão presentes. Lembrei de Anne e Olga mas no verão de 2020 me deparei com Hertha Spier, uma sobrevivente do Holocausto recém-falecida, aos 101 anos de idade. 

A história de Dona Hertha passa pelo Gueto de Cracóvia no campo de Plaszow, que é o cenário do filme "A Lista de Schindler", para o qual concedeu uma entrevista à equipe de Steven Spielberg, depoimento inclusive que integra o Acervo da Fundação Survivors of the Shoah: “A sua entrevista será preservada cuidadosamente como parte importante da mais completa videoteca de testemunhos até hoje coletada. Em um futuro longínquo, as pessoas terão a possibilidade de ver o seu rosto, ouvir sua voz e conhecer sua vida, a fim de aprender para sempre lembrar”. No dia 15 de abril de 1945, as tropas de libertação encontraram Dona Hertha inconsciente e muito enfraquecida no campo de Bergen Belsen, na Alemanha, mesmo campo onde poucos dias antes morrera a holandesa Anne Frank.

Convidado a transformar essa história em livro, o escritor e biógrafo Tailor Diniz entrevistou ela por inúmeras vezes e nos traz as lembranças e o aprendizado profundo de quem emergiu em meio a tanta dor, adversidade e conflito. Para mim a história de Dona Hertha poderia ser uma história sobre irmãs onde a presença e o espelhamento entre Gisi e Hertha foi um fator determinante de vida, de continuidade. Além disso, há inúmeras particularidades que nos fazem acolher com muita admiração Dona Hertha: a forma inteligente em adaptar-se e o amor que carregava consigo, todas resultantes da personalidade de uma mulher que sobreviveu à perda de toda a família e, sem casa e sem futuro numa Europa devastada, veio para o Brasil. Aqui, numa pátria diferente da sua de origem, sem nenhum familiar lida com todos esses traumas, abrindo espaço para a arte e a dedicação à família, sendo uma administradora dos negócios, em função da sua precoce viuvez. 

Ao ler a biografia de Tailor Diniz, com prefácio de Moacyr Scliar sobre a diferença entre memória e história e posfácio com o ensaio sobre a resiliência pelo psiquiatra Dr. Luiz Gustavo Guilhermano, posso dizer que Dona Hertha une-se a Anne e a Olga, fechando a trilogia de histórias sobre mulheres que estiveram frente a frente com a morte, sobreviveram cada qual da sua forma, mas permanecem em meu  coração por serem um exemplo do quanto o amor pode vencer e ressignificar tudo o que existe, principalmente o mal.

A LIVE com Tailor Diniz receberá os convidados, a escritora e Patrona da 62ª FLPOA Cintia Moscovich; os filhos de Hertha, Dr. Mario Spier e Lucio Spier, o médico psiquiatra, Dr. Luiz Gustavo Guilhermano e a mediação dessa que aqui escreve para vocês. 

Agenda aí: dia 13 de novembro (sexta), às 19h30, no canal do YouTube: BesouroBox Editora Oficial.

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o que: Live "Hertha Spier - A Sobrevivente A21646"
quando: 13 de novembro, 19h30
apresentação: Leocádia Costa
mediação e participação: Tailor Diniz, Mário Spier, Lúcio Spier, Luiz Gustavo Guilhermano e Cíntia Moscovitch
evento: Feira do Livro de Porto Alegre

Leocádia Costa

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Live “Na Antessala do Fim do Mundo", com Boca Migotto, Tabajara Ruas e Roger Lerina - Ed. BesouroBox - 66ª Feira do Livro de Porto Alegre

 Qual o seu lugar no mundo?


O autor Boca Migotto: do cinema para a literatura

"À direita do carro, bem ao lado de Diego, que estava sentado no banco do carona, a Cordilheira dos Andes e suas neves eternas seguem presentes, acompanhando a viagem dos aventureiros que por ali passam. É fim de tarde, o pôr do sol avermelhado reflete sobre o cume das montanhas e pinta de dourado a neve. Esse primeiro trecho da viagem ainda é feito sobre uma Ruta 40 asfaltada, que corre por entre montanhas verdejantes, contorna lagos e, por vezes, acompanha o fluxo natural de rios e córregos originários do degelo dos Andes. 'Engraçado como a água sempre encontra o caminho mais fácil para seguir seu destino'", pensou Diego."
Trecho de “Na Antessala do fim do Mundo” 

Diego é um homem bonito, lembra pela descrição um típico latino, com a virilidade e a força do homem americano. Ele nos faz acreditar que o final do mundo deve ser no Ushuaia, um lugar construído para prisioneiros perigosos dada a sua distância, intempéries e maior dificuldade de uma convivência humana mais cotidiana como as dos grandes centros urbanos. Mas ao viajar na RUTA 40 que avança na companhia silenciosa da Cordilheira dos Andes, entre montanhas e águas, ele descobre algo muito especial. A viagem tem motivação após a morte da sua mãe. Ele que é a personagem principal e, portanto, está proibido de morrer busca por seu irmão que ganhou o mundo, para lhe contar sobre o desaparecimento da mãe, pois esse seria a única pessoa a entender o seu sofrimento. Será? 

Diego nos mostra o que a morte provoca num núcleo familiar restrito, onde mãe, pai e irmão somem lentamente. Numa rota em sentido único que o levará ao Ushuaia, ele encontra pessoas que lhe trazem reflexões sobre a forma de estarmos no mundo, aprende com eles sobre si mesmo e inicia inúmeras reflexões. Música, política, história, sexo, morte, cinema, conflitos e vida estão na história de Diego que carrega um pouco do escritor Boca Migotto e um pouco de Léo, o ator Leonardo Machado que faleceu em 2018 de câncer. Esse livro era um filme onde Léo seria Diego, num road movie pela RUTA 40 realizado entre os dois amigos. Porém a morte interrompeu a ideia, mas não o propósito de contar a história. 

Algum tempo depois, Boca que está totalmente mergulhado no cinema e realizou alguns filmes, tais como: "Pra Ficar na História", "O sal e o Açúcar", "Já Vimos esse Filme" e "Filme sobre o Bom Fim", lança seu primeiro livro a partir do argumento do filme que não aconteceu “Na Antessala do fim do Mundo”. Ele traz de uma forma sensível e com uma atmosfera muito autoral esse homem em estado de conflito que carrega fragmentos da sua vida, das suas ideias e o que ele valoriza como ser humano para dentro de uma narrativa agora literária. Diego é um pouco do Boca, um pouco do Léo e um pouco de todos nós, leitores que buscamos compreender o que a vida nos oferece. No cinema, Boca tem impresso essa questão autoral faz uns anos é só observar os temas que ele elege para transformar para as telas, todos tem ressonância nele mesmo e depois vazam para o coletivo porque encontros e desencontros fazem parte da viagem, né? 

Chegando ao final desse livro entendi porque numa entrevista recente na Rádio da UFRGS ele comentou sorrindo que teve alta da terapeuta após ela ler o livro. Boca encontrou o seu lugar no mundo. E o melhor é que cada um de nós tem o seu lugar. Mas não pense que estou falando de algum lugar externo, de uma paisagem dessas que ele visitou na viagem de Diego, do lado de fora. Falo de algo muito mais sutil e que está na contramão da morte e olha que não me refiro a vida, portanto não fique inquieto ou curioso demais. Estou falando de uma descoberta que explica toda uma existência e que é revolucionária em todos os sentidos. Ela está contida dentro de um processo maior que só você saberá identificar. Se você está buscando o seu lugar no mundo, já encontrou um livro que vai te levar até o final dele, num espaço onde tudo recomeçará pra valer! Aproveita a companhia e te lança nessa viagem, com certeza valerá muito a pena. 

A live com Boca Migotto recebe os convidados, o escritor e cineasta Tabajara Ruas, e o jornalista Roger Lerina que fará a mediação. A apresentação da LIVE é dessa que aqui escreve para vocês. Agenda aí: dia 11 de novembro (quarta) às 19h30, no canal do YouTube da BesouroBox Editora Oficial.

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o que: Live "Na Antessala do Fim do Mundo"
quando: 11 de novembro, 19h30
apresentação: Leocádia Costa
mediação e participação: Roger Lerina e Tabajara Ruas
evento: Feira do Livro de Porto Alegre

Leocádia Costa

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Ricky Bols, Um Artista Visual Literário

 

Crédito:
Rosane Furtado/Divulgação

Ontem terminei meu dia com a notícia do falecimento do querido e talentoso Ricky Bols. Apesar de sabermos que há muitos anos a saúde dele vinha debilitada, Ricky não se entregava as etapas de tratamento foi forte e guerreiro até o final. A última vez que nos vimos foi na Exposição no CCCEV, de mesmo nome do livrão, com toda a história artística e a bio dele, chamado “Ricky Bols por Ricardo Irigoyen Bolsoni” em 2014. No dia da abertura, Daniel e eu fomos lá para abraçá-lo triplamente, pois levávamos o abraço da minha irmã, Carolina, e da Maria da Paz. Saímos de lá com pôsteres que ele produziu para quem comprasse o livro, podíamos escolher e não foi nada fácil. Tudo muito bem produzido por Rosane Furtado, que fotografou tudo registrando aquele momento lindo. 

Ele um canceriano clássico, viveu sua vida de forma intensa sempre através das Artes. Ricky promoveu inúmeros artistas da música (uma de suas paixões) e atendeu clientes ligados ao surf, futebol, moda, fez capas de livro, discos, CDs, encartes, etc através da sua arte gráfica. Até onde eu sei, o único livro na íntegra ilustrado por ele desde a capa foi “Lili inventa o Mundo”. – que honra! O conheci numa temporada em que fomos, eu e minha irmã, visitar a artista Zoravia Bettiol. Nesta época Ricky estava produzindo o material sobre um espetáculo teatral da atriz e diretora Débora Finochiaro com a obra de Mario Quintana, que apresentava obras de Zoravia. Meses depois, a minha terapeuta Maria da Paz Ceppas C. Peixoto, que o conhecia do movimento de contracultura de Porto Alegre (eles eram da mesma geração), me falou carinhosamente nele. Ela admirava a sua Arte e a sua forma de ser humano. Ricky conservava a rebeldia saudável de questionar tudo o que fazia, por isso gostava de trocar ideias, não aceitava nada sem dialogar bastante. Mas sempre nos recebeu com carinho, cuidado e atenção típicas de um canceriano. 

Anos mais tarde, em 2009 quando tivemos uma oportunidade de trabalho que envolvia ilustradores o convidamos. Aprata estava realizando a Coleção Mario Quintana para a Infância e ele ilustrou o volume com a obra “Lili inventa o Mundo” com suas aquarelas, representando tão lindamente aquele universo poético que é uma publicação muito acalentada por mim desde então. Nesta época, na sua agitação produtiva e criativa estivemos na sua casa em Petrópolis e lá também gravamos com ele para o documentário do Quintana, da mesma Coleção. Em 2016 chamei ele novamente para participar de um Calendário da Casa do Jardim que reunia ilustradores do Brasil, de forma voluntária divulgando os 10 anos de Evangelização para Crianças e Adolescentes dessa instituição. Ele veio novamente muito feliz, dizendo para escolhermos a obra que mais se adequasse ao calendário e novamente foi bem difícil, porque haviam muitas que eu gostava demais. Depois compareceu à cerimônia de lançamento, emocionado pela realização. 

Ontem eu pensei nele, mas sem saber conscientemente que estava hospitalizado. Ele não era uma pessoa de alarde, sempre foi muito discreto com a sua vida, com a sua família e profissão. Na dedicatória sem data, do livro que conta a sua trajetória, ele nos deixou a seguinte frase: “Leocádia e Carolina que legal tê-las aqui comigo. Espero que gostem! Um beijo Ricky Bols”. Acredito que um artista talentoso é atemporal, voa querido amigo e muito obrigada por ter estado conosco num projeto tão desafiador como este: viver e fazer Arte! Gratidão.    

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RICKY BOLS
(Sant'Ana do Livramento, 4 de julho 1952 - 
Porto Alegre, 9 de novembro 2020)

Reprodução do face de Ricardo Irigoyen Bolsoni Ricky Bols com a ilustração feita para a capa de "Lili inventa o Mundo", Coleção Mario Quintana para a Infância - Aprata 2009

Leocádia Costa

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

"O Rei Roncador", de Martina Schreiner - Ed. 8inverso (2013)

 

“Sempre gostei, muito de ler principalmente literatura infantil.  É uma paixão desde criança.”
Caio Riter

O escritor Caio Riter e eu temos essa preferência em comum. Desde muito cedo tive contato com a literatura. Na nossa casa, nunca faltaram estórias, em forma de livro ou pela oralidade dos meus pais. Cresci e mantive o hábito de ler estórias feitas para crianças, por sentir que a minha criança grita muitas vezes por esse espaço lúdico, por essa liberdade criativa. 

Agora, em meio a pandemia, gravei alguns vídeos contando estórias ou fragmentos delas, alguns foram publicados nas redes sociais da editora e outros somente no meu canal fechado do Instagram. Uma forma de me salvar da loucura que ainda continua em andamento em nos adaptarmos a inúmeras novas rotinas.  

A autora deste livro que vou contar a vocês se chama Martina Schreiner e morava em Lajeado na ocasião do lançamento em 2013 pela 8inverso. As ilustrações  em guache, hidrocor e lápis de cor são dela também, que nos apresenta a estória de um casal real e seus desafios, mas com características mais próximas das pessoas comuns. 

Na apresentação da obra, o escritor Caio Riter explica que a história também traz aprendizagem, afinal, tanto o Rei quanto a Rainha terão que estabelecer uma nova relação para aquilo que é vital para um não se transforme  na desgraça do outro. A jornalista Marilice Daronco/Diário de Santa Maria, que entrevistou Caio e Martina por ocasião do lançamento em 2013, comenta uma das particularidades do livro: “Nem todas as pessoas são iguais e conviver com as diferenças é um aprendizado para sermos mais felizes.” 

Espero que vocês gostem da contação e quem quiser adquirir o livro “O Rei Roncador” durante a 66ª Feira do Livro de Porto Alegre está à venda neste link, de R$32,00 por R$25,60. Aproveita!

Contação de "O Rei Roncador"


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Olha só o primeiro desenho que recebi tão logo postei a contação dessa estória. A Letícia Paes, que tem 4 anos e mora em Presidente Prudente, em São Paulo,  enviou essa maravilha de desenho. Ela descreveu o que fez assim: "A rainha está na porta e o ronco do Rei sai pela janela!". Muito obrigada, Letícia! Agradecemos a tu e à sua mamãe @marcelapapa


Leocádia Costa

sábado, 7 de novembro de 2020

Live "Estrela Guia – O Povo do Oriente na Umbanda", com Norberto Peixoto - Ed. BesouroBox - 66ª Feira do Livro de Porto Alegre

 



"Os homens não se dão conta do poder divino dentro deles. Esse poder controla todas as funções dos corpos espirituais que envolvem o Espírito e permitem a adequada manifestação inteligente da consciência em diversos planos de existência. Vós sois deuses”, só ainda não compreendem isso."
Pai Tomé



"Estrela Guia – o Povo do Oriente na Umbanda" é o 16º livro publicado no selo Legião Publicações de Norberto Peixoto. Esse é um livro psicografado e, em linhas bem gerais, a primeira parte é mais filosófica e a segunda parte fala do trabalho de cura do agrupamento do Oriente nos terreiros de Umbanda. Pai Norberto Peixoto é de família umbandista, quando criança já vivia experiências mediúnicas, foi iniciado na cachoeira de Itacuruçá. É um grande estudioso das questões transcendentais, teve formação na Doutrina Espírita é maçom e teosofista. Dirige o Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade desde junho de 1992 com uma proposta de espiritualismo universalista crístico, eclético e convergente.
Para compreender a manifestação de Pai Tomé precisamos entender que ele é um swani que em sânscrito significa “aquele que sabe e domina a si mesmo” liberado de reencarnações devido ao seu grau evolutivo. Amoroso Espírito, sábio e prudente, reside no Plano Astral num “ashram”, uma casa branca encravada no alto de uma montanha, que tem a sua contrapartida terrena na Chapada dos Veadeiros, na região Centro-Oeste de nosso país. Esse local recebe entidades provindas do Oriente que vão reencarnar no Brasil, assim como ocidentais – sendo em sua maioria brasileiros – que reencarnarão no Oriente. Ele é um devoto de Cristo e de Krisna.
Como explica, Norberto “A Estrela do Oriente”, simboliza o olho espiritual aberto na testa, o pequeno sol iluminando o microcosmo do homem, o portal que abre o acesso para o macrocósmico Reino de Deus, existente no interior de cada cidadão. Os ensinamentos dos sábios do Oriente são universais, não se prendem a uma religião específica, assim como os ensinamentos transcendentais de Jesus.
A universalização da Umbanda, aproximando-a da Religião Eterna da tradição do Oriente, prevista com intensidade para os próximos 30 anos, resgatará o sentido profundo da Umbanda enquanto ciência de autorrealização divina, fazendo que haja um grande deslocamento da mediunidade terapêutica, socorrista e fenomenal para a mediunidade preventiva, uma parceria pró ativa com os Guias para a expansão da consciência e liberação do homem de seus equívocos internos que o atam nas reencarnações sucessivas.
Hoje acontecerá a 3ª LIVE da editora
BesouroBox Ltda
e será com Norberto Peixoto que falará sobre o livro, psicografia, mediunidade e literatura umbandista, às 19h30 no canal oficial do Youtube da editora.
Te esperamos!

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o que: Live "Estrela Guia – o Povo do Oriente na Umbanda"
quando: 7 de novembro, 19h30
evento: Feira do Livro de Porto Alegre



texto: Leocadia Costa
Pérolas de Ramatís


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Live sobre “Eu te Benzo” e "Diário de uma Benzedeira", com Jacqueline Naylah - Ed. BesouroBox - 66ª Feira do Livro de Porto Alegre

 

Abençoados!

Recordo que minha mãe benzia a mim e a minha irmã para tirar quebranto, não sei o que ela entoava porque falava baixinho. Então passava seus lábios e dedos em minha testa por três vezes seguidas. Quando eu perguntava o que ela estava dizendo fazia um gesto para ficar em silêncio, mas após a benção eu sempre me sentia muito melhor. A avó paterna do Daniel, Dona Edith, era conhecida da vizinhança porque benzia quem lhe procurava. Às vezes, batia-lhe a irritação em atender, mas mesmo contrariada fazia o atendimento em sua casa. Noutras vezes, as pessoas que tinham melhora ou até se curavam, voltavam com presentes em agradecimento, daí ela ficava muito brava, contam os netos que viam suas benzeduras. Ela não esperava nada em troca, benzia só com o coração. Quando conheci a benzedeira e escritora Jacqueline Naylah, autora da BesouroBox, ela me trouxe essas memórias e lembranças que tem muito a ver com a ancestralidade e o feminino. 

O benzimento é uma ciência ancestral de cura. Existem no mundo quatro grandes nações benzedeiras: a indígena, a africana, a cigana e a católica. No Brasil, temos todas elas graças a diversidade de povos que aqui chegaram. Entretanto, está presente em quase todas as culturas da humanidade onde pessoas reforçaram essa tradição ancestral. O benzimento se utiliza basicamente do instinto, da fé e de elementos da natureza. No benzimento compreende-se que não há separação do corpo com o pensamento ou com qualquer coisa no universo. Jacque, numa das entrevistas concedidas à Revista Bons Fluídos, comenta que o benzimento é “a tradição de abençoar". Ela diz que "a benzedeira conecta as pessoas à força da Criação. Auxilia e acolhe aqueles com males físicos e dores da alma, do coração e da mente”. Ainda acrescenta que o benzimento “é feito em rituais com elementos típicos (tecidos, brasa, velas, ervas, faca, tesoura) sempre entoando rezos, mantras ou orações particulares de cada benzedeira”.

A missão que Jacque tem é a de perpetuar esse legado. “Quero garantir que, no futuro, as pessoas tenham casas de benzedeiras para bater quando estiverem em situação de dor e reafirmar a sua fé”, diz. Nos últimos dois anos percebi uma abertura maior para relatos de benzedeiras de todas as partes do país, hoje totalmente conectadas com as tecnologias, fazendo atendimentos à distância, ministrando cursos e seminários para orientar benzedeiros. Dentre tantas formas de abençoar, ressaltadas por Jacqueline uma é bem inusitada. Ela conheceu uma benzedeira que em todos os atendimentos contava a história do nascimento de Jesus, “tão lindo, tão único, tão dela”, comenta Jacqueline.

Com formação em Biologia e especialidade em biopatologia, Jacqueline aliou conhecimentos científicos aos conhecimentos das medicinas milenares e promove encontros, cursos e palestras, observando o ser humano em sua totalidade. Essa prática resultou em dois livros publicados pelo selo BesouroLux: “Eu te Benzo - o legado de minhas ancestrais”, em 2019, e “Diário de uma Benzedeira – Rezos, Alquimias, Receitas, Benzimentos e Simpatias”, lançado em março de 2020. Idealizou e ministra o Curso de Benzimento transmitindo o legado das suas ancestrais peregrinando praticamente por todo o território brasileiro. Mora em Porto Alegre/RS, é casada com Gilberto e mãe de dois meninos, Nicolas e Pietro. Amanhã, a 2ª LIVE da editora BesouroBox será com ela, que dará dicas bem legais. Esperamos vocês, “abençoados” (dessa forma que Jacque se refere carinhosamente às pessoas nas redes sociais), às 19h30, no canal oficial do Youtube da editora.


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o que: Live com Jacqueline Naylah sobre "Eu te Benzo - o legado de minhas ancestrais” e "Diário de uma Benzedeira - Rezos, Alquimias, Receitas, Benzimentos e Simpatias"
quando: 6 de novembro, 19h30
mediação: Leocádia Costa
evento: Feira do Livro de Porto Alegre

Leocádia Costa

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Live "Seu Sete da Lira", com Cristian Siqueira - Ed. BesouroBox - 66ª Feira do Livro de Porto Alegre

Laroyê Mojubá, Exu! Abre alas que Seu Sete Rei da Lira é para quem te fé!


A Umbanda é uma das religiões mais brasileiras que existe, pois reúne conhecimentos dos indígenas, africanos e cristãos em seus cultos. Quando li sobre Umbanda já estava mergulhada no selo Legião da editora BesouroBox e ali comecei a conhecer mais sobre o assunto. Desmistifiquei muitas crenças, entre elas a de que os praticantes de Umbanda não estudam. Hoje em dia, a maioria dos dirigentes que se propõem a ingressar na missão de serem condutores de corações e mentes, estudam, escrevem, lidam bem com as redes sociais e ministram cursos e são pesquisadores ativos. Tudo isso faz parte do reconhecimento que a Umbanda vem angariando através dos 112 anos de existência e de muita resistência. 

Numa pesquisa realizada a poucos anos, ficamos sabendo que boa parte das pessoas que se dizem umbandistas hoje são brancos e jovens é a conhecida "Umbanda de Allstar". Isso aponta para uma mudança profunda na relação com as nossas raízes mais genuínas. Outro aspecto que temos percebido é a grande diversidade de altares, não somente com imagens sincretizadas vindas dos tempos de que o culto por crenças afro era algo ameaçador aos senhores de engenho, mas mesclados com imagens e crenças vindas também do Oriente, ou seja, é uma religião em evolução, em uma fase de mudança e abrangência de saberes. 

Desse grupo de estudiosos e divulgadores da Umbanda, surge o jovem Cristian Siqueira, que aos 18 anos funda o Acervo Histórico Sete da Lira na cidade de Cuiabá, Mato Grosso. A partir desse fato, ele não somente acolhe e organiza esse acervo, como recebe a missão espiritual e o aval da família de Mãe Cacilda para escrever um livro sobre a médium que parou o país. “O Fenômeno Seu Sete da Lira – a médium que parou o Brasil” foi gestado por alguns anos por Cristian e a família de Mãe Cacilda, que depositou nele toda a confiança da missão oferecida e cumprida com êxito. Em 2019, uma campanha de divulgação para o lançamento em março de 2020 deixou claro o legado de Mãe Cacilda. Em plena pandemia desse ano, Seu Sete foi lançado, como uma âncora de esperança e cura, pois em Santíssimo, no Rio de Janeiro, ele curou milhares de pessoas com o seu marafo e o seu axé.  

Mãe Cacilda esteve em dois programas de maior audiência da década de 70/80: os programas do Chacrinha e Flávio Cavalcanti, ambos ligados a Seu Sete. Ela também sofreu ataques da imprensa, pois de certa forma expôs publicamente uma crença que não tinha espaço numa sociedade fechada e católica. A trajetória da médium Cacilda e da entidade curativa e magnetizadora de multidões de Seu Sete desaguaram num livro instigante, com uma narrativa jornalística e cheia de fatos históricos. Como diz Cristian, Seu Sete é um "divisor de águas" na história da Umbanda. Que ele seja igualmente um bom motivo para praticantes conhecerem melhor tudo aquilo que envolve a Umbanda no Brasil e se apossem desse conhecimento para continuar estudando e registrando seu legado a novas gerações. Diferente do que muitas pessoas dizem e pensam, há excelentes estudos sobre a Umbanda, basta querer aprender com quem sabe ensinar, e que antes de tudo conhece a sua própria história. 

Hoje, o selo Legião da Editora BesouroBox realiza das 19h30 às 20h30 a LIVE com o autor Cristian Siqueira e mediação minha, no canal de Youtube da editora. Será com certeza uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre o Rei da Lira e Mãe Cacilda. Saravá!

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o que: Live com Cristian Siqueira sobre "Seu Sete da Lira"
quando: 4 de novembro, 19h30
mediação: Leocádia Costa
evento: Feira do Livro de Porto Alegre


Leocádia Costa

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

“A Vida não me Assusta”, de Maya Angelou e ilustrações de Jean-Michel Basquiat - ed. DarkSide Books (1993)

Basquiat e Angelou



Numa edição caprichada por ocasião da exposição de Jean-Michel Basquiat no CCBB/RJ em 2018, “Jean-Michel Basquiat Obras da Coleção Mugrabi”, e dos 25 anos do premiado poema de Maya Angelou encontrei na Livraria da Travessa do mesmo local, sob holofotes, o livro, não à toa, o que me pareceu ser uma síntese muito sensível do que eu havia visitado visualmente horas antes. 

O livro traz o poema ilustrado com pinturas de Basquiat. Conforme comenta Sara Boyers, que assina o posfácio do livro, “A Vida não me Assusta” é sobre a experiência de vida, perseverança e orgulho. Basquiat e Angelou encontraram o seu lugar na história das próprias vidas. Nem sempre é fácil ou óbvio que isso aconteça. A maior parte das pessoas escolhe viver iludido, viver a vida de outros, achar que um dia será algo diferente do que traz internamente. alguns vivem toda a sua existência distantes de si. Mas eles reinventaram suas existências. Trouxeram suas falas para questões raciais, cheias de obstáculos e superações que eles mesmos vivenciaram minuto a minuto. Cada um deles criou obras singulares. Ambos nos deixaram uma dica preciosa: a de utilizarmos nossas experiências pessoais para construirmos novos olhares para outras pessoas além de nós. 

A história deles é um convite para você mergulhar em sua própria história. Coragem, porque a vida não deve nos assustar, mas sim nos desafiar a oferecer esse tempo de aprendizado sobre si mesmo da melhor forma. E, sem dúvida, a Arte é sempre uma inquieta e profunda companheira de viagem!   

Vídeo gravado em 2020 #fiqueemcasa


Leocádia Costa

domingo, 1 de novembro de 2020

Live "Um universo de semelhanças, diferenças e tolerância", com Monja Coen e Norberto Peixoto - 66ª Feira do Livro de Porto Alegre



Monja Coen me foi apresentada duas vezes nesta encarnação. Primeiro a conheci através do Waldemar Falcão. A história é a seguinte: o astrólogo chegou à nossa família através da minha irmã, que numa viagem ao Rio de Janeiro fez com ele um mapa astral. Waldemar, que além de ter esse oficio ligado ao Cosmos é também jornalista e havia escrito dois livros superconectados com a Espiritualidade: “Encontros com Médiuns Notáveis”, em que relata suas vivências no campo espiritual ao lado de diversos sensitivos, inclusive daquela que Chico Xavier denominou “a maior médium do mundo”, publicado pela Editora Nova Era, em 2006. E depois, dois anos mais tarde, o genial “O Deus de cada Um” em que reúne Frei Betto e Marcelo Gleiser, com o subtítulo “Conversa sobre a ciência e a fé” em que esse trio dialoga, num período de reclusão na serra carioca, sobre diversos assuntos ligados a esse tema, publicado pela Editora Agir, em 2008. Eu só fui ler sobre a Monja Coen em 2008, quando li o primeiro livro de Waldemar e num texto sobre ela fiz a minha sintonia imediata. Eu já estava lendo muito sobre Budismo, mas não havia chegado com mais foco ao zen-budismo. 

A partir dali, fui me aproximando do zen, devagar. Na mesma época, eu fazia terapia com a Maria da Paz (falecida recentemente, em 2018), que sempre esteve ligada ao zen, e inclusive fez parte da formação de algumas sangas bem conhecidas no RS. Ela então me apresentou mais a Monja Coen, de quem era uma admiradora e parceira da mesma geração da contracultura e de todas as revoluções realizadas coletivamente. Monja Coen é uma mulher com uma trajetória espiritual que chegou a essa condição por sua construção moral. Sua mente é arejada, suas falas muito lúcidas e divertidas, conseguem mesclar os profundos ensinamentos de Buda entre as cenas do cotidiano vivido por todos nós mundanos. Estar no mundo e se relacionando uns com os outros é a única forma de aprender a amar. Dar um passo à frente no autoconhecimento. Ser Monja é estar em constante evolução, por ser alguém melhor, firmar o exemplo, assim a entendo. 

Na 63ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, em 2017, pude ter um momento único em que troquei algumas palavras com a Monja Coen, no palco do Teatro Carlos Urbim, antes da sua palestra lotadíssima. Iris Borges, que estava lá fotografando para a nossa equipe da Feira, me chamou no palco minutos antes da Monja iniciar a sua fala e eu tive a oportunidade de agradecer por suas palestras virtuais que tanto me ajudaram a refletir sobre meu processo de saúde. Neste domingo, a 66ª Feira do Livro de Porto Alegre abre espaço para mais um encontro ecumênico, em que a Monja Coen e o médium-sacerdote umbandista Norberto Peixoto (Pérolas de Ramatís), estarão presentes virtualmente. Com Norberto tive a oportunidade de mediar dois encontros, em duas edições da Feira do Livro, pois ele é um dos autores que mais escreve para o selo Legião, da editora em que trabalho, BesouroBox. Monja Coen e Norberto Peixoto irão conversar sobre tolerância, diferenças e semelhanças, algo tão relevante num momento polarizado como este que estamos atravessando, em que a empatia e o diálogo são imprescindíveis. 

Não perca: dia 1º de novembro de 2020, às 19h30, no canal de Youtube da Feira do Livro!


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o que: Live com Monja Coen e Norberto Peixoto
tema: Um universo de semelhanças, diferenças e tolerância
quando: 1º de novembro, 19h30
como: Feira do Livro de Porto Alegre, plataforma on-line
realização: Câmara Rio-Grandense do Livro


texto: Leocádia Costa
foto: Íris Borges