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quarta-feira, 26 de junho de 2019
Música da Cabeça - Programa #116
As variadas cores do São João e do LGBT+ estão representadas no ecletismo do programa desta semana. Olha só quantos tons diferentes: Baco Exu do Blues, David Bowie, Carmen Miranda, Tom Waits, Led Zeppelin, Moacir Santos, Leonard Cohen e mais. E o mais legal: cores diferentes mas totalmente harmônicas! Vem pra Festa Junina do Música da Cabeça, que tenho certeza que vão fazer questão de ficar presos na nossa cadeia. A fogueira tem hora pra acender: às 21h, no Arraial da Rádio Elétrica. Produção, apresentação e quadrilha: Daniel Rodrigues.
Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
R.I.P. Leonard Cohen
Cheguei tarde ao Leonard Cohen. Em 1979, meu amigo e colega da FAMECOS, Claudio Almeida, me emprestou o disco "Recent Songs". Como eu descobria Joni Mitchell na época, não dei muita importância a Lenny. Só fui voltar a prestar a atenção em 1987/88, quando dois discos me levaram ao canadense: "Famous Blue Raincoat", da cantora Jennifer Warnes (ela mesma, a parceira de Joe Cocker em "Up Where We Belong" da trilha de "Na Officer and a Gentleman" e de Bill Medley no mega-sucesso "I Had The Tme of My Life" do filme "Dirty Dancing"). Jennifer foi backing vocal de Cohen e ele a encorajou a gravar um disco só de composições suas. O trabalho é um dos melhores discos que tenho na minha discoteca.
Já "I'm Your Man", de Cohen, me assustou um pouco pelo uso excessivo de teclados e baterias eletrônicas, bem ao gosto da música pop oitentista. De qualquer maneira, três faixas me chamaram a atenção: "Ain't No Cure for Love", "I Can't Forget" e "Tower of Song", cuja ironia e auto-depreciação são muito engraçadas: "Eu nasci assim, não tive escolha / Nasci com o presente de uma voz de ouro".
Depois, foi a vez de Oliver Stone transformar em sucesso pop com "The Future", música do seu enlouquecido filme "Natural Born Killers". Mas foi um disco ao vivo que me ganhou e me fez virar fã absoluto: "Cohen Live" com uma versão de "There is a War", outro portento de ironia: "Eu vivo aqui com uma mulher e uma criança, a situação me faz ficar um pouco nervoso / Eu a levanto pelos braços, ela diz, ' Imagino que você chama isso de amor, eu chamo de serviço de quarto'.
Daí em diante, todos os lançamentos de Cohen passaram a frequentar minha discoteca e o meu CD player. Agora, aguardo a chegada de "You Want it Darker", seu derradeiro trabalho. Bowie, Prince e agora Cohen. 2016 está levando nossos ídolos, mas a música fica. RIP Leonard Cohen.
por Paulo Moreira
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Leonard Cohen - "Songs of Leonard Cohen" (1967)
"Cada faixa de 'Songs of Leonard Cohen'
revela um artista que fala
de forma indelével
em sua própria voz inimitável.
revela um artista que fala
de forma indelével
em sua própria voz inimitável.
Anthony DeCurtis
crítico da revista Rolling Stone
crítico da revista Rolling Stone
Um homem das letras que pegou o violão e resolveu cantar histórias, aventuras, fantasias e amarguras. Leonard Cohen já era um escritor com algum reconhecimento e renome, principalmente no Canadá, seu país de origem, quando decidiu se lançar no mundo da música e com um disco praticamente acústico, voz e violão na maioria das vezes, às vezes com alguma guitarra elétrica, um teclado, cordas ou um sopro, bastante básico de um modo geral, mas muito sensível e profundo, não só pelas letras, mas pela musicalidade que aquela parente simplicidade carregava.
"Songs of Leonard Cohen" de 1967 traz uma coleção de canções do poeta canadense repletas de paixão, melancolia e angústia. Não, Cohen não era um cantor brilhante,até se tornou um bom com o passar do tempo, mas expressava sua poesia em forma de cações de tal maneira que por si só sua tentativa musical já se justificava.
Disco que pode muitas vezes ser subestimado por sua aparente uniformidade musical mas que é extremamente rico compositivamente e que, se escutado com a devida atenção, vai tornar perceptível sua estrutura crescente, partindo das canções mais 'simples', menos estruturadas, às mais complexas, mais elaboradas e preenchidas instrumentalmente.
Destaques para a boa "Suzanne" que abre o disco e que já havia sido gravada pela cantora americana Judy Collins; para "One of Us Can Be Wrong", que encerra o álbum com uma cantoria bêbada, enlouquecida e desesperada; para "Sisters of Mercy", uma espécie de grande caixinha de música, cujo título originou o nome da banda gótica dos anos 80; para a terna "Hey, That's No Way To Say Goodbye", lindíssima; para os belos trabalhos de violão de "The Stranger Song" e "Teachers"; para a espetacular "Stories of the Street"; e especialmente para a épica e linda "So Long, Marianne", uma apaixonada e fascinante canção com uma bela interpretação de Cohen, apoiado por um belíssimo backing vocal feminino no refrão que a torna ainda mais emocionante. Mesmo, na origem, não sendo exatamente um vocalista, Leonard Cohen foi extremamente influente para gerações posteriores de poetas-cantores, como, por exemplo, para Nick Cave, Michael Stipe, Morrissey e até mesmo Kurt Cobain. E não apenas no modo de escrever, mas também, por incrível que possa parecer, considerando sua origem de escritor, no modo de cantar.
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FAIXAS:
1. "Suzanne"
2. "Master Song"
3. "Winter Lady"
4."The Stranger Song"
5. "Sisters of Mercy"
6. "So Long, Marianne"
7. "Hey, That's No Way to Say Goodbye"
8. "Stories of the Street"
9. "Teachers"
10. "One of Us Cannot Be Wrong"
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Ouça:
Songs of Leonard Cohen
Cly Reis
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