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sábado, 6 de julho de 2024

The Chemical Brothers - "Further" (2010)

 



Álbuns Fundamentais - ClyBlog
"Os Chems fazem seu melhor álbum
em mais de uma década."
Pitchfork Music,
na época do lançamento


"Further" foi um álbum que tive uma certa dificuldade inicial pata assimilar. Tom Rowlands e Ed Simmons nunca ficaram estagnados numa zona de conforto mesmo já  consagrados e amplamente aclamados como sendo dos grandes expoentes da música eletrônica. Sempre ousaram, tentaram coisas diferentes e incorporaram elementos a seu som, mas em "Further" parecia que davam um passo adiante nesse experimentalismo, causando uma certa estranheza que, pelo que pude notar, na época do lançamento,  não fora exclusividade minha.

A estrutura das músicas, o formato do álbum, a disposição das faixas, as referências, parecia tudo pouco convencional. Mas audições mais frequentes, mais atentas, sem tantos juízos pré-estabelecidos, foram aos poucos me mostrando que ali estava um grande disco, mais um dos grandes trabalhos desses dois notáveis artesãos dos sons da nossa época.

Se o Kraftwerk, pai de todos da música eletrônica, foi paulatinamente construindo uma linguagem, forjando um formato, os Chemical Brothers que já encontraram a estrada pavimentada montado, parecem tentar desconstruir o processo, e em "Snow, a faixa de abertura, fragmentam a música, reduzem-na a ruídos eletrônicos, praticamente abdicam da melodia, numa peça singular sem batida, sem levada, sem um 'ritmo' lógico. É a volta ao começo da estrada. E perguntará alguém, "E funciona?". Não só funciona como "Snow" é improvavelmente linda. Um vocal doce, delicado sobre uma música sem música. Algo impressionante para começar um álbum que se mostrará não menos incrível. Até  porque na sequência, a segunda, "Escape Velocity", talvez seja uma das melhores músicas da dupla e uma das maiores coisas feitas em música eletrônica. Uma sinfonia eletrônica de mais de dez minutos construída paciente e minuciosamente, com uma estrutura que, em sua complexidade, lembra um grandioso concerto clássico. Mais uma grande ousadia do Brothers.

"Another World", que se segue, é uma canção suave e quase lenta; "Dissolve" é  um "rock psicodélico" que lembra particularmente The Who... E o ouvinte pode ficar perguntando, "Cadê a música eletrônica, propriamente dita, repetições, loops, BPM's aceleradas...?". Tudo isso chega finalmente na quinta faixa. Só que não de uma maneira simples e superficial. Por trás de um bate-estaca tipicamente de pistas de dança, elétrico, percussivo, repetitivo e alucinante, esconde-se uma faixa conceitual que remete aos primórdios das máquinas, à revolução industrial, à potência de um animal, à potência de uma máquina, o torque, o Jaule, o Cavalo Vapor. A máquina a serviço do homem, a tecnologia que evolui e hoje nos dá. Coisas como as que os Chemical Brothers fazem.

"Swoon", o primeiro single do álbum é um pop radiante, ensolarado, colorido, com cara de dia de primavera. Apaixonante! Tambores e ritmos tribais dão o tom em "K.D.B" que, ao contrário do que se possa imaginar não torna-se pesada ou agressiva pela ênfase percussiva. Os Chems encontram mais uma vez o ponto de equilíbrio entre o conceito, o primitivismo, as raízes negras da música eletrônica, e a palatabilidade comercial, produzindo aqui uma peça musical suave de atmosfera crescente e grandiosa.

Depois de toda essa viagem, "Wonder of Deep" retorna ao Kraftwerk, que no fim das contas, é como voltar ao início de tudo, a origem do universo do eletrônico.

"Further" é provavelmente o disco mais 'filosofal' dos Chemical Brothers. Nele Ed e Tom parecem se perguntar, "Por que estamos aqui?", "Do que somos feitos?", "De onde viemos, para onde vamos?", "E se...?". Talvez por isso eu tenha demorado um pouco para valorizar a obra. Não é todo dia que um álbum, da tão subestimada e desvalorizada música eletrônica, nos traz tanta informação.

Eles podiam ter ficado no conforto de sua reputação já consolidada, produzindo mais um hit certeiro aqui outro ali, mais uma febre das pistas, mas aqui se arriscaram. Mergulharam fundo e foram além. Além.

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FAIXAS:
  1. Snow (5:07)
  2. Escape Velocity (11:57)
  3. Another World (5:40)
  4. Dissolve (6:22)
  5. Horse Power (5:51)
  6. Swoon (6:05)
  7. K+D+B (5:40)
  8. Wonders Of The Deep (5:13)

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Ouça:



por Cly Reis

terça-feira, 4 de junho de 2019

Música da Cabeça - Programa #113


Imagina você ser a Rainha da Inglaterra e ter que receber o mala do Donald Trump em plena quarta-feira à noite. Imaginou? Agora imagina que você não só se livrou dessa bomba como ainda terá o prazer de ouvir o Música da Cabeça de hoje tranquilo e no aconchego do seu lar. Confere só o que vai rolar: The Chemical Brothers, Alice in Chains, Demônios da Garoa, John Cage, New Order e mais. E pra completar, os quadros "Música de Fato" e "Palavra, Lê". Trilha sonora mais do que especial que vai deixar você ainda mais contente por não ser dona Elizabeth. O MDC não é jantar diplomático, mas tem hora marcada: 21h, nos salões nobres da Rádio Elétrica. Produção, apresentação e protocolo: Daniel Rodrigues.


Rádio Elétrica:
http://www.radioeletrica.com/

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Prodigy - "The Fat Of The Land" (1997)





“A nossa atitude é:
estamos aqui,
amem-nos ou odeiem-nos.
Se isso é ser punk,
 então somos punk”
Liam Howlett




Sem dúvida pioneiros como o Suicide colocaram a cara a tapa apresentando seu som eletrônico em pleno movimento punk naquele contexto pouco recomendável pra que alguém viesse com "maquininhas" fazendo música. É certo que grupos como o Front 242 já uniam minimalismo e agressividade ao eletrônico ali pela metade dos anos 80, e que músicos talentosos como Trent Raznor já punham o maquinário a serviço do peso para produzir seu intenso e barulhento som industrial. Mas mesmo com todos estes precedentes creio ser justo afirmar que nunca a música eletrônica foi tão suja, tão pesada, aproximou-se tanto do punk quanto em "The Fat of The Land" do Prodigy, lançado em 1997.
O grupo encabeçado pelo prodígio Liam Howlett já havia dado mostras de sua inclinação para o peso em seu disco anterior, o ótimo "Music For Jilted Generation" (1994) com o "metalzão" "Their Law" e a eletrizante "Voodoo People", mas "The Fat Of The Land" catalisava aquelas tendências de uma maneira mais efetiva materializando assim um produto final simplesmente bombástico.
O visual que o grupo assumia naquele momento, em especial seu MC Keith Flint, uma espécie de Bozo do inferno, levava muitos a pensar que estavam se "fantasiando" de punks de modo a estabelecer uma coerência visual com a proposta musical que então apresentavam aproveitando assim para entrar na onda roqueira que ainda predominava naquele final de anos 90. É evidente que o mundo pop tem todo seu show-business e o grupo aproveitou a rebarba do grunge para encarnar um tipo mais rocker, mas que o lado rebelde, transgressor e punk não era meramente uma encenação, definitivamente não era. Suas rusgas com autoridades por conta de restrições a raves e festas afins já vinha de longa data e a já mencionada "Their Law" do disco anterior não somente era uma pedrada sonora como na letra, em poucas palavras como é característico do gênero, metia o dedo na cara dos legisladores e da polícia: "Fodam-se vocês e suas leis".
Agora eles atacavam de novo e vinham com mais munição: sexo, drogas, assassinatos, incêndios, caos... O carro-chefe de "The Fat of The Land" era nada mais nada menos que uma música de título ambíguo que sugeria estupro, agressão mas que na verdade tratava-se de uma expressão popular para o consumo de heroína. "Smack My Bitch Up", uma pancada eletrônica de ritmo fenético e uma certa  levada árabe, como se não bastasse sua sonoridade alucinante, trazia a tiracolo um videoclipe alucinante de câmera na mão, em primeira pessoa, repleto de putaria, consumo de drogas, álcool, violência e todo tipo de comportamento inadequado, tão hardcore, tão inapropriado, que chegou a ser banido da MTV americana e de televisões de vários outros países. Quer mais punk que isso?
"Breathe", que a segue no álbum, não deixa por menos num petardo sonoro que flerta com o grunge e chega a lembrar "Anarchy in the U.K." dos Sex Pistols no refrão pela voz rasgada e pela entonação. "Diesel Power" dava uma aliviada na violência  e carregava no funk com uma letra bem interessante sobre a tecnologia e a loucura do mundo moderno; e a frenética "Funky Shit" cheia de gritinhos de torcida de colégio e  com seu sampler do tema da S.W.A.T. mantinha o nível lá em cima.
Aí chega "Serial Thrilla" entrando de voadora com os dois pés nos peitos! Uma mistura explosiva do funk de "Diesel Power" com a potência de "Smack My Bitch Up" que levaria até um aleijado pra pista de dança. "Mindfields" é mais climática, lembra algo como uma trilha de filme de espionagem ruim, e "Narayan" que a segue, extensa, cheia de variações, parece não corresponder ao tamanho de suas pretensões. Já a incendiária "Firestarter", é outro daqueles exemplos do punk aplicado a música eletrônica de maneira perfeita. Uma bomba, um coquetel molotov de samples sinuosos e ziguezagueantes, uma batida drum'n'bass aceleradíssima e perturbadora, e um vocal nervoso e ameaçador. A boa "Climbatize", crescente e bem elaborada, é uma boa ponte para o final do disco e "Fuel My Fire" que põe a tampa no caixão, ao contrário das demais que tinham doses de peso em músicas predominantemente eletrônicas, tem nos efeitos, samples e programações meros coadjuvantes para uma tijolada sonora conduzida por guitarras, baixo e bateria de verdade, além de vários convidados, numa espécie de festa punk de encerramento do álbum.
Que Kraftwerk, Silver Apples, Throbbing Gristle, Suicide, tiveram papéis mais importantes na história da música eletrônica, não existe discussão, que outros contemporâneos do Prodigy  como Chemical Brothers e Orbital tenham mais recursos e alternativas creio que não seja um absurdo afirmar, mas que "The Fat Of The Land" à sua maneira inaugurava naquele momento um novo capítulo na história do gênero, me parece que seja algo que não esteja muito longe da verdade.

**********

FAIXAS:
  1. Smack My Bitch Up (5:430
  2. Breathe (5:35)
  3. Diesel Power (4:18)
  4. Funky Shit (5:16)
  5. Serial Thrilla (5:11)
  6. Mindfields (5:40)
  7. Narayan (7:07)
  8. Firestarter (6:43)
  9. Climbatize (6:38)
  10. Fuel My Fire (4:19)

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Ouça:
Prodigy - The Fat Of The Land


Cly Reis

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

"Amy", de Asif Kapadia (2015)



Tem categorias do Oscar que fica difícil saber quem é favorito, pois não é possível ter uma noção geral da mesma em terras brasileiras. É o caso da de Documentário, que dificilmente se terá acesso a todos os concorrentes daquela edição do prêmio. Porém, a um dos candidatos nessa categoria tive o prazer de assistir: “Amy”, de Asif Kapadia, uma biografia cinematográfica da cantora e compositora britânica Amy Winehouse. Morta em 2011, Amy, conhecida por seu poderoso e profundo contralto vocal e sua mistura eclética de gêneros musicais como soul, jazz e R&B, foi o grande talento da música pop dos últimos tempos, uma cantora comparável a nomes como Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan. Porém, como o filme retrata em detalhe, os problemas de relacionamento, as drogas, o álcool e a dificuldade de lidar com a mídia, a impediram de alçar uma carreira muito mais promissora daquela que teve.

Por retratar uma estrela pop do século XXI, o filme possui, além de vários depoimentos de amigos, familiares e profissionais do meio artístico, bastante material audiovisual, desde filmes caseiros a vídeos de webcam – afora, claro, de reportagens de televisão e rádio. Isso torna o documentário – que não é um musical, embora retrate a vida de uma musicista – bastante rico em conteúdo. Assim, o diretor consegue ter subsídio suficiente para traçar a história da artista em detalhes, o que, por consequência, dá ao espectador bastantes elementos para entendê-la mais profundamente. Ficam evidentes, por detrás do enorme talento dessa judia descendente da Rússia, os problemas psicológicos – como a bulimia –, as dificuldades das relações familiares e os casos amorosos tumultuados, como o com o ex-marido Blake Fielder-Civil. Mostra-se uma Amy apaixonada por sua arte, cercada por milhões de pessoas mas extremamente solitária e frágil.

Tony Bennet e Amy, duas gerações em plena sintonia.
Tem o lado mais agradável também. É possível acompanhar o crescimento artístico de Amy, desde as apresentações em pubs de Londres e região, os primeiros parceiros musicais e os que a acompanharam desde sempre, como o produtor e amigo Salaam Remi. Bonita também é a passagem da gravação que ela fizera com Tony Bennett, em que a admiração recíproca é evidente. Vê-se ainda a relação com o mundo do mainstream e, mais delicioso ainda, a criação de algumas de suas canções. Após um bem recebido CD “Frank” (2003), o filme mostra Amy em período sabático nos Estados Unidos, onde passa o dia compondo e gravando algumas das músicas que se tornariam sucessos mundiais no aclamado "Back to Black", de 2006, como “Rahib” e "You Know I'm No Good", a faixa-título e outros singles.

Entretanto, a meteórica ascensão ao estrelato, a mesma que motivara astros igualmente jovens no passado Janis JoplinJim Morrison e Kurt Cobain, sufocara também a menina mal saída da adolescência. Por total falta de controle emocional, haja vista que as conturbadas e irresolutas relações familiares – principalmente com o pai –, inviabilizava qualquer amadurecimento, Amy sucumbe às drogas e, cada vez mais doente, interrompe cedo a carreira numa trágica morte. Entretanto, é visível sua dedicação àquilo que fazia, bem como consciência nada vaidosa de sua própria figura pública, fator que ao mesmo tempo a diferenciou dessa leva quase unânime de celebridades narcisistas e a fragilizou perante o opressor universo do entretenimento.

Um bonito filme com a trilha sonora assinada pelo brasileiro e "pequeno cidadão" Antonio Pinto, já responsável por outras trilhas de respeito no cinema do Brasil (“Central do Brasil”, “Cidade de Deus”) e estrangeiro (“Colateral”, “Trash – A Esperança vem do Lixo”). Enfim, um filme que vale ser visto tanto por retratar a vida de uma das maiores cantoras que a música popular já viu, quanto, por evidenciar problemas típicos da sociedade moderna como a “fogueira das vaidades”, o poder destrutivo mídia e a solidão da era digital. Não vi os que concorrem com “Amy” ao Oscar, mas não será nada absurdo se vencer a estatueta.

ASSISTA AO FILME:




sábado, 5 de dezembro de 2015

Chemical Brothers - As Imagens








Não costumo fazer postagens de shows pra seção Click do blog mas neste, em especial, eu tive bons ângulos, as projeções eram bárbaras, as luzes ajudaram e as fotos ficaram tão bacanas que eu achei que merecia uma publicação dedicada ao ótimo show dos Chemical Brothers que aconteceu aqui no Rio no último domingo, dia 29/11. Sendo assim, aí vão mais algumas imagens e momentos do show:

O belíssimo Museu de arte Moderna do Rio, ao lado do palco do show

Aquecendo a pista

Todos prontos?

A dupla química

Em 'EML Ritual'

'Do It Again"
Em "I'll See You There"

Canhões de luz

"Escape Velocity"

We are the robots

Luzes, cores e sons
O dançarino de "Galvanize"

O templo iluminado de "Private Psychedelic Reel"



fotos: Cly Reis



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

The Chemical Brothers - Vivo Rio - Rio de Janeiro /RJ (29/11/2015)



Tom Howlands e Ed Simons mandando ver nas pick-ups.
Caraaaaaaiiii!!!!
Valeu a pena esperar.
Eu que tinha perdido quando estava em Porto Alegre, que tinha me decepcionado com o cancelamento na outra vez, finalmente matei a vontade e em grande estilo.
Sempre quis ver os Chemical Brothers e eles fizeram valer cada minuto de espera pela volta deles ao Brasil.
No alto, os robôs e seus olhos luninosos,
abaixo, o cenário para a monumental
"Private Psychedelic Reel".
Parece que sabendo da minha ânsia em querer vê-los ao vivo, fizeram um show para mim. Ah, deve ter sido porque abrir com "Hey Boy, Hey Girl", não somente uma das minhas preferidas como a música que escolhi para receber o diploma na faculdade, tem que ter sido pra mim.
Mas aí, como se não bastasse isso, fecham a primeira parte com um mix "Belive"/ "Out of Control"; depois de abrir o segundo trecho com com "Sunshine Underground" só pra acalmar a gaera e dizer "voltamos, estamos aqui", emendam "Escape Velocity", possivelmente a grande obra-prima da dupla; aí terminam a segunda parte com "Block Rockin' Beats" matadora quebrando tudo; e voltam pra um final apoteótico com "Private Psychedelic Reel". Cara, só podia ter sido pra mim!!!
Tenho problemas de joelho, estava com ambos doendo mas, olha, quer saber, não tinha como parar de pular e  dançar e, por sinal, acho que, a bem da verdade, se não devia estar parecendo muito "puro" mesmo para outros fãs tão empolgados quanto eu (mas fora algumas cervejas, estava).
Com um repertório bem escolhido, elaborado e planejado a dupla equilibrou hits com músicas do novo álbum "Born in Echoes", sem deixar cair a peteca, sempre mantendo a energia alta, tirando uma releitura um pouco infeliz do hit "Setting Sun" que claramente desagradou a alguns fãs. Além das já mencionadas, destaques também para "Do It Again" que empolgou o público; para a ótima "Swoon" do álbum anterior "Further"; para para os robozinhos que se ergueram no palco lançando laser pelos olhos na mix de "Under the Influence" com "The Test"; e para a excelente combinação imagem/música em "Galvanize". Das novas, "EML Ritual", estrategicamente colocada entre dois hits, funcionou muito bem, mas o destaque mesmo vai para "Go" que também fez a galera pular e levantar as mãos entoando o refrão.
Ficou faltando "Horse Power" que eu queria mas sabia que não era item obrigatório de show e que era bem possível que não rolasse. Não rolou. Mas tem como reclamar alguma coisa de um show desses? Não tem. Perfeito! Incrível. Os caras devem ter se informado, fuçaram no meu Facebook, viram minhas músicas preferidas, a ordem que seria mais emocionante e foram lá e fizeram o show pra mim. Só pode.

A projeção, muito bacana, em "Galvanize"


vídeo de "Swoon" - Chemical Brothers - Vivo Rio (29/11/2015)



Cly Reis




sábado, 28 de novembro de 2015

Chemical Brothers no Vivo Rio



Sempre tive muita vontade de ver esses caras que surpreenderam e conquistaram o mundo do pop-rock pela criatividade, versatilidade e musicalidade, e agora terei finalmente a oportunidade amanhã, no Vivo Rio, aqui no Rio de Janeiro. Da primeira vez que os Chemical Brothers, Tom Rowlands e Ed Simons, vieram, em 1999, eu ainda morava em Porto Alegre e, embora já os admirasse, nem cogitei me deslocar de tão longe até o centro do país por uma dupla de DJ's. Má avaliação a minha. Da última vez, em 2011, estava mais que preparado para ir a São Paulo assistir a um festival do qual eles seriama grande atração mas os rapazes suspenderam sua participação e por consequência, o evento que os teria como carro-chefe, foi cancelado. Mas agora sim! Não tem erro. Amanhã no Vivo Rio embarcarei na viagem psicodélica de sons, cores e luzes do universo dos Chemical Brothers nesta turnê de divulgação de seu mais recente álbum, "Born in Echoes", para mim o menos acessível e comercial de todos até então, mas não menos legal e interessante. Mas mesmo que, inevitavelmente, venham a executar músicas de seu novo trabalho, é certo que não faltarão hits que os consagraram como "Setting Sun", "Believe", "Do It Again" e outras, se bem que a que eu gostaria mesmo de ver e ouvir ao vivo é a vigorosa e dançante "Horse Power" do álbum anterior, "Further", que você vê aqui, como 'gostinho" pro show, emendada com "Chemical Beats", em trecho do filme "Don't Think", gravado no Japão em 2011.
Nos falamos mais depois do show.
Até lá.

The Chemical Brothers - "Horse Power" / "Chemical Beats"
do filme "Don't Think",
gravado ao vivo no Fuji Festival 2011, no Japão



Cly Reis

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Chemical Brothers cancelado

Acabo de ver, infelizmente, na página do Chemical Music Festival do Facebook, que as datas brasileiras do duo britânico Chemical Brothers estão canceladas, tanto a do festival em Itu do dia 30 de abril, como a de BH, que seria no dia 29. Em uma nota publicada nas redes sociais e no blog oficial da dupla, não explicam exatamente os motivos mas se desculpam e garantem que voltarão ao Brasil o mais breve possível.
Uma pena. Eu que estava tão mobilizado vou deixar de vê-los pela terceira vez. O lado bom da história, pra mim, é só o fato de que ainda não tinha comprado ingresso e para as demais atrações não vale a pena eu me mexer daqui pra Itu.
Fica pra próxima.


A nota publicada no site oficial da banda:
http://www.thechemicalbrothers.com/blog/

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Chemical Music Festival 2011

Não sei se já estava sendo divulgado e eu que estava desinformado mas só agora fiquei sabendo do Chemical Music Festival que vai acontecer em abril em Itu, São Paulo, com os Chemical Brothers como principal atração. Eu que já perdi de ver os caras em duas oportunidades, desta vez não vou deixar escapar.
E parece que veio de presente pra mim, pois vai acontecer um dia após meu aniversário, dia 30 de abril.
Outras atraçoes serão os brazucas Life is a Loop, Gui Borato, Leo Janeiro e The Twelves, o uruguaio Gustavo Bravetti e o sueco Christian Smith. Mas o que importa mesmo é ver  e ouvir os Bródi que  lançaram no ano passado seu último álbum, "Further" e recentemente compuseram a trilha do filme "Hanna"
Bom, agora é providenciar o ingresso que em abril tem Chemical Brothers ao vivo.
Grande expectativa!



CHEMICAL MUSIC FESTIVAL
Dia 30 de abril, a partir das 22 horas
Local: Arena Maeda, Itu, SãoPaulo
Acesso pelo km 78 da Rod. Castelo Branco, sentido interior
A apenas 30 minutos de Alphaville.

*****************

Ingressos:
  • PISTA
Lote promocional R$75,00 - até 9 de abril ou enquanto durar o lote*
2º Lote R$95,00 - até 29 de abril ou enquanto durar o lote*
3º Lote R$115,00 - após o dia 30 de abril e enquanto durar o lote*

  • PISTA PREMIUM 
Lote promocional R$145,00 – até 9 de abril ou enquanto durar o lote*
2° Lote R$185,00- até 29 de abril ou enquanto durar o lote*
3° Lote R$215,00 - após o dia 30 de abril e enquanto durar o lote*

  • venda aqui no Rio de Janeiro:
Óticas Carol - Barra Shopping
Óticas Carol - Copacabana (Av. Nossa Senhora De Copacabana, 683 Letra A Box 2)


Mais informações no site do evento:
http://www.chemicalmusic.com.br/2011/

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

The Chemical Brothers - "Further" (2010)

Comprei no último sábado, finalmente, o último Chemical Brothers, o "Further" . Demorei um pouco pra comprar desde o lançamento pois tinha lido algumas coisas que davam conta de uma certa mudança de comportamento, variações de sonoridade, viagens transcedentais e tal, e levei um pouco de medo.
(E pensar que eu hesitei...)
Cara, é chover no molhado dizer que Tom Rowlands e Ed Simons não são apenas DJ's, que não são apenas uma dupla de eletrônico, que são músicos, compositores criativos, artistas, mas neste, "Further", eles vão um pouco além de onde já chegaram.
Cada faixa é construída com paciência, com cuidado, com requinte, com arte. O álbum tem um quê de rock progressivo até, psicodélico, com a maior parte das faixas apenas instrumentais e quase todas bem longas e trabalhadas, mas contraditoriamente é mais eletrônico e futurista de todos que já fizeram até então.
"Escape Velocity", que foi a primeira faixa de divulgação do álbum, por exemplo, é uma longa sinfonia eletrônica de 12 minutos, montada, moldada aos poucos, depois caprichosamente desmoldada, ganhando então outra cara, outra nuance a todo instante. Assim como incorpora elementos os perde, assim como acelera, desacelera, num jogo longo e envolvente.
Em "Snow" que abre o disco, o início maquinal, eletrônico quase que desordenado, não parece que possa trazer dali a diante, assim que a faixa toma corpo, uma das canções mais doces da dupla. Um primor. Uma sonoridade leve como neve.
"Dissolve" namora o hard-rock com suas explosões sonoras que chegam a lembrar as guitarras do The Who; em "K+D+B" o legal é aquela percussão e bruta, pesada; e "Swoon", uma house embalada e contagiante, que remete um pouco mais os trabalhos anteriores dos caras, é uma das melhores do disco.
Mas o melhor ainda não é isso: "Horse Power", a minha favorita do disco, é um petardo eletrônico que justifica plenamente o nome que leva: é pura potência. Pronta pras pistas! Daquelas de fechar os olhos e dançar, dançar, dançar até não se saber mais onde se está nem quem é. Tem pelo menos uns 2500CV!
Posso afirmar sem medo que "Further" junta-se a "Dig Your Own Hole" e a "Surrender" como um dos melhores trabalhos dos caras.
(E pensar que eu hesitei...)

FAIXAS:
1. "Snow" 5:07
2. "Escape Velocity" 11:57
3. "Another World" 5:40
4. "Dissolve" 6:21
5. "Horse Power" 5:51
6. "Swoon" 6:05
7. "K+D+B" 5:39
8. "Wonders of the Deep" 5:12


Clipe de "Swoon" , uma das melhores na minha opinião
The Chemical Brothers - Swoon

sábado, 31 de julho de 2010

The Chemical Brothers - "Dig Your Own Hole" (1997)




“Os eletrônicos que todo roqueiro deveria ouvir”


Quem disse que música eletrônica é só tunsch-tunsch?
Os Chemical Brothers, juntamente com um pequeno grupo de artistas criativos da cena eletrônica britânica, tratou de mostrar que não era bem assim.
Depois de uma interessante estreia com o elogiado álbum "Exit Planet Dust", a dupla de DJ's Tom Rowlands e Ed Simons, simplesmente concebeu um ÁLBUM com música eletrônica e não apenas uma série de repetições, samples e batidas para tocar em festas.
"Dig Your Own Hole" tem conceito, convicção, intenção, sonoridades variadas e influências diversas. É trabalhado faixa a faixa como se fosse um álbum de uma banda de rock com muitos instrumentisatas. Tudo tem seu lugar  e seu detalhe.
O início é destruidor com "Block Rockin' Beats" e seu sampler empolgante - só um cartão de visitas do que está por vir. "Elektrobank", outro ponto alto, é um funk cheio de ritmo com um vocal alucinado, tudo isso num ritmo de tirar o fôlego.
Em "It Doesn't  Matter", sim, eles fazem uma daquelas músicas bem pra pista de dança mesmo; legítimo trabalho de DJ; com batida básica e sampler repetido, mas não por isso menos bacana e interessante. É uma das minhas favoritas do disco, a propósito.
Com "Setting Sun" eles reinventam "Tomorrow Never Knows" dos Beatles, com uma composição (propositalmente) muito semelhante à original porém mais agressiva, contando com os vocais de Noel Gallagher do Oasis, exatamente o cara que supõe ser a reencarnação de John Lennon (o que, neste caso, ficou até bem apropriado, não?).
"Lost in the K-Hole" tem uma base envolvente e um sample-vocal sensual quase sussurado; "Where Do I Begin" começa com um sampler genial e extremamente bem trabalhado levemente chegado ao country até explodir logo adiante e dar uma reviravolta; e "Private Psychedelic Reel" que fecha o disco, é um épico chapado de 10 minutos com tons árabes, hindus, orientais, que faz mesmo quem não tenha tomado nada, ter a impressão de estar curtindo a maior viagem. Um final monumental para um álbum fantástico.
*******************

FAIXAS:
  1. "Block Rockin' Beats" (Rowlands, Simons e Jesse Weaver) – 5:14
  2. "Dig Your Own Hole" – 5:27
  3. "Elektrobank" – 8:18
  4. "Piku" – 4:54
  5. "Setting Sun" (Rowlands, Simons e Noel Gallagher) – 5:29
  6. "It Doesn't Matter" (Rowlands, Simons, Conly, Emelin, Slye, Ford e King) – 6:14
  7. "Don't Stop the Rock" – 4:48
  8. "Get Up on It Like This" (Rowlands, Simons e Jones) – 2:48
  9. "Lost in the K-Hole" – 3:51
  10. "Where Do I Begin" – 6:51
  11. "The Private Psychedelic Reel" (Rowlands, Simons e Jonathan Donahue) – 9:28 
 todas as músicas, Rowlands/Simons, exceto as indicadas
******************************
Ouça:
Chemical Brothers Dig Your Own Hole

Cly Reis

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Chemical Brothers "Escape Velocity"

Saiu nova música dos Bródi!
É!
O novo álbum, que se chamará "Further", e que terá um curta-metragem para cada uma das suas 8 faixas, só sai mesmo em junho, mas por enquanto, nós fãs já podemos ir curtindo uma palhinha do que será o novo disco.
Não trata-se de um clipe, exatamente; é apenas o áudio com um gráfico. Mas o que importa é o som mesmo, não?
Então, saca aí: