"Um homem veio em nome do amor
Um homem veio e foi
Um homem veio para justificar
Um homem para subverter."
"Pride (In the Name of Love"
Durante algum tempo esse foi o disco da minha vida. Achava a
melhor coisa que já tinha ouvido. Mas com o tempo a gente vai conhecendo outras
coisas e vai vendo que não é bem assim e que tem muitos superiores em vários
aspectos, mas o que não tira em nada os méritos do ótimo “The Unforgettable
Fire” do U2, de 1984, o quarto álbum da banda de Dublin.
Disco bem trabalhado, trabalho pensado, bem produzido.
Daqueles discos com estrutura. Disco pra se ter em LP. Disco com lado A e
lado B.
Tem discos que já abrem abafando, tirando o fôlego do
ouvinte, outros meio que te preparam para o que vai vir como é o caso. “A Sort
of Homecoming” é um bom cartão de visitas, interessante, agradável, competente
pra abrir o disco mas apenas prepara o terreno, na verdade, para “Pride (In the
Name of Love)”, uma das melhores da banda e uma espécie de hino do U2. “Wire”
que a segue é elétrica, é agitada, cumpre bem sua parte no todo mas na verdade
é mais uma boa ponte para outra das grandes, a faixa que dá nome ao disco, “The
Unforgettable Fire”, uma composição intensa, com bateria forte e marcada e
interpretação vocal emocionante de Bono Vox. Na continuação vem “Promenade”,
uma balada leve com a marca do produtor Brian Eno, fechando o lado A
e funcionando como uma espécie de apagar das luzes de uma etapa do disco.
O lado B abre com "4th. of July", uma vinheta instrumental arrastada, densa, soturna que praticamente introduz para o que virá em seguida, a fantástica “Bad”
com seu riff simples e leve, contrastando com o climão pesado da letra sobre
heroína, em outra atuação notável do vocalista (uma de minhas favoritas!). Praticamente espelhando o lado
A, “Indian Summer Sky”, é outra canção de pegada vigorosa, assim como “Wire”,
ambas lembrando o estilo do primeiro trabalho da banda. Segue com a excelente
“Elvis Presley and America”, com destaque total para a bateria de Larry Müllen
Jr.; e o álbum fecha com outra faixa curta, “MLK” (iniciais de Martin Luther
King), com Bono cantando emotivamente quase à capela, apenas sobre uma base
contínua de teclado, numa despedida digna de um grande disco.
Trabalho muito apoiado na bateria, enfatizada e destacada em
diversas faixas, sem contudo deixar o disco pesado ou barulhento. Tudo
certinho: doses certas de força, graça, emoção e contundência. Depois do bom,
porém cru, “War”, o U2 lapidava algumas pontas brutas e apresentava um trabalho
mais equilibrado e definidor de seu estilo a partir dali.
Mesmo ainda hoje admirando muito "The Unforgettable Fire", como já havia dito, a gente vai aprendendo, ouvindo outras coisas, descobrindo novos sons, outros artistas e, no fim das contas, posso afirmar que não trata-se mais do meu disco favorito. Mas ainda goza de minha total admiração e carinho, sendo um dos mais
queridos da discoteca e um dos xodozinhos da coleção e certamente altamente recomendável para fãs, admiradores e curiosos.
FAIXAS:
Lado A
1. "A Sort of Homecoming"
2. "Pride (In the Name of Love)"
3. "Wire"1. "A Sort of Homecoming"
2. "Pride (In the Name of Love)"
4. "The Unforgettable Fire"
5. "Promenade"
Lado B
1. "4th. of July"
2. "Bad"
3. "Indian Summer Sky"
4. "Elvis Presley and America"
5. "MLK"
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Ouvir:
U2 The Unforgettable Fire
Cly Reis
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