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segunda-feira, 31 de março de 2014

Suicide - "Suicide" ou "First Album" (1977)



"As inovações técnicas e musicais do álbum
o fazem parecer quase atual."
Chris Shade,
músico e jornalista



Sabe aquela cena do filme Os Irmãos Cara-de-Pau", em que eles tocam num bar country e o público fica jogando garrafas o tempo todo? Pois é, os show do Suicide, ali pelo final dos anos 70 em Nova Iorque eram mais ou menos assim. Ousando fazer um som eletrônico no meio da cena punk novaiorquina, o Suicide sempre teve que enfrentar plateias hostis e conviver com falta de compreensão de seu trabalho, no fundo, tão punk, ou mas, do que muitos que faziam parte daquele contexto na época.
Com um som eletrônico minimalista, repetido, construído a partir de sintetizadores quase artesanais, a dupla Alan Vega e Martin Rev produzia uma música transgressora, agressiva, poderosa e criativa, como, no fim das contas era o espírito do punk.
Infelizmente o público, sequioso por guitarras ruidosas, esperando por uma banda de baixo-guitarra-bateria, cheia de couros e correntes, e pouco habituado a uma dupla usando equipamentos esquisitos, não fazia a devida justiça ao conceito revolucionário que o Suicide imprimia a partir daquele momento.
Seu disco de estreia, "Suicide", conhecido também como "First Album", de 1977, é o melhor exemplo dessa inovação. Destaque para a ótima "Ghost Rider" que abre o disco, um punk-rock-eletrônico alucinante; para a perturbadora e nervosa "Rocket U.S.A."; para Johnny", bem rocn'n roll, à sua maneira; e para a ótima "Girl", sensual, provocante e sinuosa. Não pode-se no entanto deixar de falar das demais: a climática "Che", com seu som esfumaçado e órgão estridente; a lenta e delicada "Chree" e,mesmo não gostando muito, a longa "Johnny Teradrop", uma peça experimental de apreciação questionável, é verdade, mas de alto valor ilustrativo, simbólico e sobretudo conceitual.
Banda altamente influente para os anos 80, para os new-wave, eletrônicos, eletros e afins. Fundamental para a fusão de elementos eletrônicos com som pesado e para as experimentações punk-eletrônico bem comuns a partir dos anos 90. Analisando bem, e vendo o tamanho da influência dessa dupla no quadro musical contemporâneo, a gente fica pensando o que seria de bandas como Front 242, Alien Sex Fiend, Korn, Prodigy e de tantos outros sem o Suicide?
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FAIXAS:

  1. "Ghost Rider" - 2:34
  2. "Rocket U.S.A." - 4:16
  3. "Cheree" - 3:42
  4. "Johnny" - 2:11
  5. "Girl" - 4:05
  6. "Frankie Teardrop" - 10:26
  7. "Che" - 4:53


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Ouça:
Suicide 1977


Cly Reis

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