Estive, há duas semanas atrás, de semana passado na feira de Natal do núcleo de artesanato do Sebrae, na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, e, enquanto a feira e os shows ocorriam ao ar livre, no interior do prédio da CRAB Sebrae, o Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro, algumas exposições muito legais rolavam. Uma delas focando no Mangue Beat, movimento cultural acontecido em Pernambuco, no início dos anos 90, que explorava diversas formas de manifestações culturais de uma galera antenada do Recife, mas que destacou-se, especialmente, pela música, tendo como mais notáveis representantes Mundo Livre S.A. e Chico Science & Nação Zumbi. A exposição em questão, "Mangue e Beats - Bioma, Sociedade e Cultura", apresenta, além de peças, fotos, elementos que remetem diretamente à cena musical, itens criados em função do movimento, artes inspiradas no conceito e na música que ditava o ritmo daquela turma inquieta e criativa. Tudo em salas ambientadas ao som de Chico Science e Nação Zumbi.
Acessórios pessoais como brincos, , esculturas, pinturas, figurinos, decorações, tudo traduzindo um pensamento coletivo sobre onde se vive, como se vive, as pessoas que habitam aquele contexto, suas dificuldades, seus costumes e raízes.
Exposição curtinha, bem enxuta. Mais focada, mesmo, no artesanato, nos acessórios cotidianos dos fãs, nos apetrechos, etc., mas superbacana, sobretudo, muito instigante para os admiradores das bandas de Recife, especialmente a Nação Zumbi, liderada pelo saudoso Chico Science, e para os que, como eu, entendem que o Mangue Beat fora, depois da Tropicália, o mais importante movimento musical é cultural ocorrido no Brasil.
Seguem abaixo algumas imagens da exposição:
Painel gigante, logo na entrada, com foto da mais importante banda do cenário Mangue Beat, Chico Science & Nação Zumbi |
Uma visão geral da sala de exposição com alguns acessórios e itens de vestuário. |
Tradição e modernidade se misturavam no conceito do movimento. |
Designers criaram itens que representavam e traduziam a ideia do que se estava fazendo naquele momento. |
Mais um exemplo da produção de itens que marcavam a identidade do Mangue Beat |
Acessório que é a cara do Mangue Beat. Bolsa em forma de caranguejo |
O artesanato nordestino compondo a escultura "La Ursa Colorida", escultura do arista Gildo da Silva Oliveira. |
Traje de dança inspirado no figurino utilizado no videoclipe da música "Manguetown" |
Belíssima peça "Caranguejo de Metal", do artista José Carlos Soares da Silva |
Mais um caranguejo, este em madeira utilizando troncos e galhos. |
"Recife / cidade do mangue/ onde a lama é a insurreição(...)" * |
Caranguejo no Mangue, escultura em madeira, na saída da exposição. |
"Onde estão os homens-caranguejos?" * Ó um deles aqui. |
de Chico Science & Nação Zumbi
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exposição "Mangue Beat, Bioma, Sociedade e Cultura"
local: CRAB Sebrae (Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro)
Praça Tiradentes, 69 - Centro - Rio de Janeiro - RJ
período: 28 de fevereiro de 2024
visitação: de terça a sábado, das 10h às 17h
ingresso: gratuito
por Cly Reis
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