Fiquei positivamente impressionado com o filme “Che” de Steven Soderberg que retrata a vida do guerrilheiro revolucionário argentino Ernesto Guevara. Tinha boa expectativa mas ela foi superada.
Muitíssimo bem dirigida, a obra apresenta um roteiro bem elaborado no qual, a partir da cenas da visita aos Estados Unidos para o discurso nas Nações Unidas, onde Che concede uma entrevista a jornalistas americanos, o diretor faz com que as perguntas e respostas funcionem quase que como um fio condutor do filme, intercalando breves cenas desta entrevista, diferenciando a película (sempre em preto e branco neste caso), com cenas da sua formação como guerrilheiro, treinamentos, as batalhas nas matas cubanas, além de diálogos e situações que vão moldando a imagem do homem que viraria uma lenda em um país que nem era seu por origem, apresentando-nos seus princípios de revolucionário, de cidadão e sobretudo de homem. Tudo isso muito bem caracterizado na pele de Benício Del Toro, que faz um Ernesto Guevara irrepreensível.
Destaque também para o ótimo Fidel, representado por Demián Bichir e para a apagada atuação do brazuca Rodrigo Santoro como Raúl Castro.
Mérito também para odiretor em ACABAR um filme apresentado previamente como tendo duas partes. Ainda que saibamos que o filme “Che – parte 1” continua, há um encerramento da primeira parte e não fica aquela sensação de que paramos para os comerciais.
Posso-lhes dizer que fiquei ansioso para assistir a segunda parte, que tem estréia prevista para julho no Brasil.
Cly Reis
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