Como disse aquele médico do “Hellraiser 2” que depois de ter resitido tanto em ser levado pelos Cenobitas, então se regozija com os prazeres da dor:”E PENSAR QUE EU HESITEI!’.
E dizer que eu resisti a ir a um cinema ver “Bastardos Inglórios”. E o pior, que eu prejulguei de maneira tão leviana. Que eu subestimei a capacidade de um dos meus diretores preferidos. Mea culpa. Mea maxima culpa!Apostava, quando desdenhei do filme, que os elementos típicos de Tarantino já estivessem ficando desgastados e que simplesmente estariam aplicados agora a um tipo de cenário atípico até então na sua filmografia, a guerra, mas já com a “piada” gasta. Em parte é verdade. Está tudo lá; os flashblacks, a violência, a divisão do filme em partes, os diálogos longos; só que tudo colocado perfeitamente bem e aplicado diferentemente do que em seus outros filmes. Em “Bastardos...”, mesmo com esta segmentação do filme, o roteiro é mais linear e os flashbacks funcionam quase que como um apoio à história e não a desconstrói como Tarantino costuma fazer. Os diálogos longos e que parecem improdutivos até chegarem a um ponto chave também aparecem e de forma muito bem construída e inteligente como no caso da visita do coronel alemão à casa de um camponês na França ocupada, na qual ele enrola, enrola, enrola, e brilhantemente a conversa chega a o ponto que ele queria. Aliás, este personagem, o Coronel Hans Landa, é o objeto especial para o desfile das melhores “conversas-fiadas” que Tarantino adora desenvolver em seus roteiros, e diga-se de passagem com uma atuação excepcional, entre o cômico, o charmoso e o brutal, de Christoph Waltz.
A propósito de brutalidade, não poderia faltar a violência que sempre foi marca registrada dos filmes do cara e neste, não faz por menos também. O curioso é que ele trata, no mais das vezes , de forma tão banal, tão natural, tão spaghetti, que quase não causa o impacto que deveria causar. Por exemplo, os escalpos de nazistas: os Bastardos o fazem como se descascassem laranjas e até por esta naturalidade acaba nem doendo nos olhos do espectador. Tipo, faz parte da história. É isso aí. Depois do primeiro escalpo passa a ser engraçado. Tão engraçadas quanto as marcas que o caricato Aldo Rayne, vivido por Brad Pitt, faz na testa do nazistas, este aliás com uma atuação que não me convenceu. Sei que a interpretação faz parte da proposta da construção do personagem, mas o tipo que ele faz, as caras e bocas ficaram muuuiito forçadas. Mas vá lá. Não chega a estragar o todo.
Não contando o final do filme mas me valendo da última frase dita nele, “acho que esta é minha obra prima”, como se fosse a manifestação de Tarantino pela boca do Ten. Aldo Rayne, não acho que seja a obra-prima do cara, mas, ao contrário do que eu imaginava quando escrevi anteriormente, Tarantino está melhorando ainda mais seu cinema dentro da sua linguagem.
Não duvido mais do cara. Prometo.
E dizer que eu resisti a ir a um cinema ver “Bastardos Inglórios”. E o pior, que eu prejulguei de maneira tão leviana. Que eu subestimei a capacidade de um dos meus diretores preferidos. Mea culpa. Mea maxima culpa!Apostava, quando desdenhei do filme, que os elementos típicos de Tarantino já estivessem ficando desgastados e que simplesmente estariam aplicados agora a um tipo de cenário atípico até então na sua filmografia, a guerra, mas já com a “piada” gasta. Em parte é verdade. Está tudo lá; os flashblacks, a violência, a divisão do filme em partes, os diálogos longos; só que tudo colocado perfeitamente bem e aplicado diferentemente do que em seus outros filmes. Em “Bastardos...”, mesmo com esta segmentação do filme, o roteiro é mais linear e os flashbacks funcionam quase que como um apoio à história e não a desconstrói como Tarantino costuma fazer. Os diálogos longos e que parecem improdutivos até chegarem a um ponto chave também aparecem e de forma muito bem construída e inteligente como no caso da visita do coronel alemão à casa de um camponês na França ocupada, na qual ele enrola, enrola, enrola, e brilhantemente a conversa chega a o ponto que ele queria. Aliás, este personagem, o Coronel Hans Landa, é o objeto especial para o desfile das melhores “conversas-fiadas” que Tarantino adora desenvolver em seus roteiros, e diga-se de passagem com uma atuação excepcional, entre o cômico, o charmoso e o brutal, de Christoph Waltz.
A propósito de brutalidade, não poderia faltar a violência que sempre foi marca registrada dos filmes do cara e neste, não faz por menos também. O curioso é que ele trata, no mais das vezes , de forma tão banal, tão natural, tão spaghetti, que quase não causa o impacto que deveria causar. Por exemplo, os escalpos de nazistas: os Bastardos o fazem como se descascassem laranjas e até por esta naturalidade acaba nem doendo nos olhos do espectador. Tipo, faz parte da história. É isso aí. Depois do primeiro escalpo passa a ser engraçado. Tão engraçadas quanto as marcas que o caricato Aldo Rayne, vivido por Brad Pitt, faz na testa do nazistas, este aliás com uma atuação que não me convenceu. Sei que a interpretação faz parte da proposta da construção do personagem, mas o tipo que ele faz, as caras e bocas ficaram muuuiito forçadas. Mas vá lá. Não chega a estragar o todo.
Não contando o final do filme mas me valendo da última frase dita nele, “acho que esta é minha obra prima”, como se fosse a manifestação de Tarantino pela boca do Ten. Aldo Rayne, não acho que seja a obra-prima do cara, mas, ao contrário do que eu imaginava quando escrevi anteriormente, Tarantino está melhorando ainda mais seu cinema dentro da sua linguagem.
Não duvido mais do cara. Prometo.
Cly Reis
Não falei q o filme era foda? Concordo q não chega a ser obra prima, mas é show de cinema. E ainda consegue juntar David Bowie... aquela cena é perfeita!
ResponderExcluirJunior