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sábado, 15 de maio de 2010

ARQUIVO DE VIAGEM - Comer na capital Argentina


Ao estilo criollo, jantar ao som de tango.
Viagens sempre rendem assunto e boas viagens ainda mais.
Havia escrito sobre passeios, lugares, futebol, mas tinha prometido falar de gastronomia e ficara devendo esta parte.
Amigos, pra quem gosta de churrasco, carnes na brasa, grelhados em geral, a gastronomia argentina é um achado. Eu, gaúcho, então, me fartei dos mais saborosos e suculentos pratos. A especialidade, que é imperdível, é a parrillada, algo bem próximo do nosso churrasco mas com um "formato" um pouco diferente. Tudo é feito na brasa mas são servidos cortes específicos em um prato só. Tipo um churrasco misto. A carne deles também é diferente do padrão de churrasco brasileiro, sobretudo da região sudeste (Rio-SP) que prefere cortes finos e sequinhos. Se assemelha, até por questões geográficas, ao padrão gaúcho de corte e preparo, com uma carne bem mais gordurosa, mais rústica, mais campeira. Comi a tal parrillada no bairro da Boca supondo que por ser meio que caseira, pela característica dos restaurantes dali, fosse mais autêntica e tradicional mas me enganei e a qualidade do prato ficou a desejar. Gostei muitíssimo, sim, de uma que comi no centro da cidade, que foi absolutamente espetacular e muitíssimo bem servida para uma pessoa. Mas o melhor prato, e que não foi a parrillada inteira e sim apenas um corte, foi o vacio (uma espécie de filé mignon, mas com uma capa de gordurinha de cada lado) que comemos em Palermo Soho, num simpaticíssimo restaurante chamado Estilo Criollo.

O Punta Brasas, mais chiquezinho.
Localizado na rua Serrano, próximo à movimentada praça Julio Cortazar, tem ótimo atendimento , ambiente aconchegante e uma carne fantástica. Gostamos tanto que fomos lá quase que por acaso no primeiro dia da viagem e quisemos voltar para comemorar meu aniversário; e logicamente, pedimos o mesmo prato.
Outro lugar legal pra se conhecer e comer é Palermo Hollywood, ali pertinho do Soho. Um lugar cheio de resturantes; estes já de um nível um pouco mais elevado mas, curiosa e favoravelmente, com preços não muito mais altos do que os do resto da cidade. O preço das coisas aliás é um ponto a favor. Nas atuais condições econômicas, com o Real mais valorizado que o Peso, a maioria das coisas estão muito baratas para nós brasileiros, aí o que acontece é que se come bem e se gasta pouco.

vista da janela do La Paraolaccia.
Lá fomos ao Punta Brasas, na rua Bonpland esq. com Honduras, que além do lomo de ternera que pedimos, serve uma morcilla fenomenal. Puerto Madero, uma área nova, revitalizada, mais moderna, um antigo porto à beira do rio, é uma pequena exceção a esta regra. Lá a a maior parte dos estabelecimentos é bem mais caro. Quase o dobro do preço dos outros lugares. O que não inviabiliza um jantar lá, mas aí é o preço de um restaurante bom no Brasil. Comemos lá também mas escolhemos um restaurante que não fugisse muito dos preços usuais do restante da cidade. Fomos a uma cantina com comida italiana chamada La Parolaccia que por sorte, mesmo lotada por conta do bom preço, nos deu uma mesa na janela com vista para o rio.

De resto, a cidade não tem muitos vendedores de rua, lanches rápidos ou "podrões". Até se encontra um churrasquinho que outro, um cachorro-quente, mas não é aquela coisa fácil de se tropeçar em um destes a qualquer momento. Como lanchinhos deve-se provar os empanados e croissants em qualquer café ou padaria, normalmente muito bons. Vale a pena assim como em Paris, SENTAR mesmo nestess cafés argentinos e saborear as delícias.






Cly Reis

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