"- Mas você disse que me amaria para sempre!
- exclamou a garota.
E o namorado respondeu:
- Bem, para sempre muda."
- exclamou a garota.
E o namorado respondeu:
- Bem, para sempre muda."
diálogo de um casal de amigos do vocalista Arthur Lee
que teria originado o nome do álbum
que teria originado o nome do álbum
Meu irmão, que é bem mais pesquisador que eu, foi quem me apresentou o Love. Naquela época ele costamava ir atrás das recomendações da seção chamada Discoteca Básica da revista Bizz. Lá destacavam um álbum chamado “Forever Changes", com uma capa bem psicodélica na qual um conjunto de rostos dava forma a algo tipo um coração humano hipercolorido. Como éramos meio duros de grana, meu irmão costumava pagar para gravar numa loja de discos, e assim, numa fita gravada, o “Forever Changes” apareceu pra mim.
Gamei logo de cara! “Que que era aquilo?”. Era ao mesmo tempo, forte, romântico, apaixonado, louco, psicodélico, sofisticado, rock, orquestral. Trazia uma semente de hard rock ao mesmo tempo que dava peso às músicas apenas com violões, tinha solos de metais e bases de cordas e orquestra.
“Alone Again Or”, a primeira, abre o disco de maneira magnífica com um vocal dobrado e um solo de trumpete bem ao estilo tourada madrilenha; a segue outra maravilhosa, "A House is Not a Motel", mais rock, mais cheia de guitarras mesmo, inclusive com um solo bem bacana antecedido por uma virada de bateria daquelas de guardar na memória; “Andmoreagain”, docemente melódica traz nos seu delicado arranjo uma atmosfera colorida de bucolismo; a sétima faixa, de nome quilométrico é embalada, é poderosa, cheia de força, com seu arranjo complexo misturando o poder das guitarras com naipes de metal espetaculares; "Live and Let Live" inicia bem folk, bem country mas logo passa a alternar para um rock potente e encorpado embasado por violões fortes; e "You Set the Scene" que fecha a obra é outra das minhas favoritas, dosando genialmente entre a pegada e o requinte.
Obra de arte do rock de uma das bandas mais cultuadas e respeitadas no meio musical. Referendados na sua época mesmo por nomes como Neil Young, Jim Morrisson e Jimmi Hendrix , sendo este último inclusive amigo particular de Arthur Lee, o 'difícil' vocalista e cérebro desta banda espetacular que teve muitos altos e baixos na carreira, muito em virtude d e seu temperamento complicado. Mas infelizmente todo gênio é meio assim, não?
Consta que "Forever Changes" seria uma resposta de Arthur Lee a "Sargent Pepper's..." dos Beatles.
Sabemos quem é mais conhecido mais significativo mais importante e tudo mais, mas não há como se negar que foi uma boa resposta. Ah, isso foi!
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FAIXAS:
1. Alone Again Or
2. A House Is Not A Motel
3. Andmoreagain
4. The Daily Planet
5. Old Man L
6. The Red Telephone
7. Maybe The People Would Be The Times Or Between Clark And Hilldale
8. Live And Let Live
9. The Good Humor Man He Sees Everything Like This
10. Bummer In The Summer
11. You Set The Scene
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Ouça:
Love Forever Changes
Cly Reis
Nossa, mas o AF tá emendando um discaço atrás do outro. Esta semana mesmo foi o Enterteinment! do Gang of Four, e agora este! Não tenho muito a acrescentar às tuas observações do disco. É BEM isso. Mas só digo que, como comentei antes no post do Enterteinment!, este é daqueles discos que te conquista de cara, salta aos ouvidos aquela qualidade absurda, exatamente isso que tu descreveste. Bem legal, disco e resenha.
ResponderExcluirDã.