Uma vez, assistindo a um daqueles programas de TV Cultura sobre literatura, falava-se de Machado de Assis, sobre curiosidades, personagens, obras, vida pessoal, e na matéria havia opiniões e depoimentos de outras pessoas ligadas às letras, e uma delas, um membro da Academia Brasileira de Letras, que sinceramente não lembro o nome agora, declarava que lia pelo menos um Machado por ano porque era importante para ele para "purificar a língua". E acho que ele tem razão. Faz bem para a lama ler um Machado. Depois disso, por coincidência ou não, acho que nunca deixei de ler, ou mesmo reler, um Machado regularmente.
Mas onde quero chegar com isso?

Apesar de bruto, de azedo, de magoado é gostoso ler Bukowski, ele nos faz rir do absurdo, repensar algumas coisas, ridicularizar outras e ver que não são tão sem propósito assim.
O livro não é nenhuma novidade. É considerado, inclusive, o melhor livro de contos dele (eu considero o "Crônicas de Um Amor Louco"). Eu é que havia comprado no ano passado e deixado lá na estante para uma hora dessas quando desse vontade de ler, e agora calhou de ler meu Bucowski do ano.
E fez-me bem, fez-me bem.
Um grande barato o pequeno faroeste improvável do conto "Pare de olhar para as minhas tetas, senhor"; demais o incrível e até emocionante "Amor por $17,50; legal também o divertido "O diabo estava cheio de tesão; e muito bom o conto "Maja Thurup" uma história sobre um canibal domesticado.
Meio chatos os últimos dois contos em que se prolonga demais falando de cus e hemorroidas, embora um deles, "Todos os cus do mundo e também o meu" (olha o título) tenha um final brilhante.
Agora ainda falta ler o Machado.
Mas o ano é longo e estamos em março ainda.
É bom ler um Bukowski por ano porque sujar a língua é tão importante quanto purificá-la...
ResponderExcluirTem toda a razão, Douglas.
ExcluirValeu pelo comentário.