Um filme
que é comum mas ao mesmo tempo incrível. É uma obra daquelas
feita sob encomenda para agradar o grande público (no que não vejo
defeito), e acerta em cheio, consegue agradar quem gosta de
cinema e quem apenas quer se entreter durante duas horas.
"O Jogo da
Imitação' conta a história de Alan Turing (Benedict Cumberbatch),
um matemático que se voluntaria para ajudar o exército britânico a
vencer a segunda guerra. Seu trabalho é desvendar o funcionamento da Enigma, máquina que os nazistas utilizavam para
enviar seus códigos de ataque. Alan Turing cria uma máquina capaz de
decifrar esses difíceis códigos, máquina esta, que viria a se
transformar nos computadores de hoje. Mas após a guerra, ele é
preso e condenado à castração química por homossexualismo, algo
que era crime na época.
Alan Turing e sua equipe
tentando desvendar a máquina Enigma
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Alan Turing
já foi uma pessoa fantástica, sendo interpretado por Benedict
Cumberbatch, se torna fascinante. Uma interpretação magistral, ele
abusa das caretas, dos trejeitos, mas isso não atrapalha o filme,
muito pelo contrario, até porque, quem conhece o ator sabe desta sua
característica teatral, de entrega total ao personagem. Não fica um
homossexual exagerado, estereotipado, o que aí sim seria um erro
(pois não se encaixaria com o perfil de Turing).
Benedict
se sobressai perante os outros atores, rouba a cena, e brilha o
filme todo. Consegue ir do cômico (como a cena que entrega maçãs
para os colegas) ao trágico (seu final e sofrimento com o tratamento
químico) sem sair do personagem, uma merecida indicação ao Oscar para ele, que desta vez não levou, mas futuramente deve levar uma
estatueta.
O sofrimento com o tratamento
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Se o filme
tem um ponto negativo, é o fato da história ser contada por
flashbacks. O filme relata três momentos da vida de Turing, seu
primeiro amor (talvez único) no colégio, seu trabalho durante a
guerra, o desenvolvendo sua máquina, e o pós-guerra, a sua
condenação por imoralidade. Devido a estes constantes flashbacks a
história fica meio confusa, não é difícil se perder neste vai e
vem que a equipe de montagem fez. Outro aspecto que o filme, no meu
ponto vista, não vai muito bem, é a falta de força dos personagens
coadjuvantes, nenhum deles tem muita importância, tirando Joan
Clarke (Keira Knightley) que se torna sua melhor amiga, o restante é
pouco explorado. Temos a subtrama de um espião em sua equipe, mas
que rapidamente é deixada de lado.
O resultado
final de "O Jogo da Imitação" é positivo, apesar de ser mais uma biografia (gênero de muita força no cinema atual), e ter lá seus clichês,
como a frase de impacto que é repetida diversas vezes ao longo do
filme, “Às vezes, as pessoas que menos esperamos podem fazer as
coisas mais inacreditáveis”, mas o roteiro é bem escrito, nos
mostra como Alan Turing enxergava as relações humanas, e como foi julgado cruelmente por sua sexualidade, somado a uma atuação
monstro de um ator acima da media, fazem deste filme um destaque do
ano que passou. E o filme aborda o tema do homossexualismo, um
assunto que ainda (infelizmente) é polemico, e o faz de uma maneira
que nos leva a refletir, e pensarmos, vamos ser nós mesmos, sem medos,
assumindo os riscos, e não vamos julgar os outros, ele claramente
tenta passar essa mensagem utilizando a história de vida de Alan
Turing, que é perfeita para isso. Vou torcer
para que você receba bem a mensagem, assim como com certeza vai
receber bem o filme!
por Vagner Rodrigues
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