Fui ver no Araújo Vianna - com mais
1700 pessoas – o show do America. Em
2004, tinha visto o segundo show deles em Porto Alegre. Foi um show bacana, bem
fiel aos discos. Como sempre, cantei todas as músicas e pedi autógrafos. Bem
tiete. Afinal, sou fã dos caras desde o primeiro disco.
Minha expectativa pro show de hoje era a mesma. Só que Dewey
Bunnell e Gerry Beckley resolveram fazer uma surpresa para o público. Acompanhados
pelo excelente guitarrista Bill Worrell; pelo baixista Rich Campbell e pelo
baterista Ryland Steen, a dupla meteu o pé na jaca do “roquenrou”. Fazendo
versões mais pesadas de alguns dos seus clássicos - destaque absoluto para
"Sandman", com imagens de "Apocalypse Now" no telão – o
America subverteu a ideia de que veríamos mais um daquelas apresentações mornas
de bandas da antiga. Bunnell continua cantando como sempre. Já Beckley demorou
um pouco a entrar no tranco, mas quando esquentou lembrou os velhos tempos.
Além disso, o America fez aquilo que não se espera de um show neste estilo.
Eles cantaram músicas novas, fizeram belas versões de "Woodstock" e
de "California Dreaming" e levantaram o Araújo com a minha preferida
deles, "Sister Golden Hair" com todo o público cantando o "ooh bap-shuba" final.
Os faraós do antigo Egito – eu incluído – esperavam uma
banda acomodada e foram surpreendidos com um belo concerto de rock. Como nos
velhos tempos.
por Paulo Moreira
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