quinta-feira, 2 de julho de 2015
cotidianas #379 - O Jacaré Chupador
Um cara passava de carro por uma estrada e viu uma placa curiosa: "Jacaré chupador. O melhor boquete que você já provou. Prazer garantido por R$10 - a 10km". O cara achou engraçado e seguiu em frente. Dali a pouco passou por uma nova placa, "Jacaré chupador a 5Km". Achou estranho mas agora ficara curioso. Como assim? Um jacará chupando o cara? Mas e não mordia, não matava, não engolia o sujeito? Bom, devia ser piada, brincadeira. Deixou pra lá e seguiu seu caminho. Esqueceu o tal do negócio do jacaré por alguns momentos mas sua curiosidade novamente foi despertada por uma nova placa "Jacaré chupador - 1Km". Cara, o que seria aquilo? Seria possível? Tinha que ir conferir. Agora seguia em frente com a determinação de parar no local onde indicasse o tal jacaré. Não tardou muito pra ver a placa final, "Jacaré chupador AQUI. Prazer Garantido por R$10. A melhor chupada de sua vida.".
Saiu do carro, bateu palmas, saiu de um casebre, uma espécie de palafita projetada sobre uma pequena sanga um homem simples, um capial de chapéu de palha e macacão de brim dobrado nas canelas.
- Ôpa, bom dia, o senhor que é o dono daqui? Eu vi o anúncio na estrada...
- Ah, o moço qué experimentá o jacaré?
- Bom, não sei, queria ver primeiro como é que é, né. Vai que ele morde, que arranca fora.
- Hehehe, tem perigo, não, essemenino. Comigo por perto não tem cumquissipreocupá. Pode vi cumigo - disse andando na direção do laguinho e apanhando uma tora de lenha do chão.
Chegando à beira do regato, o homem deu um assobio potente e imediatamente percebeu-se algo rasgando a água até a margem. Era o tal jacaré.
Assim que o bicho aproximou-se ameaçadoramente da margem, já com a enorme boca aberta, o homem, o dono da casa, de pronto, golpeou-o com o pedaço de madeira deixando o animal tonto num estado quase de transe. Assim, zonzo, o jacaré permaneceu com a boca aberta, fazendo, no entanto, pequenos movimentos com a língua. Aproveitando- se disso, o proprietário tirou de dentro da calça uma pica enorme e colocou-o na boca da fera, que pela repetição do movimento de língua proporcionava visivelmente grande prazer ao homem. O jacaré, no entanto, volta e meia parecia querer recobrar a consciência, ao que seu dono logo reagia com uma nova paulada na cabeça, de modo a garantir a continuidade da chupada.
Demonstrado o procedimento, ainda com a benga privilegiada na boca do bicho, o caipira virou-se para o interessado e perguntou:
- E antonce, vai querê?
- Querer eu quero, só não sei se aguento as pauladas.
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