Wagner Moura no polêmico papel de Pablo Escobar. |
A maioria dos críticos brasileiros tirou sarro do Wagner Moura há pouco tempo. Tudo por ele não ter sotaque espanhol
para interpretar Pablo Escobar na série “Narcos”, sucesso do Netflix. Resultado:
Wagner está concorrendo na categoria de Melhor Ator Drama ao Globo de Ouro, uma
das premiações mais importantes da TV e cinema. Eu duvido que os mesmos
críticos tenham capacidade de distinguir o sotaque ou o acento uruguaio de
Montevidéu e o argentino de Buenos Aires por exemplo. Até mesmo o “portunhol”,
que é falado nas fronteiras destes dois países. Ou o colombiano do venezuelano.
Cito mais: o de Cartagena e o de Medellín para finalizar.
Vale lembrar que inúmeros atores, e digo dos grandes, como Anthony Quinn e Marlon Brando, dentre centenas, interpretaram personagens de diversas
nacionalidades e em poucas vezes falaram um idioma diferente dos seus, o
inglês. Recentemente, Tom Cruise viveu um alto oficial alemão que falava como
um californiano, Ninguém reclamou. Viggo Mortersen, outro grande ator que morou
anos na Argentina e fala até "boludo" e ainda toma mate, interpretou
Alatriste, um militar espanhol de Madri com um sotaque que parecia alguém do
meio oeste americano que morou tempos em Palermo Soho.
São poucos atores que podem se dar ao luxo de aventurar em outro idioma
sem que os vestígios da língua materna não os denuncie. Atualmente são raros na
profissão os que conseguem a façanha de se desdobrar em línguas distintas.
Daniel Bruhl e Christoph Waltz são dois exemplos que atuam fluente em cinco idiomas. Curiosamente Bruhl foi o ator que viveu o oficial alemão em "Bastardos Inglórios" que desmascarou o espião inglês (Fassbender) disfarçado de alemão,
exatamente por identificar um sotaque bávaro sem o acento correspondente. E sobre
o baiano Waguinho, ele calou a boca de todos no seu espanhol com chiado carioca. Dimaisss!
trecho da série "Narcos"
por Francisco Bino
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