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segunda-feira, 16 de maio de 2016

cotidianas #433 - Perversus



arte:Cly Reis
Perversus aponta a arma inapelavelmente na direção de Zênite. Parece ser este o momento final entre os dois.
- Parece que finalmente nosso momento final chegou, Zênite! - exclama Perversus e prossegue - mas não vou incorrer neste comum erro de ficar dando discursos. explicando meu plano perverso o qualquer coisa assim, dando tempo para que você descubra alguma coisa em seu bracelete orbital ou para que um de seus amiguinhos chegue voando para lhe salvar. Não. Vou direto ao assunto. Chega de conversa. Diga adeus ao mundo que tanto tentou proteger, Zênite.
O estampido do tiro soou impiedosamente ecoando pelas galerias daquela caverna subterrânea. Perversus fitou Zênite com um olhar triunfante, que fora a última expressão que fizera antes que a bala o atingisse. Caiu para frente pesadamente  ficando praticamente todo coberto pro sua própria capa. Zênite então viu o guarda de Perversus, que o acompanhara até aquela câmara da caverna, atrás do cadáver com a arma em punho, ainda fumegando.
- Por que? - indagou surpreso o herói.
- Não vale a pena.- explicou o guarda - A gente fica aqui embaixo o tempo inteiro, ele nos promete mundos e fundos, até nos paga bem, é verdade, mas a gente não aproveita nada do que ganha só aqui embaixo com ele. Eu tô aqui embaixo há três anos por causa dessa tal máquina dele e, cara, eu tenho mulher e filha. E tem mais: esse mundo pode ser uma droga, a humanidade pode até estar se destruindo mas acho que quero ver a minha filha vivendo nele por mais algum tempo.
- Em todo caso,... obrigado - agradeceu Zênite com a voz vacilante.
- Agora cai fora antes que eu me arrependa e mande bala em você também - ordenou o guarda em tom rude - Ah, e pode ficar com os créditos por salvar o planeta. Não tenho certeza se me orgulho muito disso.



Cly Reis

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