- Boa noite, Seu Carlos... Ah, sim. Pode deixar subir.
- Quem é? - a Ju perguntou lá da sala.
- É a Nara. Tá subindo aí. - respondeu o dono da casa voltando para a sala com um prato de petiscos na mão.
- Ai, não acredito que você convidou ela! - reclamou Fernanda, no que, pelos muxoxos, parecia ter a concordância quase unânime dos demais presentes.
- Ah, galera é festa da turma. Tinha que chamar todo mundo...
- Mas aquela mulher não dá pra aguentar! É muito chata, nada serve, nada tá bom... -argumentou um.
- Muito pra baixo. - completou outro.
- O que ela toca, quebra, onde ela tá, tem problema, se ela quer ajudar, atrapalha...
- Ah, gente, cês tão exagerando. É só aquele jeitão dela mas é boa gente. - tentou defender Gustavo.
- Cara, ela tem uma energia muito negativa. Ela é tão... pesada que as coisas perto dela dão errado, param de funcionar, enguiçam, tipo, sei lá...
- Que exagero, Cláudio. Tá pegando no pé da coitada.
- Exagero??? Lembra aquela vez na faculdade quando teve aquela apresentação de slides? Na vez dela o troço começou a sair fumaça. Eu, hein!!! - concluiu o Cláudio com aquele jeito engraçado dele.
- E aquela vez na praia que ela foi ligar o som! - lembrou o Luís. - Tinha funcionando perfeitamente pra todo mundo, aí quando ela foi ligar não deu. Veio reclamar pra mim. Fui lá e resolvi o problema. Aí foi ela dar o play no negócio e dali a pouco vem ela de novo, pra mim, "Luís, acho que a fita enrolou". Ah, eu tive vontade de matar.
Todo mundo caiu na gargalhada.
O toque do interfone interrompeu o momento de descontração causado pela recordação do episódio.
Gustavo foi novamente até a cozinha e atendeu:
- Oi, Seu Carlos, pode falar... O que??? Ah, não!!!... Tá bom, então. Fazer o quê? A gente espera, então. Obrigado, Seu Carlos.
- Que que foi? - pergunta a Cris assim que o Gustavo põe a cara na sala.
- Faltou luz no elevador. A Nara ficou presa.
Cly Reis
Acredito nas energias e quantos mais reclamão ,mais a energia é negativa.
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