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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

"Cry Macho", de Clint Eastwood (2021)

 


Muita paciência com esse filme. Claro, se você apenas olhá-lo como filme por si só, vai se decepcionar. Mas se olhar com uma visão mais ampla sobre a carreira de Clint Eastwood, tudo que a figura dele como ator representou, e o que ele quer desmistificar agora, aí está o real valor do filme.

"Cry Macho" em si não consegue apresentar uma história, que nos prenda. A maioria dos personagens não tem carisma, ali pelo meio o longa fica extremamente parado, se arrasta, e isso tudo sem falar nas diversas cenas que são resolvidas com conveniências bem forçadas.

A grande chamada para você ir olhar o filme é, de certa forma, uma ligação com os westerns em geral ou a filmografia de Clint (focada na fase dele como ator). Aí sim, toda a desconstrução do personagem, que resolvia tudo no braço, para quem as mulheres eram apenas conquistas, agora tem que resolver tudo no diálogo, se falta força, resta experiência, o respeito com as mulheres, auxiliando até nos afazeres domésticos. Que mudança!

 Essa proposta de abordar uma figura que é extremamente importante para os filmes de faroeste de uma maneira diferente, dialoga com os dias atuais e tenta mostrar que o cowboy pode vencer tudo na força, menos o tempo. Junto  a isso, a ressignificação da figura do “macho”, são elementos  que fazem o longa ter algo para mostrar, e talvez até marcar na carreira de Clint, embora seja inegável que poderia ser muito melhor conduzido.

Até quando Clint não acerta ele é bom.


por Vagner Rodrigues


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