Escrito e dirigido por Kenneth
Branagh, este filme semiautobiográfico traça a infância de um menino durante o
tumultuado final dos anos 1960, na capital da Irlanda do Norte.
O filme está bem longe de ser
ruim, tem muitas qualidades que não podemos negar, mas a indecisão de para onde
ele quer nos levar atrapalha a narrativa. O longa acaba ficando no meio do
caminho e carente de equilíbrio. "Belfast" tenta andar entre o drama e um tom mais leve
e inocente, mas a intenção não funciona. Quando o drama chega, está perto de atingir
seu alvo, “Belfast” traz algo mais leve e nos impede de atingir o clímax. E essa quebra de expectativa não é
orgânica, o espectador sente essas mudanças é isso é desconfortável. Mas temos que destacar a
belíssima fotografia do filme. Nesse ponto, o filme ganha muitos pontos. Algumas
atuações também crescem muito com o andar do filme, como Caitriona Balfe, a mãe
e Jude Hill, o menino e principal personagem do longa.
A produção entrou na temporada de premiações com um “hype” muito maior do que realmente merecia. “Belfast” não é um filme ruim, consegue trazer um tema bacana, a luta violenta dos grupos extremistas na Irlanda do Norte nos anos 60 que até hoje persiste, a gente sente a tensão disso em alguns personagens, mas ao mesmo tempo, por ser visto pelos olhos de uma criança, tenta ser alegre e leve, e aí perde o equilibro. Suas mudança de tom são muito bruscas e você acaba não sentindo nem o peso, n nem a leveza.
Pela beleza da fotografia, o filme já deve ser visto, pelo tema tão pouco abordado (ou minha ignorância, de não achar tantos filmes sobre o tema), também, além de algumas atuações bem fortes com alta entrega que deixam o filme interessante.
Fica o alerta do que brigas ideológicas, preconceito
religioso, podem fazer de mal na vida de uma família. O final do
filme mostra isso, e, certamente, não é o que queremos, não.
A fotografia é um doas maiores destaques do filme de Kenneth Branagh |
por Vagner Rodrigues