Curta no Facebook

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sepultura- "Arise" (1991)




“Max Cavalera é um homem muito importante.
Ele, ao lado do Sepultura, foi o primeiro brasileiro no Metal
a realmente tocar fora do Brasil
e ganhar uma grande e fanática
legião de fãs estrangeiros."
Lemmy Kilmister,
Motörhead



Eles já eram respeitados no exterior e reconhecidos por nomes de pesocomo Anthrax e Motörhead, mas em seu próprio país de origem, somente a partir de “Arise” (1991) foi que passaram a receber a devida atenção. É verdade que o álbum anterior, “Beneath the Remains” já havia chamado atenção aqui, mas seu sucessor então apresentava um aprimoramento tal que não tinha como ser ignorado e colocava a banda, não apenas por conta de seu tardio reconhecimento no Brasil, mas muito pelo inegável salto de qualidade, como um dos grandes nomes do metal mundial.
O som às vezes tosco, os vocais excessivamente guturais com letras inaudíveis, a ausência de ousadia rítmica e questões técnicas de produções deficientes presentes nos trabalhos anteriores davam lugar uma banda mais segura de si, mais equilibrada, mais criativa, metendo o ferro, é claro, mas com muito mais maturidade e qualidade sabendo dosar o peso, a melodia e os estilos musicais, numa produção caprichada e cuidadosa.
O vocal de Max Cavalera continuava gritado, é claro, monstruoso, é lógico, mas com mais técnica e com um inglês aperfeiçoado mais inteligível; as guitarras continuavam aquele turbilhão sonoro, aquele troar vulcanico, mas com riffs mais marcantes, com levadas precisas, com partes e entrepartes, com variações entre o metal, o hardocore, o funk, além das incursões eventuais remetendo a música latina e indígena que viriam a ter importância crucial nos trabalhos posteriores da banda. E a bateria de Igor Cavalera? O que dizer da bateria? Ora,... Fúria, velocidade, técnica precisão em tempestades sonoras proporcionadas por um dos grandes bateristas dos últimos tempos.
Destaques para a faixa que dá nome ao disco uma bomba impiedosa, cheia de peso e alternâncias; para a excelente “Dead Embrionic Cells”, uma das melhores composições do álbum; para “Altered State”, que introduz sutilmente elementos tribais que seriam importantes posteriormente; para a matadora “Desperate Cry” com seu show de bateria com o bumbo duplo no final; para a "Subtraction", não muito badalada mas uma das minhas preferidas; e para o clássico “Orgasmatron”, cover do Motörhead só presente na versão brasileira do álbum, com seu ritmo bem cadenciado, vocal urrado de Max Cavalera e seu final absolutamente extasiante.
“Arise” era enfim o alavancamento do Sepultura como grande nome no cenário mundial, entrada definitiva da banda em seu próprio país e provavelmente, por isso mesmo, marco inicial para uma liberdade artística e criativa que culminariam em experimentações sonoras interessantíssimas já presentes no álbum seguinte, “Chaos A.D.” e que culminariam no excelente  e inovador álbum “Roots” de 1996. Mas isso é assunto para outra resenha, com certeza.
********************************** 

FAIXAS:
  1. "Arise" - 3:19
  2. "Dead Embryonic Cells" - 4:52
  3. "Desperate Cry" - 6:41
  4. "Murder" - 3:27
  5. "Subtraction" - 4:48
  6. "Altered State" - 6:34
  7. "Under Siege (Regnum Irae)" - 4:54
  8. "Meaningless Movements" - 4:40
  9. "Infected Voice" - 3:19
  10. "Orgasmatron" (cover do Motörhead)- 4:43

a edição de relançamento de 1997 traz ainda :
11. “Intro”
12. “C.I.U. (Criminals In Uniforms)”
13. “Desperate Cry (Scott Burns Mix)”

****************************************** 
Ouça;
Sepultura Arise



Cly Reis

Nenhum comentário:

Postar um comentário